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Análise da descarga de um capacitor no circuito RC Eduarda Winck Hugo - 308168, Éverson R. M. Costa Júnior - 301190 , Lucas Wasem Friedrich - 303418, Stephanie Souza - 162058 e Sylvio da Cruz Vaz - 243609. Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Com o intuito de calcular a constante de tempo(𝜏) de um circuito RC, foram utilizados quatro métodos. Foram eles: pela observação no gráfico do osciloscópio, a constante encontrada foi aproximadamente 150µs; o produto da capacitância pela resistência dadas pelo fabricante, resultando em 131,6µs. Já o produto utilizando os valores reais resultou em 140,39µs; muito próximo do valor calculado pelo gráfico no programa SciDAVis, correspondente a 139,08µs, sendo esse um resultado dentro do esperado, considerando a margem de erro do resistor utilizado. INTRODUÇÃO O circuito RC, assim denominado por apresentar um resistor e um capacitor ligados em série, necessita de um certo tempo para que o capacitor seja totalmente carregado por uma fonte tensora e armazene energia, uma vez que o dispositivo é formado por dois condutores isolados entre si, que quando energizados possuem cargas de sinais opostos, o que consequentemente faz com que ele gere um campo elétrico e armazene energia. Posteriormente ela será fornecida para o circuito no processo de descarga. Quando o capacitor está completamente carregado ele apresenta uma diferença de potencial (tensão) máxima chamada V0 que diminui exponencialmente com o tempo, como é mostrado pela fórmula da tensão na descarga: v ( t )=V0 exp( − t /RC) Onde V(t) é a diferença de potencial em volts após um tempo t em segundos, R é a resistência medida em ohms e C a capacitância em farad. O produto de R por C é o que intitulamos como a constante de tempo τ de um circuito. Quando o tempo t for igual a τ, sabemos que a tensão vale 37% da tensão inicial no processo de descarga. No carregamento temos que a tensão, após esse mesmo tempo, vale 63% do valor inicial, dado pela fórmula da tensão no processo de carga: v ( t )=V0( 1- exp( − t /RC)) Sendo utilizadas as mesmas unidades de medidas da fórmula supracitada. Ademais, os resistores são dispositivos com a finalidade de limitar a corrente que percorre o circuito pelo chamado Efeito Joule, de modo que a energia elétrica é convertida em calor por meio do atrito dos elétrons da corrente com o material do resistor. De acordo com as necessidades, é possível que sejam colocados mais de um resistor no sistema, dispostos em série ou em paralelo como foi feito no laboratório. Caso os resistores sejam arranjados em série, calculamos a resistência equivalente como uma soma de todas as resistências, dada por: Req = R1 + R2 ... R(n-1) + Rn Contudo, se os resistores estiveram organizados em paralelo, a resistência equivalente é prevista pela fórmula abaixo: 1/Req = 1/R1 + 1/R2 ... 1/R(n-1) + 1/Rn Considerando que existem n resistores. [1] APARATO EXPERIMENTAL Com a intenção de analisar a descarga de um capacitor no circuito RC, foram utilizados materiais específicos para o procedimento: - Gerador de funções; - Osciloscópio; -Base de circuito; -Dois resistores de 5600 Ω ; -Um capacitor de 47nf; -Cabos condutores coaxiais; -Computador com so�ware SciDavis. Primeiramente, foi montado um circuito contendo um capacitor de 47nF ligado em série a um resistor de 5.600 Ω , cabos coaxiais para fazer as ligações, e o osciloscópio ligado em paralelo com o gerador de funções e com o capacitor, pois esses são os pontos de análise no experimento. Importante salientar que os fios terra (pretos) do osciloscópio e do gerador, são conectados juntos, por consequência o vermelho é ligado com o vermelho conforme figura abaixo: Figura 1: esquema do circuito. [2] Após ligar os equipamentos, apertamos o botão AUTO SET no osciloscópio. O osciloscópio é um instrumento que mede tensões alternadas no eixo vertical em função do tempo no eixo horizontal. Para o experimento, visualizamos duas ondas sobrepostas, uma relativa a tensão na fonte e outra correspondente a tensão no capacitor, assim analisando o processo de carga e descarga do segundo. Foram utilizadas as mesmas escalas em ambos os eixos, de modo que cada quadrado aparente na tela corresponde a uma unidade de medida (1V para tensão e 1s para o tempo). Também foi escolhida a opção de onda quadrada, pois é nessa opção que se obtém melhor uma visualização dos picos de tensões, mostrando a tensão máxima na fonte de modo constante por um certo tempo, facilitando assim o entendimento relacionado a curva de tensão no capacitor. Ainda selecionamos a opção DC no coupling, e deixamos a opção INVERT desligada. Figura 2: imagem no osciloscópio com 1 resistor. Após o primeiro experimento foi realizado a análise com o circuito contendo dois resistores em paralelo, ligado em série com o capacitor. Nesse esquema (figura 3) foi realizado a coleta de dados, com um pen drive, e posteriormente o procedimento de ajuste no SciDavis, para estimar a constante de tempo do decaimento exponencial com os parâmetros obtidos no ajuste, com mais precisão, comparada com a estimativa no gráfico gerado pelo osciloscópio, dados dos quais serão melhor comentados no tópico dos resultados. Figura 3: dois resistores em paralelo. Figura 4: imagem com 2 resistores. Com dois resistores em paralelo foi gerado a imagem acima, sendo a linha azul a descarga no capacitor, função exponencial, e a amarela a descarga da fonte. Essa visualização nos possibilitou responder algumas das perguntas relacionadas a tarefa 1. Por último, para responder a uma das perguntas da tarefa 1, foi montado um circuito com dois resistores em série, onde também visualizamos seu comportamento no osciloscópio. RESULTADOS Serão apresentados agora os resultados obtidos nos experimentos: Analisando os resultados para o circuito contendo somente um resistor, como sabemos que, no processo de descarga, quando a tensão vale 37% do total, o tempo é igual ao produto de RxC (isso é o que chamamos de constante de tempo),foi possível calcular aproximadamente o valor da constante apenas olhando o osciloscópio, devido às escalas que o mesmo possui, chegando assim ao resultado de 300µs. Logo após, foi adicionado um outro resistor em paralelo com o anterior, encontrando um valor de 150µs. Por último, foi retirado o resistor em paralelo e inserido um em série, fazendo com que o valor da constante aumentasse para o valor de 600µs. Para as análises posteriores, foi utilizado um capacitor ligado em série a dois resistores em paralelo. Calculando o RC nominal, usando os valores fornecidos pelo fabricante de 47nF e 5,6k𝛺, chegamos a um resultado de 131,6µs. Porém, ao medirmos a resistência e a capacitância no multímetro, verificamos que os valores reais para elas são de 5,56k𝛺 e 50,5nF respectivamente. Ao calcularmos o RC real, com os valores citados acima, encontramos 140,39µs. Para interpretar os números obtidos com dois resistores em paralelo, usamos o auxílio do programa SciDAVis para modelar o gráfico com um ajuste exponencial, que foi dado utilizando a expressão: Y = Yo + Aexp(-x/t) . Nota-se que essa fórmula é muito parecida com a expressão da tensão na descarga de um capacitor, onde RC equivale a t na primeira. Com isso, conseguimos ver que a constante de tempo calculada pelo programa é igual a 139,08µs. Figura 5: Gráfico da descarga do capacitor plotado no SciDAVis . Foram utilizados aproximadamente 300 pontos distintos para a montagem do gráfico, logo, não seria coerente apresentar esses valores todos em um tabela. DISCUSSÃO Observa-se que os resultados obtidos no experimento estão dentro do que era esperado. Como já havia sido previsto em sala de aula, a descarga do capacitor é dado por um decaimento exponencial, sendo a fórmula deduzida pelo programa SciDAVis: Y = Yo + A exp (-x/t) em que ‘Yo’ é afastamento, ‘A’ amplitude, e ‘t’ o tempo de crescimento por fator e , também muito parecida com a fórmula que já conhecíamos: v(t)=V0exp(−t/RC). Os resultados numéricos, usando os valores reais e o calculado no computador são muito próximos: 140,39µs e 139,08µs respectivamente. O erro pode ser considerado normal, tendo em vista que a resistência possui uma certa margem de erro, mesmo que esse valor não nos tenha sido fornecido. Os resultados obtidos pela visualização do osciloscópio são bastante satisfatórios, uma vez que nas condições acima, chegamos à aproximadamente 150µs. Esses valores também satisfazem a teoria, já que a resistência equivalente com resistores em paralelo é igual a: 1/Req= 1/R1 + 1/R2. Como as resistências eram iguais, chegamos que a Req era igual a própria resistência divido por 2, e com isso, a constante deveria ser metade da calculada com apenas um resistor, e isso é verdade, pois havíamos achado 300 µ s para essas condições . Os valores encontrados ao adicionarmos outro resistor em série também é condizente, já que a resistência equivalente é dada pela soma das resistências, que como eram iguais, resulta em 2x a própria resistência. A constante de tempo, calculada pela multiplicação da resistência equivalente pela capacitância (que se manteve a mesma), deveria ser o dobro da constante calculada com apenas um resistor, e foi exatamente o que aconteceu, essa passando de 300µs para 600µs. A parte mais trabalhosa foi ajustar a tela do osciloscópio de modo que os valores do carregamento e os valores constantes não fossem visíveis na mesma, pois isso poderia causar um devido erro na hora de montar o gráfico no SciDAVis, já que estávamos interessados somente em analisar a descarga. CONTRIBUIÇÃO DE CADA AUTOR O aluno Lucas Friedrich contribuiu na montagem dos circuitos e escreveu o aparato experimental. A aluna Eduarda Winck passou os dados para o SciDavis e ajustou os parâmetros da curva exponencial, além de escrever a introdução e também os resultados. O aluno Éverson Júnior contribuiu na análise dos dados e na montagem dos circuitos, escreveu também os resultados. O aluno Sylvio Vaz ajudou na montagem do experimento a discussão e análise dos resultados juntamente com a aluna Stephanie. REFERÊNCIAS [1] h�ps://pt.khanacademy.org/science/electrical-e ngineering/ee-circuit-analysis-topic/ee-natural-and-f orced-response/a/ee-rc-natural-response [2] h�ps://www.ufrgs.br/eletromagne�smo/wp-con tent/uploads/2015/01/lab2.pdf https://pt.khanacademy.org/science/electrical-engineering/ee-circuit-analysis-topic/ee-natural-and-forced-response/a/ee-rc-natural-response https://pt.khanacademy.org/science/electrical-engineering/ee-circuit-analysis-topic/ee-natural-and-forced-response/a/ee-rc-natural-response https://pt.khanacademy.org/science/electrical-engineering/ee-circuit-analysis-topic/ee-natural-and-forced-response/a/ee-rc-natural-response https://www.ufrgs.br/eletromagnetismo/wp-content/uploads/2015/01/lab2.pdf https://www.ufrgs.br/eletromagnetismo/wp-content/uploads/2015/01/lab2.pdf
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