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Resenha do texto: NEOLIBERALISMO O QUE É E DE ONDE VEM Reginaldo Moraes

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NEOLIBERALISMO – O QUE É E DE ONDE VEM
Reginaldo Moraes
No capítulo “Neoliberalismo – O que é e de onde vem”, o autor irá contar a história desse importante movimento político, analisando as principais ideias e movimentos que deram origem a essa metodologia econômica. Buscando analisar os pensamentos políticos da época assim como os pensamentos liberais e neoliberais.
Inicialmente o autor explica que o neoliberalismo não se trata apenas de uma ideologia, mas de um pensamento, uma forma de ver o mundo, baseado nas percepções e ideias de Keyne, pensador que deu origem ao conceito neoliberal como alternativa para a situação dos países ocidentais no século XIX. Segundo ele a intervenção política do Estado na economia passava-se apenas de uma estratégia política da qual o próprio governo controlaria a economia e consequentemente limitaria o seu crescimento. Contrário a isso, Keyne buscou explicar através da ideia Neoliberal, que a sua visão contrária ao Estado de Bem-estar social era de que a economia precisava de autonomia e liberdade para evoluir e crescer, no entanto viu-se a necessidade de haver limites para suas ações, definindo assim o papel do Estado como intermediador do poder e não detentor dele.
Para o autor esse pensamento foi o ponto de partida para a ideia liberal no início do século XX, após a então crise de 1929, ficou claro que a economia privada embora fosse livre ainda precisava de uma entidade reguladora, o Estado, para que fosse possível o controle sobre as oscilações de empregos, possíveis crises econômicas e investimentos. Segundo Moraes a vinda do neoliberalismo ocorreu no momento propício e de maior necessidade, ainda superando a crise que abalava o ocidente, o pensamento neoliberal tomou força e transformou a situação dos países ocidentais, começando pela América Latina e posteriormente para as demais regiões. Pode-se observar que está analise política e econômica é fundamentada em uma situação crítica para o mundo, onde a inflação e as crises assolavam todo o mundo, o autor consegue descrever inicialmente o porquê do pensamento neoliberal ter ganhado força.
Moraes descreve também as principais ideias liberais, a privatização das empresas estatais e a regulamentação da atuação pública sobre os empreendimentos privados. De um lado os empresários acusando o governo de opressões e encargos insuportáveis, do outro, o governo conservador que não queria abrir mão do seu poder sobre as estatais. Defendendo o ponto de vista liberal, o autor, aponta que a luta contra o Estado de Bem-estar social tem como foco desmascarar o Estado em frente ao povo, mostrando a ele que a “máscara de mocinho” não passa de uma farsa, acobertada pela ideia de um governo detentor do poder econômico, quando segundo Moraes, não passa apenas de uma ilusão bancada pelo dinheiro dos cidadãos.
A globalização trouxe mudanças nos mecanismos de controle econômico, agora a generalização dos mercados mundiais e a descentralização do poder econômico, revelou um “gerente mundial” que vai além de qualquer soberania nacional, trazendo a vida o novo cenário econômico, uma nova era para as relações entre governos e mercados.
A independência dos mercados, mudou a forma com que o Estado passou a governar, agora limitado seu poder pelo novo modelo econômico, os governos passaram a ter basicamente dois papeis segundo Moraes. Um para baixo, transferindo-se as competências para demais setores a fim de descentralizar o poder e a força estatal, e para cima cedendo parte de suas competências para demais organizações, como os grupos econômicos, como o G7, OMC, etc.
É clara a satisfação do autor ao contar o processo de desenvolvimento neoliberal, tal como uma libertação política, agora finalmente o capitalismo está vivenciando a sua era mais liberal, conquistando os espações que eram dele por direito e que o poder público havia tomado sem pedir, para o autor tal movimento é uma vitória, uma mudança na história político-econômica mundial. O que de fato não deixa de ser verdade, em vista de que o neoliberalismo e seus pensamentos trouxeram a liberdade que o capitalismo precisava para demonstrar todo o seu poder, agora a economia não mais era apenas uma parte do corpo estatal, mas havia ganhado, forma e valores próprios, mostrando que é perfeitamente capaz de se estabelecer sem o controle total do Estado, mas em nenhum momento sem ele.
No que diz respeito às escolas neoliberais, foram destacadas três delas, a escola austríaca de Hayek, a escola de Chicado por Schultz e Becker, e a escola de Virgínia encabeçada por Buchanan, essas escolas são consideradas importantes para a formação do pensamento neoliberal que existe hoje, segundo o autor foi através da escola austríaca que o pensamento neoliberal ganhou seus primeiros escopos, ou como Hayek idealizou de a ideia de “ordem espontânea”, tal visão incentivava um modelo descentralizado de decisões, assim como a otimização do uso de recursos e as relações sociais livres. Para Moraes esse tipo de visão explicava que as formas de interação não poderiam ser vistas como pontos de vistas particulares de um ou de outro, mas como etapa evolutiva das relações sociais e econômicas, tal como o pensamento darwinista, as instituições sociais, econômicas e políticas, passariam a ter formas de organizações sociais competindo entre si, um exemplo claro disso é que agora os participantes do mercado regulam seus preços baseados no mercado livre, graças a isso é possível ter conhecimento sobre quais bens são viáveis ou não, quais estão disponíveis ou não e assim por diante.
A escola de Chicago por sua vez, liderada por Schulz, foi responsável em um primeiro momento pela transformação ideológica, aplicando a teoria à prática por assim dizer. No final dos anos 50, surgem os chamados “Chicago Boys”, um grupo de economistas que em conjunto com a Universidade Católica do Chile firmaram acordos para o treinamento de economistas que mais tarde viriam a ser dirigentes do então governo de Pinochet. Foram de extrema importância na antecipação de procedimentos que ganhariam força mais tarde nos anos 80. Por último, mas não menos importante, a escola de Virgínia, tendo como principal nome James M. Buchanan, onde em 1957 foi liderada por ele a fundação do Thomas Jefferson Center for Studies in Political Economy, na Universidade de Virgínia, que trouxe consigo uma das mais importantes referencias intelectuais do segmento, a public choice. Segundo o autor essa forma de pensamento, deu origem a várias visões e imagens que o neoliberalismo possui nos dias atuais.
Neste capítulo Reginaldo Moraes, busca contar a história do neoliberalismo e como ele evolui até os tempos atuais, com uma visão crítica ao modelo liberal o autor utilizará como base as principais ideias e estudiosos para dar base ao seu fundamento de que o neoliberalismo surgiu como salvador do modelo econômico mundial. De certa forma o autor foi feliz em seus argumentos, pois de fato é inegável a importância do modelo neoliberal para com a forma com que os mercados, Estados e políticas de comércio foram estabelecidos. Através deste capítulo foi possível perceber que o modelo liberal está longe de ser um modelo perfeito, no entanto a sua contribuição para um sistema econômico “independente” e livre, tornou possível a evolução da economia mundial e a adoção de um modelo globalizado, onde o livre comércio e a baixa influência dos Estados nas decisões privadas, proporciona um ambiente onde a concorrência é a forma mais justa de controle e poder.

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