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Trocas Intergeracionais_Benefícios ao Longo da Vida_Arthur Moreira da Silva Neto_2015

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Trocas Intergeracionais: 
Benefícios ao Longo da Vida
Arthur Moreira da Silva Neto
Rio de Janeiro, 2015
UnATI_UERJ; GEAP-RIO; 
UnATI_UVA; UPT; UAb
E-mail: amsneto1@gmail.com
mailto:amsneto1@gmail.com
Trocas Intergeracionais: 
Benefícios ao Longo da Vida
Dar e receber ideias, conhecimentos,
impressões e sentimentos tende a enriquecer
a existência humana em todas as faixas
etárias (Silva Neto, 2006).
O Envelhecimento Ativo pode ser otimizado
pela partilha de experiências e vivências
socioculturais (estratégia salutogênica e de
combate ao isolamento da pessoa idosa).
Seminário TROCAS INTERGERACIONAIS: 
BENEFÍCIOS AO LONGO DA VIDA
Arthur Moreira da Silva Neto, 2015
Trocas Intergeracionais na Família
A convivência familiar deve, ou pelo menos
deveria, funcionar como o primeiro agente
educativo de uma criança.
Limites claros, direitos e deveres bem
delineados, uma certa cordialidade,
fraternidade e solidariedade entre os seus
membros possibilitarão um
desenvolvimento mais equilibrado dos
futuros adultos.
Adultos e crianças precisam estabelecer
relações recíprocas de respeito, dialogicidade
e negociação em prol de uma cidadania
familiar.
Trocas Intergeracionais na Família
(Matos & Sampaio, 2009, pp. 183-188)
Contexto sócio-afetivo inaugural do
sujeito que também oferece apoio
logístico e económico.
Berço das ligações/relações afetivas
(boas e/ou más) que mantemos ao longo
da vida.
«Uma cultura familiar centrada na partilha
de actividades comuns do gosto de todos
parece ajudar a criar um convívio agradável
e relaxante» (p. 185).
Trocas Intergeracionais na Família
(Delgado-Martins, 2011, pp. 77-94)
«A continuidade da família e a harmonia
entre as gerações são tranquilizantes
para os mais novos» (p. 81).
Por outro lado, fazem parte os conflitos
entre as gerações, por suas diferentes
opiniões.
A dinâmica vivenciada no seio familiar
repercutir-se-á ao longo da vida. A empatia
poderá favorecer a autonomia dos mais
novos e facilitar a sua busca pelo consenso
(p. 94).
Trocas Intergeracionais: 
Avosidade 
«Netos são filhos com açúcar ou Avós são pais
com açúcar», diz a sabedoria popular. A
avosidade, por laços sanguíneos ou não, pode
ser importantíssima para 3 gerações: a dos
avós, a dos filhos e a dos netos.
A relação entre avós e netos pode ser muito
marcante e edificante para ambos, se houver
afeto, confiança e respeito recíprocos.
Os avós podem partilhar com os netos fatos sobre a
infância e juventude dos seus pais (Oliveira, 2012,
p. 137).
Trocas Intergeracionais: 
Avosidade 
A avosidade, por vínculos sanguíneos ou
não, pode ser imensamente importante
para três gerações: dos avós, dos filhos
e dos netos.
Barros de Oliveira (2002) ressalta que
os netos podem gerar inúmeros
sentimentos e significados para os avós.
Avôs e avós lúcidos e afetuosos desejam um
mundo de oportunidades e possibilidades
para que seus netos e netas vivam bem e
concretizem suas aspirações.
Trocas Intergeracionais na Sociedade
(Azeredo, 2012, pp. 93-100)
Por excesso de valorização dos fatores
económicos, a sociedade atual enaltece
aqueles que produzem, privilegiando quem
trabalha/produz em detrimento daqueles
que não o fazem (p. 93).
«Atualmente, a experiência acumulada pelo
idoso não regula a ação necessária à
vivência do presente» (p. 95).
A liberdade de expressão das pessoas,
num contexto credível, compreensivo e
respeitoso, ajudará o alcance de
convergências/entendimentos (p. 96).
Trocas Intergeracionais na Sociedade
(Azeredo, 2012, pp. 93-100)
A participação ativa no meio em que vive
favorece a imagem social do idoso e ao
mesmo tempo os sentimentos de estima e
aceitação que as outras gerações têm pelo
sénior (p. 96).
Um envelhecimento ativo ao longo da vida
deve buscar um equilíbrio entre perdas e
ganhos, variando em cada etapa do ciclo vital
(p. 98).
O contacto com os mais jovens pode otimizar
a autoestima, porventura, fragilizada por
fatores biopsicossociais (p. 96).
Trocas Intergeracionais na Sociedade
No trabalho, os mais experientes podem partilhar
aquilo que sabem e aprenderam ao longo da vida laboral com
os que acabam de chegar ao mercado de trabalho.
A preparação para a aposentadoria facilita a transição
da vida laboral para a saída do mercado profissional, além de
permitir aos jovens profissionais aprenderem com quem já
domina aquele ofício.
Só com respeito pela dignidade e autonomia das
diferentes gerações, construiremos uma cidadania solidária
capaz de se enriquecer com trocas intergeracionais.
Mediação de Conflitos Intergeracionais
(Azeredo, 2012, p. 99)
Temporalidade das Gerações Envolvidas.
Aferição Intergeracional de Linguagem e
Simbolismos.
Macro e Micro Políticas Económicas e Sociais
Relacionadas ao Envelhecimento.
Velocidade de Operação das Mudanças
Sociais e Outras.
Conflitos Intergeracionais
O diálogo será essencial para tentar
resolver quaisquer tipos de conflitos
intergeracionais. A conversa será o ponto de
partida para tentar encontrar um possível
acordo entre as partes (Zimerman, 2000).
A liberdade de expressão das pessoas, num
contexto credível, compreensivo e respeitoso,
ajudará o alcance de convergências e
entendimentos por parte das diferentes
gerações.
A dialogicidade é indispensável para a
resolução dos conflitos intergeracionais!
Educação e Trocas Intergeracionais
O modelo ou exemplo dos mais velhos é essencial para
que os mais jovens compreendam e optem pela vida democrática,
de maneira responsável, autônoma e solidária (Silva Neto; Lobo &
Carvalho, 2012).
A construção de uma cidadania mais concreta e
produtiva, com a participação das diferente gerações, em prol de
uma cultura solidária, deve ser a tônica de uma educação
intergeracional (Novaes, 2005).
Educação e Trocas Intergeracionais
Nas oficinas e atividades realizadas nas UnATIs da UERJ e
da UVA, vivenciamos sempre trocas significativas entre as
gerações.
Quando apresentamos ideias teóricas e/ou acadêmicas,
recebemos complementos empíricos e/ou operacionais de quem já
as experimentou na prática.
Há uma complementaridade enriquecedora. Professores e
Alunos saem com conhecimentos ampliados e visão alargada dos
temas discutidos.
CONCLUINDO:
 A partilha entre gerações distintas podem ser enriquecedoras ao
longo da vida, sendo variável em cada etapa do ciclo vital.
 As trocas intergeracionais extrapolam o âmbito familiar, podendo
ser igualmente proveitosa noutros contextos sociais.
 Os conflitos geracionais existem, mas não devem desencorajar a
troca de experiências, vivências e outras partilhas
intergeracionais.
 O exemplo dos mais velhos é fundamental para a assimilação e
aprendizagem da vida democrática, com responsabilidade,
autonomia e solidariedade por parte dos mais novos.
 Os mais velhos podem manter e/ou otimizar a sua autoestima,
por vezes fragilizadas, tendo contacto mais próximo com as
gerações mais jovens.
CONCLUINDO:
 Nós, brasileiros, precisamos pensar em propostas e
políticas sociais e educativas, no sentido de promover
partilhas mais frequentes entre as diferentes gerações.
 A UnATI da UERJ tem sido sensível às questões
intergeracionais, desde o início da década de 90, através
das diversas oficinas e atividades oferecidas ao público
sênior.
 Em duas décadas de existência, a UnATI/UERJ tornou-se
uma referência no Brasil e lá fora quando o assunto é
envelhecimento humano de qualidade.
 Antes mesmo do Estatuto do Idoso, a UnATI/UERJ já
buscava a inclusão social das pessoas idosas, enfatizando
o envelhecimento ativo e participativo, a promoção da
saúde, a prevenção de doenças e as trocas
intergeracionais.
BIBLIOGRAFIA:
AZEREDO, Zaida. A Interação Geracional como uma Estratégia de Envelhecimento Ativo.
In Cláudia Moura (org.). Processos e Estratégias do Envelhecimento: intervenção
para um envelhecimento ativo. Porto: Jsamed, 2012, p.93-100
BARROS DE OLIVEIRA, José Henrique. Psicologia da Família. Lisboa: UniversidadeAberta, 2002.
DELGADO-MARTINS, Eva. Casa de Pais… Escola de Filhos. Lisboa: Livros Horizonte,
2011
MATOS, Margarida Gaspar & SAMPAIO, Daniel. Jovens com Saúde: Diálogo com uma
Geração. Alfragide: Texto, 2009.
NOVAES, Maria Helena (org.). As Gerações e suas Lições de Vida: Aprender em tempo
do viver. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; São Paulo: Loyola, 2005.
OLIVEIRA, Gabriela. Avós Precisam-se: A importância dos laços entre avós e netos.
Lisboa: Arteplural Edições, 2012.
SILVA NETO, Arthur Moreira da. Grande Idade: reflexões sobre o envelhecimento
humano. Rio de Janeiro: Armazém Digital, 2006.
SILVA NETO, Arthur Moreira da. Velhice: Dentro ou Fora de Casa? Eis a Questão. In:
Arthur Moreira da Silva Neto e Jader da Silva Alves (org.), Decisão: Percursos e
Contextos. Porto: Jsamed, 2012, p. 421-428.
SILVA NETO, Arthur Moreira da; LOBO, Cristina Costa & CARVALHO, Olívia de. A Família e
a Escola na Construção da Cidadania. In Atas do 12º Colóquio Internacional de
Psicologia e Educação. Lisboa: ISPA, 21-23 de junho 2012.
ZIMERMAN, Guite I. A Importância do Aspecto Transgeracional. In Guite I. Zimerman,
Velhice: Aspectos Biopsicossociais. Porto Alegre: Artmed, 2000, p. 68-70.

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