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Felipe Menezes – Ex. 147225 Igor Juliano Franco Taurisano – Ex. 147197 Luciano Gasparini Nachif – Ex. 147158 Thiago Rinaldi Cabral – Ex. 147161 Welen de Oliveira Maia – Ex. 147203 Tomógrafo Computadorizado Radiologia - Física Médica Campinas – São Paulo 2020 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 4 2. PLANEJAMENTO DO SERVIÇO ........................................................................ 7 2.1 Etapas da instalação de um tomógrafo ....................................................... 14 3. PROJETO .......................................................................................................... 16 4. CONSTRUÇÃO ................................................................................................. 17 4.1 Características de Fornecimento ................................................................. 17 5. AQUISIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ................................................................ 19 5.1 Fluxo das aquisições ................................................................................... 19 5.2 Especificação de equipamentos .................................................................. 20 5.3 Pesquisa de mercado (Tomógrafo Computadorizado) ................................ 21 5.4 Número de Slices (Cortes) .......................................................................... 22 5.5 Otimização de dose ..................................................................................... 23 5.6 Outras considerações técnicas .................................................................... 23 5.7 Os diversos fabricantes de tomógrafos computadorizados ......................... 24 5.7.1 Tomógrafos GE Healthcare ...................................................................... 24 5.7.2 Tomógrafos Philips ................................................................................... 25 5.7.3 Tomógrafos Siemens ................................................................................ 25 5.7.4 Tomógrafos Toshiba ................................................................................. 26 5.8 Caso Real – Tomógrafo Revolution Maxima Power .................................... 26 5.8.1 Desempenho ............................................................................................ 27 5.8.2 Tecnologias para diminuição da dose (Optidose) ..................................... 28 5.8.3 Especificações Gerais .............................................................................. 29 6. COMISSIONAMENTO ....................................................................................... 31 7. MONITORAÇÕES ............................................................................................. 31 7.1 Tipos de monitoração .................................................................................. 31 7.1.1 Monitoração de Área / Levantamento Radiométrico ................................. 31 7.1.2 Monitoração Ambiental ............................................................................. 32 7.1.3 Monitoração Individual .............................................................................. 32 7.1.3.1 Tabela para níveis de referência ........................................................... 32 7.2 Equipamentos Utilizados ............................................................................. 34 7.2.1. Câmara de Ionização ................................................................................ 34 7.2.2. Detector proporcional ................................................................................ 35 3 7.2.3. Detector Geiger-Müller ............................................................................ 35 7.2.4. Detector de estado sólido ........................................................................ 36 7.2.5. Detector Termoluminescente ................................................................... 36 7.2.6. Detector de Cintilação ............................................................................. 37 7.2.6.1 Tipos de Cintiladores ............................................................................. 38 7.2.6.1.1 Cintiladores Orgânicos ....................................................................... 38 7.2.6.1.2. Líquidos e plásticos ........................................................................... 38 7.2.6.2 Eficiência de um detector....................................................................... 39 7.3. Calibração dos equipamentos de monitoração ........................................... 39 8. LICENÇAS ......................................................................................................... 40 8.1 RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 330/2019 .................................... 40 8.1.1 Aprovação do Projeto Básico.................................................................... 41 8.1.2 Alvará de Funcionamento ......................................................................... 42 8.2 Portaria CVS 01/2020 .................................................................................. 43 8.3 Regularização Inicial dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde – Portaria CVS 04/2011 ........................................................................................ 47 8.4 Fluxograma básico de Licenciamento na Vigilância Sanitária ..................... 49 9. TREINAMENTOS .............................................................................................. 50 10. MANUTENÇÃO .............................................................................................. 50 10.1 Testes mensais .......................................................................................... 52 10.2 Testes trimestrais ...................................................................................... 52 10.3 Testes semestrais ...................................................................................... 53 11. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 53 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ............................................................................... 53 ANEXOS ................................................................................................................... 54 4 1. INTRODUÇÃO Hospitais também são importantes centros de formação de recursos humanos na área da saúde e prestam apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão de ensino superior aos quais estão vinculados. Além disso, no campo da atenção à saúde, alguns hospitais são centros de referência de média e alta complexidade exclusivos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Em virtude da crescente demanda por cuidado, em especial, para a realização de diagnósticos e cuidado integral, os hospitais necessitam modernizar constantemente seu parque tecnológico e de equipamentos para apoio diagnóstico, em especial diagnóstico por imagem. Ainda, torna-se premente a busca de novas tecnologias em saúde que acompanhem o desenvolvimento e avanços da medicina e da ciência, tanto para aperfeiçoamento da capacidade de apoio diagnóstico, quanto para auxiliar nas ações de ensino dos alunos de graduação e pós-graduação, bem como para o desenvolvimento de pesquisas. Considerando a necessidade em avançar nas tecnologias dos exames de diagnóstico por imagem, a Tomografia Computadorizada (TC) representa um método de diagnóstico altamente especializado. Com a TC há a possibilidade de capturar imagens de melhor qualidade para a realização de diagnósticos de doenças, em especial para prevenção e tratamento em oncologia, bem como para as doenças do aparelho circulatório, osteomuscular e nas necessidades em urgênciaclínica e cirúrgica, como nas lesões por trauma, consideradas uma das maiores epidemias atualmente. Alguns hospitais buscam a habilitação em alta complexidade em cardiologia, oncologia, neurologia e ortopedia, portanto a aquisição de equipamentos como a Tomografia Computadorizada torna-se essencial para promoção qualificada de cuidado à população e formação especializada de profissionais de saúde. A tomografia computadorizada possibilita a captura de imagens com melhor qualidade para a realização de diagnósticos de doenças, em especial para prevenção e tratamento em oncologia, bem como para as doenças do aparelho circulatório, osteomuscular e nas necessidades em urgência clínica e cirúrgica, como nas lesões por trauma, consideradas uma das maiores epidemias atualmente. No que se refere à tecnologia, a tomografia é um exame realizado na medicina derivada dos termos gregos tomos, que significa "volume" expressando 5 aqui a ideia de "uma parte" e grafein que significa "escrever" ou "registrar". É um método diagnóstico, no qual são utilizados feixes colimadores, muito finos, de Raios- X, integrados a computadores que fornecem imagens detalhadas de seguimentos corporais. A TC por imagem tridimensional é indicada para a avaliação de tecidos mineralizados. A capacidade de demonstrar imagens em cortes em quaisquer direções do espaço, a ausência de sobreposição de imagem, a elevada resolução e a ausência de magnificação constituem as principais vantagens da TC quando comparada às radiografias convencionais. A principal vantagem da TC é que permite o estudo de "cortes" ou secções transversais do corpo humano vivo, ao contrário do que é dado pela radiologia convencional, que consiste na representação de todas as estruturas do corpo sobrepostas. É assim obtida uma imagem em que a percepção espacial é mais nítida. Outra vantagem consiste na maior distinção entre dois tecidos. A TC permite distinguir diferenças de densidade da ordem 0,5% entre tecidos, ao passo que na radiologia convencional este limiar situa-se nos 5%. Desta forma, é possível a detecção ou o estudo de anomalias que não seriam visualizadas em radiografias comuns, ou através de métodos invasivos, sendo assim um exame complementar de diagnóstico de grande valor. Em alguns estabelecimentos, a modernização do parque tecnológico hospitalar, no que se refere à aquisição de tomógrafos, além de proporcionar maior segurança, qualidade e agilidade na recuperação dos pacientes, possibilitará uma redução significativa nos custos de manutenção com equipamentos antigos e tecnologicamente ultrapassados, ampliando a disponibilidade de equipamentos e proporcionando às equipes de ensino e pesquisa, destes estabelecimentos, ferramentas modernas que auxiliarão na melhor formação dos alunos e qualidade de pesquisa. Ressalta-se também que atualmente são conhecidos vários tipos de tomógrafos: convencional, helicoidal, multidetectores (multislice) e dual source (duas ampolas). Os exames tomográficos geram um conjunto de imagem sequencial digital obtida por meio do movimento longitudinal da mesa com o tubo fixo em determinada posição. A imagem adquirida é semelhante à radiografia convencional, porém um programa de localizações de cortes, com qualidade superior permite melhor resolução e qualidade no exame e imagem adquiridos. Por existirem vários tipos de tomógrafos, com diversas tecnologias associadas, o Engenheiro Clínico deve especificar a aquisição de tomógrafos que 6 possuam características que atendam à necessidade assistencial, de ensino e de pesquisa do estabelecimento, em especial, no que se refere à tecnologia agregada, capacidade produtiva, geração de imagens para diagnóstico em diversas especialidades médicas, além da orientação dada por especialistas na área e custo- benefício para a aquisição pelo estabelecimento assistencial de saúde. Os tomógrafos são equipamentos de alta complexidade tecnológica, devido à sua natureza e princípio de funcionamento, as instalações físicas requerem a disponibilização de espaço físico com características peculiares e distintas das construções ordinárias de estabelecimentos e unidades de saúde, como laje estruturalmente reforçada para suportar o peso do equipamento, proteção radiológica de todas as superfícies para garantir precisão para a segurança do público, pacientes e operadores do equipamento. Além das características especiais para a construção deste local, os sistemas de climatização, de água gelada e elétrico também requerem cuidados especiais. Assim, a infraestrutura física para tomografia mantém é requisito essencial para o funcionamento do equipamento, de forma que sua estrutura física deve ser projetada, dimensionada e especificada pelo fornecedor do equipamento tomógrafo. Isto ocorre porque toda a infraestrutura de blindagem da edificação destinada a evitar vazamento de radiação ionizante, dimensionamento de cabos e condutores elétricos, sistema de climatização, sistema de água gelada e espaço físico para movimentação do equipamento são específicos a cada marca e modelo de tomógrafo, mesmo dentre os fabricantes, há peculiaridades de acordo com seu equipamento. Por se tratar de um serviço regulado pela Vigilância Sanitária, não basta realizar a adequação da sala de exame de tomografia. Geralmente, quando da instalação de um novo equipamento, observa-se a necessidade de se realizar a adequação de outros ambientes da unidade, tais como: salas de comando, acessos, áreas de repouso, entre outros. Em alguns casos, sem a devida adequação destes, a Vigilância Sanitária competente não aprova o projeto arquitetônico, conforme exigido em legislações especificas, em especial Resolução – RDC/Anvisa n° 50 de 2002 e Resolução – RDC/Anvisa n° 51 de 2011. Enfim, a aquisição de equipamentos de diagnóstico por imagem por Tomografia Computadorizada se faz necessária para modernização dos serviços de diagnóstico complementares, elevando a segurança para os pacientes e 7 colaboradores. Com foco continuo na melhoria da qualidade, produção e ampliação dos procedimentos/exames oferecidos, possibilitando uma redução no tempo de internação e proporcionando melhor qualidade na recuperação dos pacientes atendidos. Dentre os requisitos especificados pelo setor de diagnóstico por imagem à Engenharia Clínica, o serviço de tomografia computadorizada estará disponível para procedimentos eletivos e de emergência incluindo aqueles de pronto atendimento e tratamento intensivo durante 24 (vinte e quatro) horas nos 7 (sete) dias da semana. A expectativa é realizar 2.000 (dois mil) atendimentos por mês e o tempo médio efetivo de utilização do equipamento é 20 minutos por procedimento, id est, 92,59% de taxa de ocupação do equipamento. Caso haja falha técnica no tomógrafo e/ou o mesmo tenha que sofrer manutenção corretiva ou preventiva, o PET Scan realizará tais procedimentos durante a intervenção do TC. De acordo com o setor de diagnóstico por imagem, os procedimentos eletivos são geralmente realizados durante os períodos matutino e vespertino e aqueles de emergência, a qualquer momento. Para agilizar o atendimento e evitar horas paradas de equipamento, os pacientes eletivos aguardarão nas salas de espera enquanto os casos de emergência serão comunicados com antecedência para possibilitar a realização imediata do procedimento e evitar que estes pacientes aguardem em sala. Caso o paciente eletivo deseje agendar o procedimento com antecedência e não haja encaixe, o mesmo será realizado durante a noite ou na madrugada. 2. PLANEJAMENTO DO SERVIÇO O trabalho multidisciplinar em conjunto com médicos, enfermeiros, físicos- médicos, arquitetos e engenheiros para a definição da localização e posicionamento das salas de tratamento dentro de um serviço é fundamental. No decorrer do planejamento, algumas considerações importantesdevem ser observadas em um projeto de instalação tais como o acesso à sala de exames, macas, equipamento de tratamento/diagnóstico, energia para alimentação da máquina, instalação de gases medicinais, água e esgoto incluindo a pia, locais para armazenamento, blocos de blindagem, dispositivos de imobilização, segurança , blindagem, porta da sala de exames, sinalização de radiação, indicação luminosa de 8 feixe ligado, botões de emergência no console e interior da sala de exames, micro chaves de segurança, sistema de visualização e intercomunicação com o paciente e etc. Além do supramencionado, fazem parte das instalações necessárias ao serviço locais de armazenamento para equipamentos de dosimetria e controle de qualidade, peças de reposição, sala de espera e de troca de roupa, área de controle, local para armazenamento de prontuários dos pacientes, livros e pastas de registros de controle de qualidade, livro de registros de emergências e etc. O recebimento técnico do equipamento deve ser executado por um grupo composto de técnicos e médicos para que seja avaliado se todas as condições impostas pelo contrato foram atendidas pelo fabricante/vendedor/representante. Somente então, com a liberação deste grupo é que o pagamento daquele marco ou milestone contratual deverá ser efetuado. São frequentes as entregas de equipamentos com partes faltantes e danificadas, material técnico faltante, fora de especificações técnicas e sem os ajustes e calibrações necessárias à operação. Neste mesmo processo de aceitação, deve ser exigido do fornecedor que verifique todas as exigências técnicas ambientais que foram previamente estabelecidas pelo próprio fabricante. Este procedimento é de extrema importância para que não haja dúvidas quanto à operação adequada do equipamento, assim como para evitar futuros problemas de paralisação excessiva do mesmo devido à falta de condições ambientais adequadas. Este procedimento é denominado pré- instalação. A pré-instalação é o conjunto de requisitos de arquitetura e engenharia especificados pelo fornecedor que devem ser atendidos pela instituição para instalação de equipamentos médicos. O grupo de manutenção é responsável pela verificação dos requisitos de pré-instalação. Esta tarefa deve ser executada cuidadosamente para evitar problemas na hora da instalação do equipamento. Os itens a serem verificados dependem do tipo de equipamento a ser instalado, mas basicamente são: Condições físicas: ➢ Área necessária para a instalação do equipamento, espaço livre recomendado pelo fabricante ou normas e área para circulação; ➢ Rota de passagem para o equipamento chegar e sair ao local da instalação; 9 ➢ Resistência do piso do local de instalação e da rota de passagem; ➢ Necessidade da construção de base ou suporte para o equipamento; ➢ Área de suporte pois alguns equipamentos necessitam de uma área de suporte muito maior do que a área para instalação do equipamento; Condições de alimentação: ➢ Elétrica; ➢ Hidráulica; ➢ Gases; ➢ Sistemas de estabilização eletrônica de tensão; Condições de proteção e normativas: ➢ Sistema de aterramento; ➢ Sistemas de proteção contra descargas elétricas; ➢ Sistemas de radioproteção; ➢ Sistemas de alimentação de emergência; ➢ Compatibilidade eletromagnética, no caso de equipamentos que geram campo eletromagnético, tal como ressonância magnética, deve-se verificar se as áreas adjacentes consideram as questões relativas a influência dos campos gerados; Condições ambientais: ➢ Controle de temperatura; ➢ Controle de umidade; ➢ Controle de ventilação; A execução dos serviços deverá obedecer a todas as normas técnicas vigentes e exigíveis no que couber aos trabalhos, editada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e outras normas pertinentes regulamentadas por Órgãos Oficiais, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além dos respectivos manuais dos fabricantes e das boas práticas de engenharia, visando sempre à perfeita segurança, desempenho e operacionalidade da infraestrutura física e das instalações prediais. Antes de se contratar a empresa responsável pela instalação, o setor técnico deverá certificar-se que todas as exigências/necessidades de pré-instalação foram satisfeitas, devendo para equipamento de grande porte ou que sejam sensíveis, 10 como o tomógrafo em questão, exigir a presença de um representante da empresa responsável pelo equipamento que possa emitir parecer sobre a pré-instalação, visando reduzir a possibilidade de afetar a garantia do equipamento, caso ele venha a ser instalado em condições que diferem das exigências pelo fabricante. Estando as necessidades de pré-instalação atendidas, pode-se efetuar a instalação do tomógrafo, segundo o cronograma previamente estabelecido com o fornecedor. Nesta fase é extremamente importante o acompanhamento por pessoal técnico capacitado, pois se trata de uma primeira oportunidade de aprendizado sobre o funcionamento. Nesta fase é comum a apresentação de problemas técnicos ou necessidades de que seja realizada uma calibração. Ao longo da instalação, deve-se fazer anotações bastante detalhadas, pois estas serão utilizadas futuramente na formação de um banco de dados necessários ao acompanhamento da vida útil do tomógrafo. Além das informações de aquisição, tais como custo, data de aquisição e forma de aquisição deverão ser anotadas informações sobre fornecimento de documentação técnica e qual seu tipo, ou seja, manual de operação, manual de manutenção corretiva e preventiva, lista de peças e demais, quais peças e acessórios acompanham o tomógrafo e seus respectivos números de série e localização, tensão de alimentação, potência do equipamento, tipo e características de baterias quando presentes, tipos de fusíveis e dispositivos de proteção, tipos de lâmpadas, gases e etc. No final deverão ser realizados testes de segurança elétrica, radiológica, etc. conforme o tipo de equipamento, com o objetivo de efetuar a aprovação técnica e o início dos testes clínicos, antes de se dar o aceite final e consequentemente liberação do pagamento. Estando a área técnica e clínica de acordo com o funcionamento do tomógrafo, deverá ser encaminhado um parecer final à administração ou setor de Suprimentos/Compras informando que poderá ser autorizado o pagamento do tomógrafo, conforme as condições e prazos estabelecidos no contrato de fornecimento. Após o supramencionado, iniciar-se-á o período de garantia durante o qual recomenda-se que seja efetuado o treinamento técnico para que após o período de garantia, o setor técnico da instituição esteja preparado para realizar suas atividades complementares. 11 Preparar o local para uma instalação do tomógrafo é essencial. Segue abaixo a lista de itens a ser gerenciada pelo gerente de projetos, engenheiro de manutenção e pelo Engenheiro Clínico durante o planejamento do processo de instalação do tomógrafo: 1. A Engenharia Clínica poderá sugerir à Administração que no modelo de compra proposto o fornecedor também acompanhe a execução das obras de engenharia a serem realizadas e que a instalação e, consequentemente, o pagamento destes equipamentos só ocorrerão com a conclusão e homologação das obras pelos Órgãos competentes; 2. A Engenharia Clínica poderá ainda sugerir a contratação do tipo turnkey, no qual compreende a aquisição de equipamentos de tomografia, elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia e execução das adequações da infraestrutura de modo a permitir a apropriada instalação e funcionamento do equipamento. 3. Caso não sejam aceitos os itens 01 e 02 acima, obter todas as licenças e homologações necessárias para que o serviço de tomografia computadorizada realize todos os serviços em consonância com a legislaçãovigente; 4. Criar uma ficha para averiguação dos requisitos de pré-instalação que deve ser adequado às necessidades do tomógrafo; 5. Obter eventuais autorizações públicas para a movimentação dos equipamentos e materiais e para realização da obra; 6. Solicitar certificados de todos os equipamentos, softwares, sistemas, partes, peças e acessórios a serem instalados, e quando aplicável, Registro de Produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso algum equipamento, software, sistema, parte, peça ou acessório, não seja passível de registro na Anvisa, caberá ao fornecedor demonstrar isto apresentando documento emitido pela Anvisa; 7. Solicitar ao fabricante a documentação com a descrição técnica detalhada dos equipamentos, sua funcionalidade, suas caraterísticas físicas, elétricas e de desempenho, e demais informações necessárias para demonstrar as características do produto; 8. Assegurar que a documentação técnica, os manuais e relatórios técnicos dos fabricantes estejam devidamente aprovados e integrantes dos processos de registro de produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de acordo com a legislação sanitária em vigor em especial, Lei nº 12 6.360/1976, Lei nº 6.437/1977, Decreto nº 79.094/77, RDC ANVISA nº 185/2001. 9. Solicitar a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), relativa à execução dos serviços de adequação da infraestrutura física e efetuar o recolhimento da respectiva taxa, antes do início das atividades técnicas no caso de projetos Turn Key; 10. Verificar se o local escolhido para sala de exames de tomografia e o as-built do projeto estão em consonância e que a primeira não sofreu alterações que não foram incorporadas ao as-built; 11. Verificar a resistência do piso do local de instalação do tomógrafo, bem como na rota de passagem a ser percorrido pelo mesmo; 12. Sugerir a realização de vistoria ao local acompanhado de representante do fabricante do equipamento, até o local onde serão executados os serviços, para examinar as áreas, tomar ciência do estado de conservação, características e eventuais dificuldades para execução dos serviços, de modo que não serão atendidas solicitações futuras sob argumento de falta de conhecimento das condições de trabalho ou de dados da especificação. EO representante deverá entregar uma declaração de vistoria devidamente assinada após a realização da mesma; 13. Enviar os projetos da arquitetura existente ao gerente de projetos; 14. Solicitar ao fabricante todos os estudos preliminares para análise e aprovação; 15. Após aprovação dos estudos preliminares, o fornecedor deverá enviar o site planning para que a Engenharia Clínica, Engenharia de Manutenção e Arquitetura possam solicitar o projeto de cálculo de blindagem, bem como elaborar layout/projeto de reforma e para fazer orçamento de obra; 16. Solicitar ao fabricante o detalhamento técnico quanto às necessidades de pré-instalação do equipamento, instruindo quanto às instalações de rede elétrica, água e esgoto, aterramento, temperatura, dimensões do local, proteção radiológica, umidade, poeira, partículas ou poluentes, proteção ambiental, riscos de acidentes e todas as demais condições físicas pertinentes à instalação e ao funcionamento do equipamento e proteção ao meio-ambiente; 13 17. Revisar os projetos preliminares da instalação, fornecidos pelo gerente de projetos, e informar quaisquer mudanças que os stakeholders solicitem. Certificar-se que todas os stakeholders aprovem o layout, incluindo o representante do fabricante; 18. Elaborar o cronograma de obra junto a Engenharia de manutenção/Arquitetura e adicionar os serviços de engenharia clínica, tais como a instalação do equipamento e testes; 19. Supervisionar os serviços conforme especificações do projeto e da proposta do fabricante, com os recursos necessários ao perfeito cumprimento das cláusulas contratuais. 20. Visitar o local, com todos os fornecedores, para verificar itens como condições da sala de exames, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, instalações de gases, pavimento no qual está situada a sala de exames, o trajeto a percorrer para entrada e eventual remoção do novo equipamento via corredores do hospital ou através de içamento via fachada com demolição e posterior reconstrução de paredes; 21. Obter, por escrito, a anuência do fabricante para todos e quaisquer projetos em que o mesmo possua interface com o projeto de instalação e que tenha sido acordado previamente entre as partes; 22. Enviar os projetos aprovados ao gerente de projetos para que os projetos finais sejam realizados; 23. Enviar os desenhos finais a todos os empreiteiros e para o representante do fabricante para inclusão nos planos de construção; 24. Agendar visitas ao local, acompanhado dos engenheiros e todas as partes contratadas envolvidas. Avaliar o caminho de entrada do equipamento até o espaço reservado para o sistema de tomografia computadorizada; 25. Verificar e solicitar os cumprimentos das normas regulamentares sobre medicina e segurança do trabalho; 26. Fazer cumprir a observância das leis, decretos, regulamentos, portarias e normas federais, estaduais e municipais direta e indiretamente aplicáveis ao objeto do contrato, inclusive por suas subcontratados; 27. Certificar-se que a construção avança de acordo com o schedule e responder a quaisquer perguntas; 14 28. Enviar fotos ao gerente de projetos para documentar a construção durante todo o processo; 29. Programar a data de conclusão da construção; 30. Solicitar a visita do técnico responsável, representante do fabricante, para avaliar a obra e colher o aceite final por escrito do representante do fabricante; 31. Agendar a data de entrega do tomógrafo com a transportadora e fabricante; 32. Agendar equipamentos de entrega adicionais, se necessários, tais como empilhadeira, porta-paletes, guincho e outros; 33. Acompanhar movimentação de carga horizontal e vertical, bem como todos os demais itens necessários à obtenção dos serviços de instalação do tomógrafo solicitados pela administração do E.A.S; 34. Acompanhar a montagem mecânica do equipamento, a inspeção elétrica e calibração, bem como os testes de aceitação; 35. Fazer anotações bastante detalhadas, ao longo da instalação, pois estas serão utilizadas futuramente na formação de um banco de dados necessários ao acompanhamento da vida útil do tomógrafo; 36. Solicitar um número telefônico, para abertura de chamados para solicitar garantia e também para suporte aos equipamentos no estabelecimento, disponível até o término do prazo de garantia do equipamento instalado. 2.1 Etapas da instalação de um tomógrafo Cada pequena questão de logística é tratada antes do tomógrafo chegar ao centro médico. A obtenção de imagens e layouts de salas para saber sobre o local da instalação e o caminho a ser percorrido e, em alguns casos, caminhar até o local para as confirmações logísticas finais. Tudo deve ser planejado minuciosamente. 1ª Etapa: Avaliar a melhor rota de entrega do sistema de tomografia computadorizada Quase todos os tomógrafos computadorizados são grandes e volumosos. Portanto, planejar a rota de entrega do sistema com antecedência é essencial. 15 Examinar a altura e a largura das portas e corredores. Se aplicável, descobrir quais portas, janelas e postos de enfermagem necessitam se removidos e mais tarde reconstruídos. Descobrir o que é necessário em termos de movimentação horizontal e vertical de cargas. 2ª Etapa: Instalar almofada de epóxi na sala de exames de tomografia computadorizada A calibração é essencial para que o tomógrafo funcione bem e, se o piso estiver a menos de meia polegadade estar perfeitamente nivelado, a imagem de tomografia resultante pode ser afetada adversamente. Portanto, deve-se instalar uma almofada de epóxi abaixo do local de instalação planejado. Geralmente, o epóxi endurece em cerca de 24 horas após a aplicação. 3ª Etapa: Mover o tomógrafo de fora para dentro do E.A.S Caso tudo esteja conforme o planejado, o tomógrafo poderá ser transportado do local de armazenamento do fabricante em caminhão com suspensão pneumática elevada a ar tipo air ride para o interior do estabelecimento de saúde. Painéis de mylar devem ser colocados sobre o piso em toda a rota de entrega do sistema, desde que os postos de enfermagem, portas ou, se necessário, janelas tenham sido previamente removidos para levar todo o sistema com segurança à sala de exames. 4ª Etapa: Alinhar o Gantry A instalação de um tomógrafo de qualidade depende do centro do orifício do tomógrafo, id est, o orifício por onde o paciente passa. Esse é o ponto ideal e é onde o sistema é projetado para desempenho ideal de imagens médicas. Depois de colocar o gantry na almofada de epóxi, deve-se alinhar o mesmo e o couch com base neste ponto ideal e nas especificações do fabricante. 5ª Etapa: Instalar a distribuição de energia elétrica, cabeamento e equipamentos anciliares A configuração do resto da sala depende, na maior parte, das preferências do site. É ideal ter o gabinete de distribuição de energia do tomógrafo em algum lugar próximo ao gantry. O gabinete grande e volumoso deverá ser instalado em uma 16 posição ergonômica centrada, para que não atrapalhe o operador ou cause inconvenientes indevidos durante os exames. Em seguida, deve-se conectar os cabos de alimentação da sala de exames à sala de controle. Geralmente, existem três maneiras de passar os cabos elétricos e demais conexões através da tubulação existente no local, passando os cabos elétricos pelo chão ou instalar os cabos através do teto, se na instalação houver um teto falso. Se no local houver piso elevado, pode-se passar os cabos utilizando esta facilidade. Novamente, tudo isso é baseado no planejamento inicial do local e nas preferências do local e usuário final. 3. PROJETO O engenheiro clínico, em conjunto com o setor de engenharia de projetos, deve seguir a seguinte sequência de serviços: ➢ Visita “in loco” com os fornecedores para verificar as condições da sala, instalações elétricas, hidrossanitárias, gases medicinais e demais, no pavimento onde está situada a sala e qual trajeto seguir para remoção e entrada de novo equipamento (se será via corredores do hospital ou com equipamento içado via fachada com demolição de paredes; ➢ Certificar de que as dimensões de todas as portas, corredores e alturas de teto sejam suficientes para acomodar o movimento de equipamentos da área de entrega para a sala de instalação definitiva; ➢ Garantir que as rotas de acesso ao equipamento acomodem o peso do equipamento e de qualquer equipamento de transporte, içamento e aparelhamento; ➢ Avaliação das plantas existentes, se estão de acordo com a situação real; ➢ Avaliação das propostas enviadas pelos fornecedores; ➢ O fornecedor contratado envia o estudo preliminar para análise e aprovação; 17 ➢ Após aprovação do estudo preliminar, o fornecedor envia o site planning para o engenheiro clínico, que em conjunto com o setor de engenharia de projetos, solicitam o projeto de cálculo de blindagem, elaborar layout/projeto de reforma e para fazer orçamento de obra; ➢ A elaboração do cronograma de obra é alinhada entre a engenharia clínica, Diretoria e setor de Projetos. 4. CONSTRUÇÃO Os preparativos para instalação incluem a realização da rede elétrica, rede DICOM para transferência de informação digital, instalação de quadro de fusíveis, interruptores, aterramento principal, sinalização, transformadores de isolação, vigia e monitores de isolação, instalação de tubos de cabo, eletrodutos, fixação de estruturas especiais para montar equipamento em tetos, tetos falsos, como também instalação de âncoras para fixação de partes no teto pisos e paredes. ➢ A fonte de alimentação deve entrar em um Quadro elétrico (PDB) contendo as unidades de proteção e controles; ➢ A seção do cabo de alimentação deve ser calculada de acordo com seu comprimento e as quedas máximas de tensão permitidas; ➢ Deve haver discriminação entre o dispositivo de proteção do cabo de alimentação no início da instalação (lado principal do transformador de baixa tensão) e os dispositivos de proteção no PDB. 4.1 Características de Fornecimento ➢ A entrada de energia deve ser separada de quaisquer outras que possam gerar transientes (elevadores, ar condicionado, salas de radiologia equipadas com trocadores de filme de alta velocidade, etc.); ➢ Todos os equipamentos (iluminação, tomadas elétricas, etc) instalados com os componentes do sistema devem ser alimentados separadamente; ➢ Desequilíbrio de fase de 2% no máximo; 18 ➢ Os transientes devem ter um pico menor que 1500V. (em uma linha de 400V; ➢ Iluminação Ambiente - A luz ambiente nas salas onde é feita a exibição de imagem (monitores) para diagnósticos tem que satisfazer as seguintes exigências: Sem oscilação, controlável, com intensidade variável e reproduzível (por ex: dimmer com escala). Prevenção de Incêndio - Deverá ser instalado nas proximidades do equipamento um extintor de CO2 pois outros sistemas de combate a incêndio, como splinklers, podem causar danos ao equipamento. Condicionamento do Ar - As instalações de condicionamento do ar devem obedecer o estabelecido pela norma NBR 7256 sobre tratamento do ar em estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS). Distâncias de Segurança - Conforme resolução RDC 50, 21 de fevereiro de 2002, devem ser realizadas ações para garantir segurança nas zonas de perigo. Uma zona de perigo é uma área na qual existe a possibilidade de dano por causa da posição ou forma de partes estacionárias ou moveis de um produto técnico. Nestas zonas de perigo devem ser usados protetores (roupas especiais, aventais de chumbo, barreiras de segurança como barreiras de luz, sensores de presença, sinais de advertência distintos e barreiras limitadoras de acesso em áreas controladas). Deve ser assegurado que os dispositivos protetores sejam projetados e posicionados de tal um modo que as distâncias de segurança não possam ser alteradas. A distância de segurança mínima entre as bordas ou extremidades do equipamento e todas as paredes da sala deve ser de 1m nas bordas laterais da mesa de exame do equipamento e de 60cm nas demais bordas ou extremidades do equipamento. O dimensionamento das salas de exames, devem obedecer também a distância mínima de 150cm de qualquer parede da sala ou barreira de proteção ao ponto de emissão de radiação do equipamento, observando-se sempre os deslocamentos máximos permitidos pelo mesmo. 19 5. AQUISIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS A aquisição de equipamento médico é muito diferente de quaisquer outras aquisições. Em primeiro lugar, a administração deve decidir qual o orçamento e, em seguida, equilibrar o que deseja com o que realmente é necessário. No entanto, ao comprar um tomógrafo novo ou recondicionado, há vários fatores adicionais a serem considerados tais como a potência do tomógrafo, a utilização pretendida, quantos pacientes o E.A.S. pretende atender, os requisitos regulamentares e o que a sala de exames pode acomodar fisicamente. Os fatores supramencionados são importantes e devem ser considerados. Caso o E.A.S. não possua em seu quadro de funcionários um especialista em maquinários de radiologia ou um físico médico, não é de se admirar que a experiência da compra do tomógrafo computadorizado possa ser um indutor de dor de cabeça garantido. 5.1 Fluxo das aquisições Segundo Murilo Contó (2020,Especialização Engenharia Clínica Unicamp) responsável pela criação do fluxograma 1 abaixo, podemos ilustrar e definir os fluxos do início ao fim do período de aquisição de um equipamento médico-hospitalar. 20 Fluxograma 1: Aquisição de equipamento médico-hospitalar Com isso, podemos afirmar que o processo de aquisição de equipamentos necessita de apoio multidisciplinar para que alcançe os objetivos do estabelecimento assistencial de saúde, se tornando um ponto crucial para medição da eficiência do processo. 5.2 Especificação de equipamentos Alguns aspectos devem ser levados em consideração para a etapa de especificação dos equipamentos. São eles: ➢ Deve permitir uma clara visualização do equipamento sem mencionar marca e modelo; ➢ Características estruturais e de arquitetura; funções embarcadas; tipo de interfaces; requisitos de operação; ➢ Definir características técnicas sem menções e descrições comerciais (“exclusivo”, “top de linha”, etc.); ➢ Descrever todo conjunto que compõe o equipamento inclusive os acessórios necessários; 21 ➢ Verificar limites para definir quantidade de acessórios sobressalentes (capital x custeio); ➢ Dimensões e peso relacionados com a capacidade/performance do equipamento. 5.3 Pesquisa de mercado (Tomógrafo Computadorizado) Devemos realizar o levantamento de marcas/modelos disponíveis no mercado, através de: ➢ Consulta à base de registros de produtos da ANVISA; ➢ Portal do SIGEM (Sistema de Informação e Gerenciamento de Equipamentos Financiáveis); ➢ SOMASUS (Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos); ➢ ECRI (Sistema americano de especificações de equipamentos); ➢ Visitação a feiras e congressos especializados; ➢ Assinatura de literatura especializada; ➢ Contato direto com fabricantes e fornecedores. Como a maioria dos compradores em potencial, a administração do E.A.S. deve possuir um orçamento que deva atender às necessidades das instalações que representa. Ao calcular o custo do próprio sistema, bem como os custos de instalação, observar o número de slices fornece uma visão geral decente do preço de um tomógrafo. Por exemplo: De 1 a 4 slices: ~ US$ 50.000 a US$ 90.000 De 6 a 10 slices: ~ US$ 70.000 a US$ 95.000 De 16 a 40 slices: ~ US$ 90.000 a US$ 160.000 64 slices: ~ US$ 120.000 a US$ 350.000 Ao comprar um tomógrafo, há custos adicionais para componentes essenciais. Caso o E.A.S. não esteja inclinado para o preço de compra "turnkey" total, que já inclui esses componentes, esses custos adicionais podem incluir quaisquer acessórios (injetores, gatilhos de movimento de ECG, estações de trabalho, etc.), garantia/contratos de serviço e treinamento de aplicativos. 22 5.4 Número de Slices (Cortes) Ao lado do preço, a contagem de slices é considerada uma das características mais importantes que um Engenheiro clínico deve entender. A contagem de slices é como o motor da máquina, e simplesmente saber a contagem de slices pode iluminar algumas das capacidades técnicas do tomógrafo. A contagem de fatias mais alta reduz o tempo de digitalização e produz uma imagem de alta resolução para alguns tipos de estudos. No entanto, contagens mais altas de slices, como 128 a 320, são um exagero para as necessidades de diagnóstico por imagem da maioria dos hospitais. Os recursos avançados do tomógrafo são frequentemente necessários apenas em instituições cardíacas ou de pesquisa. Compreender a contagem de slices ao fazer uma pesquisa de tomógrafos é um tópico que poderia render um livro. Seguem abaixo algumas considerações fundamentais: ➢ 4 Slices - Muitas vezes considerado ideal para um veterinário ou um centro de imagem de baixo volume, bem como práticas de urologia ou outros centros que só precisam do tomógrafo uma ou duas vezes por semana. ➢ 16 Slices - Conhecido como o ponto ideal para instalações com maior fluxo de paciente e necessidade de tempos de varredura reduzidos. Esta contagem de slices também funciona bem para pronto socorros e centros de atendimento de urgência, bem como hospitais ou centros de imagem de alto volume. ➢ 64 Slices - Ideal no mundo dos ambientes cardíacos, traumáticos ou de alto volume de cuidados intensivos, onde o tempo é essencial. ➢ 128 Slices - comumente encontrada em instituições cardíacas ou de pesquisa. Tomógrafos com esse poder, bem como aqueles de 256 ou 320 slices, podem escanear todo o corpo em segundos e fornecerem imagens 3D extremamente nítidas de qualquer órgão. 23 5.5 Otimização de dose Alguns especialistas afirmam que entender a contagem de slices não é tão importante quanto antes e, atualmente o recurso a ser realmente considerado é a otimização da dose eficaz. O Engenheiro Clínico atualizado deve tornar a otimização da dose tão importante quanto a contagem de slices. Devido à demanda por menor exposição à radiação, muitos fabricantes de tomógrafos estão enfatizando técnicas aprimoradas de modulação de dose, tais como: ➢ Adicionar filtros de feixe adicionais; ➢ Melhorar a eficiência da dose do detector; ➢ Desenvolver algoritmos de reconstrução para acomodar a corrente mais baixa do tubo de raios-x. Para saber se um tomógrafo tem alguns dos principais recursos de otimização de dose, o Engenheiro Clínico deve observar a Conformidade com o NEMA XR-29. Favor consultar o site da ACR - American College of Radiology https://www.acr.org/Practice-Management-Quality-Informatics/Quality-Care- News/Newsletter/Quality-and-Safety-eNews-September-2018/NEMA-XR29-Update. A reconstrução iterativa (IR) também é outra consideração importante. A reconstrução iterativa é um protocolo de reconstrução de dados para reduzir drasticamente o ruído e a dose, porém não está disponível em todos os tomógrafos compatíveis com o NEMA XR-29. Geralmente é reservado como um recurso para sistemas premium, mas alguns fabricantes o oferecem como um complemento. 5.6 Outras considerações técnicas Além da contagem de Slices e otimização da dose eficaz, o Engenheiro Clínico deve observar outras características importantes dos vários tomógrafos disponíveis no mercado, incluindo: ➢ A tecnologia refrigerada a ar e a tecnologia refrigerada a água; ➢ Tempo de rotação do gantry; ➢ Comprimento da matriz do detector; ➢ Desempenho e vida útil do tubo de raios X; https://www.acr.org/Practice-Management-Quality-Informatics/Quality-Care-News/Newsletter/Quality-and-Safety-eNews-September-2018/NEMA-XR29-Update https://www.acr.org/Practice-Management-Quality-Informatics/Quality-Care-News/Newsletter/Quality-and-Safety-eNews-September-2018/NEMA-XR29-Update 24 ➢ Resoluções espaciais e de contraste; ➢ Sustentabilidade e necessidades de manutenção. Conhecer cada um desses componentes e como eles afetam tudo, desde o desempenho do diagnóstico até os custos de serviço, será útil para fazer uma seleção inteligente. 5.7 Os diversos fabricantes de tomógrafos computadorizados Uma vez conhecidas as considerações básicas para uma sugestão de compra de tomógrafo, pode-se comparar melhor os principais fabricantes tais como GE, Philips, Siemens e Toshiba. Para esta comparação, deve-se verificar a contagem de slices e otimização de dose, bem como examinar o consenso geral desses tomógrafos e alguns atributos importantes de modelos populares que podem ou não estarem disponíveis no mercado nacional com todos os recursos mencionados abaixo. 5.7.1 Tomógrafos GE Healthcare A GE Healthcare é uma das líderes em tecnologia de tomografia computadorizada e a linha de tomógrafos da GE tem uma reputação aclamada por durabilidade e facilidade de manutenção. Algumas linhas de modelos de tomógrafos GE populares incluem GE BrightSpeed, GE Discovery e GE Lightspeed. Dentro dessas categorias, pode-se encontrar alguns modelos populares, como o GE Lightspeed RT 16, o GE Discovery 4 PET e o GE BrightSpeedElite. Em geral, os tomógrafos GE custam mais do que outros modelos e alguns motivos para isso incluem preços mais baixos de serviço, de mão de obra e de peças de reposição, possuem alta demanda, mas há uma oferta limitada e tomógrafos GE são resfriados a ar, o que significa que são mais fáceis de manter. 25 5.7.2 Tomógrafos Philips A linha Philips Brilliance de tomógrafos inclui algumas das opções mais acessíveis disponíveis. O Philips Brilliance 6 é, possivelmente, o tomógrafo mais acessível no mercado norte americano, ao mesmo tempo em que pode fornecer uma variedade de opções de radiologia por meio de imagens cardíacas. Para a digitalização diária, o Philips Brilliance 16 é bem conhecido por sua combinação de eficiência, qualidade de imagem e preço acessível. Caso o E.A.S. procure por acessibilidade e eficiência, porém necessite de aplicativos de imagem avançados (imagem para densidade mineral óssea, cérebro, coração, análise de pulmão e outros), o Brilliance 40 ou o Brilliance 64 são boas escolhas. O Philips Gemini (disponível em 16, 40 e 64 PET / tomógrafo) é outra linha que oferece imagens moleculares avançadas com recursos de time-of-flight imaging. Seus gantries OpenView são os principais desta linha, pois oferecem um ambiente menos confinante para os pacientes. 5.7.3 Tomógrafos Siemens A Siemens é conhecida por seu pioneirismo e inovação. Entre tomógrafos, a Siemens desenvolve tomógrafos em torno da minimização de radiação avançada e dosagem de meios de contraste, bem como outros recursos para melhor desempenho clínico e bem-estar do paciente. Isso permite imagens mais nítidas com os mais altos padrões de minimização de dose. Uma das principais linhas de tomógrafos multi-slice da Siemens é a linha SOMATOM; para scanners PET / CT, o Siemens Biograph também é uma escolha ideal. Com relação à qualidade da imagem, os tomógrafos da Siemens usam várias técnicas de oversampling para uma resolução espacial clara e definida. A Ultra Fast Ceramics (UFC™) de propriedade da Siemens oferece alta absorção de raios-X, curtos tempos de decaimento e baixo pós-luminescência, todos os quais são parâmetros-chave para alta resolução espacial. Para um scanner altamente acessível, o Siemens SOMATOM Sensation 4 oferece custos iniciais baixos e custos de manutenção e serviço razoáveis. Este 26 tomógrafo oferece tempos de rotação de até 500ms e pode fazer 160 cortes em 20 segundos. Após a varredura, o Sensation 4 pode reconstruir 1,5 cortes por segundo, tornando este dispositivo um tomógrafo de nível de inicial ideal para imagens de tecidos moles. Do outro lado do espectro, o SOMATOM Sensation 16 é o tomógrafo robusto. Este equipamento é definido por sua excelente resolução de imagem e velocidade, pois pode fornecer uma varredura de imagem 3D de corpo inteiro das artérias de um paciente em menos de 20 segundos. Ele oferece resposta rápida, para que você possa atender mais pacientes ao longo do dia, enquanto oferece uma ampla gama de serviços, desde exames de câncer de pulmão e imagens cardiovasculares até imagens cardíacas e cerebrais. 5.7.4 Tomógrafos Toshiba Se o tomógrafo da GE é de fácil manutenção, o da Philips é acessível e o da Siemens é inovação, então Toshiba é potência e qualidade. O Toshiba Aquilion 16, é um dos sistemas mais populares da Toshiba. O Aquilion 16 é um tomógrafo robusto de 16 slices, conhecido por sua capacidade de completar uma rotação em 0,4 segundos e reconstruir imagens de alta qualidade a 12 quadros por segundo. O Aquilion 16 é versátil, pois oferece aplicações em densidade mineral óssea, análise pulmonar, musculoesquelética, neurologia, oncologia e urologia. A linha de tomógrafos Aquilion também incluem opções de 32 e 64 slices, bem como alguns modelos premium, como o Aquilion One e o Aquilion Premium. 5.8 Caso Real – Tomógrafo Revolution Maxima Power Como forma de enriquecer o trabalho, apresentamos a seguir um caso real que um dos integrantes do grupo participou em seu estabelecimento assistencial de saúde, com a aquisição de um tomógrafo computadorizado. A seguir, apresentaremos as especificações e características físicas do equipamento Revolution Maxima Power (Figura 1), da fabricante GE. 27 Figura 1: Tomógrafo Revolution Maxima Power O Revolution Maxima Power da GE apresenta um novo padrão na Tomografia Computorizada, oferece um fluxo de trabalho otimizado impulsionado pela tecnologia de Inteligência Artificial, para que o usuário usufrua de uma eficiência operacional incomparável e única. ➢ Smart flow ➢ 40mm de cobertura do detector Clarity/DAS ➢ 0.28mm de resolução espacial ➢ ASiR, tecnologia de redução da dose de radiação de até 82%. 5.8.1 Desempenho O desempenho é o resultado de tecnologias chave como: ➢ O posicionamento automático de pacientes por Inteligência Artificial (IA) possui tecnologia inovadora de última geração. A câmera Xtream localiza automaticamente os pontos de referência e realiza a centralização automática do paciente. Esta função auxilia também na otimização da dose de radiação e qualidade de imagem, além de evitar erros de posicionamento. 28 ➢ Evita a realização de um estudo de maneira errada, ao uniformizar a direção da orientação do paciente (cranio-caudal, caudo-cranial, pronado, supinado) capturada com a câmera Xtream e a informação do protocolo selecionado. ➢ Related Protocol compara uma ordem transferida do RIS com os protocolos do usuário e apresenta apenas os protocolos necessários, para que assim seja possível reduzir a complexidade da seleção de protocolos. ➢ A cadeia de imagens Clarity com um novo tubo de raio-x, detector e tecnologia de reconstrução iterativa este equipamento é capaz de superar os desafios do dia a dia como imagens ruidosas, necessidade de resolução espacial, detectabilidade de baixo contraste e/ou artefatos. ➢ O tubo Performix 40 Plus com rolamento líquido alcança uma velocidade de rotação de 0.35 segundos para estudos de rotina, o que permite realizar uma aquisição de 1000 mm em apenas 6 segundos, em conjunto com um pitch helicoidal de 1.531. ➢ ASiR-V é uma tecnologia de reconstrução iterativa iterativa com base no modelo de sistema que pode reduzir o ruído na imagem ao utilizar um modelo estatístico de ruído do sistema, de objetos e ruídos físicos. ➢ Organ Dose Modulation permite reduzir a dose de radiação, ao realizar a modulação da corrente no tubo de raio-x em tecidos superficiais como mamas. ODM permite ainda um desvio padrão do ruído no pixel sem diminuir a produtividade como acorre em técnicas convencionais de redução de dose em tecidos superficiais. 5.8.2 Tecnologias para diminuição da dose (Optidose) A GE tem seguido durante muitos anos o princípio de ALARA para auxiliar nossos clientes a otimizar a dose de radiação. A GE oferece várias ferramentas para auxiliar a reduzir a dose de radiação mantendo a qualidade de imagem. ➢ CT 4Kids: Os protocolos pediátricos se baseiam em tamanho, idade e peso. Com estes dados é possível ajustar a dose ao tamanho do paciente. ➢ Color Coding for Kids: apresenta ao usuário sugestões de protocolos pediátricos com base no sistema pediátrico de Broselew-Luten. Este 29 sistema de código de cores está incorporado na seção de protocolos no console do operador. ➢ SmartTrack: Mantem o feixe ativo apenas nos canais ativos do detector, permitindo a aquisição submilimétrica com alta eficiência na dose de radiação. ➢ SmartBeam: O colimador possui duas câmaras de tungstênio controladas independentemente. A rotação destas câmaras permite realizar aquisições com uma espessura variável do feixe de maneira contínua no eixo Z. ➢ Dose Check é um conjunto de ferramentas que permitem ao usuário gerenciar a dose de radiação do CT na prática clínica. Possui como base o padrão XR-25-2010publicado pela Associação de Fabricantes de Equipamentos elétricos e Equipamentos de Imagem Médicas (NEMA). ➢ ODM (Organ Dose Modulation) permite a redução da dose de radiação, mediante a modulação da corrente elétrica no tubo de raio-x quando este estiver posicionado sobre órgãos superficiais e tecidos sensíveis como mamas, mantendo a qualidade diagnóstica sem redução da produtividade (comparado com o uso de aparatos externos). ➢ Dynamic Z-axis tracking: oferece uma correção automática e contínua do feixe de raio-x para que ocorra o bloqueio da radiação secundária no início e ao final da aquisição helicoidal e assim reduzir a radiação não utilizada para a formação da imagem. ➢ 3D mA Modulation: com a informação volumétrica antes da aquisição, permite personalizar protocolos e otimizar a dose para cada paciente. Durante a aquisição, em tempo real, a modulação de dose 3D entrega uma consistente qualidade de imagem, já que considera automaticamente as dimensões da anatomia de cada paciente em tempo real. 5.8.3 Especificações Gerais Além de toda tecnologia já descrita, podemos mencionar as especificações gerais que não foram detalhadas. ➢ 64ch/128sl - A opção de reconstrução de 64ch / 128 sl proporciona uma aquisição com a cobertura total de 40mm e espessura de corte de 0.625 mm. Combinada com a reconstrução por overlap, habilita 128 cortes por 30 rotação em modo axial e entrega um melhor desempenho na visualização do eixo Z comparado a uma reconstrução sem sobreposição. ➢ Abertura do gantry: 70 cm ➢ Máximo SFOV: 50 cm ➢ Intervalo de kV: 80, 100, 120 y 140 kV ➢ Intervalo base de mA: 10 a 600mA, incrementos de 5mA ➢ Angulação: +/- 30 graus, digital ➢ Velocidade de cobertura da mesa: 175 mm/s (Mesa VT1700V) ➢ Intervalo de aquisição helicoidal: 1580 mm (Mesa VT1700V) ➢ Intervalo de aquisição axial: 1730 mm (Mesa VT1700V) ➢ Capacidade de carga da mesa: 227 kg (Mesa VT1700V) ➢ Console do operador com capacidade de armazenar até 460,000 arquivos com matriz 512 x 512 e 3520 rotações em modo 64 cortes ou até 1,500 arquivos de dados de aquisição, ou até 300 exames. ➢ Dois monitores de 19 polegadas com resolução de 1280 x 10244 ➢ Revolution Maxima permite a seleção e transferência de exames entre qualquer sistema que suporte protocolos DICOM. ➢ Standard Auto-configuring Ethernet ➢ Direct Network Connection ➢ Supports 1000 BaseT ➢ Protocolos DICOM para rede: ➢ DICOM Conformance Standards: ➢ DICOM Storage Service Class ➢ Service Class User (SCU) for image send ➢ Service Class Provider (SCP) for image receive ➢ Service Class User (SCU) for storage commitment ➢ DICOM Query/Retrieve Service Class ➢ DICOM Storage Commitment Class Push ➢ DICOM Modality Worklist ➢ DICOM Modality Performed Procedure Step ➢ DICOM Print ➢ DICOM Structured Dose Report 31 6. COMISSIONAMENTO 7. MONITORAÇÕES Acompanhamento, por meio de instrumentos e procedimentos operacionais, da presença e da atividade de radionuclídeos em pessoas, em um determinado compartimento de uma instalação ou em materiais específicos. Seu objetivo pode ser o controle da contaminação ou a avaliação da exposição à radiação, incluindo a interpretação dos resultados, demonstrando as condições de trabalho se estão satisfatórias ou para alertar sobre qualquer deterioração. Servindo para fornecer informações que facilitem a estimativa da exposição à radiação. As monitorações das áreas de instalação devem ser realizadas antes do início da operação, sempre que houver mudanças em procedimentos, nos equipamentos, nas blindagens ou nas fontes. Caso haja trocas de fontes a monitoração deve ser refeita. 7.1 Tipos de monitoração 7.1.1 Monitoração de Área / Levantamento Radiométrico A avaliação de proteção radiológica inclui a inspeção visual durante a construção e por essa razão, o Engenheiro Clínico deverá acompanhar todos os passos da construção. Este tipo de monitoração é denominada um dos principais testes realizados dentro do serviço de diagnóstico de imagem que faz uso da radiação. Tem como papel de não somente garantir a segurança dos colaboradores do setor, mas também de pessoas que transitam nas proximidades do local de trabalho. O monitoramento nestas áreas leva em conta as medições dos níveis de radiação em áreas adjacentes, ou seja, faz uma avaliação de taxas das doses radioativas em ambientes que estejam anexos ou próximos às salas que possam receber os equipamentos emissores de raio-X. Garantindo assim a segurança de todos os indivíduos que possam estar expostos a radiação. Os valores apresentados 32 na monitoração devem atender os limites de dose anual que são descritas ou sugeridas pelas normas e leis vigentes. Para áreas livres são utilizados detectores Geiger-Muller, Câmara de Ionização e Detectores de Cintilação. Os detectores Geiger-Muller e a Câmara de Ionização são os mais utilizados. 7.1.2 Monitoração Ambiental Para este tipo de processo é realizado a coleta de dados, estudos e acompanhamentos contínuos das variáveis ambientais, com o principal objetivo de identificar e avaliar - qualitativa e quantitativamente as condições que os recursos naturais se encontram em um determinado momento, assim como as tendências ao longo do tempo. Através disso, na monitoração ambiental se torna possível compreender melhor a relação das ações do homem com o meio ambiente. 7.1.3 Monitoração Individual Medidas de dose recebida por indivíduos ocupacionalmente expostos (IOEs) durante a jornada de trabalho. Os locais de trabalho onde as exposições caracterizam o trabalhador como IOE de haver a necessidade da definição das áreas e implementar algum tipo de monitoramento para determinar as doses ocupacionais. Os métodos de monitoramento devem ser capazes de fornecerem estimativas dos limites das dose admitidas que possibilitem a verificação da Concordância com os limites, Condições de proteção radiológica e pelas Condições de obediência aos limites. 7.1.3.1 Tabela para níveis de referência Abaixo, na Tabela 1, demonstra-se as grandezas e características que demandam ação. 33 Comunicação expressa ao empregador e à CNEN CARACTERÍSTICA Estabelecido pela autoridade nacional, permite o registro da dose estimada excluindo informações triviais e outras consultorias Estabelecido pela autoridade nacional, solicita uma investigação local (freqüentemente muito simples) se for excedido. Deve ser assentado para fins de fiscalização Nível de registro – Valor acima do qual é interessante o registro: 0,10 mSv – ANVISA 0,20 mSv – CNEN GRANDEZAS “Altas Doses” 4,0 mSv Nível de investigação 1,5 mSv - ANVISA 1,0 mSv – CNEN Tabela 1: grandezas e características 7.1.4. Verificação de blindagens de fontes Conforme estabelecido na Resolução CNEN nº 112/2011 são destacados: Art. 30 As blindagens de fontes de radiação devem garantir que os limites de dose para todas as áreas não sejam excedidos nas regiões adjacentes às salas de tratamento, considerando-se os respectivos fatores de ocupação e de uso em cada ponto. Art. 31 Os laboratórios destinados ao preparo e uso de material radioativo e as salas de armazenamento de fontes de radiação e rejeitos radioativos, devem possuir contêineres apropriados para o tipo de fonte de radiação utilizada. Art. 32 Os seguintes requisitos relativos às blindagens das instalações dos Serviços de Radioterapia devem ser atendidos: I - as dimensões das blindagens de fontes de radiação e das salas de tratamento devem ser tais que as operações possam sempre ser executadas em conformidade com os limites autorizados e o princípio da otimização; e II - as portas de salas de tratamento devem atender aos mesmos requisitos de blindagem aplicáveis às paredes onde estão localizadas. Art. 33 As modificações de instalaçõesexistentes que possam alterar os requisitos de blindagem estrutural ou afetar a classificação das áreas do Serviço de Radioterapia devem ser submetidas à aprovação da CNEN como modificação no projeto de blindagem. 34 7.2 Equipamentos Utilizados Os instrumentos utilizados para a medição ou também chamados de padrões de medição, são dispositivos com a finalidade de realizar operações com o objetivo determinar o valor de uma grandeza física. As radiações ionizantes são medidas pela interação da radiação com um detector. Detectores de radiação são instrumentos sensíveis à radiação ionizante, os mesmos são utilizados para determinar a quantidade de radiação que se encontra em uma determinada área. A junção entre o detector e o medidor é chamada de monitor de radiação. Os detectores que indicam a radiação total a que uma pessoa foi exposta são chamados de dosímetros. 7.2.1. Câmara de Ionização É um dos tipos de dosímetros mais utilizados para realizar medidas mais precisas, podendo ser considerado como o instrumento de referência em radioterapia e radiodiagnóstico. As câmaras de ionização, conforme Figura 2, são constituídas de um volume preenchido por um gás isolante elétrico e sensível à radiação e eletrodos coletores conectados à um eletrômetro. A radiação incidente na câmara, ionizando os átomos do volume sensível (o gás) e criando pares de íons. O campo elétrico atrai os íons, gerando uma corrente que pode ser medida com um dispositivo de medida elétrica (eletrômetro). Figura 2: Câmara de Ionização 35 7.2.2. Detector proporcional Operam na maioria das vezes em modo pulso, baseando-se no fenômeno de multiplicação de íons no gás para amplificar o número de íons originais que são criados pela radiação incidente. Os pulsos originados são muitas vezes maiores do que aqueles nas câmaras de ionização e, por isso, os detectores proporcionais são muito convenientes para a utilização das medições de radiação onde o número de pares de íons é muito pequeno para permitir uma operação satisfatória de uma câmara de ionização. Assim, uma das aplicações consideradas mais importantes dos detectores proporcionais, é a detecção e espectroscopia de raios X, elétrons de baixa energia e radiação alfa. Abaixo, a Figura 3 caracteriza um exemplo de um detector proporcional. Figura 3: Detector Proporcional 7.2.3. Detector Geiger-Müller O detector Geiger-Muller (Figura 4) é utilizado para a avaliação de níveis da radiação no ambiente. Possui uma alta sensibilidade e sua parte eletrônica é considerada simples e robusta, é um equipamento portátil de fácil manipulação. Versátil para a detecção de diferentes tipos de radiação, mas não permite a discriminação do tipo de radiação e nem da energia, tornando a aplicação bastante limitada. Geralmente são utilizados para detecção de radiação β e γ. 36 Figura 4: Detector Geiger-Muller Analógico . 7.2.4. Detector de estado sólido Os fótons de raios-x quando são absorvidos, faz com que excitem os elétrons do material de forma que fiquem armazenados em armadilhas eletrônicas por longos períodos. Esta propriedade permite que a radiação incidente no detector de estado sólido seja medida. Na medição da radiação, os elétrons que estão presos devem ser liberados. Se o mecanismo de liberação é o calor, o detector é chamado de termoluminescente. Caso o mecanismo de liberação e a luz, o detector é chamado de fósforo fotoestimulável. Os detectores de estado sólido podem ser utilizados como dosímetros ou dispositivos de imageamento. Abaixo, a Figura 5 caracteriza um exemplo de equipamento que utiliza sensor de estado sólido. Figura 5: Equipamento que utiliza sensor de estado sólido 7.2.5. Detector Termoluminescente Alguns sólidos cristalinos, quando são submetidos a uma taxa de aquecimento térmico, faz com que seja emitida luz. Esta propriedade é chamada 37 de termoluminescência. A luz é direcionada para o um tubo fotomultiplicador acoplado ao sistema de aquecimento do detector termoluminescente. Esta luz sendo direcionada faz com que seja emitida em função da temperatura de aquecimento e desta relação é possível determinar a dose incidente. O fluoreto de lítio é amplamente utilizado para a dosimetria pessoal, e também para muitas outras medições dosimétricas. Estes dosímetros (Figura 6) podem ser confeccionados como cristais soltos em uma haste sólida, chips sólidos, pastilhas prensadas, ou cristais embutidos em uma matriz de teflon. Figura 6: Leitor de dosimetria 7.2.6. Detector de Cintilação O detector de cintilação tem como finalidade detectar a radiação usando o efeito conhecido como cintilação. A cintilação é um flash de luz produzido em um material transparente pela passagem de uma partícula (um elétron, uma partícula alfa, um íon ou um fóton de alta energia). A cintilação ocorre no cintilador, que é uma parte essencial do um detector de cintilação. Em geral, um detector de cintilação consiste em: ➢ Cintilador: um cintilador gera fótons em resposta à radiação incidente. ➢ Fotodetector: um fotodetector sensível (geralmente um tubo fotomultiplicador (PMT), uma câmera de dispositivo acoplado a carga (CCD) ou um fotodiodo), que converte a luz em um sinal elétrico e eletrônico para que consiga processar esse sinal. 38 7.2.6.1 Tipos de Cintiladores 7.2.6.1.1 Cintiladores Orgânicos Fornecem fótons que são detectáveis na parte visível do espectro da luz, após a passagem de uma partícula carregada ou de um fóton. No mecanismo de cintilação em materiais orgânicos é bastante diferente do mecanismo em cristais inorgânicos. Pois, em cintiladores inorgânicos, por exemplo NaI, CsI, a cintilação surge devido à estrutura da rede cristalina. O mecanismo de fluorescência em materiais orgânicos decorre das transições em níveis de energia de uma única molécula, portanto, a fluorescência pode ser observada independentemente do tipo de estado físico (vapor, líquido, sólido). Os cintiladores orgânicos possuem tempos de decaimento muito rápido (normalmente de 10 a 8 segundos), enquanto os cristais inorgânicos são geralmente muito mais lentos (cerca de 10 a 6 segundos), embora alguns também tenham componentes rápidos em sua resposta. 7.2.6.1.2. Líquidos e plásticos São soluções onde um ou mais cintiladores orgânicos passam a serem dissolvidos num solvente. A absorção de energia de ionização é feita por solvente, que repassa a energia para o soluto. Uma vantagem dos cintiladores líquidos é que podem sem carregados com outros materiais para que aja um aumento na absorção em uma determinada aplicação. Costuma-se adicionar, por exemplo, Boro-11 para favorecer a detecção de nêutrons. Adiciona-se também materiais que absorvem luz numa frequência e reemitem numa frequência inferior. Estes materiais são conhecidos como ‘deslocadores de comprimento de onda’, sendo importantes para transferir a luz do cintilador no tubo fotomultiplicador para um comprimento de onda, onde este tubo é mais eficiente. Os plásticos são soluções em um solvente sólido. Tem como característica principal a sua rápida resposta de tempo (constante de tempo de 2 a 3 ns). 39 7.2.6.2 Eficiência de um detector A eficiência de um detector está associada normalmente ao tipo e também a energia de radiação, basicamente é a capacidade do detector em registrá-la. A eficiência de um detector pode ser definida de duas formas: eficiência intrínseca (é o tipo e a energia de radiação, que são fatores ligados às características intrínsecas do detector, diferem para cada tipo. Entre eles estão o número atômico do elemento sensível do detector, onde o estado físico do material possuí tensão de operação (para detectores que usam campo elétrico), sensibilidade da emulsão fotográfica (para filmes), e outros parâmetrosque são ligados às características físico-químicas dos seus materiais constituintes.) e eficiência absoluta (está relacionada não só com as suas características de construção, mas também com a fonte de radiação que está sendo medida, com o meio e com a geometria de medição//alguns fatores que podem influenciar são a distância do emissor, o tipo do feixe emitido (radial, colimado), o meio entre o detector e a fonte emissora, além daqueles que influenciam na eficiência intrínseca do detector). O registro em cada radiação no detector representa um sinal, que depende da forma pela qual a radiação interage com o detector e dos subprodutos mensuráveis gerados. 7.3. Calibração dos equipamentos de monitoração Faz-se necessário conhecer o equipamento emissor de radiação, bem como o equipamento para realizar as medidas. Saber qual a dependência energética do detector, ou seja, na faixa de energia que interessa ao estabelecimento de saúde, se este detector responde de maneira adequada, qual a faixa de operação, id est, a sensibilidade deste equipamento para realizar medidas e se são necessários muitos fótons ou poucos fótons no caso de se medir raios-x ou raios gama, qual o volume do detector e quanto tempo o detector necessita ficar no campo de radiação para mostrar uma resposta. A este último item denominados tempo de resposta e é importante em casos de medidas instantâneas. O detector deve ser calibrado próximo às fontes de interesse e sua resposta deve ser conhecida para um feixe semelhante àquele a ser utilizado. A calibração deve ser realizada em institutos credenciados pela CNEN nas situações 40 semelhantes àquelas nas quais utilizar-se-á tal equipamento de medida. Se por acaso for utilizado em várias situações diferentes, deverá ser calibrado em várias situações diferentes. O equipamento de medida dever ser submetido a controle de qualidade periódico pois, necessita-se conhecer a resposta do mesmo ao longo do tempo. 8. LICENÇAS A seguir, a fim de se obter o conhecimento das licenças obrigatórias para a liberação e funcionamento do serviço de radiologia diagnóstica, serão demonstrados os caminhos a serem seguidos para credenciamento na Vigilância Sanitária de acordo com a RDC 330/2019 (esfera nacional), Portaria CVS 1/2020 do Estado de São Paulo (esfera estadual) e Portaria CVS 4/2011 (esfera estadual). 8.1 RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 330/2019 De acordo com a RDC 330/2019, nenhum serviço de radiodiagnóstico pode funcionar e prestar atendimento sem estar devidamente licenciado pela autoridade sanitária local. Com o intuito de realizar os procedimentos para licenciamento na Vigilância Sanitária, os trechos a seguir orientarão o EAS (Estabelecimento Assistencial de Saúde), de forma geral, a obter o credenciamento e liberação dos órgãos competentes para a utilização do equipamento Tomógrafo Computadorizado. O licenciamento de um serviço de radiologia diagnóstica e intervencionista, cujo contemplam os serviços de tomografia, devem seguir os dois principais pilares a seguir: a) Aprovação, sob os aspectos de proteção radiológica, do projeto básico de construção das instalações. b) Emissão do alvará de funcionamento. 41 8.1.1 Aprovação do Projeto Básico De acordo com o artigo 6º da RDC 330, o Projeto Básico de Arquitetura a ser apresentado à vigilância sanitária deve incluir, além do exigido nas demais normativas aplicáveis: I – relação dos equipamentos, componentes e acessórios previstos para as instalações; II - planta baixa e cortes relevantes, apresentando: a) layout das salas de exames e procedimentos; b) layout das salas de controle; c) posicionamento dos equipamentos; d) painel de controle; e) visores ou sistema de visualização da sala do equipamento; f) limites de deslocamento do tubo de raios X, no caso de instalações que se utilizam deste tipo de equipamento; g) janelas; e h) mesas e mobiliário relevante. III - descrição dos dispositivos de segurança a serem utilizados na estrutura física, de modo aatender ao gerenciamento dos riscos inerentes a cada modalidade assistencial. Além disso, deve-se atender os seguintes artigos da RDC 330/2019: Art. 7º Para o caso de instalações que utilizam equipamentos de radiologia emissores de radiações eletromagnéticas ionizantes ou não ionizantes para fins diagnósticos ou intervencionistas, deve ser apresentado o projeto de blindagem elaborado e assinado por profissional legalmente habilitado, aprovado e assinado pelo responsável legal, conforme disposto nesta Resolução, nas demais normativas aplicáveis e nas recomendações dos fabricantes. Art. 8º A aprovação do projeto de blindagem deve preceder a análise dos demais itens previstos em outras normativas aplicáveis. Parágrafo único. Ficam dispensados da aprovação de que trata o caput deste artigo os serviços de radiologia que disponham apenas de equipamentos móveis, serviços de densitometria óssea, serviços de 42 ultrassonografia e consultórios isolados de odontologia que disponham apenas de equipamento de radiografia intraoral. Art. 9º A iluminação da sala de interpretação e laudos deve ser planejada de modo a não prejudicar a avaliação da imagem. Art. 10. Qualquer modificação nas instalações, no tipo de equipamento ou a inclusão de novo equipamento de radiologia diagnóstica ou intervencionista deve ser aprovada pela autoridade sanitária competente antes da efetivação da(s) modificação(ões). Art. 11. A modificação de qualquer parâmetro utilizado para os projetos de blindagem do serviço deve ser informada à autoridade sanitária competente antes da sua efetivação. 8.1.2 Alvará de Funcionamento O alvará de funcionamento inicial do serviço deve ser solicitado instruído dos seguintes documentos: a) Requerimento, conforme modelo próprio da autoridade sanitária local, assinado pelo responsável legal do estabelecimento; b) Ficha cadastral devidamente preenchida e assinada. c) Termos de responsabilidade, conforme modelo próprio da autoridade sanitária. (i) termo de responsabilidade primária, assinado pelo responsável legal; (ii) termo de responsabilidade técnica, assinado pelo responsável técnico (RT) do serviço; (iii) termo de proteção radiológica, assinado pelo supervisor de proteção radiológica em radiodiagnóstico (SPR) do serviço. c) Memorial descritivo de proteção radiológica, assinado pelo responsável legal do estabelecimento e pelo SPR. http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/downloads/ http://brasilrad.com.br/servicos-brasilrad/memorial-descritivo-de-protecao-radiologica/ http://brasilrad.com.br/servicos-brasilrad/memorial-descritivo-de-protecao-radiologica/ 43 8.2 Portaria CVS 01/2020 O Governo Estadual de São Paulo elaborou a Portaria CVS 1/2020, cujo principal objetivo é o licenciamento sanitário dos estabelecimentos de interesse da saúde e das fontes de radiação ionizante, cujo obedecerão, no âmbito do Sistema Estadual de Vigilância Sanitária – Sevisa, aos procedimentos administrativos definidos nesta Portaria. A seguir, o artigo 5º estabelece a quem se interessa este licenciamento. Vale ressaltar que os estabelecimentos que prestam serviços de saúde se enquadram no Anexo I desta Portaria como estabelecimentos sujeitos à licença sanitária. Art. 5º Os estabelecimentos de interesse da saúde e as fontes de radiação ionizante relacionados respectivamente nos Anexos I e II desta Portaria estão obrigados ao licenciamento sanitário pelos serviços competentes de vigilância sanitária. Parágrafo único. Os estabelecimentos integrantes da administração pública federal, estadual e municipal, sediados no território estadual, também estão
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