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Avaliação em Educação Especial UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE EDUCAÇÃO Avaliar é uma palavra de origem latina a + valere que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. De acordo com o dicionário Aurélio (2001) significa determinar o valor ou a importância de alguma coisa. Constitui-se como uma prática muito antiga, realizada desde os primórdios da civilização. Sobrinho (2002) esclarece que há milênios atrás, chineses e gregos já estabeleciam critérios para selecionar indivíduos visando a realização de determinados trabalhos na organização econômica e produtiva da sociedade. Segundo Luckesi (2011), no ano de 2.205 a.C. a China promovia ou demitia seus oficiais testando-os a cada três anos. Desta forma, é possível perceber que as práticas avaliativas acompanham às formas de organização social desde longa data. Conceito de Avaliação “A avaliação, em nosso planejamento, é a comparação da validade das estratégias didáticas, configuradas pelas opções que se tenha tomado nas numerosas dimensões dos elementos didáticos, dirigidas ao alcance dos objetivos propostos. É o momento de buscar os dados que ajudem a decidir se a estratégia metodológica desenvolvida é adequada ou não, ou em que medida o é, para guiar o processo de ensino que instigue, provoque e configure um processo de aprendizagem que desemboque na obtenção dos resultados de aprendizagem previamente propostos.” (SACRISTÁN, 1988) A avaliação é um processo permanente que abrange toda a atividade pedagógica e o instrumento fundamental para levá-la a cabo é o registro cotidiano do que ocorre na aula. É um processo pelo qual avaliadores e interessados juntos e em colaboração criam uma construção consensual de valor a respeito de algum tema. Tal construção está sujeita a contínua reconstrução, incluindo refinamento, revisão e, se necessário, substituição. No Brasil, o sistema de avaliação da aprendizagem escolar , baseada em provas e exames, tal como concebemos hoje, tem seu início com os Jesuítas, a partir de 1.549, período em que se fundam as primeiras escolas no país. Historicamente: Tem como fim a decisão de aprovar ou reprovar o aluno; Converte-se em um instrumento sancionador; Conjunto de técnicas dirigidas à obtenção de uma informação objetiva; Traduz seus resultados em uma nota ou em uma pontuação – confundida- com a “medição”; Está centrada unicamente no desempenho do aluno deixando de lado todos os outros fatores que intervêm no processo pedagógico; O aluno é considerado “objeto” da avaliação e não “sujeito” da aprendizagem. POR QUE AVALIAR? Desafio atual: Abrange tanto as estratégias didáticas utilizadas pelo professor, quanto o contexto mais geral da aprendizagem; Deve reorientar a aprendizagem; Estão em jogo o que se ensina (conteúdo), aquele que aprende (aluno), quem ensina (professor), o contexto no qual se dá a aprendizagem (escola); Deve ter como ponto de partida e de chegada o processo pedagógico; Deve ser um processo permanente que, à luz de uma teoria do conhecimento, possibilite acompanhar e intervir no processo à medida em que penetre em sua complexidade; Deve enfatizar as potencialidades dos alunos; Deve avaliar o aluno em relação a aspectos significativos para a sua vida, no sentido mais amplo; Deve respeitar os diferentes estilos de aprendizagem à luz das múltiplas inteligências. Modalidades de Avaliação: 1. Avaliação Diagnóstica: É a avaliação que parte da realidade com a qual se vai trabalhar. Vai nos permitir estabelecer os objetivos norteadores do planejamento educativo e as estratégias a serem adotadas. Determina em que nível o aluno se encontra, para o ponto de partida do ensino. Realizada no início do curso, do semestre ou do ano letivo: identificação dos conhecimentos prévios dos alunos. 2. Avaliação Formativa: Este tipo de avaliação é realizado no dia-a-dia de trabalho com o aluno. Leva ao constante ajuste do planejamento à realidade. Providencia elementos para orientar a organização do processo ensino/aprendizagem em etapas posteriores. Realizada ao longo do processo educacional (contínua): reorienta o processo. Aluno possui papel ativo. 3. Avaliação Somativa: Também chamada de classificatória ou tradicional. Deverá evidenciar os resultados do aprendizado esperado dos alunos em termos de metas. Tanto a avaliação formativa quanto a diagnóstica podem e devem contribuir para a avaliação somativa. Realizada ao final do processo: verificação do resultado, nota, classificação. AVALIAÇÃO MEDIADORA (Hoffmann) AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA X AVALIAÇÃO MEDIADORA Uma concepção formativa e mediadora: “A essência da concepção formativa está no envolvimento do professor com os alunos e na tomada de consciência acerca do seu comprometimento com o progresso deles e termos de aprendizagens – na importância e natureza da intervenção pedagógica. A visão formativa parte do pressuposto de que, sem orientação de alguém que tenha maturidade para tal, sem desafios cognitivos adequados, é altamente improvável que os alunos venham a adquirir da maneira mais significativa possível os conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, isto é, sem que ocorra o processo de mediação. No meu entender é, essencialmente, a postura mediadora do professor que pode fazer toda a diferença em avaliação formativa. Decorre de tais considerações a ênfase que dou a essa terminologia utilizada no livro ‘Avaliação mito &desafio: uma perspectiva construtivista’, publicado em 1991” (HOFFMANN, 2011, p. 20-21). Avaliação classificatória: corrigir tarefas e provas do aluno para verificar respostas certas e erradas e, com base nessa verificação periódica, tomar decisões quanto ao seu aproveitamento escolar, sua aprovação ou reprovação em cada série ou grau de ensino (prática avaliativa tradicional) (HOFFMANN, 2003, p. 23). Avaliação mediadora: analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos em situação de aprendizagem (verbais ou escritas, outras produções), para acompanhar as hipóteses que vêm formulando a respeito de determinados assuntos, em diferentes áreas de conhecimentos, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses preliminarmente formuladas. Acompanhamento esse que visa ao acesso gradativo do aluno a um saber competente na escola e, portanto, sua promoção a outras séries e graus de ensino (HOFFMANN, 2003, p. 23). AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA É tarefa e responsabilidade do professor e se constitui numa questão a ser repensada em consonância com a perspectiva teórica adotada pela escola; Como prática educacional a avaliação tem que envolver todo o trabalho escolar a fim de determinar as forças positivas e restritivas que influenciam no processo de ensino- aprendizagem; Não se avalia para sancionar o desempenho do aluno aprovando-o ao final de certos períodos letivos; O objetivo da avaliação é retroalimentar o trabalho pedagógico pois deve fornecer subsídios para o professor e equipe refletir sobre o trabalho educacional; Desta forma, a avaliação deve ser a bússola que orienta as mudanças pedagógicas necessárias no curso da proposta curricular e nos planejamentos. Registro Diário: Acompanhar o processo de aprendizagem do aluno diariamente observando os comportamentos mais significativos. Estes registros são a melhor fonte para efetivas avaliações. Portfólios. AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL AVALIAÇÃO COMO PRÁTICA PRODUTORA DOS SUJEITOS: DIAGNÓSTICO CLÍNICO X POSSIBILIDADES DE ESCOLARIZAÇÃO O parecer pedagógico como um dispositivo de mediação dos processos de aprendizagem. Concluindo.... A avaliação é feitade diferentes modos e em diferentes momentos; É indispensável no momento de ingresso do aluno na escola, já que através dela podemos conhecer melhor o aluno;
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