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PARASITOSES INTESTINAIS Definição A comunidade biológica é um vasto e complicado sistema de partilha e distribuição de energia entre as diversas formas de vida. · Um dos modos pelos quais os organismos conseguem sua porção de energia é o parasitismo. · O parasitismo (do grego parasitos, que come ao lado de ou com) consiste na interação biológica em que um ser vivo (o parasita) vive à custa de alimento retirado do corpo de outro (o hospedeiro). Protozoários · Entamoeba histolytica · Giardia intestinalis (= Giardia lamblia) · Cryptosporidium hominis, C. parvum ... · Cystoisospora belli · Microsporidia · Blastocistis hominis · Balantidium coli · Cyclospora cayetanensis · Comensais: Endolimax nana, Entamoeba coli Helmintos · Nematelmintos (cilíndricos) · Ascaris lumbricoides · Enterobius vermicularis · Trichuris trichiura · Necator americanus · Ancylostoma duodenale · Strongyloides stercoralis · Platelmintos (achatados) · Taenia solium · Taenia saginata · Hymenolepis nana · Diphylobothrium latum Epidemiologia Até 36% dos brasileiros com alguma parasitose. Em revisão bibliográfica do Ministério da Saúde de 1980 a 2004, foram realizados somente 30 trabalhos de impacto epidemiológico. Metodologia e populações heterogêneos. Prevalência · Geral: 15 a 80% · Lactentes: 15% · Escolares: 23,3 a 66,3% · Poliparasitismo: 15 a 37% Ascaridíase – Ascaris lumbricoides Epidemiologia · É a helmintíase humana mais prevalente no mundo · A OMS estima-se que existam cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados no mundo · A alta prevalência da infecção resulta pela grande produção de ovos pelas fêmeas fecundadas (em média 200 mil ovos por dia) e pela resistência dos ovos em condições ambientais extremas · 200.000 ovos/dia · Podem permanecer viáveis em 5 a 10 graus por até 2 anos Modo de transmissão · Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas Morfologia · Ovo: férteis são ovais · Verme adulto: longo, cilíndrico e com as extremidades afiladas · Lúmen do ID · Fêmea: 25 a 40 cm · Macho: 15 a 20 cm, enrolamento ventral da cauda Quadro clínico · Depende da intensidade da infecção e dos órgãos comprometidos · Percurso desenvolvido pelas larvas: migração no organismo do hospedeiro · Fase de invasão: assintomática, hepatomegalia e icterícia (rara) se elevada carga larvária · Assintomática: carga parasitária leve ou moderada · Manifestações pulmonares: ciclo da larva · Síndrome de Loeffler: febre, tosse, dispnéia e EOSINOFILIA · Intestino delgado: dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia · Complicações · Obstrução intestinal: grande número de vermes (bolo de áscaris) · Sintomas da obstrução/semiobstrução: vômitos; cólicas intensas; distensão abdominal; eliminação dos parasitos nas fezes ou pelo vômito. · Volvos e intussuscepção intestinal · Grande motilidade: presença em locais incomuns ao parasitismo · Apêndice cecal, divertículo de Meckel, vias biliares (relacionado com icterícia obstrutiva) e ducto pancreático (relacionado com pancreatite aguda) · Perfuração intestinal + peritonite · Grande número no estômago: regurgitação + aspiração · Obstrução da árvore traqueobrônquica: insuficiência respiratória (mais comum em crianças) · Ação espoliativa: pode consumir proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C · Subnutrição e baixo desenvolvimento físico e mental