Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO -‐ USP ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS -‐ EESC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS -‐ SMM PÓS-‐GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS TÉCNICAS EXPERIMENTAIS II MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA BRUNA CALLEGARI MONICA GUIMARÃES RICARDO HENRIQUE BUZOLIN RAFAEL PAIOTTI M. GUIMARÃES SÃO CARLOS, 22 DE SETEMBRO DE 2015 PARTE I: ANÁLISE DE IMAGENS OBJETIVOS E METAS A prática foi realizada com o objetivo de possibilitar a observação do procedimento de análise e obtenção de imagens de uma amostra de polpa de celulose utilizando microscopia eletrônica de varredura, e a avaliação da influência dos principais parâmetros da análise, como voltagem de aceleração, distância de trabalho e corrente do feixe na qualidade final e na interpretação das imagens obtidas. INTRODUÇÃO Fibras de Celulose A celulose, importante componente das fibras naturais, é o polímero mais abundante na Terra, e constitui uma das maiores, mais limpas e renováveis fontes de matéria-‐prima. Além de ser renováveis, ela também é biodegradável, biocompatível e possui propriedades antibacterianas. As fibras naturais de celulose são comumente utilizadas como reforço para compósitos de matriz polimérica [1]. A celulose é o principal componente de diversas fibras vegetais, tais como algodão, juta, sisal, cana, entre outras, representando cerca de um terço dos tecidos vegetais. Ela consiste de uma macromolécula linear composta primariamente por C, H e O, apresentando a fórmula C6H10O5 [1] [2]. Suas fibras apresentam dimensões típicas de 10 a 50 e de 1 a 3 mm de comprimento, e são constituídas por microfibrilas, as quais possuem dimensões que variam de 2 a 20 μm de diâmetro e de 100 a 40000 nm de comprimento, dependendo da fonte [2][3]. Estas microfibrilas são envoltas por hemicelulose e lignina [1][2][3]. A Figura 1 apresenta as estruturas químicas da celulose, da hemicelulose e da lignina. a) b) Figura 1. Estruturas químicas da celulose (a), da hemicelulose (b) e da lignina (c) [1]. A hemicelulose é o segundo principal constituinte das fibras naturais, e é composta por diferentes tipos de sacarídeos cíclicos, tais como xilose, manose e glucose, apresentando uma estrutura altamente ramificada e aleatória, sendo predominantemente amorfa. A hemicelulose apresenta peso molecular inferior ao da celulose. Já a lignina consiste em um polímero amorfo altamente ramificado, formado por unidades de fenilpropano organizadas em uma estrutura tridimensional, e responsável por proteger a celulose e a hemicelulose do ambiente. As fibras naturais apresentam quantidades variáveis de celulose, hemicelulose e lignina [3]. A parede da fibra é composta por camadas bem definidas, que incluem a parede primária e três camadas secundárias (S1, S2 e S3). Cada uma destas camadas se caracteriza por um arranjo específico das microfibrilas [3]. A Figura 2 mostra detalhes das camadas de uma fibra de celulose proveniente de polpa de madeira, onde é possível ver as microfibrilas. Figura 2. a) Detalhe das microfibrilas na superfície da fibra; b) seção transversal mostrando as camadas S1, S2 e S3; c) seção transversal de uma fratura mostrando as microfibrilas na camada S2 [3]. c) Em termos de constituição da célula vegetal, a celulose, envolta por uma matriz de hemicelulose e lignina, compõe as quatro camadas que formam a parede celular [1][2]. A Figura 3 mostra a esquema da participação da celulose na formação da célula vegetal. Figura 3. Representação esquemática indicando a constituição das paredes das células vegetais pela celulose [4]. A celulose possui potencial para aplicação como fonte de matéria-‐prima para indústrias bioquímicas e bioenergéticas e como reforço em compósitos biodegradáveis [3]. Sendo assim, tornou-‐se alvo do interesse de pesquisadores, principalmente no que diz respeito à extração de celulose a partir de fibras naturais. Dentre as diversas classes de materiais compósitos, os polímeros reforçados com fibras naturais vêm ganhando espaço devido ao seu processamento relativamente simples e às vantagens ambientais. Polímeros biorrenováveis, tais como as fibras de celulose naturais, têm sido estudados, tanto em sua forma natural como modificados, para uma ampla gama de aplicações. As fibras naturais apresentam algumas propriedades mecânicas inferiores às das fibras sintéticas e, também, outras desvantagens, tais como sua natureza hidrofílica, a absorção de água, e a baixa estabilidade térmica. No entanto, o fato de que estes problemas podem ser contornados, em sua maioria, através de tratamentos superficiais, e as diversas vantagens que as fibras naturais apresentam em relação às sintéticas, como menor densidade, preço mais baixo e caráter renovável e biodegradável, superam as desvantagens. Além disso, elas apresentam valores consideráveis de módulo específico, o que as torna preferíveis principalmente no setor automotivo, onde rigidez e peso são fatores de grande importância [1][2][5]. Durante a produção das fibras, diversos fatores afetam suaqualidade final, desde o cultivo da planta, passando pela colheita e pela extração das fibras, até a etapa de fornecimento das mesmas [1]. A Tabela 1 traz uma relação destes fatores. O processo de extração geralmente envolve tratamento das fibras para separar a lignina e a hemicelulose. Para isto, são aplicados tratamentos químicos às fibras, seguidos por processos mecânicos. O tratamento alcalino, um dos principais métodos industriais utilizados para remoção da lignina, consiste na dissolução da lignina em uma solução de hidróxido de sódio (NaOH). Tratamentos utilizando enzimas também podem ser aplicados para facilitar a desintegração das fibras. Outro tratamento bastante utilizado é o tratamento de oxidação, que serve para modificar a superfície das fibras de celulose, gerando repulsão entre elas e facilitando sua separação. Além disso, as fibras podem ser submetidas a tratamentos de hidrólise, que removem as partes amorfas, dando origem a nanocristais de celulose chamados whiskers. Após os tratamentos químicos, as fibras são processadas mecanicamente, utilizando-‐se discos ou rolos, de modo a separá-‐las. Os processos de extração podem ser realizados de diferentes maneiras, cada qual com suas vantagens e desvantagens no que diz respeito à quantidade e à qualidade (composição e propriedades finais) da celulose [1][5][6]. Tabela 1. Fatores que afetam a qualidade da fibra em vários estágios de sua produção [1]. Estágio Fatores Crescimento da planta Espécie, cultivo, localização da plantação, clima local, localização da fibra na planta Colheita Maturação da planta, que, por sua vez, afeta a espessura da parede celular, o refinamento das fibras e a aderência entre as fibras e a estrutura da matriz Extração da fibra Processos de decapagem e maceração das fibras Fornecimento Condições de transporte, de armazenamento e idade da fibra As técnicas mais comuns para análise das fibras, em especial de sua morfologia e superfície, são: microscopia eletrônica de transmissão, microscopia eletrônica de varredura, microscopia de força atômica, e espalhamento de raios-‐x de alto ângulo [5][7]. As Figuras 4 e 5 apresentam microscopias eletrônicas de varredura feitas para análise do efeito do tratamento de hidrólise em fibras de algodão. Figura 4. Imagens de MEV de fibras de algodão sem tratamento [7]. Figura 5. Imagens de MEV de fibras de algodão após hidrólise de 11,8% da celulose [7]. MEV: características gerais e formação de imagens De acordo com Goldstein et al. [8], a microscopia eletrônica de varredura (ou MEV) permite a observação e caracterização de materiais homo ou heterogêneos, orgânicos ou inorgânicos em escala nano e micrométrica, além de da obtenção de imagens de caráter tridimensional da superfície de uma variedade de materiais. A versatilidade desse tipo de microscopia a transformou numa das principais opções quando há necessidade de análise topográfica ou de caracterização com respeito a composição qualitativa. Adiante um esquema representativo da coluna do microscópio onde o feixe de elétrons é gerado, acelerado e colimado em direção a amostra. Os principais componentes do MEV são os sistemas de lente, o canhão de elétrons, sistema de detecção e armazenamento de imagens, eletrônica associada e detectores de tipos específicos de sinais. Figura 6. Esquema da coluna de um microscópio eletrônico de varredura exibindo seus principais constituintes [9]. Com relação ao esquema de operação, a primeira etapa se dá pela geração de elétrons no canhão (ou electron gun) em razão do efeito termoiônico. Aqui, materiais como tungstênio, hexaboreto de lantânio (LaB6) ou tungstênio recoberto com óxido de zircônio (field emission gun) são os mais comuns e funcionam como cátodo emissor de elétrons. Após geração e emissão tais partículas serão aceleradas através da coluna numa diferença de potencial na faixa de 0.2 a 40 KeV, dependendo da intenção da análise e do material-‐alvo. O conjunto geração contínua/aceleração forma um feixe (electron beam) que é colimado pelas lentes condensadoras a fim de ajustar o spot size ou diâmetro do feixe incidente. Esse diâmetro pode variar, mas comumente está na faixa de 0.4 a 10 nm [8][10], contendo um número suficiente de elétrons para a geração de informação. Por fim, as bobinas defletoras (ou deflection coils) promovem a deflexão do feixe nos eixos x e y permitindo a varredura de uma área determinada através da superfície visando a obtenção de imagens; quando se objetiva a análise pontual o feixe é mantido estático sob o local a ser examinado [8]. Independente, há interação do feixe com a amostra e o sinal gerado é posteriormente captado e transformado em imagem ou dados. Tais sinais provenientes da interação dos elétrons com o material levam ao conhecimento de características específicas do último. Eles variam em função do volume de interação, que por sua vez depende da energia do feixe incidente e do número atômico da amostra. Figura 7. Imagem ilustrativa do volume de interação do feixe com o material [11]. Essa interação feixe-‐amostra será de dois tipos: elástica ou inelástica. No primeiro caso o feixe é defletido sem quehaja perda de energia cinética dos elétrons constituintes, configurando assim um espalhamento elástico. Tal espalhamento, quando atinge um fluxo constante, é responsável pela formação de um feixe advindo da amostra; como esse novo feixe é espalhado lateralmente ele é classificado como retroespalhado, consequentemente, esse ele é denominado feixe de elétrons retroespalhados (ou backscattered electrons, BSE). A intensidade desse é intimamente ligada ao número atômico, pois com o aumento do último a carga no núcleo também aumenta, portanto, aumentando a influência do centro de espalhamento elástico. Por outro lado, o aumento da energia de incidência faz com que essa mesma intensidade diminua em razão de uma maior interação com o material. Os elétrons retroespalhados constituem uma importante fonte em termos de formação de imagem no MEV. Quando dois ou mais elementos de diferentes números atômicos constituem uma mesma amostra, o contraste entre eles devido a diferença da intensidade do espalhamento é evidente, assim, pode se determinando-‐se áreas com diferentes composições. Ainda com relação ao BSE, o feixe pode sofrer difração dando origem a difração de elétrons retroespalhados (ou electron backscattered diffraction, EBSD), uma importante maneira de se obter informações cristalográficas do material [8]. A interação inelástica pode acontecer simultaneamente a elástica, porém, de maneira gradual a medida que a energia do feixe aumenta. Dessa maneira os elétrons espalhados perdem energia em detrimento da interação produzindo feixes de baixa energia (< 50 eV) e ângulo de espalhamento rasante (poucos nanometros acima da superfície) [8]. O resultado vem de duas maneiras: elétrons secundários (secondary electrons ou SE), responsáveis pelos sinais das imagens topográficas no MEV, e os raios-‐x característicos, a fonte analitica. Assim, a combinação entre espalhamento elástico e inelástico distribuído em um espaço tridimensional abaixo da superfície da amostra e que alcança alguns poucos micrometros constitui o volume de interação, Fig. 7 [8]. O conhecimento do material é de prima importância para análise, pois assim pode se determinar a energia do feixe e, consequentemente, o tamanho do volume de interação que pode funcionar como um fator limitante de performance analítica quando excessivo[8]. A título de ilustração, o tamanho desse volume pode ser simulado com base no Método de Monte Carlo; softwares como o Cassino [12] são encontrados na web e permitem ao usuário regular parâmetros importantes da análise com base em características do material evitando, assim, conclusões errôneas. Por fim, pode-‐se concluir que os elétrons secundários (SE) e retroespalhados (BSE) são de particular interesse no que tange a formação devido ao fato de ter suas variações intimamente ligadas a diferenças no relevo superfícial; enquanto o primeiro se faz importante no quesito resolução, o contraste entre ambos assim como a grande profundidade de campo torna a aparência da imagem em 3D possível [8]. Parâmetros utilizados na aquisição de imagens Adiante serão abordados alguns dos parâmetros mais importantes a serem setados durante a aquisição das imagens, os quais podem ser encontrados na parte inferior de toda a imagem obtida em MEV. Em primeiro plano pode-‐se colocar o modo de coleta de imagem, ou Imaging mode, onde se determina o tipo de sinal que será coletado para a formação de imagem. Como já explicitado anteriormente, cada tipo de sinal produz uma informação e elas são complementares. Portanto, é de suma importância especificar qual o tipo sinal está sendo usando na coleta para que haja uma interpretação correta da imagem. Dentre os tipos, pode-‐se nomear dois: imagens geradas por elétrons secundários e retroespalhados. No primeiro caso, o detector é carregado positivamente com a finalidade de atrair os portadores de carga, assim, possibilitando que eles viagem de modo não linear até a detecção. Isso torna possível a observação de orifícios, fendas e arestas quando as partículas são atraídas dessa região, fazendo com que a imagem pareça iluminada. A intensidade do sinal, e em consequência o brilho da imagem produzido, dependem do ângulo entre amostra e detector, portanto, são de natureza topográfica. Com relação a condução de cargas, os elétrons secundários são facilmente defletidos por regiões que apresentam gradientes (tanto positivos como negativos); a não condução leva a distorção da imagem e o acúmulo aparece como regiões mais brilhantes, normalmente rodeados por halos escuros [13]. No modo restroespalhado, os elétrons de alta energia viajam em linha reta devido ao seu espalhamento em altos ângulos, portanto, o detector é colocado logo acima da amostra. A imagem resultante possui um menor caráter topográfico, porém, quanto maior o número atômico médio da área em análise maior a probabilidade da geração de elétrons retroespalhados. Como resultado as imagens dessa natureza apresentam contraste em função do número atômico, como explicitado na seção anterior, com áreas mais claras para regiões de maior número atômico. Além disso, com relação ao gradiente de cargas, tal sinal é menos susceptível e mais apropriado para a análise de superfícies isolantes[13]. Adiante pode-‐se ter uma idéia da influência do tipo de sinal na obtenção da imagem. Figura 8. Imagens obtidas por elétron secundário e retroespalhados, respectivamente, da superfície de uma amostra de borracha com preenchimento [13]. É muito comum combinar os sinais de diferentes detectores em uma única imagem, por exemplo quando a topografia superficial e sua composição são de igual importância, podendo ser feito pelo simples ajuste de sinal para a optimização do combinado. Ademais e como título de ilustração, pode-‐se citar o modo de aquisição com variação de pressão dentro da coluna do feixe e o obtido por raios-‐x, porém, ambos fogem do escopo do presente trabalho [13]. O tempo de permanência, ou dwell, varia de acordo com o modo de aquisição e corresponde ao tempo de coleta de informação enquanto o feixe permanece sobre um único pixel. A distância de trabalho, ou working distance, é tida como a distância entre a abertura da lente final até o topo da amostra. Com relação ao diâmetro do feixe, esse é diretamente proporcional a diferença de potencial aplicada na coluna e é chamado de spot size. Por fim, a magnificação corresponde ao aumento da área específica de análise com relação ao tamanho do objeto a qual ela pertence – não se deve confundir com resolução, que é a quantidade de informação que se pode obter a partir da imagem. No microscópio de varredura ela pode ser de 10 a 106 vezes, porém, um grande aumento não significa que a solução do problema é garantida, pois a área a ser analisada compreenderá um parte por milhão, ou até mesmo bilhão da amostra. Dessa maneira, a combinação de imagens de alta e baixa magnificação se torna necessária [8]. Por fim e ainda dentro do quesito magnificação, a largura da imagem (ou horizontal field width, HFW) será informada na parte junto a escala das imagens como uma maneira de se estimar tal característica da imagem [8]. MATERIAIS E MÉTODOS O material analisado consistia de fibras de celulose, as quais foram fixadas ao suporte da amostra (stub) por meio de uma fita dupla-‐face de carbono. Devido ao caráter isolante da amostra, foi necessário realizar seu recobrimento por sputtering. Sputtering é o nome dado ao processo de remoção de átomos das camadas mais superficiais de um material devido à colisão de partículas energizadas com esta superfície. Ele é amplamente utilizado para aplicações como limpeza superficial e para a deposição de filmes [14]. Para a microscopia eletrônica, ele representa um importante meio de contornar o caráter não condutor de determinadas amostras, uma vez que a condutividade é uma propriedade essencial para permitir a devida interação do feixe de elétrons com a estrutura do material. Neste âmbito, o sputtering é utilizado para deposição de camadas metálicas sobre materiais não condutores. Durante o processo, o material-‐alvo é exposto a um plasma gasoso energizado formado a partir de um gás inerte, como o argônio. O plasma erode a superfície do material, removendo átomos de sua superfície, os quais se depositam sobre a superfície da amostra. O alvo metálico constitui o cátodo e a amostra, o ânodo. A câmara do equipamento é evacuada e preenchida com o gás inerte sob baixa pressão, enquanto uma voltagem de 1 a 2 kV é aplicada, de modo a formar o plasma [8]. A Fig. 9 apresenta um esquema do processo de deposição por sputtering. Figura 9. Processo de deposição por sputtering utilizando plasma [15]. O procedimento de recobrimento foi realizado em um sputter coater modelo Quorum Q150R. Os parâmetros foram definidos de modo a se realizar a deposição de uma camada de platina com cerca de 15 a 20 nm de espessura, e o vácuo aplicado foi de 8x10-‐2 mbar. A Fig. 10 mostra a amostra após o recobrimento, já fixada ao stub. Figura 10. Amostra de fibras de celulose recoberta e fixada ao suporte. A análise foi realizada em um microscópio eletrônico de varredura modelo FEI Inspect F50 com fonte de emissão de campo e bomba iônica de vácuo. No momento da prática, a temperatura do laboratório era de 22,7°C e a umidade, 56%. Durante a aquisição de imagens, foram utilizados diferentes valores de voltagem de aceleração, distância de trabalho e de corrente (medida, neste caso pelo valor do spot), para possibilitar a discussão sobre como tais parâmetros influenciam os resultados obtidos. As imagens foram adquiridas utilizando-‐se o sinal de elétrons secundários Fibras sobre fita dupla-‐face Stub RESULTADOS E DISCUSSÃO A Fig. 11 apresenta todas as imagens obtidas durante a prática. a) b) c) d) e) f) Figura 11. Imagens das fibras de celulose obtidas por microscopia eletrônica de varredura utilizando elétrons secundários. De modo geral, é possível observar que a fibra apresenta dimensões e aspecto superficial condizentes com os apresentados na literatura [2, 3]. A superfície enrugada assemelha-‐se à apresentada pela fibra mostrada na Fig. 2a. As estruturas destacadas em vermelho nas Figuras 11e, f, g podem corresponder, provavelmente, às microfibrilas jácitadas anteriormente. Os parâmetros utilizados para a aquisição de cada imagem encontram-‐se na legenda, juntamente à escala: • HV (high voltage): voltagem de aceleração do feixe; • HFW (horizontal field width): largura da imagem; • Mode: modo de aquisição da imagem (no caso, por elétrons secundários, SE); • Dwell: tempo de residência do feixe sobre cada ponto da amostra que constitui a imagem; • Spot: medida correspondente ao diâmetro do feixe, diretamente relacionado ao valor da corrente; • WD (working distance): distância entre a lente objetiva e a amostra. Durante a aquisição das imagens, foram mantidos constantes apenas a magnificação (HFW) e o dwell time. A Tabela 2 resume as condições de formação de cada uma das oito imagens apresentadas na Figura 11, em termos dos parâmetros variados. Tabela 2. Resumo dos parâmetros variados durante a aquisição das imagens. Figura Voltagem (kV) Spot WD (mm) 8a 10,0 5,0 15,1 8b 2,0 3,0 14,9 8c 10,0 3,0 14,9 8d 30,0 3,0 14,9 8e 10,0 3,0 22,1 8f 10,0 3,0 22,1 8g 10,0 3,0 9,9 8h 1,0 3,0 9,9 g) h) Com base nestes parâmetros, tornou-‐se possível estudar sua influência na formação das mesmas, através da comparação entre imagens, da seguinte forma: • Fig. 11a, c: variação do spot (5,0 para a Fig. 11a e 3,0 para a Fig. 11c), desprezando a pouca variação entre as distâncias de trabalho; • Figs. 11b, c, d: variação da voltagem (2,0 kV para a Fig. 11b, 10,0 kV para a Fig. 11c e 30,0 kV para a Fig. 11c); • Figs. 11g, h: variação da voltagem (10,0 kV para a Fig. 11g e 1,0 kV para a Fig. 11h); • Figs. 11f, g: variação da distância de trabalho (22,1 mm para a Fig. 11f e 9,9 mm para a Fig. 11g); Comparando-‐se as Figs. 11a e 11c, mesmo correspondendo a diferentes regiões da amostra, é possível observar que o maior valor do spot fez com que o feixe danificasse a fibra. As duas áreas mais escurecidas, indicadas pelos círculos vermelhos na Fig. 11a, exemplificam isso. Neste caso, ainda houve o agravante de o feixe ter sido deixado por um longo tempo sobre a área apresentada. Considerando-‐se o fato de que um maior valor de corrente corresponde a uma maior quantidade de elétrons atingindo a amostra, espera-‐se que isso contribua para a danificação da amostra, caso não sejam tomados os devidos cuidados, como redução do tempo de residência, da magnificação ou da voltagem de aceleração, por exemplo. A variação da voltagem nas Figs. 11b, c e d e 11. g e h levou a uma diminuição da resolução devido ao aumento da relação sinal/ruído, onde sinal corresponde aos elétrons secundários gerados a partir da amostra e ruído como tais partículas que não carregam informação do espécime, ambos detectados. Por isso, é de grande valia que essa razão seja alta para que as imagens obtidas sejam de melhor qualidade, evitando uma maior penetrabilidade dos elétrons e, consequentemente, menor interferência das camadas inferiores nas imagens superficiais, i.e., melhores imagens topográficas [8]. Observando-‐se as imagens das Figs. 11e, 11f e 11g, é possível notar que a região destacada em vermelho encontra-‐se aparentemente fora de foco. Na verdade, o que ocorreu, neste caso, foi a movimentação da estrutura indicada (provável microfibrila) tanto durante as aquisições, como entre uma aquisição e outra. Por se tratar de uma estrutura extremamente pequena e, consequentemente, leve em comparação com a totalidade da fibra, que se encontra suspensa, a incidência do feixe sobre ela fez com que ela se movimentasse. Outra explicação pode ser a ocorrência de um possível drifting do feixe, ocasionado pelo acúmulo de carga na estrutura, o que faz com que ele sofra deflexão. A justificativa é plausível, tomando-‐se em conta o tamanho reduzido da estrutura e o fato de que a amostra não é condutora e pode não ter sido perfeitamente recoberta durante o sputtering. A distância de trabalho decresceu quase que pela metade nas Figs. 11 f e g. Primariamente é sabido que a diminuição da distância de trabalho leva a uma melhor resolução e intensidade de sinal, mas em contrapartida diminui a profundidade do campo. Mas nesse caso é possível observar que a queda do valor da distância de trabalho acabou por diminuir a resolução, ou seja, a imagem topográfica foi prejudicada. Tal fato advém, provavelmente, da diminuição da coleta de sinal pelo detector de elétrons secundários em razão da elevação da amostra dentro da câmara, sabendo que tal feixe é rasante, portanto, fornecendo uma imagem mais pobre em termos de resolução [16]. Conclusão Pela variação de alguns parâmetros foi possível entender de uma maneira clara como eles afetam a aquisição de imagens e a resolução delas em um microscópio eletrônico de varredura. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] V. K. Thakur and M. K. Thakur, “Processing and characterization of natural cellulose fibers/thermoset polymer composites,” Carbohydr. Polym., vol. 109, pp. 102–117, Aug. 2014. [2] J. I. Morán, V. A. Alvarez, V. P. Cyras, and A. Vázquez, “Extraction of cellulose and preparation of nanocellulose from sisal fibers,” Cellulose, vol. 15, no. 1, pp. 149–159, Feb. 2008. [3] G. Chinga-‐Carrasco,“Cellulose fibres, nanofibrils and microfibrils: The morphological sequence of MFC components from a plant physiology and fibre technology point of view,” Nanoscale Res. Lett., vol. 6, no. 1, p. 417, Jun. 2011. [4] “Cellulose.” . [5] I. Siró and D. Plackett, “Microfibrillated cellulose and new nanocomposite materials: a review,” Cellulose, vol. 17, no. 3, pp. 459–494, Jun. 2010. [6] P. Kushwaha and R. Kumar, “Enhanced Mechanical Strength of BFRP Composite Using Modified Bamboos,” J. Reinf. Plast. Compos., vol. 28, no. 23, pp. 2851–2859, Dec. 2009. [7] H. Zhao, J. Kwak, Z. Conradzhang, H. Brown, B. Arey, and J. Holladay, “Studying cellulose fiber structure by SEM, XRD, NMR and acid hydrolysis,” Carbohydr. Polym., vol. 68, no. 2, pp. 235– 241, Mar. 2007. [8] J. I. Goldstein, D. E. Newbury, P. Echlin, D. C. Joy, C. E. Lyman, E. Lifshin, L. Sawyer, and J. R. Michael, Scanning Electron Microscopy and X-‐ray Microanalysis. Boston, MA: Springer US, 2003. [9] “SciXchange | | 560px-‐Schema_MEB_(en)_svg.” . [10] “Scanning electron microscope,” Wikipedia, the free encyclopedia. 20-‐Sep-‐2015. [11] “Interaction Volume,” St Paul’s School Intranet. [Online]. Available: http://intranet.stpaulsschool.org.uk/physics/students/electron-‐microscopy/interaction-‐volume. [Accessed: 21-‐Sep-‐2015]. [12] “Casino -‐ Monte Carlo SImulation of Electron trajectory in solids.” . [13] Cobham Technical Services -‐ Reliability and Failure Analysis, “Scanning Electron Microscopy (SEM) Imaging Modes.” Cobham Technical Services. [14] E. Schulz, “Sputtering by particle bombardment. I. Physical sputtering of single-‐element solids. Hg. von R. Behrisch. Topics in applied physics, vol. 47. Berlin/Heidelberg/New York: Springer-‐ Verlag 1981. X, 281 S., geb. DM 85,–.,” Acta Polym., vol. 34, no. 6, pp. 380–380, Jun. 1983. [15] “Inline Metallizaiton Adds Value for Plastic.” . [16] “What is the working distance (WD) label in SEM image?” [Online]. Available: https://www.researchgate.net/post/What_is_the_working_distance_WD_label_in_SEM_image. [Accessed: 22-‐Sep-‐2015]. PARTE II: EDS – Energy-‐Dispersive X-‐Ray Spectrometer OBJETIVOS E METAS Determinar a composição química da amostra de anel de pistão com revestimento multicamadas utilizando a técnica de EDX. INTRODUÇÃO A fim de fazer a determinação da composição química de uma amostra de anel de pistão com revestimento feito por meio da técnica de PVD (Physical Vapor Deposition), foi utilizada microscopia eletrônica de varredura (MEV) com um detector de espectroscopia de energia dispersiva. (EDS Energy-‐Dispersive X-‐Ray Spectrometer). EDS Graças à sua versatilidade e a simplicidade de uso, espectrômetros EDS são amplamente utilizados na microanálise X. É uma técnica padrão para a identificação química utilizando energia dispersiva de raios-‐x. O sistema EDS pode ser montado em um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e usa o seu feixe de elétrons primários para atingir e excitar materiais na amostra (Cristiano et al., 2007). No EDS, os raios-‐X são distribuídos no espectro por ordem de sua energia e mais comumente do baixo número atômico (baixa energia) para elevado Z (alta energia). Informações qualitativas sobre as distribuições elementares, sem determinações precisas de mapeamento dos perfis de concentração, podem ser obtidas por uma varredura em linha ou por mapeamento. Varredura em linha -‐ Linescan Na varredura em linha, o feixe de elétron varre uma pequena área em uma linha de interesse na amostra e envia um sinal modulado da direção X e da direção Y do vetor que é uma indicação aproximada do número de raios X serem detectados naquela região (Goldstein et al, 2003). Em outras palavras, você tem um gráfico que representa o número de raios-‐X que está sendo contado (aproximadamente a quantidade de elemento presente) versus a localização espacial ao longo de uma linha. Deste modo, por exemplo, o perfil de difusão de elementos numa interface pode ser traçada. É extremamente útil para trabalho de diagnóstico, onde é necessário o perfil de sinal através de uma característica. Pode ser utilizado para exibir as pequenas alterações de sinais que são facilmente detectadas como deslocamentos em y, mas que seria difícil de discernir em uma intensidade convencional na área da imagem (Goldstein et al, 2003). O linescan é um recurso utilizado para observar interfaces em filmes finos assim como em soldas. Mapeamento por área – Mapping No mapeamento por área o SEM permanece no modo de varredura, normalmente a uma velocidade de gravação lenta, e registra o sinal de fótons individuais como pontos em uma micrografia. As alterações na densidade dos pontos indicam alterações na concentração do elemento. A grande utilização do mapeamento por área é a de analisar a distribuição dos elementos químicos na amostra. Anel de pistão com revestimento PVD de NbN/CrN Os anéis de pistão têm um papel fundamental no controle de emissões de um motor de combustão interna, pois os mesmos têm a função de selar a câmara de combustão e otimizar a espessura de filme de óleo de lubrificação que será exposto na câmara e na sequência queimado gerando subprodutos indesejáveis. O anel posicionado no 1° canalete é que sofre a maior exigência térmica emecânica, pois tem contato direto com a câmara de combustão. Sua durabilidade tem fundamental importância no adequado funcionamento do sistema. Devido ao alto desgaste sofrido pelos anéis foi desenvolvido um revestimento multicamadas de NbN/CrN que possui altas propriedades tribológicas. O processo de PVD para a deposição das camadas foi feito por evaporação por arco catódico em que os átomos são liberados do alvo com baixa energia cinética à temperatura entre 1500K e 2500K. O processo é realizado, sob vácuo, aonde os metais a serem depositados são evaporados. Graças à energia cinética e ao diferencial de potencial aplicado sobre a peça a ser recoberta, os íons metálicos são atraídos para a superfície do objeto a ser recoberto, onde se condensam, juntamente com um gás de processo, formando o revestimento desejado. MATERIAIS E MÉTODOS A análise foi feita em uma amostra de anel de pistão com substrato de aço inox martensítico nitretado e o revestimento multicamadas de CrN/NbN. A amostra foi embutida na seção transversal em baquelite. Figura 1. Amostra de anel de pistão embutida em baquelite. As análises de EDX foram feitas com o detector da marca EDAX modelo Apollo X, acoplado ao microscópio eletrônico de varredura (MEV), cujo modelo e especificações já foram mencionadas. Figura 2. Detector de EDS. A análise da composição química da amostra foi feita no MEV com o detector de EDS. Foi feito tanto o mapeamento da distribuição dos elementos por área (mapping), quanto varredura em linha (linescan). No caso da varredura em linha, os perfis foram medidos utilizando-‐se uma voltagem de aceleração do feixe de 20 kV, sendo que uma linha foi feita utilizando-‐se oito (8) frames e com um dwell time de 2 s. Uma segunda varredura de linha foi feita utilizando-‐se també, oito (8) frames, porém com um dwell time de 1 s. A primeira linha foi obtida utilizando-‐se um passo de 200 nm e a segunda foi obtida utilizando-‐se um passo de 2 µm. RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise pertinente nessa parte do trabalho visa comparar a influência dos parâmetros de aquisição dos dados via EDX na resolução e relação sinal/ruído de um linescan típico, no caso tomado de uma amostra revestida. O principal objetivo nesse caso seria além da semi-‐quantificação dos elementos químicos presentes no substrato e camadas, a determinação de possíveis zonas de diluição entre os mesmos. Nesse caso, tanto a resolução lateral (que se relaciona com a distância) quanto a alta relação sinal/ruído se faz importante. Para tal, vale lembrar que há um efeito pertinente na determinação desses parâmetros: o tamanho da bolha de interação eletrônica. É razoável pensar que quanto maior o tamanho da mesma, maior a densidade eletrônica que atinge a amostra em análise, e por sua vez, maior a quantia de raios-‐x que estão sendo gerados. De maneira complementar, vale ressaltar a importância da correta seleção do valor da voltagem do feixe, pois o mesmo determinará se a linha de transição eletrônica dos elementos a serem detectados será, pois, possível de ser coletada. Entretanto, quanto maior o tamanho da bolha de interação, maior menor a resolução lateral que teremos, visto que para a distância correspondente ao tamanho da bolha nenhuma outra medida deverá ser feita (sendo, portanto, a resolução lateral) e isso porque, caso contrário, o sinal detectado será equivalente ao sobreposto com um ponto já medido, podendo criar um artefato como um ‘’slope’’ suave ao invés de uma transição brusca entre, por exemplo, as camadas ou materiais em estudo. Nesse sentido, os resultados mostrados na figura 3 mostram que, no caso da figura 4.a, a qual foi feita com um passo de 200 nm, é possível observar esse efeito ou artefato de uma transição suave entre as camadas, devido justamente ao passo demasiado pequeno. No entanto, a relação sinal/ruído parece bastante razoável. Já na figura 3.b, que foi feita com o passo de 2 µm, o artefato devido a sobreposição das bolhas de interação não foi observado, e é possível concluir que não há uma transição tão suave como pode ser observada na figura 4.a. Entretanto, como é possível observar na figura 4, a micrografia revelada via SEM-‐BSE mostra que há uma camada entre o substrato e o recobrimento, e a mesma possui composição diferente de ambos. Tal efeito pode ser observado na figura 3.a mas não na figura 3.b. Nesse caso, isso se deve ao passo demasiado grande da figura 3.b, o que com que a análise perdesse novamente a resolução na distância, porem devido à distância excessiva entre os pontos da linha que foram tomados em análise. Além disso é observado no linescan que há uma depreciação da relação sinal/ruído, o que pode ser explicada pelo menor dwell time adotado na aquisição dessa imagem. (a) (b) 0 2 4 6 8 10 12 0 20 40 60 80 100 % m as sa Distancia (µm) N Nb Cr Fe 0 10 20 30 40 50 60 0 20 40 60 80 100 % m as sa Distancia (µm) N Nb Cr Fe Figura 3. Linescan obtidos para o passo de: a) 200 nm; b) 2 µm. (a) (b) Figura 4. Imagens SEM-‐BSE representando a região (ou linha) que foi medida para a amostra deanel de pistão para o passo de: a) 200 nm; b) 2 µm. Em termos de o mapeamento de elementos químicos via EDS, o mesmo é representado na figura 5 para os elementos Nb (figura 5.a), Cr (figura 5.b), Fe (figura 5.c), e também a sobreposição de Cr, e Fe (figura 5.d) e Nb e Fe (figura 5.e). É possível observar que os elementos químicos que prevalecem no recobrimento são o Nb e o Cr. No caso do substrato, é possível observar uma matriz de Fe com partículas enriquecidas com Cr em seu interior. Outra observação importante é que é nitidamente observada a camada de Cr entre o substrato e o recobrimento. Por fim é possível inferir que as condições utilizadas para a aquisição da imagem foram satisfatórias (número de frames, dwell time, abertura do feixe), visto que a boa resolução por elas apresentadas. (a) (b) (c) (d) (e) Figura 5. Mapeamentos obtidos via SEM-‐EDS para representando os elementos químicos: a) Nb; b) Cr; c) Fe; d) Overlay com predominância de Cr no recobrimento; e) Overlay com predominância de Nb no recobrimento. CONCLUSÕES Foi possível determinar a composição química da amostra de anel de pistão com revestimento multicamadas utilizando a técnica de EDX (EDS). A diferença observada entre os linescan realizados podem ser explicados com base na bolha de interação eletrônica, e o passo utilizado na medida pode ser fator determinante nos possíveis artefatos medidos. O mapeamento realizado corrobora com os dados medidos via linescan e podem ser importante no caso da determinação qualitativa dos elementos pertencente às camadas ou partículas presentes no material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRISTIANO, R. et al. Compositional analysis by a superconductor-‐based energy dispersive spectrometer. Ieee Transactions on Applied Superconductivity, v. 17, n. 2, p. 625-‐628, Jun 2007. ISSN 1051-‐8223. Disponível em: < <Go to ISI>://WOS:000248442200129 >. GOLDSTEIN, J; NEWBURY D.E. JOY, D.C., LYMAN, C.E., ECHLIN, P., LIFSHIN, E.,SAWYER, L., MICHAEL, J.R. Scanning Electron Microscopy and X-‐Ray Microanalysis, Springer, New York, 3nd ed., 2003.
Compartilhar