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Anais Fernando Juliatti MODO DE AÇÃO DE FUNGICIDAS POR GRUPO QUÍMICO

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1 Departamento de Fitopatologia, ICIAG/Universidade Federal de Uberlândia, Avenida
Amazonas, Bloco 2E, CEP 38400-902, Uberlândia, MG, e-mail: juliatti@ufu.br
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Fernando César Juliatti1
RESUMO
Os fungicidas são compostos químicos de amplo uso no controle
de doenças de plantas. Alguns com ação protetora e outros curativos e sis-
têmicos. Dentro desta classificação incluem-se os indutores de resistência
que não agem como fungicidas inibidores do crescimento micelial e da
esporulação. Os referidos compostos apenas induzem os sistemas de de-
fesa da planta, pela produção de fitoalexinas e compostos fenólicos, que
são letais a diferentes patógenos de plantas. Os atuais sistemas agrícolas
do Brasil, cuja forma de desenvolvimento é baseada na revolução verde
(cultivares melhoradas, irrigação e uso de pesticidas) têm maximizado a
produção nos diversos cinturões do Brasil. Recentemente, tem-se obser-
vado a necessidade do maior input de fungicidas, nas culturas da soja,
algodoeiro, milho, cafeeiro e hortaliças. Severas epidemias têm ocorrido no
Brasil, como a cercosporiose do milho, a ferrugem da soja, a mancha de
ramulária do algodoeiro que tem desestabilizado os atuais sistemas de
produção. Sistemas de monitoramento de fitopatógenos, bem como o seu
gradiente de dispersão estão sendo estudados.Programas como o Syn-
tinela, SOS Soja e o consórcio nacional antiferrugem têm permitido a sus-
tentabilidade do agronegócio soja, responsável pela estabiidade econômica
do País e o desenvolvimento de novas fronteiras. Entre os diferentes
modos de ação dos fungicidas, nas plantas e nos fungos, discute-se a
necessidade do conhecimento dos diferentes modos de ação bioquímicos,
sua seletividade e o uso de adjuvantes para os diferentes sistemas de
produção e a análise econômica de viabilidade de uso.Os cuidados no
preparo da calda e a tecnologia de aplicação são também fundamentais
para o sucesso das ações de campo. Não podemos dar a chancela a siste-
mas suicidas, como o plantio de soja na região de Primavera do Leste/MT,
onde os pivôs centrais perpetuam constantemente o inóculo, causando um
número excessivo de aplicações de estrobilurinas, ou triazóis ou suas
misturas.
ABSTRACT
The fungicides are chemical compounds used in plant diseases
control. Some kinds of this compounds killed fungi and its micelial growth.
Two action modes are fungistatic and esporulation innibitors. In Brazil, the
use is increasing because the actual agriculture system allowed outbreaks
of many diseases in our country. The green revolution system based in
breeding, irrigated crops and pesticides use augmented, then the patho-
gens presence in crops fields increases too. Different types of fungicides
action is necessary for the diseases control in many crops. In this context
includes the resistance inducers, estrobirulins and triazoles. Different fungi-
cides has been used separated or mixed for the improve diseases control in
cotton, soybeans, common beans, vegetables, coffee plants and corn. After
Asian rust was introduced in Brazil losses were 3 billion dollars in the last
season. New approaches and researchers are going to do for the best
diseases control on soybeans, corn and cotton based in forecasting or alert
systems (Syntinela, SOS Soybean and Soybean rust consorcio). The
synergic effects was observed in fields after fungicides mixed with silicon
and other adjuvants. The economical analysis is very important for the use
of fungicides with different mode of action in plants for pathogens control.
INTRODUÇÃO
s fungicidas são compostos químicos empregados no
controle de doenças de plantas causadas por fungos,
bactérias ou algas. Alguns compostos químicos não
matam os fungos mas inibem o seu crescimento temporariamente. Tais
compostos são chamados de fungistáticos. Alguns produtos químicos
inibem a produção de esporos sem afetar o crescimento das hifas no inte-
rior dos tecidos e, neste caso, são chamados antiesporulantes. Bacterici-
das e antibióticos com ação fungicida estão, implicitamente, incluídos no
conceito.
Atualmente, tem-se notado um aumento na prática do uso de
fungicidas no controle de doenças de plantas. Grandes culturas como soja,
algodoeiro e milho têm recebido no campo pulverizações destas moléculas
visando reduzir o progresso de manchas foliares. Na nossa visão, isto tem
ocorrido devido ao crescimento da agricultura brasileira (área e produti-
vidade), a qual foi baseada no modelo da revolução verde, idealizada pelo
biologista e agrônomo Dr. Norman Borlaug. Presume-se que o uso de se-
mentes melhoradas (convencional ou biotecnológica) e de irrigação para
duas safras ao ano têm possibilitado o maior uso destas moléculas para
este modelo agrícola. Neste caso, houve um rompimento das relações
O
patógeno-hospedeiro, incrementando, assim, o uso dos fungicidas ou de
produtos com efeitos fungistáticos e/ou antiesporulantes. Sistemas como o
plantio direto em algumas regiões do sudoeste Goiano, cerrado mineiro e
mato-grossense têm recebido recentes impactos de novas doenças ou
doenças ressurgentes que, devido às perdas apresentadas, tem justificado
o uso destas moléculas. Como exemplo, pode-se citar as epidemias da
cercosporiose do milho, ocorridas no sudoeste goiano em 1999/2000, a
mancha de ramulária do algodoeiro em Goiás, Mato Grosso e Bahia, e a
ferrugem asiática, que atingiu, na safra de 2003/2004, mais de 20 milhões
de hectares, e com perdas estimadas em quase 3 bilhões de dólares.
Numa visão futura e holística, questiona-se: o que poderá acon-
tecer nas próximas safras com o uso de cultivares de soja, milho e algo-
doeiro transgênicos? A resposta correta é difícil de ser apresentada, mas o
aumento da mancha olho-de-rã em soja, em soja RR, nos Estados Unidos,
Argentina e Brasil, já aponta a “ponta do iceberg que começa a emergir”. A
“ponte verde”, representada por culturas consecutivas e em sucessão no
Brasil, tem permitido a perpetuação e a manutenção constante do inóculo
junto ao hospedeiro. Neste contexto, não temos outra alternativa a não ser
conhecer melhor o modo de ação dos fungicidas sobre plantas e fungos
visando o seu uso sustentável e de forma econômica para não desequi-
librar ainda mais este sistema agrícola muito instável, embora, pela ótica
agronômica, a produtividade tenha aumentado nos últimos anos. Pode-se
citar, como exemplo, as epidemias da ferrugem asiática da soja, que têm
sido freqüentes nas áreas de pivô central de Primavera do Leste, no Mato
Grosso, levando, assim, ao uso indiscriminado de fungicidas em algumas
propriedades e grupos empresariais. Registrou-se, na presente safra
(2004/5), até cinco aplicações de triazóis ou de suas misturas com estro-
bilurinas, sem lograr sucesso na prática, devido à alta pressão de inóculo.
É amplamente visível o gradiente de dispersão do fungo a partir dos pivôs
centrais. Em função desse fato, tem-se observado a redução do número de
aplicações de fungicidas. Assim, se não houver um bom manejo do inóculo
nestas áreas, através do rompimento das relações patógeno-hospedeiro, o
atual modelo agrícola será insustentável.
MODO DE AÇÃO DOS FUNGICIDAS
Quanto ao modo de ação dos fungicidas, pode-se dividi-los em
protetores e erradicantes e sistêmicos, quando se avalia a sua ação no
alvo (planta). Os modernos fungicidas triazóis e as estrobilurinas apresen-
tam interfaces para estes dois mecanismos, havendo triazóis extrema-
mente seletivos e de alta translocação na planta até os menos seletivos e
de baixa translocação na planta. A relação entre a rápida translocação e a
ação do fungicida na planta depende da sua liposolubilidade e da sua hi-
drosolubilidade. Entre as estrobilurinas tem-se as mais sistêmicas, como a
azoxystrobina, e as mesostêmicas (acumulam-sena cutina), que são de
liberação lenta para a planta, como a trifloxystrobina. Quanto ao modo de
ação sobre fungos tem-se os fungicidas protetores [cúpricos, estanhados,
carbamatos, nitrilas (clorotalonil)], que atuam de forma inespecífica nas
membranas dos fungos, inibindo a ação protéica e enzimática. Em algumas
situações, os depósitos em excesso destes fungicidas podem causar
fitotoxidade em plantas, principalmente quando são usadas misturas de
tanque e na presença de óleos.
Os benzimidazóis são fungicidas que atuam na divisão celular de
fungos, interrompendo o ciclo mitótico. Na realidade, impedem a formação
da placa metafásica durante a divisão celular. Os primeiros e os mais
modernos triazóis atuam na formação do ergosterol, que é um importante
lipídio fúngico para a formação da membrana das células. A ausência
desta camada leva ao colapso da célula fúngica (micélio) e à interrupção
do crescimento micelial (corpo fúngico).
As acilalaninas, que atuam em espécies do reino cromista
(míldios), são inibidores da síntese ou formação de proteínas. Deste modo,
atuam tanto na fase de formação do esporângio quanto na liberação dos
zoósporos. Como exemplo, tem-se o patossistema da requeima do toma-
teiro, onde, apesar das características curativas do fungicida, as aplicações
preventivas têm permitido maior sucesso nas culturas do tomateiro e
batateira. Para a ferrugem asiática da soja, apesar do aspecto curativo dos
triazóis, as aplicações preventivas também têm permitido maior sucesso no
controle da doença. Presume-se que doenças com elevada taxa de
progresso, como as duas mencionadas as aplicações preventivas ou nos
primeiros sintomas são as mais adequadas.
A prevenção ainda é a melhor forma de controle, pois aplica-se o
conceito da proteção de plantas. Desta forma, a menor pressão de seleção
na população do patógeno permite um menor risco de aparecimento e
multiplicação das formas resistentes em patógenos com alta mutabilidade
vertical. A Tabela 1 apresenta alguns dos princípios e modos de ação dos
fungicidas. A Tabela 2 apresenta a taxa de progresso da ferrugem asiática
em relação ao uso preventivo (estádio fenológico - V2) e curativo de
fungicidas ( estádios fenológicos V4 e V6).
Tabela 1. Processos vitais dos fungos fitopatogênicos interrompidos por diversos fungicidas.
Grupo químico Fungicidas Mecanismo de ação
Enxofre Sulfurados Cadeia respiratória (transporte de elétrons)
Cúpricos Cobres fixos Inativação de enzimas essenciais-Grupo SH
da metionina
Ditiocarbamatos Maneb, Zineb, Mancozeb Inativação de enzimas essenciais
Nitrogenados heterocíclicos Captan, Captafol Inativação de enzimas essenciais
Nitrilas Clorotalonil Inativação de enzimas essenciais
Guanidina Dodine Permeabilidade de membranas
Compostos aromáticos PCNB Permeabilidade de membranas
Benzimidazóis Benomil, Tiofanato Metílico Inibição da síntese de DNA
Oxatinas Carboxin, Oxicarboxim Inibição do oxigênio na cadeia de transporte
de elétrons
Organofosforados Kitazim, Ediphenphos Inibição da síntese de quitina
Triazóis Tridimefon, Triadimenol,
Propiconazole, Triciclazol
Bloqueio na biossíntese de Ergosterol
Acilalaninas Metalaxyl, Furalaxyl Inibição da biossíntese de RNA
Morfolinas Tridemorph, Dodemorph Cadeia de transporte de elétrons
Tabela 2. Taxas de progresso da ferrugem asiática em função do controle preventivo ou
curativo com fungicidas aos 40 dias após a inoculação da ferrugem.
1, 2 Adição de Nimbus a 0,5%.
3, 4 Adição de Silício solúvel foliar a 30% (200 mL 100 L-1 de água).
A Figura 1 apresenta as relações entre a produtividade de milho
no cerrado brasileiro e a severidade de cercosporiose (área abaixo da
curva de progresso da doença) em diferentes híbridos de milho na safra
2001/02.
1,41,41,4Testemunha12
0,50,00,1Myclobutanil11
0,20,10,0Difeconazole410
0,10,10,5Azoxystrobin39
0,40,40,6Carbendazim8
0,20,00,0Azoxystrobin + Cyproconazole27
0,20,00,1Tetraconazole6
0,20,00,2Tebuconazole5
0,40,10,1Flutriafol4
0,70,00,2Epoxiconazole + Pyraclostrobin3
0,30,20,5Difeconazole2
0,20,30,5Azoxystrobin11
V6V4V2Nome Técnico
Produ
to
1,41,41,4Testemunha12
0,50,00,1Myclobutanil11
0,20,10,0Difeconazole410
0,10,10,5Azoxystrobin39
0,40,40,6Carbendazim8
0,20,00,0Azoxystrobin + Cyproconazole27
0,20,00,1Tetraconazole6
0,20,00,2Tebuconazole5
0,40,10,1Flutriafol4
0,70,00,2Epoxiconazole + Pyraclostrobin3
0,30,20,5Difeconazole2
0,20,30,5Azoxystrobin11
V6V4V
2 2Nome TécnicoProduto
AACPD (Cercosporiose)
P
ro
du
çã
o 
(K
g 
/ h
a)
1000
3000
5000
7000
9000
11000
-200 200 600 1000 1400 1800
Equação de Regressão: Produção = 7971,8 - 2,129 x AACPD
Coeficiente de Correlação: r = -0,6934
Coeficiente de Determinação: R2 = 0,4808
Figura 1. Regressão linear entre AACPD e produtividade (kg ha-1) para os fatores
híbridos, fungicidas e épocas. Montividiu , GO, 2001. Universidade Federal
de Uberlândia, Uberlândia, 2002.
Nas recomendações de campo, alguns cuidados devem ser
tomados em relação aos fungicidas:
• As aplicações preventivas sempre logram mais sucesso que as
curativas;
• Não se deve usar fungicidas em altas populações de
fitopatógenos, pois o risco da seleção de mutantes resistentes
é maior;
• Em patossistemas que evoluem das folhas inferiores para as
superiores a proteção e a tecnologia de aplicação devem
propiciar uma boa cobertura de gotas no interior das plantas;
• Em solos com baixa disponibilidade hídrica, ou em plantas sob
estresse hídrico, deve-se Ter cautela com o uso de fungicidas
triazóis, principalmente em mistura com nitratos ou cloreto de
potássio, pois o risco de fitotoxicidade nas plantas é maior;
• Aplicações de fungicidas triazóis de elevada absorção pelas
folhas ou que são de rápida entrada e menor translocação
devem ser usados com cautela nas horas mais quentes do dia
e em misturas com formulações oleosas de inseticidas;
• O uso global de fungicidas em grandes áreas deve ser bem
dimensionado em relação à tecnologia e disponibilidade de
máquinas para o produtor, evitando, assim, o controle curativo;
• Tem-se confirmado de forma sucessiva e eficaz o uso de
formulações de silício para aplicações foliares, que têm
apresentado interação sinérgica com os modernos fungicidas
sistêmicos e maximizado, assim, a sua ação na planta em
diversos patossistemas;
• O uso de fungicida deve ser preconizado quando este promover
retorno econômico.
A Tabela 3 apresenta uma análise econômica do uso de
fungicidas triazóis e estrobilurinas na cultura do milho e o seu impacto
na produção. Pela tabela nota-se que a produtividade deve ser superior
a 250 kg ha-1 para que uma aplicação de fungicida na cultura seja
justificada.
Tabela 3. Custo de uma aplicação de fungicida em lavoura de milho utilizando-se o
pulverizador autopropelido JD4700 – Rendimento operacional: 50 ha h-1.
UFU, Uberlândia, 2002.
Custo
Fungicida
R$ ha-1 Sc (60 kg ha-1)*
Produtividade
kg ha-1
Mancozeb 800 61,36 4,99 299,4
Azoxystrobina 78,33 6,37 382,2
Difeconazole 72,27 5,88 352,8
Propiconazole 48,54 3,95 237,0
-500
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
E1021 M2444 MAS53 N1052 N1053 N1073 R2233 S3211 T 1022 TK1023
Híbridos
V
ar
ia
çã
o
 n
a 
P
ro
d
u
çã
o
 (
kg
/h
a)
 
Mancozeb Azoxystrobin Difeconazole Propiconazole
Figura 2. Impacto de diferentes fungicidas em diferentes híbridos na cultura do milho.
Na Tabela 3, nota-se que a produtividade em diferentes
híbridos de milho tem sido reduzida acima de 250 kg ha-1, justificando o
uso de fungicidas entre os 45 e 60 dias da cultura, mesmo em híbridos
mais resistentes, conforme observado na figura 2. A principal razão para
esta premissa é a ocorrência de diferentes patossistemas nas diferentes
áreas de produção no Brasil, em locais de alta pressão de inóculo. A
Tabela 4 apresenta diferentes níveis de perdas de produtividade pela
ferrugem da soja após a sua introdução no Brasil, com base em
diferentes níveis de incidência e severidade em 40 ensaios de campo.
Tabela4. Perdas de produtividade da soja em função dos níveis de incidência e
severidade da ferrugem asiática*.
Incidência Severidade Perdas de produtividade
0% 0% 0 sacas ha-1
57% 1-3% 2,1 sacas ha-1
97% 12% 10, 9 sacas ha-1
100% 25% 25 sacas ha-1
* Média de 40 experimentos em diferentes locais e pressão de doença.
Na Tabela 5 são apresentados diferentes genótipos de soja e seus
diferentes níveis de resistência horizontal (parcial), que poderão definir o
número de aplicações de fungicidas de forma mais econômica e racional
na cultura.
Tabela 5. Médias de AACPD (área abaixo da curva de progresso de doença) da
severidade de ferrugem asiática, em diferentes linhagens e cultivares de soja,
com diferentes níveis de resistência horizontal.
Cultivares Médias
IAC PL 1 2.458 a
Dedini 2.372 ab
Monarca 2.280 abc
Kaiabi 2.247 abc
M-soy 7900 2.234 abc
Sol 2.233 abc
M-soy 9001 2.227 abc
Vencedora 2.207 abc
Uirapuru 2203 abc
IAC 22 2.182 abc
Tucunaré 2.118 abc
Tabarana 2.107 abc
Xingu 2.082 abc
Linhagem 15 2.078 abc
Mutum 2.059 abc
Caiapônia 2.053 abc
Guaporé 2.048 abc
Zamboni 2.047 abc
Carrera 2.036 abc
Liderança 2.035 abc
IAC 20 2.027 abc
Mineiros 2.011 abc
Pétala 1.995 abc
Perdiz 1.969 abc
M-soy 8200 1.962 abc
M-soy 8870 1.960 abc
M-soy 8222 1.953 abc
Sambaíba 1.944 abc
IAC 17 1.927 abc
IAC 19 1.926 abc
Tucano 1.913 abc
Elite 1.900 abc
Splendor 1.884 abc
DM 339 1.876 abc
Coodetec 208 1.862 abc
IAC 26 1.831 abc
IAC 24 1.815 abc
Pintado 1.804 abc
Luziânia 1.801 abc
IAC 18 1.795 abc
Riqueza 1.789 abc
IAC 23 1.789 abc
Nambu 1.757 abc
Arara Azul 1.755 abc
Conquista 1.687 abc
Emgopa 313 1.680 abc
M-soy 8211 1.643 abc
Linhagem 16 1.350 abc
Fortuna (UFU 801) 1.297 c
Média geral 1.951
CV(%) 2,75
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