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Métodos Consensuais de Solução de Conflitos

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MÉTODOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
O que não está nos autos do processo não está no mundo? 
· Raciocínio puramente dialético: se eu ganho você perde; se eu estou certo você está errado. Se não está nos autos eu não posso considerar. 
· Resolver o conflito, satisfazendo as pretensões das partes. Primeiro verificar as expectativas, para então, através da participação das partes, satisfazer minimamente suas pretensões. 
 
· Teoria do conflito: analisar o conflito além da lide, de modo transdisciplinar. Saber despolarizar. Procurar saber as intenções da parte e não a literalidade das palavras. Buscar pensar diferente. Ex. advogado exaltado audiência, não subir o tom, mas sim amenizar de modo que invariavelmente a parte acabe por se desculpar e volte-se novamente à tentar solucionar amigavelmente a lide.
· O poder judiciário deve implementar medidas afirmativas no sentido de desjudicialização das causas, apoiando-se em meios internos e extrajudiciais de resolução dos conflitos através de meios como negociação, mediação, arbitragem e conciliação, além dos centros judiciários de resolução de conflitos (CEJUSC). Além disso, há as alternativas extrajudiciais como os tabelionatos que realizam inventário, divórcio, usucapião, etc. 
POLÍTICA DE TRATAMENTO ADEQUADO DOS CONFLITOS DE INTERESSE
· Fatores que antecederam a política pública de tratamento adequado do conflito: judicialização das relações sociais (sobrecarga excessiva de processos); intensa conflitividade (origem multifacetada, causas complexas e de diferentes áreas); ausência de política pública para tratar de forma adequada os conflitos de interesse); mecanismo preponderante (solução adjudicada ou heterocompositiva dos conflitos de interesse, ou seja, não havia conciliação, o juiz quem decidia através da sentença); solução ganha-perde (aumento do nome de recursos, gerando congestionamentos).
· Resolução 125/2010 CNJ: estabelece diretrizes para a implementação do tratamento adequado dos conflitos de interesses. Visão sociológica, o que ambas as partes pretendem, indo além do que pleiteiam. Política do ganha-ganha em que ambas as partes podem sair ganhando, estabelecendo uma cultura de pacificação.
A Resolução nº 125 do CNJ, a partir de sua vigência, passa a estabelecer diretrizes para a implementação do tratamento adequado dos conflitos de interesses, introduzindo oficialmente no Poder Judiciário uma visão sociológica da lide, buscando a pacificação social sob o prisma limiar do conflito, bem como objetivando a minoração ou maior celeridade dos processos em trâmite e nas ações futuramente ajuizadas.
Isto é, se passa a identificar os reais motivos que implicaram na judicialização do conflito e não as meros posicionamentos processuais das partes, implicando na solução do conflito e pacificação social, que por sua vez, por consequência, desafoga o poder judiciário. 
Ato contínuo, obtendo-se tais informações, tem-se por fito a pacificação do conflito através da conciliação ou mediação, em casos já judicializados, e negociação sob a ótica do ganha-ganha, onde se garanta que ambas as partes tenham seus interesses preservados com a resolução amigável do conflito, prescindindo e até mesmo, repugnando a prática do perde-perde ou ganha-perde, em que um ou ambos os litigantes abdicam-se de parte de seus interesses em prol da parte ex adversa a fim de solucionar o conflito.
Visto isso, os tribunais sob a égide da Resolução 125 do CNJ instituíram os CEJUSC e, no caso do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, o Núcleo Permanente de Solução Consensual de Conflitos, viabilizando uma maior incidência de conciliação, já que dispõe de um maior número de conciliadores e profissionais aptos à buscar a solução dos conflitos através de uma visão sociológica da lide.
Deste modo, a resolução nº 125 do CNJ se mostra de suma importância, sob o ponto de vista da desjudicialização das relações judiciais, bem como do descongestionamento do judiciário, proporcionando maior efetivação do conceito constitucional de razoável duração do processo e do conceito de justiça, factibilizando a então abstrata cultura de pacificação social.

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