Buscar

A Inteligência Emocional na Formação dos Líderes


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A Inteligência Emocional na Formação dos Líderes
1. Introdução
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
· Introdução
O desenvolvimento do coeficiente emocional (QE) é cada vez mais exigido no mercado de trabalho e, consequentemente, ganha espaço no currículo profissional e acadêmico. Já é possível encontrar tanto escolas de ensino infantil aplicando atividades que desenvolvem as qualidades emocionais, quanto instituições de ensino superior que já ministram disciplinas relacionadas ao tema e que, inclusive, o inserem em seus processos seletivos.
Este contexto pode ser compreendido se analisarmos algumas variáveis, tais como: o prejuízo sofrido pelas empresas em virtude de doenças emocionais que afastam seus funcionários, e o fato de que pessoas com maior habilidade emocional têm maior desenvoltura para lidar com um cenário de crise, pressão e estresse, sendo, portanto, estratégicas para o melhor desempenho da empresa.
Isso posto, podemos afirmar que o Coeficiente Emocional (QE) - e não apenas o Coeficiente Intelectual (QI) - é pré-requisito para a construção de uma carreira de sucesso.
É cada vez mais comum ouvir a história de alguém extremamente qualificado em termos acadêmicos, dono de títulos de mestrado e/ou doutorado no Brasil e no exterior, com domínio absoluto do conhecimento teórico e das habilidades técnicas necessárias para se desenvolver uma atividade profissional com excelência e que se encontra fora do mercado de trabalho, procurando recolocação ou mesmo sem jamais ter exercido cargo de destaque ou de liderança nas instituições em que se propôs a trabalhar.
Soma-se ao cenário descrito, as limitações autoimpostas por essa pessoa, que não consegue compreender e descrever o que sente, não se sente capaz de entender a realidade e as emoções dos outros e nem desenvolver a empatia, não tem autoconfiança, permite-se influenciar por julgamentos alheios, não sabe receber feedback, e, principalmente, não sabe se relacionar consigo e com os outros.
Neste cenário - e considerando que o mercado de trabalho está bem mais competitivo - é cada vez mais difícil ganhar destaque apenas pelas habilidades intelectuais, dado que o acesso ao ensino se ampliou e cresceu o número de pessoas que dominam o conhecimento técnico e de alto nível. O que vai diferenciar um profissional de excelência do outro que apenas tem o conhecimento prático?
A resposta é simples: o que está em jogo é o quanto cada pessoa consegue se desenvolver em termos de inteligência emocional, critério cada vez mais utilizado pelas empresas em processos de seleção.
Um médico neurocirurgião e Head Trainer do Treinamento DL – Desenvolvimento e Liderança - afirma que quando um funcionário apresenta problemas técnicos na função que irá executar, apenas pouco tempo de treino e orientações específicas podem sanar o problema. No que diz respeito aos problemas emocionais como autoritarismo, descontrole, egoísmo, individualismo e falta de pró atividade, a solução é bem mais complicada e exige mais tempo e energia da empresa. Sendo assim, prefere-se um profissional que já tenha suas habilidades emocionais desenvolvidas.
Este tema fica mais evidente se for analisado sob a ótica da formação de um líder. Se fossemos realizar um exercício para identificar, de maneira rápida, as principais características de líderes eficazes (aqueles que alcançam o sucesso no que se propõem), poderíamos apontar: a capacidade de negociação, a autoridade, a capacidade de resolução de problemas, a visão estratégica, o conhecimento técnico do setor, mas, sem sombra de dúvidas, haveria uma característica que, segundo Daniel Goleman, está presente em alto grau em todos eles, que é a inteligência emocional, “condição sine qua non da liderança”.
Esta afirmação não pressupõe a exclusão da inteligência intelectual, pelo contrário. E para esclarecer tais pontos, vamos analisar a teoria das múltiplas inteligências e compreender como o líder de sucesso consegue desenvolvê-las para agir efetivamente. Antes, porém, verifique o quanto você se julga emocionalmente inteligente. Avalie, de 0 a 10, o quanto você se considera capaz de:
1. Pensar Positivo;
2. Compreender e descrever o que sente;
3. Equilibrar empatia e a capacidade de estabelecer limites;
4. Entender a realidade e as emoções dos outros;
5. Perdoar;
6. Não se influenciar por julgamentos alheios;
7. Ter autoconfiança;
8. Divertir-se.
Quando dizemos que uma pessoa é inteligente, nosso cérebro automaticamente associa a informação à inteligência intelectual, a qual se desenvolve na escola e pode ser caracterizada pelo domínio das habilidades de lógica matemática e linguística. O nosso cérebro está programado para realizar essa associação porque, até pouco tempo atrás, esta era a nossa única referência de inteligência.
Foi no início da década de 1980 que um psicólogo de Harvard, chamado Howard Gardner, analisou e ampliou o conceito de inteligência. Ao avaliar as diferentes habilidades cognitivas dos seres humanos, Gardner concluiu que medir o coeficiente intelectual não era suficiente para declarar uma pessoa inteligente ou não. Foi avaliado que uma criança que apresentava dificuldade para aprender determinada função matemática, poderia fazê-lo de maneira fácil se fosse aplicada outra abordagem, ou ainda que ela poderia se destacar em outra área que não nas ciências exatas.
Seria necessário, todavia, identificar e estabelecer critérios-base para classificar os fatores constituintes da inteligência humana e categorizar os diferentes níveis de inteligência. Isso feito, Gardner apresentou sete tipos de inteligências (hoje nove), a saber: lógica matemática, linguística, musical, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal, interpessoal e, posteriormente, a naturalista e a existencial.
Foi a partir dessa pesquisa que se aprofundou o estudo da inteligência emocional, dado que a mesma já vinha sendo estudada com outras denominações desde o início do século XX. Considerando os estudos de Howard Gardner, encontra-se evidências da inteligência emocional quando compreendemos a inteligência intrapessoal como a capacidade de compreender a si mesmo, e inteligência interpessoal como a capacidade de compreender os outros. A despeito de outros estudiosos, Daniel Goleman foi um dos principais expoentes do assunto ao lançar seu livro “Inteligência Emocional” em 1995.
Daniel Goleman também é autor do livro “Liderança: A Inteligência Emocional na Formação de Líderes de Sucesso”. Composta por uma seleção de sete artigos publicados por Goleman em diferentes momentos, a obra se propõe a refletir sobre práticas gerenciais, alto desempenho, inovação e excelência no ambiente empresarial. Nosso estudo tem como base o conteúdo do primeiro capítulo intitulado “A Formação de um Líder”.
 No decorrer de sua carreira como psicólogo, pesquisador e estudioso do tema da inteligência emocional, Goleman analisou diversos dados. Dentre suas conclusões, percebeu que conforme as pessoas iam adquirindo cargos em níveis mais elevados, maior também eram seus níveis de inteligência emocional. Suas pesquisas permitiram associar inteligência emocional ao alto desempenho dos líderes. Para explicar o impacto do QE, o autor utilizou os cinco componentes da inteligência emocional.
No que concerne à autoconsciência, Goleman explica que esta, além de significar a compreensão profunda das próprias emoções, forças, fraquezas, necessidades e impulsos, também está ligada à compreensão que as pessoas têm de seus próprios valores e metas. Muitas vezes, a autoconsciência pode ser vista como franqueza, dada a capacidade de se autoavaliar realisticamente. O autor ressalta que franqueza não é insegurança, confusão feita por muitos executivos. Goleman afirmar que pessoas que se avaliam de forma franca e segura estão prontas para fazer o mesmo pelas empresas nas quais trabalham, sendo capazes de tomar uma decisão honesta.
Em relação à autogestão, o autor afirma que o autocontrole é importante para os líderes porque gera um ambiente de confiança e equidade, de modo que não se esperaque o líder tenha surtos emocionais, causando desmotivação, insegurança e rivalidades. Outro motivo é que pessoas com autocontrole são capazes de lidar melhor com mudanças, o que ocorre com muita frequência nas empresas de hoje. Goleman reforça que o autocontrole gera integridade na empresa. Da mesma forma que a autoconsciência é vista como franqueza de forma negativa, pessoas que têm elevado grau de autocontrole são vistas como frias, o que é um equívoco.
A automotivação é apresentada no texto como uma variedade da autogestão, caracterizada pela capacidade de “mobilizar nossas emoções positivas para nos impelir às nossas metas”. Segundo o autor, a motivação é um traço presente em praticamente todos os líderes eficazes e está ligada à necessidade que eles possuem de realizar por realizar e não para conquistar impulsos externos como dinheiro e promoção. O líder eficaz tem paixão pelo trabalho, energia incansável e é persistente.
No caso da empatia e sua relação com a liderança, observa-se que o líder eficaz é capaz de considerar os sentimentos dos funcionários ao tomar decisões. Esta característica ganha destaque em virtude do aumento do trabalho em equipe e da necessidade de reter talentos em um mercado tão competitivo, no qual os funcionários querem desfrutar de distintas experiências em várias instituições. Entender e dialogar com o outro, colocando-se no lugar dele, é uma ótima estratégia. A empatia melhora a comunicação e, por consequência, os relacionamentos.
Por fim, sobre a habilidade social, Goleman afirma que, do mesmo modo que a empatia, ela refere-se à habilidade de se relacionar com outras pessoas, o que é diferente de ser educado e cordial. Pessoas com habilidade social reconhecem e desenvolvem afinidades com outras pessoas. Elas sabem exatamente onde encontrar a pessoa certa, com a qualidade que precisam, no momento que necessitam dela. Elas são capazes de construir pontes entre as pessoas. É a habilidade social, segundo Goleman, que permite ao líder praticar sua inteligência emocional, dado que nenhum líder é uma ilha. Liderança pressupõe lidar com pessoas.
Considerando o que foi exposto, não temos a pretensão de desqualificar o coeficiente intelectual. Nosso propósito é reforçar a importância do desenvolvimento da Inteligência Emocional para aquelas pessoas que se propõem a assumir um cargo de liderança ou mesmo melhorar seu posicionamento dentro da empresa.
De maneira geral, podemos afirmar que o líder eficaz deve ser capaz de liderar a si mesmo, liderar sua vida, suas emoções e seus relacionamentos. Ninguém respeita um líder que não é capaz de respeitar a si próprio, suas emoções e suas necessidades. Para se tornar um líder de si mesmo, o primeiro passo é aplicar os cinco componentes da inteligência emocional. É possível desenvolver essa capacidade, basta que se tome a decisão de fazê-lo e que se tenha coragem o suficiente para tanto.
Utilize as perguntas a seguir para realizar uma autoavaliação. Será que você possui as habilidades de um líder de sucesso?
 
Eu me conheço?
Qual a avaliação faço de mim mesmo como líder? 
Como eu ajo em relação aos outros?
Como costumo dar significados aos fatos?
O que me impacta?
Que impacto eu gero?
 
Eu me gerencio?
Como eu lido com meus sentimentos?
Eu consigo pensar antes de agir?
Eu me adapto a novas situações?
 
Eu me motivo?
Eu sou persistente?
O que me motiva é o medo de perder ou a esperança de ganhar?
Estou pronto para agarrar as oportunidades e superar os obstáculos?
O que preciso fazer para alcançar meu objetivo?
 
Eu conheço os outros?
Eu consigo conectar-me com visões de mundo diferentes?
Eu percebo os sentimentos dos outros?
Eu consigo colocar-me no lugar dos outros?
 
Eu gerencio os outros
Sou eficaz em relação à interação entre as pessoas?
Como eu gerencio conflitos?
Como construo alianças?
Como lido com pessoas difíceis?
BRADBERRY, Jean e GREAVES, Jean. A Inteligência Emocional 2.0: você sabe usar a sua? São Paulo: HSM Editora, 2016.
GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas, a teoria na prática. Porto Alegre: 2000.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 
_________. Liderança: a inteligência emocional na formação de um líder de sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.