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APRESENTAÇÃO: 
Esta é uma apostila feita unicamente por mim e distribuída gratuitamente 
para colaborar com os (assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no 
processo de aprovação do tão sonhado concurso público. O foco da apostila são os 
concursos públicos para ingresso nos cargos de juiz de direito e promotor de justiça. 
As apostilas utilizaram como base o curso do G7 Jurídico (Ministério 
Público e Magistratura) do ano de 2.020 e podem vir a sofrer atualizações para se 
adequar à legislação superveniente. Não houve cópia de nenhum material fornecido 
pelo referido curso, razão pela qual não há violação de nenhum direito autoral. 
As notas de rodapé muitas vezes trazem comentários feitos 
exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de chamar atenção para 
alguns pontos de reflexão. 
Caso este material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de 
preparação cobrarei como retribuição o relato sobre o seu êxito no tão sonhado 
concurso. A melhor forma de “me pagar” é com a sua aprovação. 
Qualquer sugestão buscando o aprimoramento deste material será muito 
bem-vinda: e sinta-se à vontade para encaminhar por e-mail. Sucesso na empreitada e 
bons estudos. Aguardo o convite para o churrasco da posse. Como diria o saudoso e 
inspirador mestre Luiz Flávio Gomes: AVANTE! 
Atenciosamente, 
DANILO MENESES. 
 
 
 
Acompanhe o meu trabalho nas redes sociais: 
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 3 
 
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NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DO DIREITO À SAÚDE 
 Introdução: 
- a disciplina busca estudar a “saúde pública” sem adentrar nos méritos da saúde 
suplementar1; 
- estuda-se a normativa aplicada ao SUS – Sistema Único de Saúde; 
- conceito de saúde: a CRFB/88 não traz expressamente um conceito de saúde; 
- a OMS traz o conceito de saúde: estado de completo bem-estar físico, 
mental e social – não somente a ausência de afecções e enfermidades2; 
Saúde = bem estar = físico + mental + social 
- o conceito é bem próximo daquele trazido no artigo 3º da Lei 8.080/1990 
– Lei Orgânica da Saúde; 
- condições estruturais (pobreza + discriminação + violência) são causas 
profundas de transtornos mentais (degradam a saúde mental); 
- boa saúde mental: não é medida apenas pela ausência de doenças, mas 
sim pelas condições ambientais favoráveis e determinantes sociais e 
relacionais positivos; 
- situação do Brasil: há uma associação muito forte entre saúde e ausência 
de doença (sabe-se que a saúde vai muito além desta associação); 
- uma noção contemporânea vê a saúde compreendida por questões: 
sociais + psicológicas + biológica + espiritual; 
- o reconhecimento da necessidade de bem-estar espiritual que 
práticas tradicionais podem contribuir para melhora do bem-
estar das pessoas (ex.: acupuntura); 
- o mercado e a ciência possuem várias ferramentas de 
combate a essas práticas como forma de desconstituí-las; 
- gozar do melhor estado de saúde é direito fundamental do ser 
humano; 
- a amplitude do conceito de saúde trazido pela OMS busca a proteção de 
outros direitos sociais, fazendo com que o estado trouxesse o mínimo de 
certezas às pessoas – principalmente em situações de quebra de 
rendimentos, padrão de vida e bem estar (ex.: proteções pela assistência e 
previdência social) -> vê-se um modelo de “seguridade social”; 
- embora de suma importância, o documento trazido pela OMS não tem 
natureza de norma internacional de observância obrigatória (hard law); 
 
 Estado de direito e direitos sociais: 
 
1 Serviços privados de saúde prestados exclusivamente na esfera privada por operadoras e planos e 
seguros de saúde. 
2 Conceito pela via negativa. 
 4 
 
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- a revolução industrial traz uma mudança no ambiente de trabalho e nas condições 
sociais para os trabalhadores; 
- a total desregulamentação das relações de trabalho culminou em uma absurda 
exploração do trabalhador – havia, inclusive, exploração do trabalho feminino e 
infantil; 
- a insatisfação gerada por tal modelo gerou a revolta por parte da sociedade como um 
todo que passou a exigir do estado uma regulamentação no que tange à atuação do 
estado; 
- os direitos sociais incluem: 
- liberdade social (direitos de defesa social – grave, associação); 
- direitos sociais à prestação (redes de serviços para proteção das pessoas 
= assistência social + previdência social + direito à saúde); 
- marcos do Estado Social: Constituição do México (1.9173) + Constituição de Weimar4 
(1.919); 
- Constituição de Weimar: modelo de seguro social -> prevê uma rede de serviços 
financiados por meio de contribuições prévias de empregados e empregadores; 
- mudança de um estado liberal para um estado de cunho social -> após tais marcos 
surgiu uma tendência de mudança progressiva rumo a fortalecimento de estados 
preocupados com a realização de serviços públicos sociais – aumentando, com tal 
ideologia, o tamanho do estado e também das contribuições (tributos) para realização 
de tais fins  neste contexto surge a afirmação de um direito à saúde; 
 
 Proteção da saúde no plano internacional: 
- Sistema da ONU – Global/Universal; 
- Declaração Universal dos Direitos Humanos (1.948) – falta força coercitiva, sendo 
uma declaração de cunho moral; 
- Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1.966) – trata dos direitos de 
primeira geração e determina a observância obrigatória pelos estados signatários; 
- Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC – 1.966) – 
possui força coercitiva por ter sido internalizado no Brasil; 
- trata dos direitos de segunda geração determinando uma progressiva 
implementação de tais direitos; 
- artigo 12  direito à saúde  reconhecimento quanto à necessidade do 
maior estado possível de preservação da saúde física e mental. 
Importante: dever de progressividade  embora haja o dever de 
progressividade, devem ser observados vetores mínimos como a não 
discriminação; 
 
3 Esta carta constitucional abordou a saúde em um contexto da relação de trabalho. Havia uma grande 
preocupação com a regulamentação das situações trabalhistas à época. 
4 Esta carta trouxe a previsão da criação de um conjunto compreensivo de ações e serviços voltados ao 
acesso dos serviços de saúde às pessoas. 
 5 
 
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- Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS – 2015); 
- Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto São José de Costa Rica) – 
internalizado no direito brasileiro; 
- Protocolo adicional à Convenção Americana (Protocolo de São Salvador) – é criticado 
por fazer uma interpretação mais restritiva das obrigações, por tratá-las como 
progressivas e condicioná-las às condições econômicas e sociais do país signatário do 
protocolo; 
- Declaração de Alma-Ata (1.978) – resultado da Conferência Internacional sobre 
Cuidados Primários da Saúda da OMS; 
 
ASPECTOS RELEVANTES DO DIREITO À SAÚDE 
 Saúde como direito fundamental: 
- tal conceito integra a seguridade social: esta é composta pelo tripé: 
- seguridade social = previdência social + assistência social + saúde; 
- a saúde é um direito fundamental diretamenteligado ao direito à vida5; 
- previsão constitucional: artigo 6º e artigo 196 a 200 da CRFB/88; 
- direito à saúde VS mínimo existencial: a tutela do direito a saúde está ligada à 
garantia de condições mínimas de respeito à dignidade humana (mínimo existencial) – 
não se aplicando, em tese, a reserva do possível6; 
- titularidade universal: é um direito de todos; 
- responsabilidade: dentro as competências materiais, a CRFB/88 (artigo 23, inciso II) 
traz a regra da responsabilidade solidária dos entes (União, Estado e Município) no que 
tange à tutela do direito à saúde: 
STF – Tema 193 – Repercussão geral – RE 855.178 
Os entes da federação, em decorrência da competência comum, são 
solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área de saúde 
e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, 
compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as 
regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a 
quem suportou o ônus financeiro7. 
 
5 Neste sentido: STF, RE 271.286 AgR/RS – relator ministro Celso de Melo. 
6 O tema “reserva do possível” é tratado de forma muito leviana pela doutrina brasileira. Pode-se dizer 
(sem medo de errar) que existe a reserva do possível à brasileira. A doutrina alemã que trata do tema 
se iniciou em uma demanda julgada pela Corte daquele país no que tange ao ingresso no curso de 
medicina sem aprovação no vestibular. O vetor axiológico da teoria (e parâmetro para decisão) é a 
possibilidade ou não de extensão do direito pleiteado a todos – universalidade potencial do direito 
pleiteado. No Brasil o tema tem sido tratado como “possibilidade econômica de tutela de um direito”. 
Creio, particularmente, ser um erro criticar a temática da reserva do possível sem sequer ter 
compreendido o que a teoria realmente busca explanar. Não se trata de uma “desculpa estatal para o 
descumprimento de direitos sociais” – como querem dizer alguns “doutrinadores”... 
7 O último ponto do julgado – direcionamento da execução – é de extrema importância para 
compreensão da responsabilidade de cada ente em um modelo federativo coeso. Há, na prática, muita 
 6 
 
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- dever fundamental (e de todos): a saúde é um direito e um dever ao mesmo tempo. É 
um dever fundamental porque embora o poder público tenha a maior carga de 
responsabilidade, também é atribuída responsabilidade individual pela própria saúde e 
saúde de terceiros – a sociedade é parte e responsável pela efetivação do direito à 
saúde; 
- princípio da solidariedade: segundo tal princípio (pouco estudado no 
Brasil) toda a sociedade é responsável pela concretização prática da 
proteção à saúde; 
 
 Afirmação do direito à saúde no Brasil: 
ANTES DA CRFB/1.988 PÓS CRFB/1.988 
- saúde assegurada ao trabalhador 
formal; 
- a defesa da saúde estava condicionada 
à contribuição ao INPS; 
- saúde como direito fundamental8; 
- a saúde é visto como direito 
fundamental de acesso universal, não 
condicionada ao preenchimento de 
requisitos -> garantia do mínimo 
existencial; 
- há um regime jurídico único para os 
direitos fundamentais no Brasil (direitos 
fundamentais de defesa + direitos 
fundamentais sociais = aplicação 
imediata); 
- normas dispersas no texto da 
Constituição que revelam direitos 
fundamentais são, segundo o STF, 
protegidas mesmo que não se encontrem 
no artigo 5º (cláusulas pétreas); 
- separação entre assistência e saúde 
pública; 
- a assistência à saúde (cuidados 
individuais curativos) era distinta da 
saúde pública em si (do ponto de vista 
difuso); 
- ações e serviços públicos de saúde como 
sistema único; 
- há um sistema único que busca a 
atuação sistemática e coordenada entre 
todos os entes na busca da efetivação do 
direito à saúde (SUS) -> competência 
comum; 
- há execução pelo Município com a 
cooperação técnica e financeira do 
 
dúvida oriunda da falta de limites claros do que cada ente deve fazer dentro do nosso federalismo 
cooperativo. Isto gera instabilidade jurídica e também prejudica o processo de prestação de contas à 
sociedade. 
8 Compreende tal concepção: direito à saúde no ápice do ordenamento jurídico + impede atos 
normativos contrários + parâmetro para controle de constitucionalidade + maior formalidade no 
processo de alteração + aplicabilidade imediata + previsão em cláusula aberta + cláusula pétrea + 
eficácia irradiante + eficácia horizontal. 
 7 
 
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Estado e da União; 
União -> Ministério da Saúde; 
Estado -> Secretaria de Saúde; 
Município -> Secretaria de Saúde; 
Obs.: há apenas um órgão gestor em cada 
unidade da federação; 
- sistema único = comando único em cada 
esfera de governo; 
- fragmentação da atenção; 
- a assistência à saúde era proposta para 
os segurados do INPS -> Estados e 
Municípios organizavam atuações de 
assistência à saúde sem nenhuma 
coordenação entre os entes; 
- quem não estava assegurado pelo INPS 
tinha o acesso à saúde assegurado 
unicamente por entidades filantrópicas 
e ações prestadas por entes específicos; 
- universalidade: 
- a saúde deve ser garantida a todos = 
amplitude dos destinatários; 
- o princípio da universalidade impede 
que o serviço público de saúde seja 
condicionado à baixa renda ou carência 
de recursos financeiros; 
- a simples condição de pessoa basta por 
si só = a seguir tal princípio; 
- e serviço é pré-financiado por todos na 
sociedade; 
- centralização da gestão; 
- a gestão era concentrada nas políticas 
do governo federal 
- igualdade (equidade): 
- igualdade de tratamento dentro do 
serviço de saúde (execução) + igualdade 
na lógica da implementação da política 
pública (programação da política)9; 
- as duas vertentes são muito 
importantes; 
- forte incentivo à iniciativa privada: 
- o INPS não gozava de uma rede própria 
de assistência à saúde, sendo contratada 
uma empresa privada para prestação de 
tais serviços de relevância pública; 
- integralidade: 
- aspecto vertical: o sistema de saúde 
deve permitir às pessoas o acesso a 
diferentes níveis de complexidade 
(atenção primária 10 + secundária + 
terciária = de acordo com a 
complexidade); 
- aspecto horizontal: promoção à saúde11 
+ prevenção 12 de doenças 13 + cura + 
 
9 As alocações de recursos (definição das prioridades) deve se basear em estudos epidemiológicos de 
natureza científica como forma de alcance da eficácia da implantação da política de saúde. 
10 Uma política corretamente realizada na atenção primária da saúde (nível de menor complexidade) é 
de destacada relevância dentro da prestação do serviço público de saúde – evitando a sobrecarga nos 
próximos níveis – sistema de efetividade cumulativa. 
11 Ex.: redução dos níveis de sódio recomendados + proibição da publicidade de cigarros. 
 8 
 
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cuidado paliativo 14 + cuidados 
prolongados. O conceito inclui toda a 
gama de medidas executadas com o 
objetivo de evitar danos à saúde e buscar 
a reversão de tais danos quando eles 
ocorrerem; 
- aspecto individual: implica uma 
abordagem holística e abrangendo do 
indivíduo, dos pontos de vista biológico, 
psicológico, social e até mesmoespiritual; 
PROBLEMA: tal modelo vinha sendo 
muito questionado, tendo em vista que 
o sistema de saúde brasileiro naquele 
período era caracterizado por forte 
ineficiência e alto custo aos cofres 
públicos. Neste momento já se 
constatava uma crise na previdência 
social – que financiava tais serviços; 
 Marco: Conferência Nacional de 
Saúde – 1986  trazia a ideia de saúde 
como direito integrante do conceito de 
cidadania  direito ao acesso universal; 
- descentralização: é prevista a atuação 
de todos os entes buscando concretizar 
os direitos à saúde, com tarefa executiva 
aos Municípios; 
União -> papel de grande disciplinadora e 
financiadora do sistema e da rede, 
responsável por dar unidade ao sistema; 
Estado -> deve haver cooperação 
financeira com os municípios e 
suplementação das ações municipais 
(inclusive em procedimentos de maior 
complexidade); 
Municípios -> cabe a eles a execução dos 
serviços de saúde; 
Observação: a saúde é direito de todos e 
competência comum de todos os entes 
federados – segundo os tribunais, 
embora não haja litisconsórcio necessário 
nas demandas de saúde, a 
responsabilidade é solidária15; 
 - controle social: 
- conferência de saúde: ocorre de quatro 
 
12 A vigilância sanitária está diretamente relacionada ao controle de produtos potencialmente danosos 
a e de serviços que podem, se mal executados, causar danos à saúde. É uma atuação preventiva de 
destacada importância. A vigilância epidemiológica busca conhecer e prevenir fatores determinantes no 
adoecimento de pessoas (ex.: possibilidade de ocorrência de dengue). Vigilância ambiental busca 
identificar fatores de risco ambientais que podem causar danos saúde (ex.: aumento da população de 
capivaras). A vigilância em saúde compreende todos (SAE). 
13 Ex.: ações de combate ao mosquito transmissor da dengue. 
14 Ex.: serviços curativos que buscam evitar o agravamento da doença e reestabelecer a saúde. 
15 Entendimento que pode ser criticado por desconsiderar a repartição vertical das políticas públicas de 
saúde dentro do organograma organizacional brasileiro. O próprio “direcionamento da execução” busca 
conter os efeitos negativos da consideração da solidariedade em todos os casos. 
 9 
 
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em quatro anos de forma ascendente 
(âmbito municipal -> âmbito estadual -> 
âmbito federal); 
- conselhos de saúde: órgãos 
deliberativos e paritários, de natureza 
permanente, nos três níveis da federação; 
 - relevância pública: 
- a ideia abrange as ações e serviços de 
saúde públicos ou privados -> todos os 
serviços de saúde possuem grande 
relevância para todas as pessoas da 
sociedade; 
- interesse social = boa prestação dos 
serviços de saúde em todos os âmbitos; 
 
 Dimensões do direito à saúde: 
- dimensão individual: como direito subjetivo o cidadão pode acionar o Poder 
Judiciário solicitando a concretização de medidas necessárias para que o seu direito à 
saúde seja atendido; 
- dimensão coletiva: 
- dimensão difusa -> exemplo: funcionamento de um serviço de urgência e 
emergência; 
- direito coletivo estrito senso -> exemplo: pessoas que fazem tratamento 
fora do domicílio e circunstâncias adequadas de transporte; 
- direito individual homogêneo -> exemplo: pessoas que aguardam 
procedimento cirúrgico de caráter eletivo sejam realocadas com a 
reorganização da fila de procedimentos de forma mais eficaz; 
Obs.: a causa de pedir e pedido no caso concreto determinará a natureza 
do direito na situação levada ao conhecimento do Poder Judiciário; 
- saúde como direito de defesa: obriga o estado de forma negativa, evitando que sejam 
realizadas ações atentatórias ao direito à saúde (direito em face de terceiro a não 
intervenção). Tal dimensão também tem sido interpretada como vedação do 
retrocesso ao estado de realização já implementado (vedação ao retrocesso em função 
do dever de progressividade -> proibição do efeito cliquet); 
-> Brasil -> ADI 5595 -> retrocesso social -> financiamento da saúde no 
Brasil -> ainda não julgado -> o voto de um dos ministros entende pela 
suspensão da Emenda Constitucional 86/15 no ponto em que diminui a 
base de cálculo para os investimentos mínimos para a União em saúde 
pública -> implica uma redução dos gastos da União com saúde pública -> a 
liminar suspendendo a citada redução foi deferida pelo ministro Ricardo 
Lewandowski de forma monocrática; 
 10 
 
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 Proteção à saúde: 
- serviços e ações de saúde = indisponíveis + de relevância pública (mesmo se prestado 
pelos particulares); 
- em função da relevância pública tanto o Ministério Público quanto o 
Poder Judiciário podem agir em caso de omissões inconstitucionais por 
parte do ente estatal; 
- legitimidade do Ministério Público: o Ministério Público é órgão legítimo a defender 
direitos individuais indisponíveis (ex.: proteção da saúde de pessoa individualizada); 
STF – Tema 262 – RE 605.533  O Ministério Público é parte legítima para 
ajuizamento de ação civil pública que vise ao fornecimento de remédios a 
portadores de certa doença; 
STJ – Tema Repetitivo 766  O Ministério Público é parte legítima para 
pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas demandas 
de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar 
de feitos contendo beneficiários individualizados, porque se refere a 
direitos individuais indisponíveis; 
- iniciativa privada: a assistência à saúde é de livre prestação pela iniciativa privada, 
mantendo sua relevância pública (mesmos nestes casos) – nesse sentido: artigo 199 da 
CRFB/88 -> é possível fiscalização e regulamentação do ente estatal; 
- sistema único: ações e serviços de saúde integram um sistema único (SUS) – há uma 
rede regionalizada e hierarquizada (artigo 198 da CRFB/88); 
 
 Sistema Único de Saúde (SUS): 
- membros do sistema: União + Estado + Municípios; 
- características: solidariedade entre os entes + rede hierarquizada e capilarizada; 
- natureza constitucional: o SUS é uma garantia institucional16; 
- diretrizes: estão previstas no artigo 198 da CRFB/88: 
- descentralização -> o sistema é único, mas não existe um órgão central 
concentrando todas as competências de saúde – há uma divisão da 
responsabilidade administrativa a todos os entes. Há, na verdade, um 
repasse das prestações e direção do sistema de saúde ao Município – 
municipalização; 
- a descentralização tem natureza administrativa (repartição 
entre os entes da federação) -> complementando a ideia de 
regionalização e hierarquização; 
- a descentralização é incapaz de afastar a solidariedade entre 
os entes federativos na prestação de serviços de saúde17; 
 
16 Não pode haver uma reforma constitucional que afete a garantia constitucional de atendimento de 
saúde via SUS – há proteção contra o efeito cliquet (retrocesso social). 
 11 
 
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- hierarquização: a divisão das atribuições é feita em ordem 
crescente de complexidade (atenção básica 18 -> alta 
complexidade); 
- atendimento integral -> a cobertura ofertada pelo SUS deve ser a mais 
ampla e completa possível; 
- medicamento não incorporado em ato normativo do SUS: no 
REsp. 1.657.156 o STJ entendeu que o fornecimento demedicamentos não incorporados no SUS somente pode ocorrer 
caso preenchido (cumulativamente) os requisitos: 
- comprovação por laudo médico da 
imprescindibilidade do medicamento; 
- ineficácia dos remédios fornecidos pelo SUS para o 
tratamento; 
- incapacidade financeira do paciente; 
- existência de registro na ANVISA – vedado o uso 
off label19; 
- medicamentos não registrados na ANVISA: segundo o STF (RE 
657.718) o estado não pode ser obrigado a fornecer 
medicamentos experimentais. O fornecimento pode ser dar de 
forma excepcional, cumprido os requisitos abaixo: 
- mora irrazoável da ANVISA; 
- existência de pedido de registro no Brasil; 
- registro em renomadas agências no exterior; 
- inexistência de substituto terapêutico20; 
- demanda proposta contra a União21; 
- participação comunitária -> é exigível a participação da comunidade na 
definição e controle das ações e políticas de saúde (controle social das 
políticas públicas de saúde); 
- participação direta + participação indireta; 
- representatividade da sociedade civil22: 
- conferências de saúde: devem ocorrer no âmbito 
dos três entes federativos. As conferências são 
 
17 Esta é a posição do STF – já citada na presente apostila. 
18 Uma correta prestação por parte do Município da “atenção básica” grande parte dos problemas de 
saúde são resolvidos de plano – evitando sobrecarga nos serviços de média e alta complexidade. 
19 Uso OFF LABEL é um termo comum na ciência farmacológica – trata-se de utilizar um medicamento 
ordinariamente destinado a um fim para finalidade diversa. Cita-se como exemplo a combinação 
azitromicina + hidroxocloroquina para tratamento inicial em caso de infecção por Covid-19. 
20 Registrado no Brasil – na ANVISA. 
21 Medicamentos sem registro na ANVISA – necessidade imperiosa de participação da União no processo 
– é possível também a participação dos demais entes (facultativa). 
22 Tema disciplinado na Lei 8.142/90. 
 12 
 
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periódicas (normalmente ocorrem de quatro em 
quatro anos no âmbito da União, podendo ser 
realizadas em prazo inferior nos outros entes); 
- conselhos de saúde: os conselhos são 
permanentes. São integrados por representantes 
do governo, prestadores de serviços, profissionais 
da saúde e usuários do serviço; 
- gratuidade 23 -> há uma vedação de contraprestação financeira à 
prestação dos serviços de saúde – há quem sustente (Ingo Wolfgang 
Sarlet) que apenas os mais necessitados deveriam ter o serviço de saúde 
prestado de forma gratuita (sistema tendencialmente gratuito)24; 
STF – TEMA 579 – RE 581.488/RS  É constitucional a regra 
que veda, no âmbito do Sistema Único de Saúde, a internação 
em acomodações superiores, bem como o atendimento 
diferenciado por médico do próprio Sistema Único de Saúde, ou 
por médico conveniado, mediante o pagamento de valores 
correspondentes. 
- financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS): obrigatoriedade de se assegurar 
recursos necessários ao financiamento da saúde – sem os recursos financeiros se torna 
impossível promover a concretização do direito social pleiteado (o direito à saúde 
demanda prestações estatais positivas); 
- proporcionalidade entre receitas e despesas: para garantir a manutenção 
desta proporcionalidade pode ser utilizado o princípio da proibição da 
proteção deficiente; 
- tamanha a preocupação do constituinte na garantia do 
atendimento à saúde que ele trouxe a previsão da vinculação 
de receita (artigo 167, inciso IV e artigo 198, §2º da CRFB/88) – 
é prevista inclusive a possibilidade de intervenção de um ente 
em outro como “sanção” ao descumprimento da regra que 
determina a vinculação de receita; 
- natureza tripartite do financiamento: tal regra está disciplinada nos 
artigos 198, §1º e 195 da CRFB/88 atribuindo responsabilidades financeiras a 
todos os entes no que tange ao financiamento dos serviços de saúde; 
– alterações legislativas sobre o tema do financiamento do SUS – 
EC 86/15 -> a pretexto de melhorar o financiamento à saúde acabava por 
prejudicar o orçamento. Foi proposta a ADIN 5595/DF que acabou por 
suspender alguns pontos da emenda; 
 
23 Não prevista expressamente no artigo da Constituição. 
24 Acho absurdo e ideologizado tal posicionamento: a classe média normalmente é a classe produtora e 
geradora de receitas estatais em função das atividades econômicas desenvolvidas – retirar-lhes um 
direito punindo-as pelo seu sucesso e esforço é uma atitude absurdamente contraditória. É incrível 
como a ideologia de alguns ainda segue o padrão de pensamento derivado das ideias de Karl Marx. 
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EC 95/16 –> congelou as despesas pelo prazo de 20 anos e foi objeto da ADI 
5658/DF25 (pendente de julgamento – sem concessão de medida em caráter 
liminar); 
LC 141/12 -> teve seu artigo 11 declaro inconstitucional pelo STF (ADI 5897) 
por vício de forma e vício material26; 
- normatização e execução: a normatização normalmente se dá por ato da União. A 
execução normalmente se dá pela atividade dos Municípios. Neste cenário o estado 
tem menor protagonismo. É importante a organização de uma repartição 
administrativa que evite a sobreposição de estruturas administrativas; 
- princípio da subsidiariedade27: o ente mais amplo deve atuar apenas 
quando o ente mais restrito não conseguir cumprir com suas obrigações na 
prestação de serviços à saúde28; 
 
 Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90): 
- regula as ações e serviços de saúde no âmbito nacional (seja a prestação do serviço 
público, seja a prestação do serviço privado em caráter complementar); 
- atuação da iniciativa privada = caráter complementar = caráter substitutivo; 
- tal lei estabelece os princípios e diretrizes do SUS: integralidade + universalidade + 
gratuidade + igualdade + descentralização + participação social + informação; 
- terceirização do serviço de saúde: 
- pode ser realizado apenas de forma complementar -> a iniciativa privada 
não pode substituir o ente público na prestação do serviço; 
- normalmente a terceirização se dá mediante contrato de direito público 
ou convênio -> preferencialmente com entidade filantrópica e sem fins 
lucrativos (artigo 198, §1º da CRFB/88); 
 terceirização  contrato/convênio  entidade sem fins lucrativos 
STF, ADI 1.923: entendeu a Corte pela inconstitucionalidade parcial (dando 
interpretação conforme) à Lei 9.637/98 que implantou o modelo de 
parceria entre os entes públicos e as organizações sociais29; 
 
 
25 Importante verificar o andamento da demanda proposta perante o STF: LINK. 
26 O STF entendeu na citada ADI que “é vedado ao legislador complementar federal atribuir competência 
legislativa a Constituições Estaduais e Leis Orgânicas para instituírem vinculação de receita”. Para 
maiores detalhes do julgado confira – LINK! 
27 O questionamento sobre tal ponto foi feito na segunda fase do MPGO/2019. 
28 É dever do município garantir a prestação do serviço de saúde com o auxílio técnico e financeiro do 
ente estatal e do ente federal. 
29 Nesta demanda proposta perante o STF a Corte tentou estabelecer os contornos da possibilidade de 
terceirização dos serviços de saúde de forma a respeitar o ordenamento constitucional vigente. Para 
maiores detalhes do julgado confira – LINK! 
http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5132872
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/92cf3f7ef90630755b955924254e6ec4https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/217eedd1ba8c592db97d0dbe54c7adfc
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SAÚDE MENTAL30 
 Introdução: 
- pessoas com transtorno mental ou sofrimento psíquico (atual denominação de 
doença mental); 
- atualmente há predominância de um modelo de atendimento em meio aberto, 
evitando a hospitalização; 
- o atendimento à saúde mental se dá pelo SUS  normalmente realizado pelo CAPS 
(Centro de Atenção Psicossocial) e residências terapêuticas; 
- Rede de Atenção à Saúde Mental – integra o SUS pela Rede de Atenção Psicossocial 
(RAPS); 
- Rede de Atenção Psicossocial: os cuidados com a atenção à saúde mental 
no Brasil devem se dar dentro da rede de atenção psicossocial (Portaria 
3088 do Ministério da Saúde); 
- procura respostas aos problemas de saúde mental alinhadas à 
nova normativa vigente e à proteção da dignidade do paciente 
submetido a tratamento; 
- dentro da rede existe a “Atenção Residencial de Caráter Transitório” e dentre dela 
estão as comunidades terapêuticas acolhedoras; 
 
 Política de Saúde Mental: 
- a política primitiva permitia a perda dos laços da pessoa portadora de doença 
psíquica em internações de longos prazos (política de isolamento das pessoas 
portadoras de doença mental); 
- reforma psiquiátrica italiana: um médico italiano propõe uma nova forma de lidar 
com as doenças psíquicas, com ênfase no caráter ambulatorial e comunitário – deve 
priorizar a manutenção dos vínculos sociais da pessoa sob tratamento; 
- na década de 90 o Estado de Minas tem atitudes pioneiras no que tange à 
nova forma de encarar o tema; 
- a Lei 10.216/01 traz um novo marco no Brasil no modelo de tratamento psiquiátrico 
– a lei dispõe sobre os direitos das pessoas portadoras de doença mental; 
- a lei prevê ênfase nos cuidados de caráter ambulatorial; 
- atenção primária à saúde deve lidar com questões envolvendo 
transtornos mentais leves e moderados; 
 
30 A atenção à saúde mental – do ponto de vista psicológico – é uma preocupação constante dos 
candidatos que se colocam na difícil jornada de prestação de concursos públicos. Não se tata de uma 
“piada”. Trata-se da necessidade de constante vigilância e apoio emocional de todos que estão 
dedicados a esta difícil tarefa. Ter prazer na caminhada é um dos pontos essenciais – e muitas vezes 
pouco disseminados pelo establishment. Sobre o tema, confira um texto de minha autoria: APRENDA A 
TER PRAZER NO CAMINHO. 
https://danilomeneses.com.br/blog/2020/02/dicas-para-concurso-aprenda-a-ter-prazer-no-caminho/
https://danilomeneses.com.br/blog/2020/02/dicas-para-concurso-aprenda-a-ter-prazer-no-caminho/
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- em casos de transtornos mais severos deve haver outra alternativa, mas 
sempre focando nos princípios defendidos pelo sistema – ex.: função dos 
CAPS que procuram dar tratamento ambulatorial especializado às pessoas 
portadoras de doenças mentais – nível secundário; 
- em casos de agravos seríssimos (colocando a si e terceiros em risco) há 
previsão de cuidados hospitalares especializados e internação – ultima 
ratio (nível terciário); 
 
 Unidades terapêuticas acolhedoras: 
- são entidades privadas de acolhimento voluntário de usuários ou dependentes de 
drogas  a pessoa voluntariamente deve optar por ficar lá; 
- elas são proibidas qualquer modalidade de internação (voluntária + involuntária + 
compulsória). Internações somente podem ocorrer em unidades de saúde e 
estabelecimento hospitalares; 
 internação  estabelecimentos de saúde + estabelecimento 
hospitalares; 
- internação: somente possível quando os recursos extra hospitalares se mostraram 
insuficientes (ultima ratio); 
*Iter -> atenção primária -> atenção secundária -> atenção terciária 
(internação); 
- é vedada a internação de pacientes portador de problemas mentais em 
instituições de caráter asilar (sem acesso aos cuidados multiprofissionais 
exigidos pela morbidade); 
- é vedada a internação de crianças e adolescentes; 
- a internação exige laudo médico e pode se dar em três modalidade31: 
- voluntária: por solicitação ou anuência do internado, 
podendo ele sair a qualquer tempo -> mesmo neste caso é 
imprescindível a indicação médica; 
- involuntária: necessidade de comunicação em 72 horas ao 
Ministério Público -> ocorre sem consentimento do internado e 
depende de interesse de terceiro -> deve estar fundamentada 
em circunstâncias fáticas que a admitem -> pode haver 
internação involuntária de pessoas civilmente capazes que 
esteja, em razão da morbidade, colocando ela mesma ou 
terceiros em risco (atento à indicação médica precisa e à 
imprescindibilidade da medida); 
- compulsória: determinada de acordo com a legislação vigente 
pelo juiz competente como resposta à necessidade de pessoas 
que precisam ser internadas para proteção de si mesmo e 
 
31 Conforme o artigo 6º da Lei 10.251/01 – Lei de Reforma Psiquiátrica. 
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terceiros (a ação pode ser ajuizada pelo Ministério Público). É 
essencial circunstanciada recomendação médica e deve ser 
respeitado o caráter excepcional e temporário da medida. Não 
necessita de ação de interdição, visto que a pessoa capaz pode 
ser internada nesta modalidade; 
- requisitos da unidade terapêutica acolhedora: oferta de projetos terapêuticos ao 
internado + adesão e permanência voluntárias realizada por escrito + ambiente 
residencial propício à formação de vínculos + avaliação médica prévia + elaboração de 
plano individual de atendimento + vedação de isolamento físico; 
- Lei 10.215/01 – Lei da Reforma Psiquiátrica32  veda a internação de pacientes 
portador de transtornos mentais em instituição de caráter asilar; 
- internação voluntária = extrajudicial e por vontade própria; 
- internação involuntária = extrajudicial e sem consentimento do paciente 
+ comunicação ao Ministério Público Estadual em 72 horas; 
- internação compulsória33 = determinada judicialmente34; 
 
 Lei de Drogas (Lei 11.343/06) e Lei 13.480/19: 
- SINSNAD: Sistema Nacional Antidrogas – inclui o álcool: 
- há dispositivos específicos na lei sobre o cuidado das pessoas dependente de drogas; 
- rede de atenção à saúde -> prioridade em tratamento ambulatorial -> 
prevalência pela reinserção social e desenvolvimento da pessoa submetida 
a tratamento. IMPORTANTE: o tratamento ao usuário de drogas deve se 
dar dentro da rede de atenção à saúde e baseado em um plano individual 
de atendimento; 
- internação de dependentes de drogas: unidades de saúde ou hospitais gerais + 
existência de equipe multidisciplinar + indicação por médico; 
- importante: internações de dependentes de drogas se dão apenas em 
unidades de saúde e hospitais gerais e por critérios médicos que a 
autorizem; 
- tipos de internação de acordo com a Lei do SISNAD: 
- voluntária: a própria pessoa busca a internação; 
 
32 A lei trata de uma forma geral a questão da internação de pessoas com transtorno mental – no caso 
de uso de drogas há norma específica. 
33 Não atendidos os requisitos legais é cabível a impetração do remédio heroico do habeas corpus 
(exemplo: manutenção do regime de internação após alta médica). 
34 Também prevista no artigo 45, inciso IV do Estatuto do Idoso. 
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- involuntária: pode se dar por pedido familiar ou responsável e também 
pode ser providenciada por servidor público da área de saúde, da 
assistência social ou de órgãos públicos integrantes do SISNADE; 
- exceção: a indicação não pode se originar de servidor da 
segurança pública; 
- todas as internações e altas deverão ser informadas em 72 horas = Ministério Público 
+ Defensoria Pública + outros órgãos de fiscalização; 
- o Ministério Público tem legitimidade para fazer os pedidos de internação 
compulsória no caso de Lei de Drogas – podendo se valor inclusive das disposições da 
Lei 10.216/01 – já que a Lei de Drogas não prevê expressamente a internação 
compulsória em seu texto; 
- o direito de recuperação da saúde mental é um direito indisponível 
passível de tutela pelo Ministério Público – neste sentido: STJ + STF; 
- redução de danos: conjunto de políticas que objetiva reduzir os danos associados ao 
uso de drogas – é uma forma de redução dos danos para as pessoas que não querem 
mais interromper o uso de drogas (exemplo: uso de seringas descartáveis no caso de 
vício em heroína); 
 
 
 
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ANEXO I – JURISPRUDÊNCIAS SOBRE O TEMA35 
STF, AgR em RE 271.286/00 
- o direito à saúde é um direito fundamental subjetivo inalienável de todos exercitável 
perante o estado como forma de direito a prestações; 
- mesmo reconhecido a natureza de escassez financeira e orçamentária, considerando 
a saúde como mínimo existencial, deve ser garantido tal direito; 
 
STF, ADF 45 -> promoção de políticas públicas pelo Poder Judiciário: 
- ordinariamente, cabe ao Executivo e Legislativo a elaboração de políticas públicas; 
- extraordinariamente, quando evidenciada uma omissão do poder público que 
inviabilize a concretização dos direitos fundamentais (como o direito à saúde) pode 
haver então interferência do Poder Judiciário; 
 
STF, STA 175/10 -> judicialização do direito à saúde: 
- no Brasil os direitos sociais são previstos constitucionalmente e há cláusula 
determinando a aplicabilidade imediata; 
- reconhecimento do direito à saúde como direito público subjetivo individual; 
- é essencial analisar se a política pública estabelecida prevê o fornecimento do 
medicamento pleiteado; 
- não há obrigação do estado em fornecimento de tratamentos experimentais; 
- em princípio, o registro na ANVISA é condição essencial ao fornecimento do 
medicamento; 
- deve ser prestigiado o tratamento incluído no protocolo do SUS, salvo se comprovada 
sua ineficácia; 
- protocolos clínicos não são relações exaustivas; 
 
STF, RE 581.488/RS: 
- é constitucional a regra do SUS que veda acomodações superiores ou atendimento 
diferenciados por médico do próprio SUS ou por conveniado, mediante o pagamento 
de diferença dos valores correspondentes; 
- procedimento de diferença de classes -> subversão da lógica do sistema de 
seguridade social  violação ao princípio da igualdade e da dignidade da pessoa 
humana; 
 
 
35 Neste anexo serão citadas decisões dos tribunais brasileiros envolvendo o Direito à Saúde. Pode haver 
repetição (intencional) de temas já citados durante a apostila. Optou-se pela separação neste anexo de 
todos os julgados para facilitar os estudos jurisprudenciais e a compreensão da visão dos tribunais 
brasileiros sobre os serviços públicos de saúde. 
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STF, DI 5501/MC: 
- caso da fosfotetalonamina: o STF entendeu que a lei que liberava a substância criada 
pela USP violava a separação dos poderes, sendo a liberação de medicamentos 
atividade típica do Poder Executivo (poder de polícia); 
- sem ausência de estudos sobre os efeitos da substância em tela seria temerária sua 
liberação no mercado; 
 
STF, RE 657.718 -> medicamentos não registrados na ANVISA: 
- o rol de medicamentos registrados na ANVISA e sujeitos à comercialização no Brasil é 
maior que o rol de medicamentos fornecidos pelo SUS; 
- ausência de registro na ANVISA: impede a concessão judicial de fornecimento ao 
medicamento; 
Exceção (demora da ANVISA em apreciar o pedido + requisitos): 
- existência de pedido de registro do medicamento no Brasil; 
- existência de registro do medicamento em renomadas 
agências de regulação no exterior; 
- inexistência de substituto terapêutico; 
- proposição contra a UNIÃO36; 
 
STF, Tema 793 -> responsabilidade dos entes; 
- responsabilidade solidária é reafirmada pela jurisprudência de longa data; 
- em 2.019 o STF permitiu à autoridade direcionar a competência de acordo com a 
regra de distribuição de competência e determinar o ressarcimento a quem suportou o 
ônus financeiro; 
- segundo o STF o litisconsórcio é passivo facultativo e a responsabilidade solidária; 
- segundo o STJ as mudanças foram feitas apenas em respeito à fase de cumprimento 
da decisão, permanecendo o litisconsórcio facultativo, cabendo a Justiça Federal a 
análise ou não do interesse da União nos temas que lhe são submetidos  está 
mantida a tese tradicional; 
 
STF, RE 566.471 -> o tema ainda está pendente de julgamento; 
- trata-se do caráter exaustivos das relações de procedimento; 
- segundo os votos proferidos, medicamentos de alto custo não incluídos nas políticas 
públicas de fornecimento de tais medicamentos só deverão ser fornecidos se for 
demonstrada a imprescindibilidade e impossibilidade de substituição pelas alternativas 
 
36 Este ponto é fundamental. 
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terapêuticas previstas pelo SUS, da incapacidade financeira do enfermo37 e da falta de 
espontaneidade dos membros da família em custar o tratamento; 
- tal precedente reafirma (mesmo com julgamento pendente) que no caso de não 
haver registro do medicamento na ANVISA do medicamento reivindicado deve ser a 
demanda proposta necessariamente em desfavor da União; 
 
STJ, Tema 84 -> fornecimento de medicamentos; 
- o juiz pode determinar o sequestro de valores do devedor (bloqueio de recursos 
públicos) para assegurar o cumprimento de obrigações oriundas da determinação para 
fornecimento de medicamentos; 
 
STJ, Tema 98 -> astreintes; 
- possibilidade de imposição das astreintes a ente público para compeli-lo a fornecer 
medicamento à pessoa desprovida de recursos financeiros; 
 
STJ, Tema 106 -> medicamentos não incorporados ao SUS; 
- a concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a 
presença cumulativa dos seguintes requisitos: 
- comprovação por laudo médico da imprescindibilidade do medicamento 
assim como da ineficácia dos métodos previstos no ato normativo do SUS; 
- incapacidade financeira de arcar com o tratamento38; 
- existência de registro da ANVISA do medicamento; 
Observação: tendo em vista a necessidade de dilação probatória, inviável a 
via do mandado de segurança; 
 
STJ, Tema 766 -> legitimidade do Ministério Público; 
- o Ministério Público é parte legítima para pleitear o fornecimento de medicamentos 
em face de entes federativos; 
- a prerrogativa existe ainda que haja beneficiários individualizados – direitos 
individuais indisponíveis; 
 
37 Este requisitoé questionável e vai contra a lógica da universalidade de gratuidade do SUS. 
38 Esse requisito é discutível visto que a universalidade vai contra tal técnica de fornecimento apenas às 
pessoas que não possui recursos financeiros. Ademais, a correta interpretação do “princípio da reserva 
do possível” – a seguir a lógica utilizada pelo Tribunal Constitucional Alemão – leva em conta a sua 
extensibilidade geral (possibilidade do direito ser estendido a todos). A lógica interpretativa tupiniquim 
sobre a reserva do possível é uma verdadeira “jabuticaba jurídica” (criação brasileira). A origem de tal 
princípio não guarda relação direta com a disponibilidade orçamentário-financeira. Observação: os 
comentários são meus.

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