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Apostila completa Guerra Fria I

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Fim da 
Guerra Fria
O Fim da Guerra Fria
A détente (em português, “distensão”), instituída nas relações entre os Estados Unidos e a União 
Soviética no início da década de 1970, caracterizou-se por acordos bilaterais que tinham o obje-
tivo de diminuir os riscos de uma guerra nuclear e amenizar os conflitos Leste-Oeste. Nesse con-
texto, destacaram-se os acordos da série Salt (Strategic Arms Limitations Talks – Conversações so-
bre Limitações de Armas Estratégicas), entre 1972 e 1979, que efetivamente passaram a controlar 
o arsenal nuclear das duas superpotências. 
No início da década de 1980, porém, o presidente norte-americano Ronald Reagan retomou a 
chamada “política da intimidação”, acentuando a corrida armamentista e frustrando quaisquer 
tentativas de acordo entre 1985 e 1986. A Europa, temendo transformar-se em palco de uma 
guerra nuclear, pressionou a retomada dos encontros de cúpula entre os Estados Unidos e a Un-
ião Soviética.
Ao mesmo tempo, o dirigente soviético Mikhail Gorbatchev imprimiu em seu país, a partir de 
1985, a reestruturação econômica e a abertura política, que remodelaram não só o bloco social-
ista (levando ao colapso de suas estruturas), como também as relações internacionais mundiais. 
Em novembro de 1987, Reagan e Gorbatchev, abrindo nova rodada de negociações sobre de-
sarmamento, assinaram um acordo para a eliminação dos mísseis de médio alcance na Europa e 
na Ásia. Em janeiro de 1988, o governo soviético anunciou o início da retirada de suas tropas do 
Afeganistão no ano seguinte, a abertura política e os efeitos da perestroika desmontaram o bloco 
socialista, apressando o fim da confrontação tradicional com os Estados Unidos.
No início dos anos 1990, aceleraram-se acordos de desarmamento nuclear; em 1991, o Come-
con e o Pacto de Varsóvia foram dissolvidos, ao mesmo tempo que tiveram início gestões para 
a remodelação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em dezembro de 1991, a 
União Soviética desapareceu, dando lugar à Comunidade de Estados Independentes (CEI), ten-
do a Rússia como principal herdeira da ex-União Soviética em termos políticos, geopolíticos e 
econômicos. Veja o mapa abaixo. A seguir, você conhecerá melhor o período que antecedeu e 
preparou o fim da Guerra Fria. 
Os Estados Unidos a partir dos anos 1960
Mantendo o consenso entre as elites norte-americanas, os partidos republicano e democrata 
continuaram se revezando no poder. Richard Nixon, eleito pelo Partido Republicano em 1968 
e reeleito em 1972, governou os Estados Unidos até 1974. Retomou a reaproximação com os 
países comunistas, sem perder o tradicional caráter ofensivo, e iniciou mais um período de détente, ten-
do à frente o secretário de Estado Henry Kissinger. Em 1971, os Estados Unidos apoiaram a entrada da 
China comunista no Conselho de Segurança na ONU e, em 1972, o presidente norte-americano encon-
trou-se com Mao Tse-tung. A aproximação com a China representava mais um passo ofensivo do governo 
norte-americano, ao unir-se a uma potência vizinha e rival dos soviéticos.
Logo após a visita à China, Nixon foi à União Soviética, onde assinou com o presidente Leonid Brejnev 
o tratado Salt-1, de limitação de armas nucleares. O período Nixon caracterizou-se também pela pressão 
da opinião pública em relação à Guerra do Vietnã, o que o levou a adotar a política de “vietnamização” da 
guerra, ou seja, a tentativa de retirar os soldados norte-americanos do conflito, oferecendo, em contrapar-
tida, armamentos a seu aliado, o governo do Vietnã do Sul. 
Enquanto levava adiante esse projeto, Nixon procurou enfraquecer os guerrilheiros do Vietnã do Sul, os 
vietcongs, bombardeando maciçamente seus aliados comunistas do Vietnã do Norte. Estes, entretanto, 
avançaram progressivamente, respondendo aos ataques.
Apesar da aproximação diplomática com os países comunistas, os Estados Unidos não descuidavam de 
sua supremacia sobre os países subdesenvolvidos. Além da questão do Vietnã, participaram oficiosamente 
da derrubada do presidente chileno Salvador Allende, de tendência socialista, em 1972, cujas reformas 
prejudicavam os interesses econômicos norte-americanos. Após um golpe sangrento, instaurou-se no 
Chile a ditadura militar de Augusto Pinochet, como já vimos. O fim do governo Nixon deu-se com o caso 
Watergate, iniciado em 1972. Membros do Partido Republicano – ao qual Nixon pertencia – foram sur-
preendidos tentando instalar um sistema de escuta para espionar os escritórios do rival Partido Democra-
ta, no edifício Watergate, em Washington, a quatro meses das eleições presidenciais.
Denunciado pelo jornal Washington Post, que não poupou sequer a alta cúpula governamental, o escân-
dalo atingiu Nixon e mobilizou toda a imprensa e a opinião pública norte-americana. Comprovado seu en-
volvimento, o presidente foi obrigado a renunciar. Caso não o fizesse, seria impedido, pelo Congresso, de 
governar (impeachment). A presidência foi então ocupada pelo vice-presidente Gerald Ford (1974-1976), 
que, em 1975, concedeu “perdão pleno e absoluto” a Nixon por todos os delitos que pudesse ter cometido 
enquanto ocupava a presidência. 
Marcado pela derrota norte-americana na Indochina (Vietnã, Laos e Camboja), o governo Ford viveu a 
plena desmoralização de seu partido e da administração republicana, o que impossibilitou sua tentativa 
de reeleição. A situação econômica norte-americana enfrentou dificuldades, como a elevação dos preços 
do petróleo determinada já desde 1973 pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), 
dominada pelos países árabes. Os efeitos dessa alta foram sentidos em todo o mundo capitalista, espal-
hando recessão e dificuldades, o que minou a liderança norte-americana e o governo Ford. 
Eleito presidente pelo Partido Democrata, Jimmy Carter (1977-1980) fez acordos de distensão
com os soviéticos, assinou o Salt-2 (1979) e adotou uma política de defesa dos direitos humanos. Sua 
política internacional motivou a redemocratização de países capitalistas governados por ditaduras e in-
tensificou as críticas às limitações das liberdades públicas nos países comunistas. Diante das denúncias 
de violações dos direitos humanos, como tortura, prisões e cerceamento da oposição, Carter chegou a 
negar créditos para a compra de armamentos a vários países da América Latina, na época sem liberdades 
democráticas estabelecidas, como Brasil, Argentina, El Salvador e Guatemala. Carter também mediou a 
Conferência de Camp David, em 1978, que deu origem a um tratado de paz entre o Egito, governado 
na época por Anuar Sadat, e Israel, dirigido por Menachem Begin. Com esse tratado, estabeleceram-se 
relações diplomáticas entre esses países, que estavam em guerra havia anos. Era o ponto de partida para a 
pacificação do Oriente Médio, a qual só avançou limitadamente na década de 1990.
No final do governo Carter, emergiram diversas crises internacionais que arruinaram o prestígio da ad-
ministração democrata. No Irã, em 1979, o xá Reza Pahlevi, tradicional aliado dos Estados Unidos, foi der-
rubado por uma revolução islâmica. O novo líder do país, aiatolá Khomeini, passou a pregar um nacionalis-
mo religioso com posições radicalmente antinorte-americanas, levando a uma postura de enfrentamento 
com os Estados Unidos. 
Na Nicarágua, também em 1979, a Revolução Sandinista, de inspiração marxista, acabou com o longo 
período de dominação da família Somoza, aliada histórica dos Estados Unidos. A derrubada do ditador 
Anastácio Somoza pelos guerrilheiros da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) envolveu o gov-
erno Carter em novas dificuldades para sua política externa.
Candidato à reeleição nas eleições presidenciais de 1980, Carter foi derrotado por Ronald Reagan, inician-
do um novo período de predomínio do Partido Republicano. Reagan assumiu em 1981 e foi reeleito em 
1984, permanecendo no poder por oito anos, época de impulso nas pregações em favor da economia de 
mercado, o neoliberalismo. 
Logo no início de seu primeiro mandato,Reagan ampliou as sanções econômicas à União Soviética e a 
repressão aos regimes de esquerda na América Central e no Caribe. Ao mesmo tempo, retomou a corrida 
armamentista, implantando uma política intimidadora aos soviéticos. A instalação de armas poderosas na 
Europa fez crescer os protestos populares, provocados pelo medo de que o continente se transformasse 
em arena de um conflito nuclear.
Contrários ao rearmamento norte-americano, os soviéticos retiraram-se das conversações em curso em 
Viena, em 1983, mesmo ano em que Reagan interveio em Granada, na América Central, afastando um gov-
erno que não atendia aos interesses de seu país na região. Na Nicarágua, até o final da década, aumentou 
as pressões aos sandinistas, apoiando abertamente os guerrilheiros contrarrevolucionários (“os contras”) 
e fazendo sucessivas ameaças de uma ação militar na região, semelhante à que empreendera em Granada. 
Reagan iniciou também um programa militar que ficou conhecido como Guerra nas Estrelas, sofisticado 
projeto bélico que visava proteger os Estados Unidos contra possíveis mísseis inimigos com base na for-
mação de um “escudo” de mísseis dirigidos para o céu. Após sofrer pressões internas e externas, o projeto 
não chegou a ser implantado. 
O desenvolvimento econômico interno ocorrido durante seu governo garantiu-lhe popularidade
e permitiu que se reelegesse em 1984. Por causa das pressões europeias e da política implantada pelo 
novo governante soviético, Mikhail Gorbatchev, o governo norte-americano reverteu a política de intimi-
dação ao bloco socialista, retomando a distensão com a União Soviética.
Em 1987 foram assinados acordos de desarmamento nuclear, ratificados na viagem do presidente 
norte-americano à União Soviética no ano seguinte. Internamente, o país adotou uma política de corte 
de gastos públicos, principalmente na área de bem-estar social, e de desregulamentação da economia, 
provocando o desemprego e a concentração da renda pelos mais ricos, dentro dos princípios do neoliber-
alismo, como veremos mais à frente. George Bush foi eleito sucessor de Reagan pelo Partido Republicano, 
para o período de 1989 a 1993, dando continuidade à política de entendimento com Gorbatchev em meio 
à desmontagem dos regimes socialistas do Leste Europeu até o desaparecimento da União Soviética, no 
início da década de 1990. 
Reafirmando sua supremacia internacional e sob o respaldo da ONU, os Estados Unidos praticamente 
comandaram, no início de 1991, a Guerra do Golfo contra o Iraque. Essa guerra decorreu da invasão do ter-
ritório do Kuwait, em 1990, pelo Iraque, governado por Saddam Hussein, que procurava projetar-se como 
grande líder das nações árabes.
A oferta de petróleo às potências ocidentais a preços baixos e a busca de novos acessos do Iraque ao Gol-
fo Pérsico foram os pretextos para a invasão e posterior anexação territorial do Kuwait. Respaldadas pela 
ONU, as grandes potências, tendo à frente os Estados Unidos, exigiram a desocupação do Kuwait e, não 
sendo atendidas, declararam guerra a Saddam Hussein. 
A coalizão internacional de aproximadamente trinta países, liderada pelos Estados Unidos, iniciou em 
janeiro de 1991 o bombardeio contra o Iraque, desencadeando a operação Tempestade no Deserto, a 
maior mobilização militar mundial desde a Segunda Guerra. O confronto terminou em quarenta dias com 
a derrota do Iraque, que sofreu grandes perdas materiais e humanas. Terminada a guerra, a ONU estabe-
leceu sanções econômicas ao Iraque, especialmente o embargo sobre suas exportações de petróleo, além 
de impor a eliminação de seus arsenais de armas nucleares, biológicas e químicas e dos mísseis de longo 
alcance.
Até 1992, o presidente Bush experimentou oscilações em sua popularidade, ora ganhando prestígio, com 
a hegemonia do país depois da queda do bloco socialista, ora perdendo, com sinais de aumento do de-
semprego e queda da produtividade da economia norte-americana. Diante disso, foi derrotado quando 
tentou se reeleger, nas eleições de 1992, pelo candidato do Partido Democrata, Bill Clinton, que assumiu o 
governo em 20 de janeiro de 1993.
Com Clinton, a economia norte-americana apresentou sucessivos índices de crescimento, o que favore-
ceu sua reeleição em 1996. Apesar de governar em um período de excelente desempenho econômico, 
entre 1998 e 1999 foi ameaçado de impeachment por seu envolvimento com uma ex-estagiária da Casa 
Branca, Monica Lewinsky. Em fevereiro de 1999, o Senado absolveu o presidente. Nas eleições presidenci-
ais de 2000, o partido de Clinton indicou Al Gore para concorrer com o candidato do Partido Republicano, 
George Walter Bush, filho do ex-presidente Bush. Numa apuração de votos repleta de irregularidades, com 
várias recontagens, George W. Bush saiu vitorioso. 
Em janeiro de 2001, George W. Bush assumiu o cargo de 43º- presidente dos Estados Unidos, proclaman-
do, em seguida, a reativação militar, especialmente a montagem de um escudo antimísseis, o National 
Missile Defense. Diversos analistas e especialistas da política internacional chamaram atenção para a reto-
mada da corrida armamentista tão típica do pe río do da Guerra Fria e do governo Reagan, mas dessa 
vez com um novo agravante: a instalação desse sistema, pelo menos em tese, daria aos Estados Unidos a 
capacidade de se defender de um ataque nuclear e, portanto, de lançar uma resposta arrasadora. 
No dia 11 de setembro de 2001, a questão do escudo antimísseis norte-americano foi colocada em se-
gundo plano: terroristas suicidas destruíram completamente dois grandes edifícios, as torres do World 
Trade Center, em Nova York, e parte do Pentágono, nos arredores de Washington. Os ataques, tidos como 
os maiores sofridos até então pelos Estados Unidos em seu próprio território, foram realizados com aviões 
de carreira sequestrados e se voltaram contra os símbolos do poderio econômico e militar dos Estados 
Unidos, deixando milhares de mortos e uma forte sensação de vulnerabilidade no país mais poderoso do 
mundo.
A situação desdobrou-se na primeira guerra declarada do século XXI, tendo como alvo um grupo terroris-
ta fixado no Afeganistão (a Al-Qaeda, responsável pelos ataques de 11 de setembro) e apoiado pelo grupo 
governamental Talibã.
O período de “guerra ao terror”, iniciado em 2001, resultou na derrubada do governo Talibã no Afegan-
istão e implantou nos Estados Unidos várias medidas policiais destinadas a evitar novos atentados terror-
istas. Um desdobramento foi a adoção da Doutrina Bush, sustentada na possibilidade de ação militar uni-
lateral dos Estados Unidos em qualquer país do mundo, acima de leis e políticas internacionais, e sempre 
tendo como justificativa a “guerra ao terror”.
A ameaça estaria nos países que formavam o “eixo do mal”, como Iraque, Irã e Coreia do Norte, que, se-
gundo Bush, fabricavam armas de destruição em massa e patrocinavam o terrorismo internacional. A par-
tir de então, os Estados Unidos adotaram medidas agressivas e de endurecimento contra os rivais, como 
a transferência de prisioneiros de guerra do Afeganistão para a base norte-americana de Guantánamo 
(onde seriam vítimas de maus-tratos denunciados pela imprensa a partir de 2004), e pressão e ameaça de 
guerra, especialmente contra o Iraque.
Considerado grande inimigo dos Estados Unidos, o Iraque de Saddam Hussein possuía em 2003 a se-
gunda maior reserva petrolífera em exploração do mundo, o que – diante de um iminente ataque dos 
norte-americanos – fez disparar os preços internacionais do barril de petróleo.
Em março de 2003, sem o apoio da comunidade internacional nem do Conselho de Segurança da ONU, 
mas com o auxílio de forças britânicas, os Estados Unidos deram início à invasão ao Iraque, ainda liderado 
por Saddam Hussein. O uso de armamentos sofisticados e de tecnologias de última geração provocou 
muitas mortes e destruição em larga escala. Os bombardeios aéreos e os ataques das tropas que avançar-
am rapidamente até chegar à capital, Bagdá, em abril de 2003, justificarama afirmação de Ives Gandra 
Martins, de que, em contrapartida ao “terrorismo às escuras”, de Bin Laden, Bush respondeu com o “terror-
ismo oficial”, só diferenciados em dimensão: “o primeiro destruiu duas torres, e o segundo, um país inteiro”. 
No final de 2004, os inspetores de armas dos Estados Unidos apresentaram ao Senado um relatório con-
firmando a inexistência de armas proibidas no Iraque, tidas como de destruição em massa. Depois de 
meses de investigação, nenhum vestígio foi encontrado do suposto arsenal, derrubando, assim, a principal 
justificativa para a guerra contra o Iraque. Contudo, reeleito presidente para mais quatro anos, Bush man-
ifestou sua intenção de aprofundar a “guerra contra o terror” e intensificar a atuação no Iraque, fazendo 
também ameaças a países rivais, especialmente contra o Irã, a Coreia do Norte e posteriormente Cuba, 
considerados pelas autoridades norte-americanas como governos favoráveis ao terror e participantes do 
denominado “eixo do mal”. 
Em 2006, o governo Bush reafirmou sua doutrina de ataques preventivos – Doutrina Bush – contra países 
que representassem, segundo autoridades norte-americanas, ameaças aos Estados Unidos, citando, além 
dos países acima, também a Venezuela.
O quadro de violência continuou intenso no Iraque, com ataques da resistência iraquiana e investidas 
dos soldados norte-americanos, apesar de acontecimentos como a prisão de Saddam Hussein em 2004, 
as eleições presidenciais iraquianas de 2005, a execução de Saddam Hussein em 2006 e a sucessão de 
Bush por Barack Obama, do Partido Democrata, em 2009. Em dezembro de 2011 a guerra do Iraque foi 
oficialmente encerrada a um custo estimado em torno de US$ 1 trilhão, um saldo de mortos de mais de 
4 mil soldados norte-americanos e bem mais de 100 mil civis iraquianos, além de dezenas de milhares de 
mutilados. A destruição do país servia de mais combustível para os conflitos entre facções iraquianas rivais, 
especialmente entre xiitas e sunitas, com seguidos atentados e inúmeras vítimas, como sequência de uma 
guerra real herdada daquela que fora declarada finalizada.
O governo Obama, além de herdar os efeitos desastrosos da política internacional de seu antecessor, 
também teve de enfrentar uma grande crise econômico-financeira iniciada em 2008, último ano do gover-
no Bush, considerada a mais profunda crise do sistema desde 1929. O novo governo norte-americano ten-
tou reverter seus efeitos quanto a falências, queda produtiva e desemprego, praticando um intervencion-
ismo estatal na economia com a liberação de trilhões de dólares para empresas e setores em dificuldades. 
Reformismo da política externa e interna e os altos custos de tais políticas firmavam-se como elementos 
desafiadores ao sucesso do governo Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América. 
Reeleito para a Presidência dos Estados Unidos, no discurso de posse de janeiro de 2013, Barack Oba-
ma reforçou suas promessas de recuperar a economia, adotar medidas diante das mudanças climáticas e 
buscar a paz, via diálogo, com outras nações. Entre as questões mais importantes estavam o desemprego 
(cerca de 12 milhões de desempregados em dezembro de 2012), corte de gastos e redução do deficit para 
equilibrar as contas norte-americanas. Da mesma forma, destacavam-se também a concorrência chinesa, 
os atritos com o Irã e a retirada do exército norte-americano do Afeganistão, presente no país desde 2001, 
entre tantas outras questões.

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