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Holding Rural e Planejamento Sucessório Ágrario

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Holding Familiar e Planejamento Sucessório na imersão do Âmbito rural 
 
Juliana Cezar Pereira de Oliveira 
 
RESUMO: 
Este objeto de estudo, tem como objetivo explanarmos as funções das holdings familiares e o 
planejamento sucessório de forma benéfica e vantajoso para o empresário, e correlacionamos 
no âmbito rural, caracterizando e demonstrando a importância desse setor, e com o devido 
planejamento a longevidade das produções agrícolas. Unindo as atividades de direito 
empresarial e o produtor rural. Enfatizando as seguridades da holding familiar, nos planos de 
sucessão, afim de economia de tempo e recursos financeiros. 
Palavra chave: Holding Patrimonial Familiar Rural. Atividade Familiar Rural. Empresa Rural. 
 
ABSTRACT: 
This object of study, aims to explain the functions of Family holdings and sucession planning in 
a beneficial and advantageous way for the onwer ,and correlate in the rural scope, 
characterizind and demonstrating the importance of this sector, and with due planning the 
longevity of the productions agricultural, uniting the activities of business law and the rural 
producer. Emphasizing the security of the Family holding company, in the succession plans, ins 
order to save time and financial resources. 
 
Keywords: Rural Family Heritage Holding. Rural Family Activity. Rural Business. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Trataremos nesse projeto de pesquisa a cerca da holding e suas específicas vantagens 
para as sucessões do âmbito rural. Como o devido planejamento, controle e detenção de 
administração da propriedade, oferece uma devida segurança elucidada na proteção da 
empresa ou empresas associadas. Cada decisão tomada pelo empresário, é de suma 
importância para proteção de sua propriedade, a qual elencaremos nesse projeto, 
especificamente, as propriedades rurais. 
Atualmente, com a importância do agronegócio no país, e é um assunto que está em 
evidência. O holding rural, ao tratar de uma parte da economia de uma estrutura que continua 
a crescer até em tempos pandêmicos sendo de suma importância o controle da propriedade 
rural para o contínuo e sucessório crescimento das propriedades rurais e, agronegócio. 
As propriedades rurais – pessoas físicas e jurídicas-, com o passar dos anos está em 
contínuo crescimento, tanto em setores de ampliamento de tecnologia, quanto na ampliação 
no volume de exportação e a ampliação das zonas de manejo. Levando em consideração a 
nossa realidade, o Brasil, nos últimos 20 anos saltou mais de 300% em quantidade de 
produção, a exemplo o soja. E o mais importante, com a mesma quantidade de área. 
Tecnologicamente falando, os últimos 20 anos, houve mudança também, na tecnologia de 
grãos, manejo de solo e etc, havendo uma grande mudança estrutural nos setores agrários, o 
que houve grande investimentos de recursos, e assim, uma sucinta importância em afincarmos 
o planejamento de sucessões das propriedades, já que elas são de suma importância não 
apenas para o empresário, mas para a economia de uma nação. 
Outro ponto de sumo interesse que iremos tratar, e elucidar, com base nos tempos 
atuais e a dissolução de casamentos e relacionamentos, com meio de proteção a empresa 
familiar, sendo necessário a real necessidade de um pré planejamento de sucessão , surgindo 
então a necessidade de estabelecer-se regras para um bom relacionamento a longo prazo e 
também, com a finalidade de obter a proteção de seus bens em eventuais separações 
conjugais ou até mesmo em caso de morte. 
Com o aumento de produtividade, profissionalização, e altos investimentos das 
propriedades, e diversos perfis à frente da empresa de base, faz-se necessário uma blindagem 
desse patrimônio, do qual, ele vem a iniciar-se com o holding patrimonial, que é a participação 
e controle em outras sociedades, onde mantém-se administrativamente os bens imóveis. 
Incentivando a melhoria no controle, gestão e manutenção dos créditos (ativos), controle 
integral do patrimônio de uma ou mais pessoas físicas, por intermédio de uma pessoa jurídica, 
gerando redução de cargas tributária, que normalmente são incidentes sobre a renda da 
pessoa física. 
Essa estrutura jurídica, basicamente é utilizada para o auxílio de preservação e 
proteção desse patrimônio organizacional, blindando-o, e não visa burlar leis ou credores, mas 
sim, a devida proteção do patrimônio familiar, previsto constitucionalmente a uma empresa 
para que haja continuidade da administração da propriedade (bens), trazendo vantagens 
tributárias, e também, facilitando um futuro inventário. 
Com base em observação de fazendas na região do Mato Grosso, especificamente na 
cidade de Alto Taquari, trazemos mostrar que na prática o holding e planejamento, fazer-se 
valer em qualquer que seja a propriedade, e assim engloba de forma genérica o 
administrativo, o jurídico e o contábil. As fazendas que observamos a necessidade de 
conscientização do planejamento são de média de 3.000 hectares, produtoras de grãos e 
sementes. Fazendas que vieram de sucessões e fazem parte do cenário atual das grandes 
propriedades que estão em contexto de exportação e comercialização dos grãos. E, que nos 
próximos anos, passarão por novas sucessões, ou seja, irão envolver todos os aspectos legais 
relacionados ao inventário, bem como custos. 
Um questionamento que fizemos a situação, de processamento e transmissão de 
propriedade, tendo em vista os altos investimentos atuais, seria: como podemos blindar a 
propriedade atual, para a transmissão aos herdeiros, sem grandes prejuízos de tributos? Como 
um planejamento e criação de uma holding patrimonial da propriedade rural nos irá blindar? 
Considerando que, devido a alta carga tributária nos Estados brasileiros, o setor 
empresarial de forma geral – agrário ou urbano -, vem a ser um grande desafio, visto os altos 
valores monetários cobrados. Buscando assim, respostas em instrumentos que sirva de 
controle eficiente financeiro e proteção do bem. Levando em consideração também, o 
importante papel da contabilidade tributário e do direito tributário, que são fundamentais na 
formação de opções de gestão, principalmente quando se relaciona o planejamento tributário 
rural. 
Tratar, também no estudo, as vantagens da holding familiar, tendo em vista das outras 
soluções de transmissão de patrimônio, como por exemplo: o tradicional inventário, a doação 
e o testamento, salienta-se este, ser, inclusive, o economicamente falando a mais vantajosa, 
tanto de maneira efetiva da seguridade, como de custos. Além das vantagens 
economicamente falando, a holding familiar, também mantém os laços da base empresarial, 
uma vez, que a transmissão se trata em vida, ainda, tendo em vista as vantagens que a holding 
também tem mais celeridade. 
Vale salientar, também, que as questões tributárias, além de gerenciais, por vezes, 
geram pontos controversos, pois há dois lados: o contribuinte que ver o tributo como algo que 
intervém em seu patrimônio, e o outro lado, a representação da base essencial para 
funcionamento e funções governamentais. Todas essas ferramentas são inerentes ao controle 
de gestão, pois auxiliam nas práticas operacionais do dia a dia das devidas propriedades a 
serem tratadas, no caso, as rurais, pois oferece um suporte a tomada de decisão, além de 
garantir a lucratividade, desenvolvimento e crescimento de forma contínua e sustentável. 
Por fim, esse instrumento de pesquisa para ser iniciado, foi utilizado a metodologia de 
pesquisa científica bibliográfica, através de artigos científicos, ebooks, internet, códigos de leis, 
revistas e publicações, em todo o seu conteúdo. 
Temos por fim, como objetivo apresentar e elucidar as holdings de maneira conceitual 
e aplica-la de fato as propriedades rurais, pois como se sabe, a atividade de produção rural: 
agrícola, pecuária ou agroindustrial possui suma importância da base sustentadora da 
economia do país, como já citamos e ainda, “diretamentepara a renda monetária em termos 
sociais na geração de emprego direto e indireto no meio rural, e, além disso, contribui 
expressivamente para a segurança alimentar da família rural”, como salienta Fernandes Filho 
(apud STADUTO;AMORIM,2011), e, seria a holding a opção mais segura para os agricultores 
familiares planejarem, organizarem e estruturarem suas atividades rurais, consolidando-as por 
gerações. 
A apresentação da holding sendo feita como a forma mais eficaz e de custo benefício 
para a sucessão hereditária planejada, incluindo verificação tributária e desenvolvimento 
organizado da empresa rural. 
 
 
HOLDING 
CONCEITOS E FINALIDADE DA HOLDING 
Holding é um empresa que possui como atividade principal, a participação acionária 
majoritária em uma ou mais empresas. Trata-se de uma empresa que possui a maioria das 
ações de outras empresas e que detém o controle de sua administração e políticas 
empresariais. 
Verbo inglês “to hold”, que na tradução literal significa segurar, controlar, manter. É uma 
socieda de que visa participar de outras sociedades, através da detenção de quotas ou ações 
em seu capital sociais, de uma forma que possa controla-las, sendo este o domínio de uma 
sociedade sobre a outra. 
Em termos históricos, o tema holding familiar ou holding patrimonial sucessório, é algo 
muito novo no Brasil. Enquanto em outros países as holdings patrimoniais são bem comuns e 
corriqueiras, utilizadas mesmo pelas pessoas mais simples. 
No Brasil, há certo desconhecimento e até mesmo resistência quanto ao uso das 
Holdings Patrimoniais. Há uma crença equivocada, de que Holding é algo para milionário. 
Com a constituição de uma Holding Patrimonial, o patrimônio familiar apenas deixa de 
estar em nome de pessoa física e passa para o nome de uma pessoa jurídica, administrado 
pelo titular dos direitos patrimoniais. 
O objetivo de uma Holding Patrimonial Familiar ou Sucessória, além da economia 
tributária e sucessória, além da economia tributária e sucessória, visa organizar e proteger o 
patrimônio familiar de possíveis desavenças sucessórias. Tendo em vista que, geralmente o 
inventário é um procedimento caro, que envolve uma carga tributária extremamente onerosa. 
Ao exercer o controle, a holding está no comando de outra empresa. Ela participa de 
outras sociedades como sócia ou acionista, ao invés de exercer uma atividade produtiva ou 
comercial. Com esta participação acaba por controlar a outra sociedade pelo volume de quotas 
ou ações detidas. 
A holding em sí, é administrativa, você não verá uma holding produzindo alguma coisa. 
Por exemplo: a holding da dona da AMBEV, não é uma produtora de cerveja, ou indústria de 
cerveja, ou, no caso das propriedades rurais, uma sementeira ou algodoeira. A holding é a 
formação de profissionais a administrar/direcionar a empresa a ser tratada. Faz-se necessário 
separar a atividade comercial exercida pela empresa que será gerida pela holding, e a 
atividade administrativa gerada pela empresa que “controla”, no caso tendo controle de 
maioria das ações. 
 
“Companhia holding é qualquer empresa que mantém ações de outras companhias em 
quantidade suficiente para controla-las e emitir certificados próprios. Em sua forma 
mais pura, a companhia holding não opera partes de sua propriedade, mas direta ou 
indiretamente controla as políticas operativas e habitualmente patrocina todo o 
financiamento. (Walter E. Lagerquist)” 
 
“Companhia holding é uma sociedade juridicamente independente que tem por 
finalidade adquirir e manter ações de outras sociedades, juridicamente independentes, 
com o objetivo de controla-las, sem com isso praticar atividade comercial ou industrial. 
(Oscar Hardy)” 
 Tem-se como base legal das holdings, na Constituição de 1988, onde ela enfatiza a 
necessidade de controle e organização, o que é genérica aos tipos de propriedades. 
Referindo-se aos arts. 1º, 5º e 6º, onde eles são objetivos em mostrar uma nova ordem 
social e diretrizes para os anos seguintes. 
O Art. 170 da Constituição estabelece, inequivocamente, as bases para novos 
empreendimentos, e o Art. 226 veio mostrar o novo relacionamento familiar. Quem leu e 
entendeu pôde ver quase dez anos antes as novas oportunidades e nelas a holding tinha o seu 
lugar destacado no planejamento e no estudo de viabilidades e investimentos em novos 
negócios. Temas como a sucessão, impostos causa mortis, imposto fortuna, doação são 
também temas mais fáceis de equacionar, abrigados sob a proteção da holding. 
Rol da legislação pertinente:  Código Civil Lei 10.406/02.  Lei das S/A 6.404/1976: arts. 2º, § 
3º; 206 a 219; 243, § 2º.  Regulamento do Imposto de Renda: arts. 223, §1º, III, c; 225; 384; 
519, §1º, III, c; 521.  Lei 10.833/2003: art. 1º, V.  Lei 9.430/96: arts. 29 e 30.  Lei 11.638/07. 
 Lei 11.941/09. 
Doutrinariamente, as holdings são sociedades não operacionais que tem seu 
patrimônio composto de outras companhias. É muito utilizada por pequenas/médias e grandes 
empresas e, normalmente, ou é usada como parte de uma parceria com outras empresas ou 
mercado de trabalho. 
O objetivo é a administração – ou controle – de um grupo de empresas. Por ser a 
empresa possuidora da maioria das ações ou cotas do grupo, a holding controla as tomadas de 
decisões que determinam a gestão das demais empresas. Essa aliança, com demais 
corporações pode ser dada a longo prazo e de modo contínuo. Isso significa dizer que é 
classificada como holding, a empresa que possui a maioria das ações de outras empresas e que 
detém o controle de sua administração e políticas empresariais. 
Considera-se holding Empresarial uma empresa que possui ativos, ou seja, ações de 
outras empresas, sociedades limitadas, fundos de hedge, títulos, imóveis, marcas registradas, 
direitos autorais, patentes, entre outros. 
As holdings de forma geral, existem como forma de melhorar a estrutura de capital de 
uma empresa. São constituídas para atuação de duas maneiras: para o exercício do poder de 
controle, ou, para a participação relevante em outras companhias, visando nesse caso, 
constituir a coligação. Em geral, essas sociedades de participação acionária não praticam 
operações comerciais, mas apenas a administração de seu patrimônio. Quando exerce o 
controle, a holding tem uma relação de dominação com as suas controladas, que serão suas 
subsidiárias. 
Do ponto de vista dos negócios, as holdings são usadas como estratégia para 
circulação de capital entre os vários setores do mercado e ramos de atividades, evitando que 
ele fique concentrado num setor específico. 
Controlada, conforme estabelece a Lei das S/A, é a sociedade na qual a controladora, 
diretamente ou por meio de outras controladas (sistema piramidal), possui direitos societários 
que lhe assegurem permanentemente preponderância nas deliberações sociais e poder de 
eleger a maioria dos administradores (Lei nº 6.404/1976, art. 243, § 2º). A Lei estabelece, 
portanto, um critério básico de preponderância do capital social para configurar a 
controladora, não cogitando de outras formas de controle, como o domínio tecnológico, ou 
até por acordo de acionistas (ao exigir direitos de sócios assegurados de modo permanente). 
De forma geral, as empresas holding são classificadas como: 
 a) Holding Pura: quando de seu objetivo social conste somente a participação no capital de 
outras sociedades, isto é, uma empresa que, tendo como atividade única manter ações de 
outras companhias, as controla sem distinção de local, podendo transferir sua sede social com 
grande facilidade. 
b) Holding Mista: quando, além da participação, ela exerce a exploração de alguma atividade 
empresarial. Na visão brasileira, por questões fiscais e administrativas, esse tipo do holding é a 
mais usada, prestando serviços civis ou eventualmente comerciais, mas nunca industriais. 
Diante dessa afirmação é necessário, como veremos adiante, estabelecer se a holdingdeverá 
ser uma Sociedade Simples Limitada ou simplesmente uma Limitada, porém só 
excepcionalmente uma Sociedade por ações. A doutrina aponta, ainda, outras classificações 
para as empresas holding (tais como: holding administrativa, holding de controle, holding de 
participação, holding familiar etc.) Entre esses tipos é muito conhecido a holding familiar, que 
apresenta grande utilidade na concentração patrimonial e facilita a sucessão hereditária e a 
administração dos bens, garantindo a continuidade sucessória. 
Além da pura e da mista, são indicadas outras classificações como: holding 
administrativa, holding de participação, holding familiar. 
Holding de participação: quando a participação é minoritária, mas há interesse por questões 
pessoas de se continuar em sociedade. 
Holding familiar: visa controlar o patrimônio de uma ou mais pessoas físicas de uma mesma 
família que possuam bens e participações societárias em seu nome. É simplesmente, uma 
pessoa jurídica constituída por membros de uma família, que é detentora de bens e direitos de 
uso próprio ou aplicáveis na participação societária, geridos por seus sócios. Ainda, em outras 
palavras, o patrimônio passa a ser administrado por uma sociedade constituída pelo membros 
da família. Todas as decisões relacionadas a esse patrimônio são tomadas na forma de 
deliberações sociais, com a participação da pluralidade dos sócios. 
A exemplo: quando você tem uma holding, você tem um dinheiro circulando de uma 
administradora, para diversos setores. 
De forma prática, após explanarmos a teoria da holding, a conceituação caracteriza-se 
por um grupo de empresários de setores diferentes que se juntam em uma sociedade que dá 
origema uma holding. O papel da holding é, nesse sentido, controlar todas essas empresas, 
administrando-as em consonância com as características de cada uma, mas garantindo que 
exista uma centralização administrativa. 
 
VANTAGENS TRIBUTÁRIAS E PATRIMONIAIS DA HOLDING FAMILIAR 
Muito falamos nos últimos capítulos desse trabalho, a cerca da economia de uma 
criação de holding familiar para uma empresa, e, nesta parte, iremos especificar de fato, os 
benefícios reais dessa escolha de planejamento sucessório. 
O ato de planejar, nos trás uma segurança de planejamento, como uma ferramenta 
administrativa, que irá possibilitar observar a realidade, avaliar caminhos a seguir, e construir 
um referencial futuro, daquilo que almejamos. Um trâmite adequado e reavaliação de todo o 
processo a que se destina. 
Como já sabemos, uma holding é uma entidade empresarial que não possui operações 
e não realiza atividades. Possui ativos. No agrupamento de empresa, característica da holding, 
são oferecidos vantagens que não teriam ao operar como entidades separadas. 
Tratando dos limitadores de risco, as subsidiárias são protegidas de problemas que 
ocorram em outras empresas. Um autor que ganha uma sentença contra uma subsidiária não 
pode anexar os ativos das outras empresas. A holding também não seria responsável se não 
tivesse garantido as dívidas da subsidiária. Se uma subsidiária assumir um risco e entrar em 
falência ou propriamente a “falência” em si, a perda não afetará a holding. Ele pode 
simplesmente vender suas ações na subsidiária falida. 
As vantagens fiscais de consolidação se a holding apresentar uma declaração de 
imposto de renda consolidada, os prejuízos incorridos em uma subsidiária podem ser 
compensados com os lucros das outras subsidiárias. O resultado líquido é uma redução na 
cobrança de impostos para todas as empresas como um grupo. Geralmente, as subsidiárias 
podem pagar dividendos a holding sem criar um passivo. Após o recebimento do caixa pela 
holding, os desembolsos poderiam ser alocados aos acionistas da holding ou para melhores 
oportunidades de investimentos nas demais subsidiárias. 
Sabe-se que habilidades especiais agregam valor, e, a holding pode ter habilidades e 
“know how” especiais que podem ser usados para obter vantagens adicionais em outras 
subsidiárias para aumentar seu valor. Uma subsidiária poderia ter relacionamentos com 
clientes que beneficiariam as empresas relacionadas ao expandir suas vendas. 
A solidez financeira combinada do grupo, pode ser usada para obter termos de 
financiamento mais favoráveis do que se as subsidiárias estivessem sozinhas. As subsidiária no 
mesmo setor poderiam combinar seu poder de compra para extrair melhores preços dos 
fornecedores e melhores condições de crédito. Reunir recursos fiscais da holding e de suas 
subsidiárias permitirá à empresa assumir projetos de grande escala. 
A criação de uma holding permite que a empresa controle mais negócios com 
montantes menores de capital. Uma holding poderia obter controle de uma empresa 
adquirindo 51% de suas ações. Em alguns casos, pode ser possível assumir o controle 
comprando apenas 25% de uma empresa quando a propriedade é diversa e essa compra 
tornaria a holding o maior acionista. 
Não ter que comprar 100% de uma corporação permite que um pequeno empresário 
controle mais empresas com investimento menores. 
A constituição de uma holding é uma excelente forma de o pequeno empresário 
diversificar suas operações sem correr riscos desnecessários, assim como também, as grandes 
empresas. A combinação de recursos de uma holding e de suas subsidiárias cria sinergia em 
poder de compra, termos de financiamento e capacidade de investir em projetos maiores. 
Para que se possa evidenciar a economia, com a utilização de uma empresa Holding na 
sucessão dos bens para os herdeiros, realizou se um comparativo entre o patrimônio de um 
contribuinte na modalidade de pessoa física, e se o mesmo utilizasse uma Holding como 
ferramenta de tributação e gestão patrimonial. Neste caso, utilizou-se como exemplo uma 
pessoa física com um patrimônio estimado em R$ 5.345.800,00 (cinco milhões trezentos e 
quarenta e cinco mil e oitocentos reais), cujo o mesmo possui renda de aluguéis sobre estes 
imóveis, tributando imposto de renda sobres estas receitas conforme a tabela progressiva, 
incidindo até 27,5% de imposto. Mas o principal ponto que incide maior valor tributário é na 
transferência destes bens para os sucessores, ao analisar uma possível transferência do 
patrimônio declarado pelo valor declarado no imposto de renda pessoa física, comparando 
com a avaliação pelo fisco estadual, que utiliza os valores calculados pelo fisco muito próximo 
ao valor de mercado, este patrimônio, pode ultrapassar o valor de R$ 11.754.500,00 (onze 
milhões setecentos e cinquenta e quatro mil e quinhentos reais). 
Neste caso é que torna-se visível a maior economia tributária na abertura de uma 
holding, pois se utiliza no processo de transferência deste patrimônio para a abertura da 
empresa holding, o valor declarado no imposto de renda e não o valor avaliado pelo fisco, esta 
tributação incidente na transferência deste patrimônio representa uma diferença de R$ 
6.408.700,00 (seis milhões quatrocentos e oito mil e setecentos reais), levando em 
consideração esta diferença e tributando-a por uma alíquota média de 4% (quatro por cento), 
alíquota esta cobrada pelo fisco atualmente na doação em espécie, verifica-se que neste caso 
houve uma economia tributária de R$ 256.348,00 (duzentos e cinquenta e seis mil, trezentos e 
quarenta e oito reais). Nota-se que a economia tributária gerada neste caso, viabiliza 
totalmente o processo, sendo que simulamos apenas a tributação do ITCMD. Ainda utilizando 
o mesmo exemplo acima, este patrimônio possui imóveis que estão alugados, resultando 
numa renda anual de aluguéis de R$ 72.565,00 (setenta e dois mil quinhentos e sessenta e 
cinco reais), esta renda tributada na pessoa física resulta num montante de imposto de R$ 
10.041,55 (dez mil quarenta e um reais e cinquenta e cinco centavos), porém, ao se utilizar 
esta mesma receita tributada na holding, resulta num montante de imposto de R$ 8.221,61 
(Oito milduzentos e vinte e um reais e sessenta e um centavos), sendo assim, economiza-se, o 
valor de R$ 1.819,53 (um mil oitocentos e dezenove reais e cinquenta e três centavos), na 
tributação dos alugueis pela pessoa jurídica. Com base no exposto acima, e para melhor 
visualizar e economia tributária gerada no exemplo, foi elaborado o Quadro 1 para demonstrar 
os resultados obtidos. Com base nos dados apresentados no Quadro 1, é possível visualizar o 
total da economia tributária com a utilização da empresa holding na gestão patrimonial, 
apresenta uma diferença de R$ 258.167,93, que o contribuinte irá economizar se utilizar a 
ferramenta da holding como forma de tributação e gestão do seu patrimônio. Para esclarecer 
e evidenciar melhor as vantagens e desvantagens na utilização de uma empresa holding na 
gestão patrimonial dos bens de uma família, elaborou-se o Quadro 2, que serve de 
comparativo. 
Ainda, para evidenciar alguns aspectos com relação a Holding e o inventário, 
apresenta-se o Quadro 3 para uma melhor visualização. Portanto, são visíveis as vantagens na 
abertura e utilização de empresas holdings na sucessão do patrimônio, porém, deve-se 
observar a legislação e normas existentes, sempre cumprindo com a legalidade e processos 
legais na formação destas empresas. Como também, deve-se realizar um planejamento 
tributário, para verificar cada caso, pois podem haver diferenças entre determinadas 
situações, em que o custo na abertura de uma holding não se torna viável economicamente, 
devido ao baixo valor do patrimônio ou a quantidade de bens. 
Quadro 1 – Tabela comparativa Pessoa física x Holding 
 Pessoa física % Holding % Diferença 
VALOR DO 
PATRIMÔNIO 
R$ 
5.345.800,00 
 R$ 
5.345.800,00 
 0 
VALOR BC 
ITCD 
R$ 
11.754.500,00 
 4% R$ 
5.345.800,00 
 4% R$ 
6.408.700,00 
VALOR DO 
ITCD 
R$ 
470.180,00 
 R$ 
213.832,00 
 R$ 
256.348,00 
VALOR 
RECEITAS C/ 
PATRIMÔNIO 
R$ 72.565,00 R$ 72.565,00 0 
VALOR BC IR R$ 72.565,00 100% R$ 23.220,80 32% R$ 49.344,20 
VALOR DO 
IMPOSTO 
SOBRE BC DE 
OUTROS 
RENDIMENTOS 
R$ 10.041,55 27,5% R$ 8.221,61 11,33% 11,33% 
Total da economia tributária: R$ 258.167,93 
 
Quadro 2 – Vantagens e desvantagens da criação de uma holding patrimonial 
Vantagens Desvantagens 
Menor custo tributário para a sucessão do 
patrimônio, isenção de ITBI, avaliação do 
patrimônio com base no valor declarado no 
imposto de renda; 
Os bens não poderão estar com ônus, 
devem estar livres e desembaraçados, 
devidamente registrados; 
Tempo entre a abertura e averbação dos 
imóveis muito baixo; 
Riscos quanto a atividade da Holding, se não 
cumprir com a exigência de isenção do ITBI 
na incorporação dos bens, poderá arcar com 
o imposto; 
Facilidade na transferência das cotas, sem 
necessidade de alterar o registro dos 
imóveis, sem custo de averbações; 
Exigência de matrículas registradas para 
realizar a incorporação dos bens na Holding; 
Maior segurança do patrimônio, ou seja, 
possibilidade de proteção patrimonial, 
dificuldade dos herdeiros se desfazer dos 
bens herdados, devido a maior regramento; 
Necessidade da assinatura de todos os 
herdeiros que integram a empresa em 
eventual alteração contratual; 
Não exige elaboração de escrituras e gastos 
com registro de imóveis e tabelionatos, 
somente exige alteração contratual 
registrada na Junta Comercial, média de 
tempo 15 dias; 
Somente bens com registros poderão 
integralizar as cotas da empresa, não 
permite a inclusão de bens com contrato ou 
posse; 
Tributação de renda do patrimônio, muito 
mais baixo do que 
 na pessoa física; 
O patrimônio deixa de ser da pessoa física e 
passa a ser da empresa; 
Possibilidade da criação de Acordo de 
Cotista, onde seguirá todo regramento entre 
os sucessores e o sucedido; 
Regime de casamento dos sucessores, caso 
seja por comunhão parcial ou união estável, 
as cotas passam a integralizar o casal, ao 
contrário da herança, que caberia somente 
ao herdeiro; 
 
Quadro 3 – Aspectos relacionados a Holding e inventário 
Eventos Holding Familiar Inventário 
ITCMD Doação com usufruto: % na 
doação e % na extinção. 
4% em alguns Estados. 
Tempo para criação ou 
tempo do Inventário. 
15 dias em média. Alguns anos. 
Tributação dos Rendimentos 
de aluguéis. 
11.33% 27.50% 
Tributação da venda de Bens 
Imóveis. 
5.93% 15% 
Sucessão entre cônjuges, 
conforme novo Código Civil. 
Cônjuge é herdeiro 
necessário, dependendo do 
regime de casamento. 
Cônjuge é herdeiro 
necessário, dependendo do 
regime de casamento. 
 
Após as análises, podemos notar, que a holding trás para o empresário, inúmeros benefícios 
seguros. E, iremos resumi-los a seguir: 
1. Responsabilidade limitada aprimorada – Da mesma forma que o registro de uma 
empresa protege o proprietário da empresa de ser pessoalmente responsabilizada por 
erros ou dívidas contraídas durante as suas operações, uma holding impede que a 
empresa perca seus ativos em caso de ação judicial ou cobrança extrema de dívidas. 
Isso é particularmente benéfico para empresas que operam em setores de alto risco 
como: construção, seguros, hotelaria e consultoria. Ainda levando em consideração, as 
propriedades rurais, onde no decorrer dos anos são fontes de empregos e altos 
investimentos, e, estas empresas, tem uma necessidade de proteção muito maior. A 
necessidade de responsabilidade limitada, no entanto, deve ser considerada pelos 
proprietários de empresas em qualquer setor. Entre nichos de mercado e negócios 
multifuncionais, existe possibilidade de explorar esta opção dentro de alguma 
capacidade. 
2. Impostos diferidos – Em muitos países (onde já citamos que é bastante comum a 
holding), os dividendos entre empresas privadas podem circular sem impostos, com ou 
sem limitação. Como esse não é o caso com dividendos pagos a pessoa física, os 
proprietários e acionistas da empresa, podem direcionar temporariamente seus 
dividendos para serem mantidos em custodia pela empresa/holding da empresa. 
3. Impostos reduzidos – Outra forma que as holdings podem reduzir os impostos é 
quando uma ou mais de suas subsidiárias incorrem em prejuízo líquido no exercício 
fiscal. O valor dessa perda pode ser deduzido do lucro líquidos das demais empresas, 
reduzindo assim os impostos devidos. O diretor da empresa também terá a opção de 
transportar essa perda se os benefícios de fazê-lo no próximo ano fiscal forem maiores 
do que a dedução no ano fiscal atual. O consultor tributário indicará a melhor opção. 
 
Economia e segurança são palavras chaves da holding. 
 
PLANEJAMENTO SUCESSÓRIOS POR HOLDING FAMILIAR 
 
Como já dito, temos através da holding, proteção, planejamento e economia, fatores 
importantes da autonomia e manutenção de uma empresa. Neste capítulo, vamos elucidar a 
empresa rural, onde na sua formalização, busca-se a melhor maneira de gerir o patrimônio 
com segurança e economia, e teremos a holding como opção no ordenamento jurídico 
brasileiro. De acordo com o artigo 981 do Código Civil/2002 (BRASIL, 2016), em comum acordo 
de vontades, “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados. ”. A holding é um contrato social regulado pela Lei das Sociedades por Ações, 
Lei 6.404 de 1976, no artigo 2º, §3º, uma “sociedade controladora de bens e direitos e até 
mesmo controladora de outras sociedades, que visa a proteção patrimonial e o planejamento 
sucessório organizado e econômico. ” (BRASIL, 2016) 
 
Como afirma Pereira (2014), “a fim de preservar a continuidade da atividade familiar é 
preciso constar no contrato social regras claras quanto à transferência de quotas, 
especialmente em relação à terceiros”, sendo importante estabelecer critérios para a entrada 
e saída de sócios. 
 
 
Ao se escolher a sociedade limitada em regime de lucro presumido e lucro real,na 
criação da holding, os agricultores que fundaram a atividade, afincam normas através do 
contrato social e acordos de quotistas e efetiva-se na integralização do patrimônio no capital 
social. 
 
A holding terá função à frente dos bens da propriedade “como empresa”, ou seja, os 
bens da que estavam em nome de pessoa física dos fundadores, passarão para a empresa rural 
todos os bens da atividade: fazendas, galpões, estábulos, sede, benfeitorias, maquinários, 
tratores, animais, terras e demais instalações rurais. 
Com diversos bens da atividade rural, os mesmos não são difíceis de dividir, como 
exemplo: solos com diferentes qualidades em cada área; isto possibilita a concentração 
patrimonial rural em uma pessoa jurídica, beneficiando e facilitando a gestão da propriedade 
como empresa, disciplinar a responsabilidade e participação de cada membro da família, e 
gerenciar eventuais conflitos que hajam no âmbito da propriedade rural e, também conflitos 
futuros na linhagem de divisão sucessória, pois serão divididas quotas sociais e não o 
patrimônio em si. 
 
A proteção patrimonial se dá de modo que na Empresa Rural ficam como sócios os 
fundadores e os filhos, em acordo comum, com porcentagens estabelecidas no contrato social 
e o capital social são os bens integralizados, que ficam protegidos, menos expostos à riscos 
como, por exemplo, a crise econômica no setor. 
 
Isso ocorre porque, com o patrimônio no nome da pessoa física, os bens ficam sem 
proteção, podem ser penhorados em ação de cobrança, trabalhista ou tributária, por exemplo, 
pois, os bens particulares respondem em sua totalidade pelas obrigações, todos os bens 
ligados ao seu Cadastro de Pessoa Física - CPF. Já na pessoa jurídica, o patrimônio fica 
separado da atividade e as obrigações ficam garantidas pela participação do sócio ou pela 
liquidação das quotas, qualquer obrigação que a pessoa jurídica tenha, será quitada no limite 
do valor de cada quota, no caso da holding por sociedade limitada. Com um planejamento 
bem feito, é possível que o risco seja calculado para proteger tanto o patrimônio da pessoa 
jurídica quanto da pessoa física. Com o patrimônio na holding garante-se que não será 
dilapidado na sucessão, porque nem sempre os filhos querem continuar a atividade e se 
entendem no modo como conduzi-la. Como ressalta Garcia: 
 
“Quando transmite o patrimônio da pessoa física para a pessoa jurídica, objetivando criar essa 
empresa, que é chamada de Holding Patrimonial Familiar Rural, consegue-se com esse 
mecanismo legal, concentrar a riqueza e fazer com que seja transmitida com segurança, através 
da transmissão do patrimônio para os filhos. ” (GARCIA, 2016.) 
 
Como visto, a constituição da holding se dá com a integralização do patrimônio social 
e, a partir da integralização, é feita a divisão entre os sócios, ou seja, ocorre a sucessão 
hereditária obrigatória, com a doação das quotas sociais proporcionalmente entre os 
herdeiros, no próprio instrumento social e conforme a vontade dos antecessores. Desta forma, 
é feito o planejamento sucessório da propriedade rural. Como ressalta Viscardi (2014): 
 
“O grande benefício na elaboração de um planejamento sucessório mediante a constituição de 
uma holding familiar consiste no fato da sucessão patrimonial ser realizada por ato inter vivos, ou 
seja, o patriarca decidirá ainda em vida a melhor maneira de passar o bastão da atividade rural 
para seus filhos. ” 
 
 
Juntamente do planejamento sucessório pode-se fazer o planejamento tributário pois, 
na transferência dos bens para a Empresa Rural pode-se planejar a ocorrência ou não do fato 
gerador da tributação. Como explica Barreto [s.d.], a conferência no contrato social transfere os 
bens particulares para a holding, bem como no aumento do capital social, no caso de aquisição 
de mais bens. 
 
“A transferência dos bens particulares para a holding ocorre por meio de conferência na constituição da 
HOLDING ou no aumento de capital social; não há incidência de IR se os bens forem transferidos pelo valor 
constante no IRPF (art.23-Lei nº9.249/95); não há incidência do ITBI sobre imóveis entregues para a 
formação do capital social da HOLDING (art.156, §2º, inciso I, CF/88.), (BARRETO, [s. d.]).” 
 
A Cerca do ITBI: 
 
CF/88. Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: § 2º O imposto previsto no 
inciso II: I - Não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de 
pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes 
de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil; 
 
CTN/66. Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide sobre a 
transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior: I - Quando efetuada para sua 
incorporação ao patrimônio de pessoa jurídica em pagamento de capital nela subscrito; II - 
Quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurídica por outra ou com outra. 
Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos alienantes, dos bens e 
direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo, em decorrência da sua desincorporação do 
patrimônio da pessoa jurídica a que foram conferidos. 
 
O Planejamento sucessório e holding familiar, com seus trâmites necessários e redução 
de custos, é, como se explanado, uma excelente decisão para o empresário, inclusive, nas 
propriedades rurais, como temos estudado. De modo a que precisa ser levado em conta a 
idealização do que se planeja para o futuro do patrimônio e da atividade familiar rural e, que os 
custos à média e longo prazo irão compensar, quando comparando-os ao que se gostaria num 
processo tradicional de transmissão de herança pois, a transmissão de herança estará total ou 
parcialmente efetivada, o que irá reduzir as complicações no que diz respeito ao inventário, 
segundo trata Pereira (2014). 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Atualmente, no Brasil, onde os processos de inventário acaba por deixar muitas pessoas 
a espera por mais de 10 anos para que um processo venha a ser concluso, muitas vezes, por 
responsabilidade das famílias, onde se há conflitos de interesses na divisão de bens após o 
falecimento de familiares, além da morosidade do judiciário, e os altos custos dos impostos que 
incidem sobre a transferência de patrimônio, o planejamento tributário utilizando-se da 
abertura de uma empresa holding patrimonial vem se destacando e atendendo as demandas 
geradas. 
 Toda a incorporação de bens é feita ainda em vida pelo patrono. Compreende-se que a 
holding também permite o planejamento sucessório e tributário da Empresa Rural, tendo como 
resultado em uma economia quanto ao pagamento de tributos, maior eficiência, transparência 
na gestão empresarial e redução de atritos quanto à herança entre os sócios, efetivando-se a 
proteção patrimonial. 
 Não restaram dúvidas que a criação da holding, juntamente com os estudos fiscais 
pontuais e prévios, levam a redução da carga tributária tanto para a pessoa física, quanto para 
a pessoa jurídica, lembrando porém, que com um planejamento tributário e sucessório eficaz, a 
redução de impostos é expressiva e vantajosa, mas não é total. 
 A efetivação do planejamento faz-se necessária, para o planejamento tributário em si, 
no momento da abertura da empresa holding patrimonial – gestora de bens - , pode-se, 
inclusive, evitar inúmeros gastos de tributação e taxas judiciárias, economizando tempo e 
dinheiro, desgastes familiares, além de proteger seus herdeiros de terceiros de má fé, sendo 
que os bens permanecem protegidos e amparados na empresa. Entretanto, apesar das 
desvantagens, sem sombra de dúvida, as vantagens são maiores. Entendemos também, que a 
desoneração tributárianão ocorre somente com a sucessão, mas também pode trazer uma 
importante redução da carga tributária na própria manutenção e gerenciamento do capital, 
principalmente pelo fato de haver incentivos estatal no incentivo da atividade empresarial, 
como a imunidade de ITBI na incorporação de bens na sociedade empresarial. 
 Enfim, com as devidas características da holding familiar, ela se enquadra perfeitamente 
na implementação (reais necessidades) no planejamento sucessório rural, pois protege a família 
do produtor rural, possibilitando a integralização de patrimônios que estavam registrados na 
pessoa física, e que agora passa a pertencer ao holding familiar. O Direito Empresarial, pode e 
deve dar a sua contribuição aos agricultores familiares, compartilhando dos conhecimentos 
jurídicos juntamente com a multidisciplinaridade, utilizando-se da gestão e do planejamento 
estratégico, para que, com informação, estes sejam, cada vez mais capazes de sustentar-se, 
desenvolver-se e perpetuar a produção para as futuras gerações de agrícolas; garantindo a 
longevidade desse patrimônio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMORIM, Airton Lopes; CORONEL, Daniel Arruda; TEIXEIRA, Erly Cardoso. A 
Agropecuária na Economia Brasileira: uma análise de insumo produto. 47º Congresso da 
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural – SOBER. Porto Alegre: 
SOBER, 2009. 
 
BRASIL, Código 4 em 1: Civil; Comercial; Processo Civil e Constituição Federal. 12ª ed. 
São Paulo: Saraiva, 2016. 
 
 BRASIL, Código 3 em 1: Tributário; Processo Civil e Constituição Federal. 10ª ed. São 
Paulo: Saraiva, 2014. 
 
COSTALUNGA, Karime, KIRSCHBAUM, Deborah, PRADO, Roberta Nioac. Sucessão 
Familiar e Planejamento Societário II: O planejamento sucessório empresarial pela utilização de 
instrumentos de Direito de Família e Sucessões. [S. l.: s. n., s.d.] 
 
Hiromi, Higuchi. Imposto de Renda das Empresas, interpretação e prática. IR Publicações 
Ltda, 30ª ed., 2005, São Paulo/SP. 
 
BRASIL. Lei 9.249/95 Disponível em: http://www. planalto.gov.br/. 
 
MAMEDE. G; MAMEDE. E. Holding Familiar e suas Vantagens. 2 ed. São Paulo: Atlas, - 
2011. 
 
LATORRACA, N. Direito Tributário: imposto de renda das empresas. 15.ed. São Paulo: 
Saraiva, 2000. 
 
PEREIRA, Fábio Lamonica. Holding Agropecuária. [S. l.]: 
 
TEIXEIRA, Francisco Junior. Holding familiar para produtores rurais. [S. l.: s. n., s. d.]. 
 
Holding familiar é alternativa para empresas rurais. [S. l.]: Terra Brasil, 2013. 
 
ALVES, Maria Bernardete Martins; ARRUDA, Susana Margareth. Como fazer referências: 
bibliográficas, eletrônicas e demais formas de documento. Florianópolis: Universidade Federal 
de Santa Catarina, Biblioteca Universitária, c2001. Disponível em: . Acesso em: 07/01/2017.

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