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Princípios da Qualidade Gerenciamento da Qualidade Total Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Carlos Magno Toledo Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos • Origens da Gestão da Qualidade Total – GQT (Total Quality Management – TQM) • Conceito de Gestão da Qualidade Total – GQT • Implementando a Gestão da Qualidade Total • Os Oito Princípios da Gestão da Qualidade Total – GQT · Fornecer aos alunos uma visão abrangente nos conceitos do gerenciamento da qualidade que uma empresa pode implantar, com a devida relevância e importância em sua melhoria ou reengenharia de processos. OBJETIVO DE APRENDIZADO Gerenciamento da Qualidade Total Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total Origens da Gestão da Qualidade Total – GQT (Total Quality Management – TQM) As origens da Gestão da Qualidade Total – GQT – podem ser rastreadas até o início dos anos 1920, quando a teoria estatística foi aplicada pela primeira vez ao controle de qualidade do produto. Esse conceito foi desenvolvido no Japão nos anos 1940, liderado por americanos, como Deming, Juran e Feigenbaum. O foco se ampliou da qualidade dos produtos para a qualidade de todos os problemas dentro de uma organização – assim foi o início do GQT. A origem da Gestão da Qualidade Total – GQT – remonta ao tempo da Primeira Guerra Mundial. Durante a Primeira Guerra Mundial, houve uma série de iniciativas de garantia de qualidade tomadas devido à fabricação em larga escala, necessária para os esforços de guerra. Antes de tudo, inspetores de qualidade foram introduzidos nas linhas de montagem para inspecionar a qualidade. Os produtos abaixo do padrão de qualidade foram enviados de volta para a produção. Mesmo depois da Primeira Guerra Mundial, a prática do uso de inspetores de qua- lidade continuou nas fábricas. Naquele momento, os inspetores de qualidade tinham mais tempo para desempenharem seu trabalho e, assim, a inspeção de qualidade passou a fazer parte do cotidiano das empresas, onde o Dr. W. Edwards Deming introduziu o controle estatístico da qualidade. Os inspetores de qualidade apresentaram diferentes ideias para garantir a quali- dade. Os itens que não podiam ser inspecionados foram adotados uma amostragem para teste e verificação da qualidade da produção, utilizando-se um método estatísti- co da qualidade. Esses esforços levaram à origem do controle estatístico de qualidade. A amostragem foi utilizada para controle de qualidade. Como resultado, a garantia de qualidade e o controle de qualidade foram reduzidos, uma vez que a inspeção de cada item de produção era necessária nessa abordagem. Durante o período Pós-Segunda Guerra Mundial, os fabricantes japoneses produziram produtos de baixa qualidade. Como resultado, o governo japonês convidou o Dr. Deming para treinar engenheiros japoneses em processos de garantia de qualidade. Em 1950, o controle de qualidade e garantia de qualidade eram componentes essenciais dos processos de fabricação japoneses, e funcionários de todos os níveis dentro da empresa adotaram esses processos de qualidade. Na década de 1970, a ideia de qualidade total começou a surgir. Nessa abordagem, todos os funcionários (do CEO ao nível mais baixo) deveriam assumir a responsabili- dade de implementar processos de qualidade para suas respectivas áreas de trabalho. 8 9 No final dos anos 1970 e no início dos anos 1980, como resultado da pressão japonesa e do sucesso de alguns escritores americanos, houve uma preocupação geral sobre o foco na gestão da qualidade nos Estados Unidos e de lá para o resto do mundo. Com o desenrolar das atividades e controle da qualidade, surgiu a Gestão da Qualidade Total – GQT –, onde as diferentes estratégias e técnicas embasadas na qualidade levaram as organizações a centralizarem seus esforços na gestão da satis- fação do cliente, focando, de maneira centrada, em processos, serviços e esforços de toda organização na qualidade. Conceito de Gestão da Qualidade Total – GQT A Gestão de Qualidade Total – GQT (Total Quality Management - TQM) –, tam- bém conhecida como manutenção produtiva total, descreve uma abordagem de gestão para o sucesso em longo prazo por meio da satisfação do cliente. Em um esforço de Gestão de Qualidade Total – GQT –, todos os membros de uma organização partici- pam da melhoria de processos, produtos, serviços e da cultura em que trabalham. O gerenciamento total da qualidade pode ser resumido como um sistema de gerenciamento para uma organização focada no cliente que envolve todos os funcionários em melhoria contínua. Usa estratégias, dados e comunicações efetivas para integrar a disciplina de qualidade na cultura e nas atividades da organização. Muitos desses conceitos estão presentes nos modernos Sistemas de Gestão da Qualidade, o sucessor da GQT. A Gestão de Qualidade Total (GQT) é um sistema abrangente para alcançar a melhoria contínua na satisfação do cliente. É uma filosofia de integração total do negócio para alcançar o resultado desejado. O objetivo é alcançar maior eficiência e eficácia, menor custo operacional e aumento da participação no mercado. As práticas da gestão da qualidade total se concentram em satisfazer as necessidades dos clientes. Isso significa tornar prioritárias as necessidades do cliente, expandindo o relacionamento para além dos serviços tradicionais e incorporando as necessidades do cliente no plano de negócios da empresa e na estratégia corporativa. A integração de sistemas de qualidade exige que o negócio atenda o cliente enquanto o cliente atende a sobrevivência do negócio. Pois, se não houver negócios, não haverá nenhum produto. Se não houver nenhum produto, as necessidades dos clientes não podem ser atendidas. A realização da excelência exige uma liderança totalmente comprometida. É o papel da alta gerência comunicar a visão da organização, sua missão e filosofia, e canalizar as energias de seus colaboradores para a execução dos objetivos estabelecidos. 9 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total A filosofia da Gestão da Qualidade Total (GQT) se concentra no trabalho em equipe, aumentando a satisfação do cliente e reduzindo os custos. As organizações implementam a Gestão da Qualidade Total, encorajando os gerentes e funcionários a colaborarem entre funções e departamentos, bem como com clientes e fornecedores, para identificaráreas de melhoria, por menores que sejam. Equipes de trabalhadores são treinadas e capacitadas para tomar decisões que ajudem a organização a alcançar altos padrões de qualidade. As organizações deslocam a responsabilidade pelo controle de qualidade dos departamentos especializados para todos os funcionários. Assim, o gerenciamento de qualidade total significa a mudança de uma abordagem burocrática para uma abordagem descentralizada para o controle. Um programa Gestão da Qualidade Total eficaz tem inúmeros benefícios. Os benefícios financeiros incluem custos mais baixos, maiores retornos de vendas e investimentos. Outros benefícios incluem melhor acesso aos mercados globais, maior nível de retenção de clientes, menos tempo necessário para desenvolver inovações e uma reputação como empresa de qualidade. Apenas um pequeno número de empresas usa a Gestão da Qualidade Total, pois implementar um programa efetivo envolve muito tempo, esforço, dinheiro e paciência. No entanto, as empresas com os recursos necessários podem obter vantagens competitivas importantes em suas indústrias por meio da implementação da Gestão da Qualidade Total. Implementando a Gestão da Qualidade Total Quando a organização implementa a Gestão da Qualidade Total, implementa um conceito. Não é um sistema que pode ser implementado, mas uma linha de raciocínio que deve ser incorporada à organização e à sua cultura. A prática provou que há uma série de pressupostos básicos que contribuem para uma implantação bem-sucedida do gerenciamento de qualidade total dentro de uma organização. Esses pressupostos básicos são: • Treinar a alta administração em princípios de gerenciamento de qualidade total, e enfatizando seu compromisso em relação à sua implantação. • Avaliar a cultura atual, a satisfação do cliente e o sistema de qualidade. • A gerência sênior deve determinar os valores e princípios fundamentais desejados e comunicar isso dentro da organização. 10 11 • Desenvolver um plano básico de gerenciamento de qualidade total usando os princípios iniciais básicos mencionados acima. • Identificar e priorizar as necessidades dos clientes e o mercado e determinar os produtos e serviços da organização para atender a essas necessidades. • Determinar os processos críticos que podem contribuir substancialmente para os produtos e serviços. • Criar equipes que possam trabalhar na melhoria de processos, por exemplo, círculos de qualidade. • Os gerentes devem apoiar essas equipes usando planejamento, recursos e fornecendo treinamento adequado. • O gerenciamento deve integrar as mudanças desejadas para melhoria nos processos diários. Após a implementação de processos aprimorados, a padronização ocorre. • Avaliar o progresso continuamente, e ajustar o planejamento, ou outros problemas se necessário. • Estimular o envolvimento dos funcionários. • Conscientizar e observar o feedback para uma melhoria geral de todo o processo. Apoiar isso, por exemplo, por meio de um modelo de recompensa, ou seja, da gestão por objetivos e reconhecimento. Os Oito Princípios da Gestão da Qualidade Total – GQT Com o advento da globalização do mercado e o aumento da concorrência, as práticas da gestão da qualidade total passaram a se tornar importantes para a liderança e gerenciamento de todas as organizações. As práticas da Gestão da Qualidade Total, que sucedem ao ISO, possibilitam a melhoria da qualidade em uma organização. A gestão de qualidade e garantia de qualidade, o gerenciamento de qualidade são regras bastante abrangentes e funda- mentais para liderar e operar uma organização. A busca da melhoria contínua, o desempenho em longo prazo com foco nos clientes ao mesmo tempo em que aborda as necessidades de todas as outras partes interessadas compõem o conjunto de mecanismos para a busca da qualidade total. • Princípio 1: Foco no cliente: As organizações dependem de seus clientes e, portanto, devem entender as necessidades atuais e futuras do cliente, devem atender aos requisitos do cliente e se esforçar para exceder as expectativas dos clientes. 11 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total • Princípio 2: Liderança: Os líderes estabelecem unidade de propósito e direção da organização. Eles devem criar e manter o ambiente interno no qual as pessoas podem se envolver plenamente na consecução dos objetivos da organização. • Princípio 3: Envolvimento das pessoas: Pessoas em todos os níveis são a essência de uma organização e seu envolvimento total permite que suas habilidades sejam usadas para benefício da organização. • Princípio 4: Abordagem de Processo: Um resultado desejado é alcançado de forma mais eficiente quando as atividades e recursos relacionados são gerenciados como um processo. • Princípio 5: Abordagem Sitêmica: Identificar, compreender e gerenciar processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia e eficiência da organização na consecução dos seus objetivos. • Princípio 6: Melhoria Contínua: A melhoria contínua do desempenho geral da organizaçãodeve ser um objetivo permanente da organização. Os princípios compõem um sistema policêntrico que começa com o foco do cliente, e depois continua com liderança, envolvimento de pessoas, abordagem de processos, abordagem de sistema para gerenciamento, tomada de decisão baseada em evidências, e terminando com o gerenciamento de relacionamento. Nesse sistema de rede consistente, todos os princípios acima mencionados são, individualmente e em conjunto, muito importantes para o sucesso da gestão, e alcançam plena eficácia e eficiência quando atuam em conjunto, o que significa agir de forma harmoniosa, sincronizada e sinérgica. O não cumprimento de qualquer um desses princípios e seus requisitos compromete todo o sistema de gerenciamento. Os oito princípios da Gestão da Qualidade Total – GQT –, são: • Princípio 1: Foco no cliente; • Princípio 2: Liderança; • Princípio 3: Envolvimento de pessoas; • Princípio 4: Abordagem de processo; • Princípio 5: Abordagem sistêmica; • Princípio 6: Melhoria contínua; • Princípio 7: Tomada de decisão baseada em fatos; • Princípio 8: Benefício mútuo no relacionamento com fornecedores. Os princípios de gestão da qualidade contêm soluções bem harmonizadas e melhores possíveis a partir da teoria e prática gerencial presentes. 12 13 Eles são definidos para atuar em conjunto, o que, em essência, significa que, de forma harmoniosa, em sincronia e sinergicamente, esses princípios foram traduzidos em requisitos e diretrizes internacionais de padrões adequados para a implementa- ção, com abordagens particularmente estabelecidas para a determinação de objeti- vos operacionais, medindo sua realização e melhorias contínuas. Essas abordagens e atuação sinérgica dos princípios de gerenciamento de qualidade criam um paradigma novo, claro, aplicável e sustentado de gerenciamento bem-sucedido. A abordagem a seguir dos oito princípios de gestão da qualidade promove as culturas de gerenciamento de qualidade total nas organizações. Princípio 1 – Foco no Cliente Este princípio está embasado na capacidade da organização de entender e aten- der às necessidades de seus clientes. Para isso, é necessário, primeiro, identificar clientes externos e clientes internos. Em seguida, os requisitos, as necessidades e as expectativas são determinadas e depois são traduzidas em especificações, com base nas quais os produtos são fabricados com certas características de qualidade. As empresas devem focar suas expectativas em entender e atender às necessidades de seus clientes, quer seja no momento presente ou futuro, esforçando-se para superar os anseios de seus clientes, bem como tornar-se efetivamente essencial para com seus clientes, propiciando um atendimento efetivo e competente. O conhecimento das necessidades dos clientes por meio da pesquisa de mercado é feito em clientes compradores, consumidores e até concorrentes. Além disso, se os clientes da organizaçãosão outras organizações, o estudo deve ser estendido aos seus clientes. Com base nos resultados do estudo, uma lista é elaborada com as necessidades expressas pelos clientes e a importância dada a cada necessidade. Principais Benefícios: • Fornecer informações confiáveis para o conhecimento e a compreensão das necessidades e expectativas dos clientes; • Permitir o estabelecimento de objetivos organizacionais adequados de acordo com as necessidades e expectativas do cliente; • Aumentar a quota de mercado; • Criar as melhores condições para a fidelidade do cliente; • Permitir medir e analisar a satisfação do cliente e iniciar ações com base em resultados; 13 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total • Gerenciar a relação do cliente, garantindo um equilíbrio entre clientes satisfató- rio e outras partes interessadas diretas (acionistas, funcionários, fornecedores, sociedade etc.). Princípio 2 - Liderança Este princípio é garantir o empenho pessoal do gerente geral e da estrutura de gestão a participar da implementação da abordagem integrada da Gestão da Qua- lidade Total – GQT. Para isso, o gerenciamento da organização adotará planos para o desenvolvi- mento da Gestão da Qualidade Total – GQT –, o sistema de gestão da organização, sistema de treinamento interno, recursos financeiros e humanos, dentre outros. Os líderes envolvem funcionários na implementação da gestão da qualidade, com um papel decisivo na operacionalização de todos os princípios subjacentes à gestão da qualidade. O alto gerenciamento da organização está formulando os objetivos de visão, missão, estratégia, política e qualidade, e é necessário observar permanentemente a realização delas, em todas as atividades da organização e reagir em caso de não conformidade para removê-las. Esse princípio desempenha um papel-chave no desenvolvimento e implementa- ção de projetos. Os gerentes de projeto devem atuar como líderes, estabelecendo a unidade, o propósito, os objetivos e ações da equipe do projeto. O gerente do projeto é a pessoa que tem autoridade formal e responsabilidade para o gerencia- mento de projetos e, assim, garantir que a gestão da qualidade seja estabelecida, implementada, mantida e melhorada. Ele deve assumir liderança, desenvolvendo uma cultura favorável para a qualidade do projeto. Os benefícios da aplicação desse princípio são, por exemplo, a garantia do cumprimento das necessidades de todas as partes interessadas, permitindo o desenvolvimento dos objetivos e assim garantir uma maior competitividade da organização, estabelecendo uma visão clara do futuro da organização, eliminação do medo, criando confiança para, assim, reconhecer as contribuições pessoais e a adoção de recursos necessários ao treinamento e à liberdade de atuação com responsabilidade e eficiência. Principais Benefícios: • As pessoas entenderão e serão motivadas para as metas e objetivos da organização. • As atividades são avaliadas, alinhadas e implementadas de forma unificada. • As falhas de uma má comunicação estabelecida entre os diferentes setores de uma organização serão diminuídas. 14 15 Princípio 3 - Envolvimento das Pessoas Este princípio consiste em desenvolver a capacidade de agir e decidir individual- mente na solução de problemas e se envolver em projetos de melhoria de qualidade. A equipe tem o papel principal em todos os níveis organizacionais e com o envolvimento total e consciente de todos para alcançar uma política de qualidade. Para isso, criam-se medidas para garantir a motivação total de todo o pessoal para participar permanentemente do processo de melhoria, inovação e criatividade, garantindo, assim, os objetivos da organização. Para a implementação desse princípio, é muito importante criar um ambiente interno baseado no culto da qualidade e elaboração do trabalho bem executado. Se nos referimos novamente aos projetos de desenvolvimento, para alcançar esse objetivo, é necessário que, para todos os membros da equipe do projeto, sejam claramente definidas a autoridade e a responsabilidade de participar do projeto. O envolvimento dos funcionários na melhoria da qualidade, do tempo e das per- das, geralmente por equipes, pode ser alcançado por várias formas de treinamento associadas à participação em decisões de gerenciamento e ações que dão origem ao empoderamento dos funcionários. Os resultados da aplicação deste princípio podem ser medidos em indicadores de qualidade, entre os quais os mais importantes são a qualidade e o custo da produtividade do trabalho. Para um melhor entendimento desse princípio, podemos dizer que os colabora- dores, em diferentes níveis hierárquicos, são os pilares de uma organização e seu total engajamento possibilita a utilização pela organização de suas habilidades. Principais Benefícios: • Pessoas motivadas, comprometidas e envolvidas dentro da organização; • Inovação e criatividade na promoção dos objetivos da organização; • Pessoas responsáveis por seu próprio desempenho; • Pessoas ansiosas para participar e contribuir para a melhoria contínua. Princípio 4 - Abordagem do Processo Abordagem de processo pode ser entendida como a implantação de um sis- tema de processos na organização, onde ocorre a junção da identificação, inte- ração e a sua consequente gestão. Esse tipo de abordagem visa atingir um ciclo dinâmico de melhoria contínua e permitir ganhos significativos para a organiza- ção, reduzindo os custos, reduzindo o processo de implementação com o uso eficiente de recursos e melhores resultados e com base em focar oportunidades consistentes e previsíveis de melhoria de processos. 15 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total Essa abordagem requer, em particular, identificar processos que uma organização deve implementar para mantê-los sob controle e melhorar continuamente sua eficiência. Essa abordagem permitirá que o gerenciamento se concentre nesses processos e não em todas as atividades que ocorrem dentro de uma organização. Também facilitará o foco nos clientes e aumentará sua satisfação, identificando os processos-chave na organização e seu desenvolvimento para a melhoria contínua. Ao conhecer os principais processos da empresa, podemos determinar responsa- bilidades precisas para o gerenciamento e identificar interfaces de processo com as funções da organização a serem seguidas de forma consistente. Para implementar os processos, a organização deve desenvolver atividades de implementação de projetos que compõem processos de medição, projetos que incluem comunicações na organização, conscientização, treinamento, gerencia- mento, envolvimento da alta administração, atividades de análise aplicáveis. Os projetos de implementação devem incluir medidas, processos de monitoramento e realização de inspeções planejadas. Cada parte do sistema de processos tem clientes internos ou externos à organiza- ção e outras partes interessadas que são influenciadas pelo processo e determinam os resultados desejados, de acordo com suas necessidades e expectativas. Principais Benefícios: • Custos mais baixos e tempos de ciclo mais curtos com o uso efetivo de recursos; • Resultados melhorados, consistentes e previsíveis; • Otimizar e priorizar as oportunidades de melhoria. Princípio 5 - Abordagem Sistêmica Este princípio exige uma abordagem global de gerenciamento de qualidade, incluindo todas as estruturas da empresa e todos os funcionários. Um trabalho perfeito realizado por um departamento da empresa, mas negli- genciado para outro perde, todo o valor. Na verdade, todos os departamentos de uma empresa são, de uma forma ou de outra, clientes ou fornecedores entre si, assim como os clientes e fornecedores externos da empresa. O sistema de gestão da qualidade faz parte do gerenciamento geral da organiza- ção, juntamente com outras partes, como subsistemas de gerenciamento de recur- sos humanos, fornecedores, saúde e segurança etc. Mesmo que esses subsistemas não sejam visíveis, eles são encontrados emtodas as organizações. Esse princípio envolve a compreensão e a condução do sistema de gestão da qualidade na empresa, uma vez que suas atividades são incorporadas em processos inter-relacionados, de modo a garantir a organização da melhoria da eficiência. 16 17 Os processos do sistema de gerenciamento de qualidade são gerenciados como um sistema, criando, compreendendo e conduzindo processos de rede e suas intera- ções. O funcionamento consistente desta rede de processos geralmente é chamado de gerenciamento de abordagem sistêmica e aplica-se a todo o sistema de gerencia- mento de qualidade. O processo está relacionado às atividades realizadas e aos resultados intermedi- ários obtidos para produzir o resultado desejado para o cliente. A empresa deve perceber, verificar e gerenciar os processos inter-relacionados como um conjunto de elementos que promoverá a competência e o consequente êxito da organização na consecução de seus propósitos. Principais Benefícios: • Integração e alinhamento dos processos que melhor alcançarão os resultados desejados; • Capacidade de concentrar esforços nos processos-chave; • Fornecer confiança às partes interessadas quanto à consistência, eficácia e eficiência da organização. Princípio 6 - Melhoria Contínua Este princípio consiste em envolver todo o pessoal em todos os níveis e em todas as entidades em atividades para melhorar as capacidades distintivas da organização. As organizações manterão os atuais níveis de desempenho, responderão às mudanças de condições que identificam, criam e exploram novas oportunidades quando estabelecem e mantêm um foco contínuo na melhoria. As empresas, ao buscarem a estratégia da melhoria contínua, deverão envolver dos gerentes aos trabalhadores e poderão utilizar uma ferramenta criada, na década de 1920, por Walter Andrew Shewart e popularizada na década de 1950 por W. E. Deming, chamado ‘Ciclo P-D-C-A’, que estabelece um contínuo processo de melhoria. Foi introduzido no Japão em 1950 e chamado ‘Ciclo Deming’. O ciclo PDCA – planejar, executar, checar e agir (em inglês Plan-Do-Check-Act) –, também chamado de Ciclo Deming, é uma abordagem de quatro passos para a resolução de problemas que permite testar várias soluções para um problema para identificar a solução mais eficaz antes da implementação. 17 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total AGIR PDCA CHECAR PLANEJAR EXECUTAR Figura 1 - Ciclo PDCA O ciclo pode ser refinado e repetido para melhoria contínua do processo e pode ser usado por qualquer departamento, desde a qualidade até a contabilidade e o marketing. As quatro fases desse ciclo são: • Planejar (P) - Atividades de planejamento para o plano de melhoria. Nesta fase, os objetivos e os processos são determinados para obtenção de resulta- dos de acordo com as solicitações do cliente e as políticas da empresa. • Executar (D) - Implementação do plano de melhoria. Esta etapa consiste em implementar de fato os processos. • Checar (C) - Verificar o trabalho realizado. Esta etapa consiste em fazer o monitoramento e a medição dos processos e produtos relacionados à política, aos objetivos, e providenciar os registros devidos do resultado em relatórios. É verificar, portanto, se a implementação está ou não prevista e onde as atividades são aplicadas, em comparação com as atividades planejadas. • Agir (A) - Ação para corrigir o processo. O estágio inclui ações para melhorar continuamente o desempenho do processo com base nos resultados da etapa anterior. Ele tem como objetivo conduzir e alcançar a padronização dos novos procedimentos para prevenir a recorrência de problemas ou estabelecer metas para novas melhorias. Principais Benefícios: • Melhoria contínua do desempenho se torna uma abordagem permanente em toda a organização; • Requer métodos de treinamento de pessoal e ferramentas para melhoria contínua; • A melhoria contínua de produtos e processos é um objetivo de cada pessoa na organização; 18 19 • O estabelecimento de medidas para a melhoria contínua e seu rastreamento; • O reconhecimento e distribuição das melhorias. Princípio 7 - Tomada de Decisão baseada em fatos Esta expressão significa que cada pessoa envolvida na organização deve garantir que qualquer decisão seja baseada em fatos. As decisões e ações de gerenciamento no sistema de gerenciamento de qualidade baseiam-se na análise de fatos que representam dados e informações sobre os níveis de desempenho dos produtos ou serviços atuais fornecidos pela organização e que são obtidos a partir de informações contidas nos relatórios de auditoria, ações corretivas, produtos não conformes, reclamações de clientes, dentre outros. A análise dos dados relevantes com base na informação reduz as decisões de risco com base em opiniões pessoais. Todos os documentos, informações e pro- cedimentos constituem um sistema de informação de gerenciamento de qualidade adequado que interliga, em algumas áreas, o sistema de informação geral existente na organização. Esses gerentes devem ser reservados ao tomar decisões para as quais não há informações verificadas na prática. Principais Benefícios: • As decisões são pertinentes e confiáveis porque se baseiam em dados e informações precisas e verificadas; • A análise de dados e informações é feita usando métodos estabelecidos; • Tomar decisões e estabelecer ações baseadas em uma análise dos fatos, equilibrada com experiência e intuição; • Fornecer acesso a dados para aqueles que precisam deles. Princípio 8 - Benefício Mútuo no Relacionamento com Fornecedores O último benefício implica a definição e os requisitos adequados de docu- mentação que devem ser atendidos pelos fornecedores. É necessário analisar e avaliar o seu desempenho para controlar o fornecimento de produtos ou servi- ços de qualidade. Ao mesmo tempo, o fabricante também deve ter em conta os interesses do fornecedor, de modo que ambos se beneficiem dos negócios realizados em conjunto. As relações benéficas entre a organização e os fornecedores aumentam a capacidade de ambas as entidades para criarem valor agregado. Esse princípio inclui relacionamentos com fornecedores nacionais. As relações mutuamente benéficas entre todos os processos realizados dentro da organização e entre eles e parceiros externos contribuem para uma interligação entre atividades internas, por um lado, e entre a organização e o ambiente de trabalho, por outro. 19 UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total Assim, a gestão das relações com fornecedores concentra-se na prestação de qua- lidade e desempenho de serviços, envolvimento e provedor de integração (parceria de fornecedores) e a capacidade de proporcionar melhorias em seu trabalho. De fato, a aplicação da gestão da qualidade em termos de eficiência é impossível sem a existência dessas relações de aliança com os fornecedores. A gestão da qualidade total bem-sucedida requer mudanças tanto comportamentais como culturais para cumprir os compromissos de uma organização em direção à satisfação do cliente. Principais Benefícios: • A possibilidade de estabelecer relações que equilibrem os ganhos em curto prazo com o longo prazo; • Provedores de consentimento mútuo e beneficiários sobre ganhos de recursos; • Identificação e seleção de grandes fornecedores capazes de fazer melhorias em sua própria atividade; • Configuração de atividades comuns para melhorar a qualidade. Reportando aos princípios acima, observa-se que os princípios básicos da Gestão da Qualidade Total – GQT – devem ser incluídos na cultura da organização para gerar um clima de cooperação aberta e trabalho em equipe entre membros, clientes e fornecedores. Os gerentes devem entender que implementando princípios de gerenciamento de qualidade total podem melhorar consideravelmente a competitividade das organizações. Na implementação de sistemas generalizados de gerenciamento de qualidade, as organizações podem registrar benefícios em curto prazo, como conquistar no- vosnegócios, aumentar a demanda dos clientes e proteger o negócio, reduzindo os custos, melhorando continuamente a eficiência, reduzindo as perdas e aumen- tando a produtividade do trabalho. 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Gerenciamento da Qualidade Total: Uma Revisão Crítica https://goo.gl/b6jXxp Sistema Integrado de Qualidade https://goo.gl/sAsCTz Orientações sobre Sistema de Gestão de Qualidade https://goo.gl/UfCRiH 21 https://goo.gl/b6jXxp https://goo.gl/sAsCTz https://goo.gl/UfCRiH UNIDADE Gerenciamento da Qualidade Total Referências ALVAREZ, M. E. B. Gestão de Qualidade, Produção e Operações. São Paulo: Atlas, 2010. CHENG, L. C.; MELO FILHO, L. D. R. QFD – Desdobramento da Função Qualidade na Gestão de Desenvolvimento de Produtos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2010. MARSHALL JUNIOR, I. Gestão da Qualidade. 9 ed. Rio de Janeiro: FGV,2009. OAKLAND, J. Gerenciamento da Qualidade Total - TQM. São Paulo: Nobel, 1994. PALADINI, P. E. Gestão da Qualidade – Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004/2010/2011. 7ex. OLIVEIRA, J. O., PALMISIANO, A., FABRÍCIO, M. M., MACHADO, C. M. Gestão da Qualidade Tópicos Avançados. Cengage Learning, 2004. 22 _Hlk494899358 _Hlk494983832 _Hlk494983962 _Hlk494966543 _Hlk494966971 _Hlk494967187 _Hlk494967243 _Hlk494967441
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