Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula: EQUILÍBRIO QUÍMICO E AS CONSTANTES DE EQUILÍBRIO Prof. Dr. Caio G. S. Souza caio.souza@ifpr.edu.br OBJETIVOS DA AULA Entender os principais conceitos envolvidos no equilíbrio químico de reações; Entender como que se dá a tendência de direção de uma reação; Introduzir, interpretar e exemplificar a importância das constantes de equilíbrio para reações químicas; Abordar os principais cálculos envolvendo reações que tendem ao equilíbrio químico. DEFINIÇÃO DE EQUILÍBRIO QUÍMICO Equilíbrio químico estágio da reação química em que não existe mais tendência a mudar a composição da mistura de reação; A composição da mistura de reação é constante. As reações direta e inversa ocorrem com a mesma velocidade. Critérios que identificam o equilíbrio químico: Modo de verificar se a reação está em equilíbrio Mudar as condições Por exemplo: adicionar mais reagente. A composição irá mudar da condição de equilíbrio e voltará ao valor anterior quando as condições forem restauradas. REVERSIBILIDADE DAS REAÇÕES N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) As reações químicas tendem a um equilíbrio dinâmico no qual não há mudança de composição. Mas a reação direta e inversa ainda ocorrem, porém à mesma velocidade. EQUILÍBRIO E AS CONSTANTES DE EQUILÍBRIO No Equilíbrio a composição da mistura de reação pode ser expressa em termos de uma constante de equilíbrio (K). Definição de K Atividades dos produtos divididas pelas atividades dos reagentes. A atividade de cada substância são elevadas a potências iguais aos coeficientes estequiométricos da reação balanceada para cada uma dessas substâncias. aA + bB cC + dD 𝐊 = 𝒂𝐂 𝐜 . 𝒂𝐃 𝐝 𝒂𝐀 𝐚 . 𝒂𝐁 𝐛 𝐊 = 𝑷𝐂 𝐜 . 𝑷𝐃 𝐝 𝑷𝐀 𝐚 . 𝑷𝐁 𝐛 𝐊𝐂 = [𝐂]𝐜 . [𝐃]𝐝 [𝐀]𝐚 . [𝐁]𝐛 Em termos de atividade: Em termos de pressão parcial: Em termos de concentração: Descobriu-se empiricamente que os líquidos puros ou os sólidos não devem aparecer em K, ainda que estes participem do equilíbrio da reação. ALGUNS EXEMPLOS N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g) 2 SO2 (g) + O2 (g) 2 SO3 (g) P4 (s) + 5 O2 (g) P4O10 (s) Zn (s) + Cu2+ (aq) Cu (s) + Zn2+ (aq) Determinar expressões de K e KC ORIGEM TERMODINÂMICA DE K Inicialmente a descrição de equilíbrio era inteiramente empírica. Variações na energia livre determinam a tendência de uma reação em ir na direção dos produtos ou voltar, na direção inversa. Toda reação química tem tendência de ocorrer espontaneamente até o equilíbrio! A energia livre da reação varia de acordo com a mudança de proporções de reagentes e produtos. ΔGr < 0 A reação é espontânea no sentido direto. ΔGr > 0 A reação é espontânea no sentido inverso. ΔGr = 0 Não há espontaneidade para nenhuma das direções. O mínimo da energia livre de Gibbs é o ponto do equilíbrio químico! INTERPRETAÇÃO DAS CONSTANTES DE EQUILÍBRIO O valor de K informa se devemos esperar uma concentração alta ou baixa de produto em equilíbrio. Permite predizer a direção espontânea da reação em uma mistura de qualquer composição. Expressão concisa da tendência dos reagentes de se converterem em produtos. Valores grandes de K (K > 103) o equilíbrio favorece os produtos. Valores intermediários de K (10-3 < K < 103) o equilíbrio não favorece os reagentes nem os produtos. Valores pequenos de K (K < 10-3) o equilíbrio favorece os reagentes. Do ponto de vista experimental, pode-se escolher K ou KC para relatar a constante de equilíbrio de uma reação. No entanto, é importante lembrar que os cálculos termodinâmicos fornecem o valor de K e não KC! CONSTANTES DE EQUILÍBRIO PARA VÁRIAS REAÇÕES DIREÇÃO DA REAÇÃO Supondo uma mistura de reação com concentrações arbitrárias, como saber se ela tem tendência de formar mais produtos ou a se decompor em reagentes? Torna-se necessário o conhecimento do quociente de reação, Q. A expressão de Q é idêntica à expressão para cálculo de K, porém para Q considera-se as concentrações arbitrárias antes do sistema entrar em equilíbrio. aA + bB cC + dD 𝐊𝐂 = [𝐂]𝐜 . [𝐃]𝐝 [𝐀]𝐚 . [𝐁]𝐛 𝐐𝐂 = [𝐂]𝐜 . [𝐃]𝐝 [𝐀]𝐚 . [𝐁]𝐛 Fora do equilíbrio: No equilíbrio: Para predizer a tendência da mistura formar mais produtos ou reagentes: Se QC > KC a tendência é a reação se processar na direção dos reagentes. Se QC < KC a tendência é a reação se processar na direção dos produtos. Se QC = KC a reação está em equilíbrio e não apresenta tendência de formar mais reagentes ou produtos. EXERCÍCIO 1: PREVISÃO DA DIREÇÃO DA REAÇÃO Uma mistura de hidrogênio, iodo e iodeto de hidrogênio, todos em 55 kPa, foi introduzida em um recipiente aquecido até 783 K. Nessa temperatura, K = 46 para a reação: H2 (g) + I2 (g) 2 HI Diga se HI tem tendência a se formar ou a se decompor em H2 e I2. CÁLCULOS UTILIZANDO AS CONSTANTES DE EQUILÍBRIO A composição de uma mistura de reação tende a se ajustar até que as concentrações molares ou pressões parciais dos gases garantam QC = KC ou Q = K. A mudança na disponibilidade de um componente provoca mudanças nos demais segundo a estequiometria da reação. Para facilitar os cálculos envolvendo equilíbrio químico é importante seguir as seguintes etapas: A B C Composição inicial [A]0 [B]0 [C]0 Mudança de composição a.x b.x c.x Composição final [A]0 – a.x [B]0 – b.x [C]0 + c.x 𝐊𝐂 = [[C]0 + c.x ]𝐜 [[A]0 – a.x ]𝐚 . [[B]0 – b.x ]𝐛 Substituir os valores da composição final na expressão de KC aA + bB cC Balancear a equação: (1) 𝐊𝐂 = [𝐂]𝐜 [𝐀]𝐚 . [𝐁]𝐛 Escrever a expressão de KC: (2) (3) (4) Resolva a equação! EXERCÍCIO 2: PREVISÃO DA DIREÇÃO DA REAÇÃO E COMPOSIÇÃO NO EQUILÍBRIO A constante de equilíbrio da reação entre PCl3 (g) e Cl2 (g) transformando-se em PCl5 (g) é KC = 0,56, em 250 °C. Após a análise, determinou-se que 1,50 mol de PCl5, 3,00 mol de PCl3 e 0,500 mol de Cl2 estavam presentes em balão de 0,500 L em 250 °C. Sabendo-se disso: (a) Será que a reação está em equilíbrio? (b) Se não, em que direção ela tende a se processar? (c) Qual a composição do sistema no equilíbrio? EXERCÍCIO 3: Cálculo da composição de equilíbrio Sob certas condições, nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) reagem para formar óxido de dinitrogênio, N2O. Imagine que uma mistura de N2 e O2 com pressões parciais de 3,21 bar e 6,21 bar, respectivamente, é colocada em um balão de reação à 800 K para que ocorra a formação de N2O. Sabendo que nesta temperatura K = 3,2x10 -28, calcule as pressões parciais dos gases na mistura em equilíbrio. EXERCÍCIO 4: Cálculo da composição de equilíbrio Imagine que foi adicionado em um recipiente PCl5, e inicialmente sua pressão parcial é de 1,3 bar e que após algum tempo a amostra atingiu o equilíbrio com os produtos de decomposição tricloreto de fósforo (PCl3) e gás cloro (Cl2). Sabendo-se que na temperatura do experimento o valor de K = 78,3, calcule a composição da mistura no equilíbrio. Além disso, qual a porcentagem de decomposição de PCl5? EXERCÍCIO 5: Cálculo da composição de equilíbrio O cloreto de bromo, BrCl, decompõe-se em bromo (Br2) e cloro (Cl2) e atinge o equilíbrio, para o qual K = 32 a 500 K. Se inicialmente, BrCl puro está presente na pressão de 3,30x10-3 bar, qual é sua pressão parcial na mistura em equilíbrio? RESUMO DA AULA Equilíbrio químico Reações direta e inversa ocorrem com a mesma velocidade. A composição da mistura de reação é constante. Quando ocorre o equilíbrio químico Minimo da energia livre do sistema Espontaneidade no sentido direto Espontaneidade no sentido inverso Tendência dos reagentes se converterem em produtos Constante de equilíbrio K = atividade dos produtos atividade dos reagentes Equilíbrio Cálculos sobre a composição dos componentes no equilíbrio Origem termodinâmica ΔGr < 0 ΔGr = 0 ΔGr > 0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 2. MAHAN, B. M. Química: um curso universitário. 4. Ed. Edgard Blucher, 1995. Capítulo 04. 1. ATKINS, P. W. & JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meioambiente. 3. ed. Ed. Bookman, 2007. Capítulo 09. MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO ! ATÉ A PRÓXIMA AULA...
Compartilhar