Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 1 Conceito de lavagem de dinheiro: Conjunto de operações que tem como objetivo ocultar a origem de dinheiro ilícito Fases comuns no processo de lavagem de dinheiro: COI 1- Colocação: Fase em que o dinheiro ilícito é introduzido no sistema financeiro. Isso acontece geralmente por meio de depósitos em paraísos fiscais (regiões onde o controle da procedência do dinheiro é menos rigoroso), por meio da compra de bens facilmente negociáveis ou moeda estrangeira, geralmente feitas usando dinheiro em espécie e fracionado. 2- Ocultação: O dinheiro ilícito da fase anterior passa por transferências em série para dificultar o rastreamento contábil em possíveis investigações e fragmentar a cadeia de evidências. Fase das contas fantasmas. 3- Integração: É quando ocorre a integração formal do dinheiro ilícito ao sistema econômico, por meio de serviços, investimento em imóveis, dentre outros. Essa é a fase das empresas fantasmas e laranjas. Aula 2 Principais operações que dão indícios de crime: · Aumento no volume de depósitos a PF ou PJ sem razão aparente · Troca de grande quantidade de notas de pequeno valor por notas de grande valor · Proposta de troca de grandes quantias de moeda nacional por moeda estrangeira (e vice-versa) · Compra de cheques de viagem e cheques administrativos sem evidência de propósito · Movimentação de recursos incompatíveis com o patrimônio e a renda · Várias contas com depósitos em nome de um mesmo cliente · Abertura de conta em agência bancária em aeroportos, rodoviárias e portos; · Uso do cartão de crédito em valor não compatível com a capacidade financeira do usuário. Aula 3 Lei 9.613/98 (crime de lavagem de dinheiro + penas) · Conceitua o crime de lavagem de dinheiro · Aponta a abrangência da lei (a quem se aplica) · Punições cabíveis · Prevenção · Criação do COAF (Conselho de controle de atividades financeiras) – Monitora e analisa as operações, denúncias, as informações sobre eventuais transações irregulares, aplica multas e anda com esses procedimentos Lei 12.683/12 (atualização da 9.613/98) Intensificou o combate aos crimes de lavagem de dinheiro. · Amplia o leque de crimes antecedentes, atualizou a lista (crime que gera o recurso ilícito, crime que antecede o crime de lavagem de dinheiro, que é considerado apenas um crime acessório) – A partir dessa lei, qualquer crime ou contravenção penal pode ser considerado crime antecedente Circulares do BACEN (complementam as leis) – Indicam os procedimentos que as instituições devem adotar para prevenir e combater crimes de lavagem de dinheiro · 3461/09 · 3425/12 Pena prevista · 3 a 10 anos de reclusão · Pode haver pagamento de multa Possibilidades para a pena se o autor ou coautor do crime colaborar com as investigações: · Redução de 1/3 a 2/3 · Cumprimento em regime aberto · Suspensão ou substituição por pena restritiva de direitos Possibilidades para a pena se o crime for reiterado e/ou cometido por organização criminosa: · Aumentar de 1/3 a 2/3 MULTA: Aplicada pelo COAF Seu valor não pode ser superior: · Ao dobro do valor da operação ilícita (ou do bem envolvido nela) · Ao dobro do valor do lucro real obtido (ou que seria obtido) na operação ilegal · Ao valor de 20 milhões Obs: Com a lei de 2012, já se pode vender os bens envolvidos nesses esquemas antes da condenação dos autores, para evitar depreciação. Aula 4 As leis de 98, de 2012 e as circulares do BACEN tornam bem abrangente o rol de pessoas físicas e jurídicas que estão sujeitas aos mecanismos de controle para combater e prevenir os crimes de lavagem de dinheiro. Se aplicam a praticamente todas as instituições do mercado financeiro e de capitais. Devem prestar informações caso sejam identificados indícios de irregularidade: Principais pessoas e instituições as quais se aplicam essas leis e as responsabilidades trazidas por ela: · Bancos · Corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários · Gestoras de fundos, recursos e patrimônio · Bancos de investimento · Corretoras de câmbio · Seguradoras · Entidades de previdência complementar · Pessoas físicas ou jurídicas que vendem metais preciosos ou pedras preciosas · Pessoas ou empresas que vendem artigos de luxo (incluindo móveis, imóveis rurais e urbanos) · Empresas de transporte e guarda de valores, etc. Aula 5 O COAF (Unidade de inteligência financeira) – órgão do Sistema financeiro de Prevenção e combate a crimes de lavagem de dinheiro e de financiamento de terrorismo · Criado em 1998, com a lei 9.613 · Subordinado ao Banco Central (desde 08/01/2020) – Antes era subordinado ao ministério da fazenda · Aplica penas administrativas (ex: multas) · Recebe, examina e identifica ocorrências suspeitas de atividades ilícitas · Coordena e propõe mecanismos de cooperação e troca de informações (inclusive com outros países) · Pode requerer informações cadastrais bancárias e financeiras de envolvidos em atividades suspeitas Comunicações ao COAF: · Operações com indícios de crime (valores acima de R$10.000,00) · Operações com indícios de tentativa de burlar mecanismos de controle · Operações de pessoas suspeitas de perpetrar (ou tentar perpetrar) atos terroristas · Atos suspeitos de financiamento do terrorismo Aula 6 As instituições que são mencionadas na lei devem: · Identificar todos os clientes e manter seus cadastros atualizados · Registrar todas as transações em moeda local ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais preciosos ou qualquer ativo que possa ser convertido em dinheiro (Esse registro é obrigatório para transações que ultrapassem limites fixados pelas autoridades competentes) · Adotar políticas e procedimentos de controles internos compatíveis com seu porte e volume de transações processadas · O cadastro dos clientes deve ser mantido atual junto ao órgão que fiscaliza o mercado em que a instituição atua (Se não houver órgão fiscalizador, o cadastro dos clientes deve ser mantido junto ao COAF) · Atender às requisições de informações feitas periodicamente pelo COAF, mantendo sigilo das informações transmitidas Aula 7 · Operações suspeitas devem ser comunicadas ao COAF · Não é necessário que o cliente seja informado/notificado da comunicação · A comunicação deve ser feita em até 24 horas da realização ou da proposta de realização da operação · Comunicações de boa-fé não acarretam em responsabilidade civil ou administrativa para quem comunica As comunicações são obrigatórias, caso não sejam feitas, sanções podem ser aplicadas: · Advertência formal · Inabilitação temporária (max 10 anos) para exercício do cargo de administrador das instituições envolvidas · Cassação ou suspensão da autorização para exercício da atividades, operação ou funcionamento · Multa Seu valor não pode ser superior: -Ao dobro do valor da operação ilícita (ou do bem envolvido nela) -Ao dobro do valor do lucro real obtido (ou que seria obtido) na operação ilegal -Ao valor de 20 milhões Aula 8 Circular 3.461/09: Consolida regras e procedimentos para as instituições financeiras na prevenção e combate à lavagem de dinheiro. Art 1: Instituições financeiras devem implantar políticas e procedimentos de controle Políticas de controle: · Especificar em documento interno quais são as responsabilidades de cada colaborador da instituição (de cada nível hierárquico) · Coleta e registro de informações sobre clientes para que seja possível a identificação dos clientes e de possíveis riscos · Devem definir critérios para seleção e treinamento de colaboradores · Monitoramento da situação econômico-financeira dos colaboradores · Análise prévia de novos produtos e serviços que serão oferecidos aos clientes · Políticas devem ser aprovadas pelo conselho de administração da instituição ou pela diretoria executiva Procedimentos de controle: · Medidas para confirmar informações cadastrais dos clientes · Identificar os beneficiários finais das operações dos clientes · Devem possibilitar a caracterização (ou não) de clientes como pessoas politicamente expostas (Agentes públicos que desempenham ou que desempenharam nos últimos5 anos, no Brasil ou no exterior, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, e seus representantes, familiares ou indivíduos do seu círculo de relacionamento próximo. Obs: Esses procedimentos devem ser adotados desde o início do relacionamento com o cliente e devem ser reforçados para início de relacionamento com: - Instituições financeiras - Representantes ou correspondentes localizados no exterior, principalmente os localizados em países, territórios e dependências que não adotam procedimentos de registro e de controle similares aos definidos pelas circulares do banco central. - Clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico Cliente: Pessoa natural ou jurídica com a qual a instituição manterá, em caráter eventual ou permanente, relacionamento destinado à prestação de serviço financeiro ou realização de operação financeira. Aula 9 Circular 3.461/09 BACEN Todas as instituições devem coletar e manter atualizadas as informações cadastrais dos clientes permanentes. Todas as instituições às quais a circular se aplica devem realizar, com a periodicidade máxima de 1 ano, testes que permitam verificar a adequação das informações cadastrais dos clientes. Dados cadastrais mínimos de clientes permanentes: · Nome completo · Filiação · Nacionalidade · Data e local de nascimento · Sexo · Estado civil · Identificação do cônjuge · Profissão · Documento de identificação · Valor de renda mensal e patrimônio (se for PF) · Faturamento médio mensal nos últimos 12 meses (se for PJ) · Declaração dos propósitos e a natureza da relação de negócios entre cliente e instituição Obs: As informações sobre clientes PF devem abranger também as pessoas autorizadas a representar esse cliente, assim como, no caso das informações de PJ, devem abranger as pessoas físicas que representam a PJ e também toda a cadeia de participação societária até chegar na pessoa natural que é caracterizada como beneficiário final. No caso de clientes eventuais: - Pessoa física: Nome completo, dados do documento de identificação fornecido e CPF -Pessoa jurídica: Razão social e CNPJ Aula 10 Circular 3.461/09 BACEN Instituições financeiras devem manter registros de: · Todos os serviços financeiros prestados · Todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome. Os registros devem conter informações que permitam verificar: · A compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente · A origem dos recursos movimentados · Os beneficiários finais das movimentações O sistema de registro deve permitir a identificação de operações: · Realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, que superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000 · Que por suas características configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro · De movimentação de recursos em espécie, sejam depósitos, saques ou transferências (TED ou DOC) com valor igual ou superior a R$50.000 Aula 11 Circular 3.461/09 Especial Atenção Definição - Situações específicas que vão exigir das instituições financeiras: · Monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas · Avaliação da alta gerência (a quem a pessoa que identificou o indício é subordinada) quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o cliente · Avaliação da necessidade de comunicação de operações suspeitas (para o COAF) Situações que requerem especial atenção: · Operações ou propostas de operações cujas características indiquem risco de ocorrência dos crimes previstos na lei nº 9.613/98, ou com eles relacionados · Proposta de início de relacionamento e operações com pessoas politicamente expostas brasileiras ou de países com a qual o Brasil possua elevado nº de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade étnica, linguística ou política · Indícios de burla aos procedimentos de identificação e registro estabelecidos na circular · Clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final das transações (o destinatário é duvidoso, não é possível saber claramente para onde está indo o dinheiro) · Transações com clientes oriundos de países que aplicam insuficientemente as recomendações do Gafi, conforme informações divulgadas pelo banco central do Brasil (medidas de prevenção e combate à lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo/tráfico de drogas, etc) · Situações em que não seja possível manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes As informações e registros de que trata esta circular devem ser mantidos e conservados durante os seguintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações: · 10 anos: Informações e registros de operações envolvendo cheques, liquidação de cheques depositados e instrumentos de transferência de recursos · 5 anos: Operações com cartões pré-pagos, recursos em espécie e informações cadastrais Aula 12 Circular 3.461/09 Instituições financeiras devem comunicar ao COAF: · Emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos de montante acumulado igual ou maior que R$50.000 ou equivalente em moeda estrangeira. · Emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos que apresentem indício de burla/irregularidade/alguma dissimulação de dados da operação · Depósito em espécie, saque em espécie (inclusive por meio de cartão pré-pago ou provisionamento de saque), emissão de cheque administrativo, TED ou quaisquer outros instrumentos de transferência de fundos contra pagamentos em espécie de valor igual ou superior a R$50.000 · Operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000 e que possam configurar a existência de indício de crime · Operações realizadas ou serviços prestados que configurem tentativa de burlar os mecanismos de identificação, controle e registro · Operações realizadas ou serviços prestados a pessoas que tenham perpetrado ou que tentaram perpetrar atos terroristas ou neles participado ou facilitado o seu cometimento · Atos suspeitos de financiamento do terrorismo Obs: Todos esses registros e informações cadastrais dever ser mantidos pelo prazo mínimo de 5 anos Instituições financeiras devem indicar ao Banco Central um diretor responsável pelas medidas de controles internos de que trata a circular 3461, e esse diretor pode desempenhar qualquer função na instituição menos a de gestão de recursos de terceiros. Aula 13 Princípio do “conheça seu cliente” – ICVM 301/99 Instituições devem manter cadastro atual e completo dos clientes Registros devem ser mantidos por no mínimo 5 anos da data da abertura da conta ou do início das operações. Ações preventivas: · O profissional deve tomar todas as medidas necessárias para conhecer os clientes e suas necessidades. · Documentar e confirmar a verdadeira identidade dos clientes · Documentar e confirmar qualquer informação adicional sobre os clientes · Tomar medidas necessárias para que não sejam realizadas operações com clientes cuja identidade não se possa confirmar. · Identificar da forma mais completa possível as pessoas consideradas politicamente expostas · Supervisionar de maneira mais rigorosa a relação de negócios mantida com pessoas politicamente expostas · Monitorar operações de clientes que, após o início do relacionamento, se tornem pessoas politicamente expostas. · Identificar beneficiários e a origem dos recursos envolvidos em transações de pessoas politicamente expostas Aula 14 Resolução do CMN (Conselho monetário nacional) 2554-98 – Controles internos Independente do porte da instituição os controles internos devem ser implantados, efetivos e consistentes com a natureza e complexidade dos riscos de suas operações. Responsabilidade da diretoria da instituição: · Implantação e implementação de controles internos com atividades de controle para todos osníveis de negócio da instituição · Estabelecer objetivos e procedimentos pertinentes às atividades de controle · Verificar de forma sistemática a adoção e o cumprimento desses procedimentos Obs: As disposições dos controles internos devem ser acessíveis a todos da instituição, de forma que cada membro saiba sua função, seu papel e sua responsabilidade no processo de controle interno. Os controles internos devem incluir: · As responsabilidades dentro da instituição (a responsabilidade de cada um bem definida) · Segregação das atividades (a fim de evitar conflitos de interesse ou acesso a informações sigilosas) · Meios para identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar a realização dos objetivos da instituição · Criação de canais de comunicação que assegurem os funcionários o acesso a informações confiáveis · Avaliação dos riscos associados às atividades da instituição · Os procedimentos devem permitir o acompanhamento sistemático das atividades (se os objetivos estão sendo alcançados e se tudo está sendo cumprido) · Testes periódicos de segurança, em especial sistemas mantidos em meio eletrônico. Obs: Os controle internos deve ser periodicamente reavaliados, reanalisados e atualizados, visto que novos riscos podem surgir. Um dos efeitos da condenação por crime de lavagem de dinheiro é a perda dos bens, direitos e valores objeto do crime em favor: R: da união e estados Referente à legislação vigente sobre os crimes de lavagem de dinheiro, é correto afirmar: R: Trata-se de um esforço global para minimizar os crimes Um profissional que praticar Insider Trading (informações prividegiadas) terá: R: pena com multa e reclusão de 1 a 5 anos. Front Running é uma prática bastante similar a Insider Trading e também é utilizado um tipo de Insider Information (informação interna) para sua prática Como você já sabe, a prática de front running consiste em realizar operações antecipadamente às operações principais. ... O Insider Trading é a utilização de informação privilegiada para obtenção de lucros, assim como o front running.
Compartilhar