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MIRIÃ ORTEGA . 1 BBPM 2 Patologia – AULA JULIE -Um estresse ou estímulo nocivo em que a célula não consegue mais se adaptar → começa a apresentar alterações bioquímicas, fisiológicas → essas alterações são chamadas de injúrias → Essa injúria pode ser tanto reversível quando irreversível → Em casos irreversíveis, por mais que o estímulo nocivo acaba, o único caminho é a morte celular → apoptose ou necrose → Lesões celulares indicam: (I) estresse excessivo; (II) exposição a agentes lesivos; (III) prejudicadas por anormalidades intrínsecas • Lesão celular reversível. Nos estágios iniciais ou nas formas leves de lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis se o estímulo nocivo for removido. Nesse estágio, embora existam anomalias estruturais e funcionais significativas, a lesão ainda não progrediu para um dano severo à membrana e dissolução nuclear. • Lesão irreversível. Com a persistência do dano, a lesão torna-se irreversível e, com o tempo, a célula não pode se recuperar e morre. Existem dois tipos de morte celular — necrose e apoptose — que diferem em suas morfologias, mecanismos e papéis na fisiologia e na doença ADAPTAÇÃO CELULAR 1. ATROFIA: diminui o volume total da célula 2. HIPERTROFIA: aumento do volume da célula 3. HIPERPLASIA: aumenta a quantidade de células 4. METAPLASIA: aumento desenfreado na quantidade de células CAUSAS DE LESÃO CELULAR • Exógeno: 1. Privação de oxigênio: hipóxia → consequência a isquemia (perda de suprimento sanguíneo em um tecido devido ao impedimento do fluxo ou a deficiência na oxigenação 2. Agentes químicos: Podem alterar permeabilidade da membrana, homeostasia 3. Agentes infecciosos: variam desde vírus a tênias 4. Agentes físicos: traumas, temperaturas elevadas, radiação • Endógeno: 1. Reações imunológicas: Reações autoimunes, alérgicas 2. Fatores genéticos: Causam lesão celular por causar a deficiência em proteínas funcionais, como defeitos enzimáticos 3. Desequilíbrios nutricionais: principal causa de lesão celular. Deficiência de vitaminas ou dietas ricas em gorduras 4. Envelhecimento: Senescência leva a alterações nas habilidades replicativas e de reparo das células • Lesões que não se pode saber a origem/ sem causa definida: criptogenética, idiopática ou essencial MIRIÃ ORTEGA . 2 BBPM 2 Patologia – AULA JULIE DETERMINANTES DA RESPOSTA CELULAR • Tipo de lesão em relação a intensidade do estímulo • Duração do estimulo • Gravidade do estímulo • Depende também do tipo de célula; estado da célula; adaptabilidade da célula MECANISMOS DE LESÃO CELULAR -A lesão celular resulta de: • Vários mecanismos bioquímicos que agem em vários componentes celulares essenciais (mitocôndrias, membranas e DNA) → com o tempo, as alterações no interior da célula passa para p exterior A PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO • ISQUEMIA: diminuição do fluxo sanguíneo para determinado tecido -Parcial: entra no quadro de hipóxia -Total: entra em quadro de anóxia • HIPÓXIA: Quando se tem uma redução de oxigênio para o tecido 1. Célula recebe oxigênio → oxigênio usado pelas mitocôndrias 2. Capta a glicose → oxigênio faz com que a célula tenha maior aproveitamento da glicose → oxidar a glicose (glicólise) • Na hipóxia o oxigênio é reduzido → sem oxidação completa de glicose -Célula adapta mudança na maneira de utilizar energia -Aumenta A glicólise (pois é anaeróbia) -Aumenta a captação de glicose → pois como o rendimento da respiração anaeróbica, precisa de mais energia para suprir as necessidades energéticas -Diminui a gliconeogênese: para transformar outros substratos em glicose é preciso de energia -Síntese de ácido graxos, trigliceridios e esteroides também cessam • INDUÇÃO DO HIF-1 (fator induzível de hipóxia) → fator de transcrição que regula a transcrição de genes -Aumentar enzimas da glicólise → pois houve aumento na taxa de glicólise -Aumenta a formação da eritropoetina → citocina que controla a produção de células vermelhas → com mais hemácia, mais carregamento de oxigênio -Aumenta a transcrição de GLUT-4 -Estimula o fator de crescimento vascular → importante pois o vaso que trazia células pode estar prejudicado → com esse VEGF há estímulo de formação de novos vasos para que chegue mais sangue para acabar com o quadro de hipóxia -Síntese de NO sintetase → enzima que induz a vasodilatação • Essa indução de HIF1 é chamada de pré condicionamento: a célula sofre um pouco menos a essa situação de hipóxia e fica um pouco mais resistente a esse quadro • ANÓXIA: Obstrução completa em que não chega oxigênio nenhum no tecido LESÕES REVERSÍVEIS 1. Respiração anaeróbica → menos fosforilação oxidativa → menos ATP gerado 2. Esse ATP gerado vai ser usado para manter funções vitais como a bomba de Na e K → porem, a bomba de sódio e potássio diminui sua atividade (pois precisa de ATP) 3. O sódio que deveria ser jogado para fora fica para dentro (efluxo de K e influxo de Ca → com essa retenção de Na há a osmose → expansão do citoplasma → degeneração hidrópica (célula túrgida) → formando bolhas na célula 4. Há tumefação (aumento de volume) de organelas MIRIÃ ORTEGA . 3 BBPM 2 Patologia – AULA JULIE 5. Pode influenciar na permeabilidade de outros íons → Ca passa a ser liberado para citoplasma, por ex Ainda, com a glicólise aumentada há o aumento no consumo de glicose • A tumefação celular (degeneração vacuolar) é a primeira manifestação de quase todas as formas de lesão da célula → aumento do turgor, palidez e aumento do peso do órgão → Presença de pequenos vacúolos claros no citoplasma • Degeneração gordurosa → Ocorre em lesão hipóxica , lesão metabólica ou tóxica -Surgimento de vacúolos lipídicos no citoplasma -Observada em células envolvidas e dependentes do metabolismo de gordura (hepatócitos e células miocárdicas) → Oferta excessiva de Acetil-CoA → favorece a síntese de Ag → acumulo de TG • QUADRO DE HIPÓXIA PERSISTENTE: Perturbação eletrolítica e na síntese de proteínas e lipídeos → agressão membrana citoplasmática e de organela tornando-os inviáveis → incapacidade de repor os componentes perdidos → LESÕES CELULARES PERMANENTES (IRREVERSÍVEL) MIRIÃ ORTEGA . 4 BBPM 2 Patologia – AULA JULIE LESÃO CELULAR IRREVERSÍVEL • Mitocôndria foi tão prejudicada que não consegue fazer a respiração normal → esse é o marco para a irreversibilidade da lesão • Morte por necrose: Em quadros de hipóxia muito acentuados → membrana mitocondrial gera um poro de transição de permeabilidade → disfunção mitocondrial → vai cessando a produção de ATP e aumento das EROs (espécies reativas de oxigênio) →as EROs são moléculas instáveis que atacam a célula → reação catalítica → as células que ele atava vira também radicais livres -O desarranjo é muito grande e a célula não consegue conter seu conteúdo dentro da célula → por isso está associado a um processo inflamatório • Morte por apoptose: Danos em proteínas ou DNA Há liberação de proteínas mitocondriais (que geralmente estão entre as membranas) → permeabilidade aumentada que faz com que a membrana não consiga mais segurar → liberação de proteínas de citocromo c → ativam as caspases → ativação da apoptose -Morte que não gera inflamação, pois não há extravasamento do conteúdo citoplasmático MIRIÃ ORTEGA . 5 BBPM 2 Patologia – AULA JULIE REPERFUSÃO - Restauração do fluxo sanguíneo em determinado tecido/órgão isquêmico -Ajuda ao longo prazo, mas DE IMEDIATO tem um agravamento dos danos • A mitocôndria não da conta de reduzir completamente todo o oxigênio em água → por isso, após uma isquemia prolongada, a priori a chegada intensa de oxigênio vai mais agravar a lesão do que ajudar Pois a oferta grande de oxigênio não sera completamente reduzido → produção de EROs• Ainda, as células começam a captar muito Ca → esse cálcio vai exceder → esse cálcio pode acentuar a ativação de proteases não benéficas • A chegada súbita de plasma pode levar a um choque osmótico → pois até agora, a isquemia causou muito dano e sua permeabilidade está alterada → esse plasma vai entrar na célula e pode levar a ruptura dessa célula
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