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Lesão e morte celular

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Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
Lesão e morte celular 
INTRODUÇÃO À PATOLOGIA 
 Estudo do sofrimento 
 Investiga as causas das doenças e as alterações 
a nível das células, tecidos e órgãos 
 Etiologia – origem da doença (o que?) 
 Patogenia – etapas de desenvolvimento da do-
ença (como?) 
 Fundamentação científica para a prática da me-
dicina 
 Dividida em patologia geral (alterações das células 
e tecidos) e patologia sistêmica (alterações dos 
órgãos especializados) 
VISÃO GERAL DAS RESPOSTAS 
CELULARES AO ESTRESSE E AOS 
ESTÍMULOS NOCIVOS 
 
 As células na maioria das vezes tendem à ho-
meostasia (manutenção dos parâmetros fisiológi-
cos) 
 Quando submetidas a uma situação de estresse a 
célula tenta responder se adaptando, alcançando 
um novo estado constantes que preserve sua vi-
abilidade e função 
 Hipertrofia 
 Hiperplasia 
 Atrofia 
 Metaplasia 
 Capacidade adaptativa excedida ou estresse ex-
terno nocivo -> lesão celular 
 Reversível – retorno a um estado basal 
 Irreversível – morte celular (estresse grave, 
persistente e de início rápido) que resulta de 
isquemia, infecções, toxinas e reações imunes 
ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE 
 Adaptação fisiológica – respostas celulares a es-
tímulos normais de hormônios ou mediadores quí-
micos endógenos 
 Adaptação patológica – respostas celulares a es-
tresses na tentativa de escaparem da lesão 
Hipertrofia 
 Aumento de tamanho celular que resulta em au-
mento de tamanho do órgão 
 Células maiores com quantidade superior de orga-
nelas e proteínas 
 Ocorre quando a capacidade de divisão celular é 
limitada 
 Pode ser fisiológica (hipertrofia muscular em fun-
ção do exercício físico) ou patológica (o aumento 
do coração em virtude da hipertensão) 
 Na hipertrofia cardíaca patológica quando um li-
mite é alcançado (o aumento muscular não com-
pensa a sobrecarga) o coração começa a apre-
sentar alterações degenerativas/regressivas 
que resultam em uma dilatação ventricular -> fa-
lência cardíaca (lesão celular) 
Hiperplasia 
 Proliferação celular que ocorre de forma simul-
tânea à hipertrofia 
 Hiperplasia fisiológica pode ser hormonal (prolife-
ração do epitélio glandular da mama feminina na 
puberdade e gravidez) e compensatória (cresci-
mento tecidual em função da remoção ou perda 
de uma porção do órgão) 
 Hiperplasia patológica ocorre em resposta a uma 
excessiva estimulação hormonal (crescimento en-
dometrial excessivo que resulta em aumento do 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
fluxo menstrual) ou por fatores de crescimento 
(cicatrização de feridas e codificação por genes 
virais como o papiloma) 
 O processo hiperplástico normalmente é contro-
lado, exceto no câncer que os mecanismos de 
controle estão desregulados 
 Vale ressaltar que muitas vezes a hiperplasia pa-
tológica pode significar uma predisposição ao de-
senvolvimento de neoplasia malignas 
Atrofia 
 Diminuição do tamanho da célula pela perda de 
substância celular 
 Pode acontecer em função da redução da carga 
de trabalho, perda da inervação, diminuição do su-
primento sanguíneo, nutrição inadequada, perda 
da estimulação endócrina ou envelhecimento 
 Mecanismos da atrofia 
 Redução da síntese proteica – diminuição da 
atividade metabólica 
 Degradação das proteínas – via da ubiquitina-
proteossoma (deficiência de nutrientes ou de-
suso) 
Ativação das ligases da ubiquitina -> conjugação das ubi-
quitinas às proteínas -> direcionamento das proteínas 
aos proteossomas (degradação) 
 Pode ser acompanhada de autofagia 
Metaplasia 
 Alteração de um tipo celular adulto em outro tipo 
celular adulto (modificação do tecido) 
 Reprogramação das células tronco em função de 
um estresse 
 O epitélio respiratório dos fumantes vão sendo 
substituídos pelo epitélio escamoso (mais resis-
tente, mas com atividade protetora reduzida), o 
refluxo gástrico crônico induz a uma metaplasia 
do epitélio pavimentoso estratificado do esôfago 
para um epitélio colunar do tipo gástrico ou intes-
tinal (mais resistente à acidez) 
 As influências que induzem o processo metaplá-
sico podem predispor a transformação maligna 
do epitélio 
VISÃO GERAL DE LESÃO E MORTE 
CELULAR 
 Quando a célula perde sua capacidade de se adap-
tar ao excesso de estresse ela se torna lesio-
nada, a lesão celular pode afetar vias metabólicas 
e organelas celulares 
 Lesão celular reversível – lesão que não progre-
diu para um dano severo à membrana e/ou para 
a dissolução nuclear (o estímulo nocivo foi remo-
vido) 
 Lesão celular irreversível – a persistência do 
dano faz com que a célula não consiga se recu-
perar e essa morre 
 Necrose – extravasamento de enzimas lisos-
sômicas, extravasamento do conteúdo celu-
lar, reação inflamatória (isquemia, toxinas, in-
fecções e trauma) 
 Apoptose – dissolução nuclear sem perda da 
integridade da membrana, pode atuar em 
processos fisiológicos não desencadeando 
uma resposta inflamatória (privação de fato-
res de crescimento ou dano genético) 
 
 
CAUSAS DA LESÃO CELULAR 
 Privação de oxigênio (hipóxia) – interfere na res-
piração oxidativa aeróbica, pode ser causada por 
isquemia (interrupção do flux sanguíneos), oxige-
nação inadequada do sangue (pneumonia), redução 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
da capacidade de transportar oxigênio (anemia ou 
envenenamento por monóxido de carbono) 
 Agentes químicos – o excesso de substâncias 
químicas importantes para o nosso organismo, 
venenos, agentes potencialmente tóxicos do dia a 
dia e uso indiscriminado de drogas terapêuticas 
podem perturbar a célula e causar dano ou morte 
a ela 
 Agentes infecciosos – vírus, bactérias, fungos e 
protozoários 
 Reações imunológicas – reações autoimunes e 
alérgicas 
 Fatores genéticos – deficiência de proteínas fun-
cionais e polimorfismos (tornam a suscetibilidade 
dos indivíduos a lesões variável) 
 Desequilíbrios nutricionais – falta ou excesso na 
dieta causam desordens no organismo 
 Agentes físicos – trauma, extremos de tempe-
ratura, choque elétrico e alterações bruscas na 
pressão atmosférica exercem profundos efeitos 
nas células 
 Envelhecimento – a habilidade celular de resposta 
ao dano fica reduzida 
MORFOLOGIA DA LESÃO CELULAR E 
TECIDUAL 
 
Lesão reversível 
 Caracterizada por tumefação celular (falência 
das bombas iônicas, mais visível a nível de órgão 
e não celular) e degeneração gordurosa (surgi-
mento de vacúolos lipídicos no citoplasma) 
 Células lesadas começam a exibir coloração eosi-
nofílica que se pronuncia quando a célula é enca-
minhada para a necroses, alterações na mem-
brana, mitocondriais, dilatação do RE e alterações 
nucleares com condesaçãi da cromatina 
 Organelas celulares, como o retículo endoplasmá-
tico, podem ser alteradas durante as respostas 
adaptativas 
Necrose 
 Morte celular (grupos) com perda da integridade 
da membrana e inflamação 
 Alterações citoplasmáticas – muita eosinofilia, 
aparência homogênea/vítrea pela perda de glico-
gênio, citoplasma vacuolado e aparentemente ro-
ído, membranas e organelas descontínuas, mito-
côndrias dilatadas, lisossomos rompidos e mielina 
citoplasmática 
 Alterações nucleares – cariólise (redução da ba-
sofilia, com completa dissolução da estrutura nu-
clear), picnose (retração do núcleo com conden-
sação da cromatina), cariorrexe (fragmentação 
do núcleo picnótico) e eosinofilia celular 
Padrões de necrose tecidual 
NECROSE DE COAGULAÇÃO 
 Quando a estrutura básica dos tecidos mortos é 
preservada (base é a área de delimitação e ápice 
é associado ao local de obstrução) 
 Desnaturação de proteínas estruturais e de en-
zimas, o que impede a proteólise celular 
 Persistência das células necróticas por dias, até 
que os resíduos sejam removidos por fagocitose 
 Característica de infartos (isquemia) em todos os 
órgãos sólidos exceto o cérebro – Necrose de 
coagulação isquêmica 
 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
 Quando há hemorragia no tecidonecrosado tem-
se uma necrose de coagulação hemorrágica 
 
NECROSE LIQUEFATIVA 
 Acúmulo de células inflamatórias e digestão do te-
cido por enzimas leucocitárias transformando-o 
em uma massa viscosa líquida 
 O tecido depois do processo necrótico é digerido 
por apoptose (forma uma área cística) 
 É observada em infecções bacterianas (material 
amarelo cremoso/pus), fúngicas e quando há 
morte por hipóxia de células do sistema nervoso 
central 
 
NECROSE GANGRENOSA 
 Quando um membro sofre necrose por coagula-
ção em várias camadas de tecido 
 Pode haver a sobreposição de um processo in-
feccioso bacteriano resultando em uma gangrena 
úmida 
NECROSE CASEOSA 
 Necrose com estrutura tecidual completamente 
obliterada com contornos celulares não definidos 
 A aparência do foco de inflamação normalmente 
bem delimitado é conhecido como granuloma 
 O termo caseoso deriva da aparência de queijo 
 É frequentemente encontrada em focos de in-
fecções tuberculosas 
 
NECROSE GORDUROSA/ENZIMÁTICA 
 Áreas focais de destruição gordurosa, 
 Normalmente ocorre com o extravasamento de 
lipases pancreáticas que atuam no próprio pân-
creas e na cavidade peritoneal (emergência ab-
dominal calamitosa/pancreatite aguda) 
 
NECROSE FIBRINOIDE 
 Observada nas reações imunes, complexos de an-
tígenos e anticorpos são depositados nas paredes 
das artérias 
 Imunocomplexo + fibrina = aparência amorfa ró-
seo-brilhante (fibrinose) 
NECROSE GOMOSA 
 Ligada a sífilis, a região fica semelhante a uma 
borracha 
NECROSE LÍTICA 
 Necrose de hepatócitos em hepatites virais 
*O extravasamento de proteínas intercelulares pelo 
rompimento da membrana resultam em níveis séricos de 
proteínas alterados, a observação dessas alterações é 
importante para o diagnóstico de danos teciduais de 
forma específica ou não 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
MECANISMOS DA LESÃO CELULAR 
 A resposta celular ao estímulo nocivo depende do 
tipo de lesão, duração e gravidade 
 As consequências de um estímulo nocivo depen-
dem do tipo, status, adaptabilidade e fenótipo ge-
nético da célula lesada (personalização) 
 A lesão celular resulta de alterações bioquímicas 
e funcionais em um ou mais dos vários compo-
nentes celulares essenciais 
 Qualquer lesão nociva pode disparar múltiplas al-
terações bioquímicas 
 
Depleção de ATP 
 Produzido na fosforilação oxidativa do ADP ou na 
via glicolítica na ausência de oxigênio 
 As causas para a depleção dos níveis de ATP 
 Redução do suprimento de O2 e nutrientes 
 Dano mitocondrial 
 Ação de toxinas 
 O fígado é um tecido com alta capacidade glicolí-
tica portanto tem maior capacidade de sobrevi-
ver à hipóxia do que o cérebro, por exemplo 
 A depleção de ATP acarreta vários efeitos celu-
lares, pois energia é muito necessária para o de-
senvolvimento de processos de síntese e degra-
dação 
 Redução da atividade da bomba de sódio e po-
tássio acarretando um ganho isso-osmótico 
de água (tumefação celular e dilatação do RE) 
 Aumento compensatório da glicólise anaeróbia 
resultando em um aumento do pH intracelular 
 Falência na bomba de cálcio levando ao influxo 
de cálcio 
 Rompimento estrutural do aparelho de sín-
tese proteica por destacamento dos ribosso-
mos do RE 
 Dano irreversível das membranas mitocondri-
ais e lisossômicas -> necrose 
 
Danos e disfunções mitocondriais 
 As mitocôndrias são sensíveis a vários estímulos 
nocivos (hipóxia, toxinas e radiação) 
 Anormalidades causadas pelo dano mitocondrial 
 Falha na fosforilação oxidativa – ↓ATP e 
↑EROs 
 Formação de um canal de alta condutância na 
membrana – perda do potencial de mem-
brana e alteração do pH 
 Algumas proteínas mitocondriais quando libe-
radas para as células ativam a via da apop-
tose 
 
Influxo de cálcio 
 Em condições homeostáticas o cálcio citosólico é 
muito mais baixo que o extracelular ou aquele ar-
mazenado nas organelas, a isquemia e toxinas 
pode aumentar esse cálcio seja pela liberação do 
cálcio armazenado intracelularmente ou influxo do 
extracelular 
 O aumento de cálcio pode ativar enzimas com po-
tencial prejudicial 
 Fosfolipases 
 Proteases 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
 Endonucleases 
 ATPases 
 O aumento também pode induzir a apoptose pela 
ativação direta das caspases e pelo aumento da 
permeabilidade mitocondrial 
 
Acúmulo de radicais livres derivados do 
oxigênio (estresse oxidativo) 
 Radicais livres reagem avidamente com diversas 
moléculas em busca da sua estabilidade 
 Ácidos nucleicos 
 Proteínas 
 Lipídeos 
 Iniciam reações autocatalíticas fazendo com que 
moléculas que reajam com eles se transformem 
em mais radicais livres 
 Espécies reativas de oxigênio são potencialmente 
lesivas e surgem em casos de isquemia-reperfu-
são, lesão química e por radiação, toxicidade do 
oxigênio e outros gases, envelhecimento celular, 
destruição de micróbios e inflamação, sendo pro-
duzidas pelas seguintes vias 
 Reações de oxidação e redução – essa pro-
dução é fisiológica e ocorre em baixas quanti-
dades 
 Produção pelos leucócitos em especial os neu-
trófilos e macrófagos – durante a inflamação 
essas células produzem EROs como uma 
arma de combate aos agentes infecciosos 
(H2O2 e NO) 
 
 O dano causado pelos radicais livres é determi-
nado pelas suas taxas de produção e remoção 
(desequilíbrio), o excesso desses radicais deixa a 
célula em situação de estresse oxidativo 
 Absorção de energia radiantes, metabolismo 
de substâncias químicas exógenas e inflama-
ção podem aumentar a geração de EROs 
 Enzimas como as superóxido dismutases, glu-
tationa peroxidases e catalases contribuem 
para a inativação dos radicais livres assim 
como antioxidantes endógenos ou exógenos 
que atuam na remoção ou no bloqueio da sua 
formação 
 As EROs podem causar lesões por meio de três 
reações 
 Peroxidação lipídica das membranas 
 Ligação cruzada e outras alterações das pro-
teínas 
 Lesões no DNA 
 
Defeitos na permeabilidade da mem-
brana 
 Causados por diversos mecanismos bioquímicos 
 Diminuição da síntese de fosfolipídeos 
 Aumento da degradação de fosfolipídeos 
 EROs 
 Alterações do citoesqueleto 
 Produtos de degradação de lipídeos (efeito 
detergente, alterações na permeabilidade e 
alterações eletrofisiológicas) 
 Consequências dos danos nas membranas 
 Mitocôndria – decréscimo de ATP 
 Membrana plasmática – perda do equilíbrio 
osmótico, iônico, elétrico e de metabólitos que 
são importantes para a reconstituição do ATP 
 Lisossomos – extravasamento de enzimas 
que ativadas podem digerir o conteúdo celular 
Danos ao DNA e às proteínas 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
 As células possuem mecanismos que reparam le-
sões ao DNA, mas se o dano for grave demais 
não é viável corrigi-lo 
 Acúmulo de DNA danificado e proteínas mal do-
bradas podem disparar as vias de apoptose 
CORRELAÇÕES CLINICOPATOLÓGICAS: 
EXEMPLOS DE LESÃO CELULAR E 
NECROSE 
Lesão isquêmica e hipóxica 
 Isquemia – redução do fluxo sanguíneo para um 
tecido (ausência de oxigênio E de nutrientes), 
cessa a geração de energia tanto pela via aeróbia 
quanto pela anaeróbia, lesa os tecidos mais rapi-
damente que a hipóxia 
 Células em condição de hipóxia são lesionadas em 
função da redução da geração de ATP, o prolon-
gamento dessa situação lesiona a célula que até 
certo nível pode retornar para o estado normal 
se o estímulo for cessado, caso contrário a célula 
morre 
 A falta de nutrientes/oxigênio leva na maioria das 
vezes a célula para a necrose, mas a ativação da 
via apoptótica também contribui para o processo 
Lesão de isquemia-reperfusão 
 Quando a restauração do fluxo sanguíneo para 
tecidos isquêmicos em estágio reversível resulta 
em morte celular, isso ocorre por alguns meca-
nismos 
 Produção aumentada de EROs durante a re-
perfusão e o comprometimento dos mecanis-
mos de defesa antioxidantes 
 Exacerbação da inflamação produzida pela le-
são isquêmicacom a reperfusão 
Lesão química (tóxica) 
 Mecanismos 
 Combinação da substância química com um 
componente molecular crítico ou organela ce-
lular 
 A conversão de substâncias químicas não bi-
ologicamente ativas em compostos tóxicos 
(atividade realizada na maioria das vezes pelo 
citocromo P450) 
APOPTOSE 
Causas 
CONDIÇÕES FISIOLÓGICAS 
 Destruição programada de células durante a em-
briogênese 
 Involução de tecidos hormônio-dependentes sob 
privação hormonal 
 Perda celular em populações celulares prolifera-
tivas 
 Morte de células que já tenham cumprido seu pa-
pel 
 Eliminação de linfócitos autorreativos potencial-
mente nocivos 
 Morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos 
CONDIÇÕES PATOLÓGICAS 
 Lesão de DNA quando não é mais viável a repa-
ração (lesões leves, as mais intensas causão ne-
crose) 
 Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas 
 Lesão celular mediante infecções 
 Atrofia patológica no parênquima de um órgão 
após a obstrução de um ducto 
 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
Mecanismos 
VIA MITOCONDRIAL (INTRÍNSECA) DA APOPTOSE 
 Privação de fatores de crescimento e outros si-
nais de sobrevivência, lesão do DNA ou acúmulo 
de proteínas anormalmente dobradas ocorre a 
ativação das proteínas BH3 (sensores membros 
da família Bcl-2) 
 Esses sensores ativam membros pró-apoptóticos 
da família Bax e Bak que se dimerizam e entram 
na membrana mitocondrial 
 Essa entrada viabiliza a formação de canais na 
membrana mitocondrial por onde o citocromo c e 
outras proteínas podem extravasar para o cito-
sol 
 Os sensores também inibem moléculas antiapop-
tóticas Bcl-2 e Bcl-xl 
 O citocromo c aliado a cofatores ativa a caspase 
9, outras proteínas mitocondriais que extravasa-
ram bloqueiam as atividades dos antagonistas das 
caspases (inibidores fisiológicos da apoptose) 
 A cascata das capazes leva à fragmentação nu-
clear 
 A célula exposta a fatores de crescimento e si-
nais de sobrevivência se mostra com atividade 
contrária a via descrita 
 A via intrínseca está ligada com a maioria das si-
tuações de apoptose (mutações e envelheci-
mento) 
VIA RECEPTOR DE MORTE DA APOPTOSE (EXTRÍNSECA) 
 Algumas células apresentam em sua superfície 
receptores de morte que disparam o processo 
de apoptose 
 Os receptores de morte são em sua maioria 
membros da família do fator de necrose tumoral 
 A ligação a um receptor feita por um linfócito T 
ativado, por exemplo, permite o recrutamento e 
a ativação das caspases 8 que podem clivar e 
ativar uma molécula pró-apoptótica Bid que está 
na via mitocondrial 
 Proteínas celulares chamadas FLIP são antagonis-
tas de caspases, alguns vírus produzem molécu-
las homólogas como forma de defesa e de manu-
tenção das células infectadas vivas 
 A via extrínseca está ligada com a eliminação de 
linfócitos autorreativos e na eliminação de células-
alvo por alguns linfócitos T citotóxicos (células in-
fectadas) 
ATIVAÇÃO E FUNÇÃO DAS CASPASES 
 Caspases desencadeantes (9 e 8) clivam caspa-
ses executoras que clivam vários alvos ativando 
nucleases que degradam o DNA, com a ativação 
dessas moléculas também se observa a degrada-
ção da matriz nuclear e do citoesqueleto (frag-
mentação celular) 
REMOÇÃO DAS CÉLULAS APOPTÓTICAS 
 A expressão de moléculas tanto pela célula 
quanto pelos fagócitos faz com que eles se en-
contrem e a fagocitose aconteça de forma rá-
pida, evitando assim processos inflamatórios 
 Apesar da diferença entre necrose e apoptose 
elas podem acontecer de forma concomitante, 
geralmente com uma se sobressaindo 
 
Exemplos 
 Privação por fator de crescimento – falta de es-
tímulo (via mitocondrial) 
 Lesão de DNA – com um dano extenso a p53 
ativa os sensores que ativam Bax e Bak, com a 
mutação da p53 em alguns canceres, a indução à 
apoptose celular não pode ser realizada 
 O acúmulo de proteínas mal dobradas (recursos 
adaptativos não são suficientes) levam ao es-
tresse do retículo endoplasmático que ativa as 
caspases, esse tipo de morte celular é caracte-
rística de uma série de patologias 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
 Apoptose de linfócitos autorreativos – morte ce-
lular quando a célula encontra um antígeno pró-
prio, a deficiência desse tipo de apoptose desen-
cadeia as doenças autoimunes 
 Linfócito T citotóxico – os linfócitos reconhecem 
antígenos estranhos e liberam moléculas que pe-
netram na célula ativando caspases, ou se ligam 
a célula ativando a via extrínseca 
AUTOFAGIA 
 A célula inicia a digestão de si própria em função 
da falta de nutrientes ou acúmulo de proteínas 
mal dobradas 
 
ACÚMULOS INTRACELULARES 
 Advém de remoção inadequada de substâncias 
normais ao organismo, excesso de substâncias 
endógenas anormais, deficiência na degradação 
de metabólicos, ou acúmulo de substância exó-
gena anormal à maquinaria do organismo 
Degeneração gordurosa (esteatose) 
 Acúmulo anormal de triglicerídeos dentro das cé-
lulas do parênquima, com frequência observado 
no fígado (órgão que metaboliza gordura), mas 
pode aparecer nos mais diversos órgãos 
Colesterol e ésteres de colesterol 
 Células fagocíticas podem se acumular de coles-
terol em patologias como a ateroesclerose 
Proteínas 
 Proteínas se acumulam menos comumente que os 
lipídeos 
 Esse processo ocorre ou porque excessos são 
apresentados às células, ou porque as células es-
tão sintetizando em excesso 
Glicogênio 
 Associado ao metabolismo anormal da glicose, no 
diabetes melitos, o acúmulo do glicogênio é obser-
vado nos túbulos renais, nos miócitos cardíacos e 
nas células beta do pâncreas 
Pigmentos 
 Substância coloridas exógenas ou endógenas 
 Carbono – exógeno, poluente fagocitado pe-
los macrófagos alveolares e transportados 
para os linfonodos podendo escurecê-los 
 Lipofuscina – endógeno, pigmento do des-
gaste, é castanho-amarelado e surge com o 
envelhecimento ou atrofia 
 Melanina – endógeno, preto-acastanhado lo-
calizado na epiderme, protetor contra a radi-
ação UV prejudicial 
 Hemossiderina – derivado da hemoglobina, se 
acumula em tecidos com excesso de ferro 
CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA 
 Depósito anormal de sais de cálcio em combinação 
com pequenas quantidades de ferro, magnésio e 
outros minerais 
Calcificação distrófica 
 Encontrada em áreas de necrose 
 Essa calcificação pode ser a causa da disfunção 
de um órgão – estenose aórtica por calcificação 
distrófica das valvas aórticas 
 Na patogenia o produto é o fosfato de cálcio cris-
talino 
Calcificação metastática 
 Pode ocorrer em tecidos normais em resposta à 
hipercalcemia 
 Aumento da secreção de paratormônio 
 Destruição óssea 
 Distúrbios associados à vitamina D 
 Insuficiência renal (retenção de fosfato) 
Maria Luiza Maia – M3 
2021 PATOLOGIA 
ENVELHECIMENTO CELULAR 
 
 Resultado do declínio progressivo do tempo de 
vida e da capacidade funcional da célula 
 Lesão do DNA 
 Diminuição da replicação celular 
 
 Deficiência da homeostasia proteica 
ANÁLISE COMPARATIVA DA 
MORFOLOGIA DA NECROSE E DA 
APOPTOSE

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