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Emile Jacques-Dalcroze 
A Música e o Movimento 
 
Jacques-Dalcroze, com suas descobertas, abriu portas para as inovadoras pedagogias 
musicais que surgiram na primeira metade do século XX. Ele desenvolveu gradualmente um 
método de educação musical baseado no movimento, onde o aprendizado ocorre por meio da 
música, por meio de uma escuta ativa. O questionamento que fez da relação entre música é 
movimento através da interação espaço-tempo-energia, despertou interesse no meio de 
dançarinos e dramaturgos. 
Aqui, a palavra método irá se referir ao conjunto de composições e exercícios, a todo 
o conjunto de ideias filosóficas que fundamentam a sua descoberta. A educação passa a ser 
direcionada à coletividade e as escolas de música e os conservatórios deixam de ser 
exclusivamente pensados para os alunos superdotados. 
A proposta de Dalcroze abriu a Era das chamadas Pedagogias Ativas. Essa pedagogia, 
conhecida como “escola nova”, passou a dar valor à experiência, chamando o aluno a 
participar ativamente do processo de aprendizagem. Num momento de grandes 
transformações nos valores da sociedade o corpo - como possibilidade de expressão - passa a 
receber especial atenção. 
A grande contribuição de Jacques-Dalcroze está no fato de ter retirado o aluno da 
educação ‘livresca’ que estava submetido e fazê-lo participar de uma série de exercícios que 
demandam atuação física, tendo o corpo como objeto de expressão de uma representação dos 
elementos da música. Através dos movimentos corporais, o aluno passa a experimentar 
sensações físicas em relação à música, abrindo caminhos para a criatividade e a expressão. 
Através dos movimentos corporais, o aluno passa a experimentar sensações físicas em 
relação a música, abrindo caminho para a criatividade e a expressão. O grande objetivo de 
Dalcroze era fazer o aluno experimentar e sentir para somente depois dizer “eu sei”. 
O ​Tratado de Expressão Musical ​de Lussy aparece como primeira tentativa de 
conectar teoria musical com psicologia afetiva. Assim, os pensamentos de Dalcroze se 
direcionam para a união do gesto, do movimento e da música, desejando harmonizar as 
faculdades senso-motoras, mentais e afetivas dos alunos, a fim de conjugar música e 
expressão. A temática da Educação Musical ocupará grande posto na vida de Dalcroze. Seu 
grande desafio será levar a arte sala a sala de aula, transcender os meios educativos e 
 
transformar a aula de música em momentos poéticos. Pois, para ele, toda ação artística é 
também um ato educativo e arte não se restringe à música. 
Jacques-Dalcroze acreditava também que a fusão entre música, a palavra e gesto, a 
unidade artística tão almejada por Wagner, não seria possível sem uma educação de base que 
unisse os movimentos corporais e sonoros, assim como os elementos musicais e plásticos 
(Fonterrada, 2005). Segundo essa autora, é no sentido da superação das deficiências 
detectadas por Dalcroze nos grupos artísticos que se refere ao tratamento coletivo do gesto, 
que o educador empreende sua pesquisa que ‘desemboca em sua revolucionária proposta de 
educação musical pelo movimento (Fonterrada, 2005, pg. 118)”. 
A ​Rítmica ​criada por Dalcroze pretendia desvencilhar o aluno de uma prática 
mecânica no aprendizado da música, normalmente apoiado na análise, na leitura e na escrita 
sem a participação do corpo, que ele considera fundamental para a sensibilização da 
consciência rítmica. Propõe o rompimento da dicotomia corpo-mente, estabelecendo relações 
entre estes dois através de uma educação musical baseada na audição e atuação do corpo. 
Assim, Dalcroze entende que a consciência rítmica é resultado de uma experiência corporal, e 
que essa consciência pode ser intensificada através de exercícios que combinem sensações 
físicas e auditivas. Uma vez que espaço pretende um refinamento dos sentidos por meio de 
uma escuta atenta e da atuação do corpo como uma unidade, os quais, através da 
sensorialidade e da sensibilidade, conduzem a uma consciência auditiva. Jaques-Dalcroze 
constata que o movimento corporal tem uma dupla função: a manifestação visível de 
elementos musicais experimentados pelos sentidos, pensamentos e emoções, ao mesmo 
tempo em que é estratégia para aperfeiçoar a consciência rítmica através da expressão - 
Sinestesia​. 
O Método Dalcroze foi implantado pela primeira vez no Brasil em 1937 no 
Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, exatamente um ano após a fundação 
desse conservatório. O método representava uma proposta inovadora para o ensino da música 
e era compatível com o espírito modernista da época. A etnomusicóloga Rosa Maria Zamith, 
que teve contato com o Método Dalcroze pela primeira vez em 1968, no Seminário de 
Música Pró Arte, no Rio de Janeiro, foi uma das primeiras professoras a utilizar exercícios 
dalcrozianos em escolas da rede pública daquele estado. 
Os exercícios desenvolvidos por Jacques-Dalcroze buscavam estabelecer relações 
entre o movimento e a audição, os sons e as durações, o tempo e a energia, o dinamismo e o 
 
espaço, a música e o gesto. O objetivo primeiro dos exercícios de ​Rítmica ​é fazer com que o 
aluno se familiarize com os elementos da linguagem musical através do movimento corporal. 
Por outro lado, através da música, o aluno recebe toda uma educação que passa tanto pela 
experiência sensório-motora, quanto pela experiência estética. 
Quando aplicada no campo da educação musical, era desejo do próprio 
Jaques-Dalcroze que, uma vez entendidos os princípios, a ​Rítmica ​fosse adaptada às 
características das crianças de cada país, e que houvesse um interesse do professor pela 
constante renovação desta. Isso implica adaptá-la, também, às condições sociais e culturais 
dos alunos. 
As três ferramentas básicas do Método Dalcroze são a rítmica, o solfejo e a 
improvisação. A utilização do método deve contemplar a experiência do movimento, os 
aspectos do treinamento auditivo e vocal e os aspectos de improvisação, para proporcionar os 
pensamentos musicais próprios. Jaques-Dalcroze parte do princípio de que as primeiras 
experiências musicais são de ordem motora. estimulação da atividade motora por meio dos 
eventos musicais. Assim, a ​Rítmica ​exige não somente a participação do corpo, mas também 
da mente, pois uma escuta ativa pode gerar uma consciência rítmica. Por isso, ao mesmo 
tempo em que a Rítmica é uma educação musical através da experiência corporal, é também 
uma educação corporal através da vivência musical. Visa explorar a relação 
tempo-espaço-energia, o movimento corporal - meio de sensibilização e experimentação - os 
elementos da linguagem musical é todas as relações entre música e gesto, entre ritmo musical 
e expressividade do corpo. 
Rítmica ​em si mesma não constitui um fim, mas um meio para fazer relações, um 
caminho para a educação musical. Para tanto, os movimentos não devem ser automatizados. 
Para o ​solfejo​: deve-se buscar a interação entre a experiência física e a experiência auditiva. 
A ​improvisação ​é o momento criativo em que o aluno demonstrará suas própriasideias musicais e os conteúdos que foram assimilados a partir da experiência. 
Por fim, é importante ressaltar que a Rítmica pode ser praticada por pessoas de todas 
as idades. É dirigida a músicos profissionais e amadores, e muito apropriada para uma 
formação de base para a música e a dança, sendo também aconselhável na formação de 
atores. A Rítmica apresenta grandes resultados nos trabalhos terapêuticos ligados à 
psicomotricidade. 
 
 
Edgar Willems 
Um pioneiro da Educação Musical 
 
As concepções de Edgar Willems sobre a música como valor humano, considera a 
arte como parte integrante e essencial da formação, mesmo daqueles que não pretendem 
profissionalizar-se, interessando a todos que estavam ávidos por uma visão mais global e 
integradora do aluno. Assim, Willems estabeleceu como bases essenciais para a educação 
musical, primeiramente, a relação íntima entre os elementos constitutivos da música e a 
natureza humana, a que chamou “princípios psicológicos”, considera que todos os seres vivos 
possuem uma unidade intrínseca. Assim, elabora um pensamento baseado em 
complementares: a ​matéria sonora ​e o ​espírito artístico​. 
É possível estabelecer as correlações: ritmo/fisiologia/corpo, 
melodia/afetividade/emoção, harmonia/cognição/racionalidade. Entre estes dois polos, 
material e espiritual, encontram-se a música e a vida humana em seu triplo aspecto: 
fisiológico, afetivo e mental. Tais aspectos manifestam-se nos elementos essenciais da 
música – ritmo, melodia e harmonia e, de maneira especial, em tudo o que concerne à 
educação auditiva. 
Willems procurou conhecer e experimentar as principais leis do som, em especial a lei 
dos sons harmônicos e, a partir dessa base experimental e concreta criou seu material auditivo 
e estabeleceu os princípios de seu método. 
A formação do ouvido é central para Willems, a educação auditiva manifesta o triplo 
aspecto: fisiológico, afetivo e mental. O primeiro domínio, fisiológico, une-se à 
sensorialidade auditiva, que se refere à maneira pela qual somos tocados e afetados por 
vibração sonora. Ao segundo domínio, afetivo, corresponde a afetividade auditiva ou 
sensibilidade afetiva. A ele concerne tudo o que se refere aos elementos melódicos: intervalo, 
escala e sentido tonal, imaginação retentiva e reprodutiva, memória melódica e audição 
relativa. A inteligência auditiva, aspecto mental, representa o terceiro domínio do 
desenvolvimento auditivo. De ordem intelectual, ela se elabora na dependência das 
experiências sensoriais e afetivas anteriores, e consiste em tomar consciência ou de entender 
o que se ouve. 
A aplicação do método Willems na iniciação musical exige condições, recursos 
materiais e humanos difíceis de reunir. A composição dos recursos materiais tal e qual 
 
preconizada por Willems exige investimento material e pesquisa constante por parte do 
professor, na busca de fontes sonoras, canções e outros recursos didáticos interessantes. 
As características estruturais e metodológicas, tão bem explicitadas por Willems em 
suas diversas obras, exigem do professor competências específicas, estudo e uma 
compreensão detalhada das propostas e objetivos. A formação de professores na Associação 
Willems é altamente exigente, não sendo incomum pessoas que, tendo cursado todas as 
disciplinas e prestado as vinte provas exigidas, não obtenham seus certificados, por serem 
consideradas não suficientemente aptas em algum campo. A metodologia de iniciação 
musical proposta pelo método é perfeitamente adequada para o trabalho com grupos 
pequenos de alunos, nos quais é possível conhecer a fundo o perfil psicológico de cada um. 
Por todas essas razões, não é comum encontrarmos, no Brasil, pedagogos adeptos desse 
método em sua forma estrita. 
Em suma, como proposta qualitativa de modelo a seguir, por suas características de 
organização, detalhamento de estratégias e, mais que tudo, pela coerência entre princípios, 
procedimentos e recursos didáticos, que oferecem ao educador em formação um caminho 
detalhado para reflexão e experimentação; em segundo lugar, a ideia preciosa de que todo 
educador deve ser um estudioso profundo da natureza humana, da vida e da música, de forma 
que a sua ação se torne completa, interdisciplinar e adequada ao tempo presente. 
Ons.: A produção de Edgar Willems é essencialmente pedagógica. Ele considera a 
vivência musical como fio condutor de toda aprendizagem. Enfatiza que “é muito importante 
que a criança viva os fatos musicais antes de tomar consciência deles”. Na concepção 
willemsiana, o ritmo tem a prioridade, a melodia a primazia. Considera que a educação 
musical não necessita utilizar meios extramusicais. 
Willems considera que a educação musical começa pela musicalidade, e distingue 
com muita clareza o estudo técnico de um instrumento. Segundo ele, estudar música não 
significava apenas estudar um instrumento. Ao propor uma distinção entre “educação” e 
“instrução”, contribuindo para a superação das visões tecnicistas e mecanicistas que tanto 
assolaram nossas práticas musicais ocidentais. 
 
 
Para o desenvolvimento auditivo Willems (1972 [1946]) propõe: o estudo do som, da 
melodia, da escala, do acorde maior, dos intervalos, de acordes diversos, da polifonia e da 
harmonia; para o estudo do ritmo: movimentos corporais naturais, o tempo (pulsação), o 
compasso, a subdivisão, e o ritmo propriamente dito (células e fórmulas rítmicas). O trabalho 
rítmico é também bastante dirigido; nos primeiros graus da iniciação musical, as crianças têm 
alguma liberdade de expressão, mas a partir do nível três, a prática se concentrará no que 
Willems (1972 [1946], tradução nossa) chamou de os elementos do ritmo: tempo (pulso), 
compasso e subdivisão.

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