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Auditoria medica em enfermagem, em odontologia e em farmacia

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Auditoria Médica em Enfermagem, em 
Odontologia e em Farmácia
W
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9
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v1
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1
2/190
Auditoria Médica em Enfermagem, em Odontologia e em 
Farmácia
Autoria: Jennifer Bazilio
Como citar este documento: BAZILIO, Jennifer. Auditoria médica em enfermagem, em odontologia e 
em farmácia. Disciplina. Valinhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Auditoria e perícia multiprofissional em saúde 05
Unidade 2: Auditoria em procedimentos médicos 26
Unidade 3: Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em 
prontuário; uso eficiente de materiais e insumos, controle da assistência
49
Unidade 4: Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos 73
2/190
Unidade 5: Auditoria em procedimentos odontológicos: 98
Unidade 6: Estatística aplicada e metas de gerenciamento de custos 121
Unidade 7: Informática aplicada à auditoria em saúde 144
Unidade 8: Estratégias de relacionamento com fornecedores 168
3/190
Apresentação da Disciplina
O quadro que observamos ao longo dos 
anos na Saúde do Brasil e em um mundo 
cada vez mais globalizado, unido à plena 
expansão de recursos tecnológicos, exige 
dos profissionais uma dinâmica apurada na 
avaliação da prestação de serviços volta-
da para racionalização e redução dos cus-
tos sem comprometimento da qualidade. É 
neste cenário que a Auditoria em Saúde é 
essencial para garantir a qualidade da as-
sistência com um custo pertinente às ações 
prestadas. 
A auditoria em saúde consiste na verifi-
cação sistemática e independente do obje-
to, e pode ocorrer por meio da observação, 
medição, instrumentos, ensaio ou outras 
técnicas apropriadas, de uma atividade, 
elemento ou sistema, para verificar a ade-
quação aos requisitos preconizados por leis 
e normas vigentes; determinando assim a 
direção das ações e delineando resultados 
de acordo com tais disposições, onde a bus-
ca por padrões de qualidade torna-se es-
sencial. 
Sendo a área de saúde uma das mais diver-
sificadas áreas, quando nos referimos ao 
conhecimento e abrangência na prestação 
de serviços, abarca as mais diferentes for-
mas de atuação nas funções de cada profis-
sional.
Este panorama ocorre dentro das institu-
ições de saúde e tem tornado o trabalho 
em auditoria complexo, um campo de saber 
e prática multiprofissional, em que fatores 
são essenciais para a riqueza do relatório fi-
nal e o bom desempenho das atividades em 
auditoria.
4/190
Assim, durante o cursar desta disciplina 
buscaremos apresentar os princípios técni-
cos e legislações dos serviços de saúde, em 
diferentes sistemas e processos multidisci-
plinares, com ênfase nos serviços e proced-
imentos voltados à assistência de Enfer-
magem, Odontologia, Medicina e Farmácia. 
Desta forma, levando à compreensão dos 
diferentes espectros de atuação do profis-
sional do auditor em diferentes campos de 
atuação, no atendimento e auditoria de 
procedimentos relacionados a áreas espe-
cíficas das mais diversas instituições públi-
cas e privadas.
5/190
Unidade 1
Auditoria e perícia multiprofissional em saúde
Objetivos
1. Compreender os princípios das equi-
pes multiprofissionais;
2. Compreender o funcionamento das 
equipes multiprofissionais nos pro-
cessos de auditoria.
3. Conhecer a necessidade das áreas de 
conhecimento no processo de audito-
ria.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde6/190
Introdução
Como já vimos anteriormente, a auditoria 
é uma importante ferramenta utilizada na 
gestão, sendo responsável principalmente 
pelo controle e avaliação nas organizações 
de saúde, de forma sistemática e analítica, 
trazendo visibilidade às questões de quali-
dade, bem como resolutividade em proces-
sos possíveis de mudanças a longo, médio e 
curto prazo. 
Sendo a área de saúde uma das mais diver-
sificadas áreas, quando nos referimos ao 
conhecimento e abrangência de serviços, 
abarcamos as mais diferentes formas de 
atuação nas funções de cada profissional.
Este panorama ocorre nas instituições de 
saúde e tem tornado o trabalho em audito-
ria complexo, um campo de saber e prática 
multiprofissional. Fato este que vem sendo 
apontado pelos respectivos Conselhos Fe-
derais de classe, que afirmam que os traba-
lhos em auditoria podem ser realizados de 
forma compartilhada com profissionais das 
mais diversas áreas, como médicos, enfer-
meiros, dentistas, farmacêuticos, contado-
res, administradores, advogados, entre ou-
tros.
Além da opinião dos conselhos de classe, 
autores e estudiosos em auditoria também 
corroboram que o trabalho conjunto entre 
os saberes diversos, por meio da participa-
ção de diferentes profissionais, das várias 
áreas de saber, com formações diferencia-
das na saúde, são essenciais para a riqueza 
do relatório final e o bom desempenho das 
atividades em auditoria.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde7/190
1. Multiprofissionalidade na Saú-
de 
Para que possamos compreender a relação 
entre a multiprofissionalidade e a auditoria, 
uma pequena introdução sobre a temática 
se faz necessária, visto que o trabalho em 
equipe é a base estrutural deste conceito.
O trabalho consiste na ação racional e estra-
tégica, onde se inserem instrumentais para 
o alcance de um objetivo comum, buscando 
o êxito de um determinado resultado. Nes-
te processo ocorre a interação referente à 
comunicação simbólica entre os pares, que 
definem as expectativas recíprocas entre 
os sujeitos. Para tanto, se regem contratos 
consensuais subjetivos de livre coação in-
terna ou externa (HABERMAS, 2003).
Seguindo a linha de raciocínio do autor, po-
demos compreender que durante a intera-
ção entre profissionais, trocas simbólicas 
são formadas, onde cada sujeito se coloca 
em um papel determinado a ser cumprido.
O mesmo autor discute sobre a formação 
das equipes de trabalho, onde algumas são 
formadas como equipes de agrupamen-
to e equipes de integração. As equipes de 
Link
Acesse o link que se segue para ler o artigo que fala 
sobre o conceito de equipe multiprofissional de 
saúde e tipologia. Disponível em:< http://www.
scielo.br/pdf/rsp/v35n1/4144.pdf >Acesso em 
15.12.2017.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde8/190
agrupamento se justapõem entre as ações 
a serem realizadas para um determinado 
fim, buscando o resultado muitas vezes de 
forma paralela; já nas equipes integração, 
ocorre a articulação das ações e a interação 
dos sujeitos envolvidos na ação, buscando 
um resultado comum.
Trabalhar em equipe não implica em elimi-
nar as especificidades de cada profissional 
ou classe, pois as diferenças nos saberes ex-
pressam a contribuição na divisão do traba-
lho para a melhoria dos serviços prestados, 
elevando o grau de produção. Na saúde, os 
profissionais precisam manter as especifici-
dades de cada área técnica, porém a flexi-
bilidade entre elas é compreendida como a 
divisão do trabalho, podendo coexistir com 
aquilo que lhe é privado (PEDUZZI, 2001). 
Ou seja, os profissionais realizam interven-
ções próprias de suas respectivas áreas, 
mas também executam ações comuns, nas 
quais os saberes provenientes de distintos 
campos estão integrados, onde este arranjo 
é proposto pela própria equipe.
Diante do exposto, podemos considerar o 
caráter multiprofissional da auditoria em 
saúde, onde a interdisciplinaridade possibi-
lita a prática de um profissional se recons-
truir na prática do outro. Entre as diversas 
fases do processo de execução da auditoria, 
a fase de planejamento e a fase operacio-
nal requerem, em virtude da necessidade de 
determinar seus objetivos, uma equipe com 
especialistas em diversas áreas, principal-
mente quando o objeto de trabalho está re-
lacionado a uma instituição como um todo, 
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde9/190
ou quando o instrumento seja derivado de 
prontuários médicos, visando desta forma 
aprofundar as análises no sistema de aten-
ção à saúde.
2. Equipe mínima dos serviços 
de auditoriaQuanto à formação das equipes de auditoria 
em saúde, tanto em âmbito das empresas 
privadas, convênios ou mesmo no Sistema 
Único de Saúde, considerar as atribuições 
citadas pelo Sistema Nacional de Auditoria, 
que coloca segundo a Lei 8.689. Em seu in-
ciso 1º, dispõe que compete ao sistema na-
cional de auditoria a avaliação tecno-cientí-
fica, contábil, financeira e patrimonial, sen-
do esta realizada de forma descentralizada, 
e dá outros parâmetros para formação das 
equipes baseadas nesta informação.
Para saber mais
Os conselhos de classe, como o Conselho Regio-
nal de Enfermagem (CRM) (Resolução nº 1.614), 
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) (Re-
solução nº 266/2001) e o Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) (Resolução nº 781/95), pos-
suem regulamentações próprias que sustentam 
nossa discussão.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde10/190
Entende-se que as equipes de auditoria de-
vam ser compostas por uma certa varieda-
de de categorias profissionais, e estas são 
regidas pelo alcance que o conhecimento 
científico do profissional dê conta dessas 
atribuições. 
Sendo assim, recomenda-se que haja 
profissionais da área assistencial e da área 
de recursos financeiros e patrimoniais, na 
quantidade necessária ao desenvolvimento 
dos trabalhos, devendo ser incorporados 
outros profissionais, de acordo com a 
necessidade e possibilidade da instituição, 
secretaria ou órgão equivalente.
Nos casos onde houver necessidade de es-
pecialistas ou profissionais de categorias 
que não fazem parte do quadro do compo-
nente de auditoria, para atuarem em ações 
pontuais, como exemplo: farmacêutico, en-
genheiro, advogado, nutricionista, entre 
outros, estes serviços devem solicitar a par-
ticipação desses profissionais de outras ins-
tâncias para atuarem como peritos em uma 
ação de auditoria.
Nesse caso, o profissional deverá ser desig-
nado para a atividade pelo auditor chefe, 
para evitar questionamentos sobre compe-
tências e legalidade dos trabalhos por ele 
desenvolvidos. Todos os auditores deverão 
Link
Acesse o link que se segue para ler a respeito do 
Sistema Nacional de Auditoria. Disponível em: < 
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n1/4144.
pdf> Acesso em 15 de dez. 2017.
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n1/4144.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v35n1/4144.pdf
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde11/190
ter conhecimento técnico para as ações de 
auditoria, sendo a formação desses de res-
ponsabilidade da gestão.
3. Características necessárias 
para profissionais auditores em 
saúde
Durante a abertura dos trabalhos do au-
ditor, este irá se deparar com várias situa-
ções identificadas como inconformidades 
perante o objeto de análise. O trabalho de 
uma equipe multiprofissional de auditores 
tende a alcançar maior sucesso nos resulta-
dos do que os trabalhos desenvolvidos so-
mente por uma categoria profissional, pois 
cada uma delas audita e avalia melhor os 
procedimentos de sua área de formação es-
pecífica. 
Contudo, alguns auditores que exercem 
essa função não reconhecem a importân-
cia de cada profissional incluso da equipe, 
sendo que a formação na área é fundamen-
tal para uma auditoria acertada e com mais 
consistência. A auditoria em saúde, por ser 
uma atividade complexa, se caracteriza por 
peculiaridades de cada serviço avaliado, e 
que apresenta uma necessidade de bom 
desempenho multiprofissional com todas 
as categorias da área de saúde inseridas.
Para a formação de uma equipe multipro-
fissional em saúde, algumas características 
do auditor devem ser levadas em considera-
ção, a fim de que pessoas qualificadas con-
duzam os trabalhos de auditorias, de forma 
que as mesmas atinjam seu objetivo, que é 
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde12/190
o de buscar oportunidades de melhoria num 
sistema implementado. Para isso, alguns 
critérios devem ser obedecidos.
Muito mais importante que a área de forma-
ção do auditor é a forma de constituição das 
equipes de auditoria, que devem respeitar o 
saber comum e a hierarquia constituída in-
ternamente. 
Estes critérios a serem seguidos respeitam 
a lógica na escolha de um profissional de 
acordo com o grau de dificuldade do traba-
lho que o mesmo executará, respeitando o 
grau de formação, treinamento, experiên-
cia, atributos pessoais e comportamentais.
Quanto aos atributos pessoais, espera-se 
um profissional qualificado para planejar e 
conduzir auditorias, demonstrar capacidade 
de trabalhar de maneira profissional quan-
do exposto a uma variedade de situações. 
Tem de ser capaz de não sofrer influências 
por fatores adventícios, por preconceitos ou 
quaisquer outros elementos materiais ou 
afetivos que interfiram na integridade de 
sua atuação. 
Apresentar postura ética inquestionável 
entre estas especificidades, que são clara-
mente demonstradas pelos Códigos de ética, 
que podem conter especificidades segundo 
a categoria de cada profissional. Os manu-
ais e códigos de ética contêm parâmetros 
fundamentais para a conduta profissional, 
sobretudo aos aspectos: 
• Sigilo; 
• Evitar imperícia, imprudência ou ne-
gligência;
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde13/190
• Responsabilidade pelo ato profissio-
nal; 
• Consentimento prévio do paciente;
• Elaboração do prontuário do paciente; 
• Manuseio de prontuário; 
• Informações do quadro clínico ao pa-
ciente.
Ao se candidatar a uma vaga de auditor, re-
ações comportamentais são esperadas. O 
auditor deve ter perspicácia para saber lidar 
com pessoas e remover as barreiras que po-
dem ser colocadas por ocasião de uma au-
ditoria. De um modo geral, a auditoria é vis-
ta como uma avaliação para identificação 
de falhas e responsáveis, que acarretarão 
em punição. As pessoas ao serem avaliadas 
expressam sentimentos contrários ao pro-
Para saber mais
A Constituição Federal brasileira assegura a in-
violabilidade da intimidade, da vida privada, da 
honra e da imagem das pessoas; como garantia 
para todos os brasileiros, principalmente no item 
X, artigo 5º.
Link
Neste link você poderá conhecer melhor as par-
tes da constituição que explicitam sobre o com-
promisso dos servidores públicos. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/de-
creto/d1171.htm>. Acesso em 25 de ago. 2017.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde14/190
cesso, sendo muitas vezes agressivas fren-
te aos auditores, podendo mesmo ocorrer 
problemas comportamentais sérios duran-
te a auditoria. 
Os auditores devem estar preparados para 
enfrentar problemas comportamentais por 
parte dos auditados, uma vez que muitos 
não entendem o motivo ou a finalidade de 
uma auditoria. Devido a isto, podem atra-
palhar a auditoria planejada. 
Para integrar uma equipe multiprofissional 
de auditoria, é recomendado ter no mínimo 
segundo grau completo, saber expressar 
ideias, conceitos, ter senso crítico. Em todos 
os casos, os auditores devem ser treinados 
de modo a assegurar competências e habi-
lidades para planejar, organizar e executar 
auditorias. Os cursos de pós-graduação e 
MBA para auditores com nível superior não 
são exigência para execução das funções 
em auditoria, porém são altamente reco-
mendados, e podem influenciar diretamen-
te na escolha do serviço de auditoria e na 
escolha do candidato. 
O conhecimento em línguas nos parece ser 
fundamental, principalmente quando o au-
ditor trabalha com auditorias de 3ª parte, 
onde as certificações e acreditações se am-
param em critérios muitas vezes estabele-
cidos por padrões internacionais, e todo o 
conteúdo em manuais de metas e ações é 
escrito na língua original. 
A fim de manter um alto nível de desempe-
nho, os auditores devem participar de trei-
namentos e atualização, periodicamente. 
O treinamento deve assegurar que os co-
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde15/190
nhecimentos das normas e requisitos dos 
sistemas, bem como os conhecimentos dos 
procedimentose métodos de auditoria, es-
tejam sempre atualizados. 
Segundo as normas da ISO (Organização 
Internacional para Padronização) 10011-2, 
os candidatos a auditor devem ter no míni-
mo quatro anos de experiência profissional 
na área, em regime de tempo integral, dos 
quais pelo menos dois devem ter sido em 
atividades de garantia da qualidade. Devem 
ter experiência de todo o processo de audi-
toria, descrito na ISO 10011-1, adquirida na 
participação de no mínimo quatro audito-
rias, num total de 20 dias, incluindo a análi-
se crítica da documentação, preparação de 
relatórios e execução da auditoria. 
Para saber mais
Procure se desenvolver mais como auditor, con-
sultando a ISO 10011-2, que contém o Guidelines 
for Selecting Quality Auditors, e todos os parâme-
tros esperados nesta função. Veja também a parte 
2. Disponível em: <http://licenciadorambien-
tal.com.br/wp-content/uploads/2015/01/
NBR-ISO-10.011-Diretrizes-para-auditoria-
-de-sistemas-da-qualidade.pdf>. Acesso em 
25 ago. 2017.
http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-ISO-10.011-Diretrizes-para-auditoria-de-sistemas-da-qualidade.pdf
http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-ISO-10.011-Diretrizes-para-auditoria-de-sistemas-da-qualidade.pdf
http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-ISO-10.011-Diretrizes-para-auditoria-de-sistemas-da-qualidade.pdf
http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-ISO-10.011-Diretrizes-para-auditoria-de-sistemas-da-qualidade.pdf
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde16/190
Glossário
Código de ética: É um documento que busca expor os princípios e a missão de uma determinada 
profissão ou empresa. Eles são feitos para enfatizar os valores que devem ser praticados pelos 
profissionais e instituições, com foco principal na ética e deontologia voltado à classe profissio-
nal a que se destina.
Conselhos federais: São conselhos formados por profissionais de cada profissão, com diretorias 
democraticamente eleitas pelos seus associados que representam os interesses de sua profis-
são. Sua principal atribuição é a de registrar, fiscalizar e disciplinar as profissões regulamentadas. 
ISO: International Organization for Standardization, ou Organização Internacional para Padro-
nização. É uma entidade de padronização e normatização, tem como objetivo aprovar normas 
internacionais, como normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e pro-
cessos para manter a qualidade permanente. As conhecidas são a ISO 9000, ISO 9001, ISO 14000 
e ISO 14064.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Profissional
https://pt.wikipedia.org/wiki/Profiss%C3%A3o
https://www.significados.com.br/iso-9001/
Questão
reflexão
?
para
17/190
Você, como relator de um processo de auditoria, verifi-
cou inconsistências em um determinado objeto que en-
volve processos internos referentes a fluxos. Ao perceber 
que esta problemática envolve toda a equipe médica, de 
enfermagem e fisioterapia, que profissionais na compo-
sição da sua equipe seriam primordiais para enriquecer 
este processo?
18/190
Considerações Finais
• A auditoria é uma importante ferramenta utilizada na gestão, sendo res-
ponsável principalmente pelo controle e a avaliação nas organizações de 
saúde, de forma sistemática e analítica.
• Devemos considerar o caráter multiprofissional da auditoria em saúde, onde 
a interdisciplinaridade possibilita a prática de um profissional se reconstruir 
na prática do outro.
• O auditor deve possuir um perfil profissional adequado, a fim de que pesso-
as qualificadas conduzam os trabalhos de auditorias. 
• A fim de manter um alto nível de desempenho, os auditores devem partici-
par de treinamentos e atualização, periodicamente.
Unidade 1 • Auditoria e perícia multiprofissional em saúde19/190
Referências
ÇENGEL, Y. A.; BOLES, M. A. Termodinâmica. 5. ed. São Paulo: Bookman, 2007.
ARAÚJO, Thaise Anataly Maria et al. Multiprofissionalidade e interprofissionalidade em uma re-
sidência hospitalar: o olhar de residentes e preceptores. Interface-Comunicação, Saúde, Educa-
ção, v. 21, n. 62, p. 601-613, 2017.
HABERMAS, Jürgen. Consciência moral e agir comunicativo. Tempo brasileiro, 2003.
PEDUZZI, Marina. Equipe multiprofissional de saúde: conceito e tipologia. Revista de Saúde Pú-
blica,  [s.l.], v. 35, n. 1, p.103-109, fev. 2001. Fap UNIFESP (SciELO). <http://dx.doi.org/10.1590/
s0034-89102001000100016>.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Sistema Nacional 
de Auditoria. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Auditoria do SUS: orientações básicas. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
http://dx.doi.org/10.1590/s0034-89102001000100016
http://dx.doi.org/10.1590/s0034-89102001000100016
20/190
1. Como devem ser ampliadas as equipes de auditoria quando um processo 
de avaliação já estiver em andamento?
a) Por afinidade do profissional
b) Por experiência no setor em trabalho
c) Por concurso público
d) Segundo recomendação do auditor chefe
e) Por concursos internos
Questão 1
21/190
2. São os parâmetros fundamentais para a conduta profissional do auditor, 
exceto:
a) Responsabilidade pelo ato profissional e sigilo 
b) Consentimento prévio do paciente
c) Evitar imperícia, imprudência ou negligência
d) Especificidades demonstradas pelos códigos de ética em geral.
e) Evitar a elaboração e cautela no manuseio do prontuário do paciente
Questão 2
22/190
3. Dentro dos processos de auditoria, quais profissionais podem fazer par-
te dos trabalhos como auditor:
a) Enfermeiro e médico
b) Farmacêutico e dentista
c) Contador e advogado
d) Enfermeiro, médico, farmacêutico, dentista, contador e advogado
e) Apenas o auditor, independente da área de formação
Questão 3
23/190
4. A ação racional e estratégica, onde se inserem instrumentais para o 
alcance de um objetivo comum, buscando o êxito de um determinado 
resultado, prezando pela articulação das ações e a interação dos sujeitos 
envolvidos na ação, buscando resultados comuns. Refere-se a:
a) Trabalho em grupo
b) Trabalho multiprofissional
c) Trabalho individual
d) Trabalho em equipe
e) Trabalho interprofissional
Questão 4
24/190
5. Além das recomendações citadas pelos códigos de ética e dos Guide-
lines em auditoria, podemos esperar que o auditor possua:
a) Grau de formação, atributos comportamentais e atributos pessoais
b) Treinamento e postura ética 
c) Grau de formação e treinamento prático 
d) Experiência técnica, atributos éticos
e) Grau de formação, treinamento, experiência, atributos pessoais e comportamentais.
Questão 5
25/190
Gabarito
1. Resposta: D.
O auditor chefe deve designar os profissio-
nais que mais podem contribuir com o pro-
cesso em que audita.
2. Resposta: E.
O auditor deve possuir todos os requisitos a 
fim de compor uma equipe de auditoria co-
esa e ética.
3. Resposta: D.
Todos os profissionais a fim de trazer maior 
amplitude nos processos e maior rigor às 
ações.
4. Resposta: D.
Apenas um trabalho em equipe pode ser 
multiprofissional, grupal e articular ações e 
a interação dos sujeitos a um objetivo co-
mum.
5. Resposta: E.
Além das recomendações citadas pelos có-
digos de ética e dos Guidelines, devemos 
considerar, ao recrutar um auditor, sua for-
mação, experiência e como ele se comporta 
em situações estressantes.
26/190
Unidade 2
Auditoria em procedimentos médicos
Objetivos
1. Apresentar as principais característi-
cas das auditorias em procedimentos 
médicos;
2. Conhecer os processos de auditoria 
em procedimentos médicos;
3. Conhecer os principais aspectos éti-
cos e legais envolvidos na auditoria 
médica.
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos27/190
Introdução
A auditoria de procedimentos médicos vem 
tomando forma e se intensificando ao longo 
dos anos, principalmente após a década de 
70, com a maior oferta de serviços de saúde 
e, principalmente, com o grande comércio 
da medicina como produto, ouseja, a mer-
cantilização destes serviços. 
No momento em que os serviços médicos 
passam a ser oferecidos à população de for-
ma geral, as taxações sobre os procedimen-
tos elevaram os custos e modificaram o ca-
pitalismo em sua máxima expressão. Surge 
então a necessidade de regulação dos cus-
tos e serviços oferecidos pelos convênios e 
operadoras de saúde.
Neste contexto, a saúde suplementar, que 
nada mais é que todo atendimento privado 
de saúde, realizado ou não por meio de um 
convênio com um plano de saúde, passa a 
estar presente em todas as esferas de saú-
de, desde o Ministério da Saúde represen-
tado pela Agência Nacional Saúde Suple-
mentar, operadoras de planos privados, as 
seguradoras e os prestadores de serviço. 
Assim, a auditoria de procedimentos médi-
cos pode ocorrer em todas as instituições 
que prestem serviços médicos, auditando 
desde os custos básicos por procedimento, 
como os custos mais complexos em todos 
os níveis de atenção, sendo eles primários, 
secundários ou terciários. Deste modo, o 
auditor tem de ter vasto conhecimento so-
bre as tabelas de procedimentos médicos e 
ser conhecedor dos aspectos éticos e legais 
que envolvem esta atividade.
 
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos28/190
1. ASSISTÊNCIA MÉDICA SUPLE-
MENTAR 
Você verá agora alguns aspectos históricos 
ocorridos:
Na década de 80, iniciou-se o processo que 
nos trouxe a realidade do cenário de saúde 
hoje. Com a capitalização da medicina, o 
Estado mantinha a ampliação da demanda 
dos serviços médicos, financiando os inves-
timentos e contratando os serviços na rede 
privada. 
Na década de 70, iniciou-se a prestação 
da assistência pública para os trabalhado-
res autônomos, através de contribuição do 
carnê. Em 1988, através da Constituição 
Federal, a saúde passa a ser “Direito de to-
dos e dever do Estado” formalizando o Sis-
tema Único e Descentralizado de Saúde 
(SUDS), que, mesmo antes da Constituição, 
se configurava como modelo de assistência 
em saúde pública, defendendo a unificação 
descentralizada, restringindo ao nível fede-
ral somente as atividades de coordenação, 
normatização, planejamento, e regulamen-
tação do setor privado.
As diretrizes do SUDS foram inseridas na 
Constituição e acabaram contribuindo para 
o surgimento do SUS e da Lei Orgânica da 
Saúde 8080/1990, que confirma as diretri-
zes e normas do SUS, colocando o setor pri-
vado em caráter suplementar de assistên-
cia, mediante contratos ou convênios.
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos29/190
Porém, com o capitalismo em plena expan-
são, a prestação de serviços de saúde pas-
sa a ser um bem de mercado, mecanizan-
do toda a assistência de saúde, e a atenção 
médica foi levada a uma mercadoria como 
outra qualquer, submetida às regras de fi-
nanciamento, produção e distribuição de 
tipo capitalista, e em sua máxima expressão 
de mercantilização da saúde foram criados 
os seguros-saúde privados, onde para se ter 
acesso aos serviços de saúde, deve-se pa-
gar por eles.
Como lógica capitalista, o lucro é o fim, as-
sim sendo, várias agências de seguro e con-
vênios foram criadas, buscando a prestação 
de serviços conforme a conveniência, dei-
xando de assistir os clientes em sua totali-
dade de atenção à saúde. 
Assim, em 1990 foi criado por decreto o 
Conselho Nacional de Saúde (CNS) para es-
tabelecer diretrizes a serem observadas na 
elaboração dos planos de saúde. Por meio 
da Resolução Nº 33, de 23 de dezembro de 
1992, passou à competência dos Conse-
lhos Estaduais e Municipais de Saúde o de-
ver de traçar diretrizes aos planos de saúde, 
adequando-os às diversas realidades dos 
serviços. Esta foi reforçada pela lei do con-
Link
Para melhor entendimento das leis que regem o 
SUS, leia: Brasil, Lei 8.080, Lei Orgânica da Saúde, 
1990. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm> . Acesso: 17 
set. 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos30/190
sumidor em 1998 e, dois anos depois, a Lei 
9.961, de 28 de janeiro de 2000, que criou 
e deu poderes à Agência Nacional de Saú-
de Suplementar (ANS), agência reguladora 
destes serviços.
Com a necessidade de intervenção estatal 
sobre a atuação das operadoras de planos 
de saúde, estas leis e regulamentações fo-
ram criadas visando corrigir e atenuar as 
falhas do mercado, como a assimetria de 
informações entre clientes, operadoras e 
provedores de serviços e a seleção de riscos. 
Para saber mais
O Decreto nº 99.438, de 07 de agosto de 1990, 
que dispõe sobre CNS, é consulta obrigatória para 
auditores. Dispõe sobre a organização e atribui-
ções do Conselho Nacional de Saúde, e dá outras 
providências. 
Link
Resolução nº 33, de 23 de dezembro de 1992: Re-
comendações para a constituição e estruturação 
de Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde. 
Disponível em: < http://www.mp.go.gov.br/
portalweb/hp/2/docs/ma_-_pga_2008_-_
cns_-_resolucao_33.pdf. > Acesso: 17 set. 
2017.
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/ma_-_pga_2008_-_cns_-_resolucao_33.pdf
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/ma_-_pga_2008_-_cns_-_resolucao_33.pdf
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/ma_-_pga_2008_-_cns_-_resolucao_33.pdf
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos31/190
A seleção dava-se da parte das empresas 
de planos que preferem oferecer cobertura 
para os riscos menores e, por parte de clien-
tes, que tendem a adquirir seguros e planos 
em razão de já apresentarem um problema.
 A regulamentação tinha como objetivos 
principais corrigir as distorções quanto à se-
leção de riscos, praticada pelas operadoras, 
e preservar a competitividade do mercado. 
Para tanto, deveria haver ampliação de co-
bertura; ressarcimento ao SUS; registro das 
operadoras; acompanhamento de preços 
pelo governo; obrigatoriedade da compro-
vação de solvência; reservas técnicas; per-
missão para a atuação de empresas de ca-
pital estrangeiro e proibição do monopólio 
de atividades por uma única empresa. 
Em nosso entendimento, as modalidades 
de assistência médica que vinculam o aces-
so do usuário ao sistema ou ao pagamento 
de um determinado plano/seguro de saúde 
ou qualquer forma de pagamento indepen-
dentemente para serviços de saúde, partici-
pam da seguridade social, que é a medicina 
suplementar.
As várias modalidades de assistência mé-
dica suplementar combinam a função de 
Para saber mais
Consulte as leis e fique informado. BRASIL, Códi-
go de Defesa do Consumidor (CDC) - LEI Nº 8.078, 
de 11 de setembro de 1990. 13. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
L8078.htm>. Acesso em 16 set. 2017.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos32/190
seguro com a de prestação de serviços de 
atenção médica. Nesse subsetor, compre-
ende empresas financeiras e não financei-
ras que atuam, direta ou indiretamente, na 
área de prestação de serviços médicos, ser-
viços hospitalares, e serviços auxiliares de 
diagnóstico e terapêutica, à população; os 
serviços prestados por estas entidades são 
unicamente de natureza mercantil, isto é, 
a prestação dos serviços gera, necessaria-
mente, uma receita.
Já as despesas com esses serviços de as-
sistência médica envolvem diversos tipos 
de gastos para a prestação de serviços de 
natureza médica, hospitalar e de serviços 
diagnóstico-terapêuticos à população usu-
ária do sistema. Também as despesas efetu-
adas pelas empresas da área médica com a 
compra do material (insumos e equipamen-
tos hospitalares) necessário ao exercício da 
assistência aos seus usuários.
Na regulação dos serviços, procurando obe-
decer estes princípios iniciou-se processos 
que buscavam diminuir custos sem que a 
assistência fosse prejudicada, mantendo a 
qualidade do serviço prestado. Neste mo-
mento iniciaram as auditorias médicas.
Inicialmente,as auditorias médicas foram 
aplicadas principalmente em gráficos se-
lecionados por causa de óbitos ou compli-
cações. Mais recentemente, novas aborda-
gens, como a melhoria contínua da quali-
dade, enfatizaram a revisão individual, que 
é pensada para ser contraproducente, uma 
vez que alimenta relacionamentos adver-
sos entre colegas.  No entanto, a avaliação 
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos33/190
pelos pares ainda é reconhecida como uma 
ferramenta importante para a avaliação da 
qualidade, seja para detectar cuidados defi-
cientes ou para fornecer pistas sobre opor-
tunidades de melhoria de processo.
A auditoria médica dos registros hospitala-
res baseia-se principalmente no processo 
de atendimento.  Uma grande limitação da 
avaliação baseada em processos é a dificul-
dade em conceber padrões de cuidados. Es-
forços foram feitos para desenvolver dire-
trizes de prática para orientar a tomada de 
decisões dos médicos. 
Análise do Prontuário do Pa-
ciente
O prontuário do paciente é um documento 
referente à assistência médica prestada ao 
paciente. Como já discutido anteriormente, 
sua análise deve ser de competência exclu-
siva dos médicos e da equipe de saúde. 
Link
A Resolução 1.614, de 08 de fevereiro de 2001, 
trata da Responsabilidade do Médico no Exer-
cício de Auditoria. Disponível em: <http://
www.portalmedico.org.br/resolucoes/
cfm/2001/1614_2001.htm>. Acesso em 16 set. 
2017.
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2001/1614_2001.htm
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2001/1614_2001.htm
http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2001/1614_2001.htm
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos34/190
Na composição do prontuário se encon-
tram identificação do paciente, anamnese, 
exame físico, exames complementares com 
seus resultados, hipóteses diagnósticas, 
diagnóstico definitivo, tratamento efetua-
do.
O registro ou prontuário constitui-se de 
uma anotação descritiva da história de saú-
de de um determinado indivíduo, diagnós-
ticos, terapias e atenção atribuída a seus 
cuidados durante o período que esteve as-
sistido em um serviço. Incluem-se neste as 
prescrições de enfermagem, evolução e re-
gistros de enfermagem, gráficos e ficha de 
controle hidroeletrolítico. As leis estadu-
ais ou municipais e os serviços de controle, 
como os envolvidos na acreditação, exigem 
que os hospitais e outros serviços de saúde 
guardem seus registros no mínimo por cin-
co anos.
O prontuário com informações do paciente 
é um documento legal e serve como evidên-
cia legal. Os registros deste também podem 
servir como material para pesquisas na área 
da saúde e para dados estatísticos. Após a 
alta, o prontuário fica arquivado no Serviço 
de Arquivo Médico e Estatística, conhecido 
nos hospitais como SAME, a todo retorno 
deste paciente o prontuário será novamen-
te ativado. 
Neste documento o auditor deve: 
• Analisar as indicações técnicas que 
motivaram as internações, princi-
palmente as de emergência, assim 
como relatórios operatórios e bole-
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos35/190
tins de atos anestésicos. Verificar a 
existência da assinatura e carimbo do 
profissional na prescrição e evolução. 
Avaliar os registros de enfermagem 
quanto ao controle de sinais vitais, 
controle da administração de medi-
camentos, capacidade informativa, 
execução de tratamentos, controle de 
líquidos introduzidos e eliminados e 
curativos. Avaliar a prescrição dietéti-
ca e sua adequação;
• Observar por amostragem junto a 
pacientes internados, cuidados dis-
pensados a sondas, cateter, drenos, 
aspirações e nebulizações, cuidados 
na prevenção e tratamento de esca-
ras, na administração de oxigênio, na 
instalação parenteral em perfusão e 
condições de coletores; 
• Verificar, por amostragem, se a me-
dicação prescrita coincide com a que 
está sendo administrada; 
• Avaliar a propriedade das internações 
em UTI e a mobilização de recursos; 
• Averiguar as cobranças de Autoriza-
ção para Internação Hospitalar (AIH) 
de Cirurgias e dos atos médicos rea-
lizados; 
• Averiguar se está sendo emitida a so-
licitação de Diária de Permanência e 
não a AIH; 
• Verificar a cobrança de uma aplicação 
de Nutrição Parenteral/Enteral, por 
dia.
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos36/190
Auditoria médica em procedimentos con-
siste basicamente na verificação da vera-
cidade entre os procedimentos lançados e 
efetiva realização dos mesmos. A veracida-
de também deve ser comprovada quanto à 
real necessidade deste procedimento para o 
paciente. 
Muitos casos de exames desnecessários ou 
fraudulentos podem comprometer drasti-
camente os orçamentos das prestadoras de 
serviços médicos. Quando estes ocorrem 
em serviços públicos, o auditor busca pre-
servar o patrimônio público contendo tam-
bém gastos desnecessários à União.
Para melhor desempenho de sua função 
na auditoria, o auditor pode utilizar: Rela-
ção de prestadores de serviços; Detalhes 
do contrato firmado entre as partes; Conta 
hospitalar; Dicionários de especialidades; 
Diagnósticos da Doença em Código (CID); 
Tabela de materiais descartáveis; Tabela dos 
valores BRASINDICE; Tabelas de honorários 
médicos; Tabela de órteses e próteses; Ta-
bela de negociação adotada; Prontuários 
clínicos com os devidos relatórios médicos 
Para saber mais
Consulte a lei sobre os planos e seguros de saúde, 
assim terá base das diretrizes sobre estes servi-
ços. Lei nº 9.656, art. 3º. Dispõe sobre os planos 
e seguros privados de assistência à saúde. Diário 
Oficial da União, 1998; 3 de junho.
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos37/190
e de enfermagem; Boletins, fichas de aten-
dimentos e laudos.
Cabe ao auditor ou ao analista de contas 
médicas do prestador confrontar os regis-
tros de todas as cobranças do demonstra-
tivo de pagamento enviado pelos convênios 
para identificar as glosas. Cada convênio 
dá ao prestador a oportunidade de recorrer 
destas, a partir uma descrição detalhada ou 
de um formulário de recurso que comprove 
o serviço prestado. Normalmente, os pra-
zos para contestação de glosas e para a res-
posta da operadora são equivalentes. Estes 
prazos devem constar de forma expressa no 
contrato, evitando assim interpretações er-
rôneas e a falta de pagamento.
Link
BRASIL, Ministério da Saúde, Agência Nacional 
de Saúde Suplementar, Cartilha de Contratua-
lização. Glosa, Rio de Janeiro, 2001. Disponível 
em: <http://www.ans.gov.br/images/stories/
Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_
prestador/contrato_entre_operadoras_e_
prestadores/cartilha_glosa.pdf>. Acesso em: 
17 de set. 2017.
Link
Conselho Federal de Medicina. Código de Ética 
Médica. Brasília, 2009. Disponível em: <Código 
de Ética Médica (2009/2010). Conselho Fe-
deral de Medicina. Resolução CFM Nº 1931, 
de 17 de setembro de 2009>. Acesso em 19 
set. 2017.
http://www.ans.gov.br/images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_prestador/contrato_entre_operadoras_e_prestadores/cartilha_glosa.pdf
http://www.ans.gov.br/images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_prestador/contrato_entre_operadoras_e_prestadores/cartilha_glosa.pdf
http://www.ans.gov.br/images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_prestador/contrato_entre_operadoras_e_prestadores/cartilha_glosa.pdf
http://www.ans.gov.br/images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/Area_do_prestador/contrato_entre_operadoras_e_prestadores/cartilha_glosa.pdf
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9&Itemid=122
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9&Itemid=122
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9&Itemid=122
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=category&id=9&Itemid=122
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos38/190
Glossário
Glosas: As glosas ou correções são aplicadas quando qualquer situação gerar dúvidas em rela-
ção às regras e práticas adotadas pela instituição de saúde. Quando elasocorrem, observa-se 
conflito na relação entre convênios e prestadores de serviços.
Convênios médicos: São acordos entre empresas ou individuais que funcionam na mesma di-
nâmica dos seguros, porém contratando serviços médicos através das operadoras de serviços 
médicos.
Prestadoras de serviço: empresas que prestam serviços médicos, laboratoriais ou de diagnose.
Questão
reflexão
?
para
39/190
Em sua opinião, qual o maior interesse das agências de 
saúde em realizar auditorias nos planos de saúde públi-
cos e privados?
40/190
Considerações Finais 
A auditoria médica se consolidou devido a uma série de fatos, principalmente 
após a democratização dos serviços de saúde.
• A auditoria médica é uma especialização em medicina voltada para a ava-
liação e adequação dos custos de serviços e procedimentos médicos.
• A principal finalidade do médico auditor é examinar estes procedimentos 
e verificar a veracidade relacionada às ações realizadas no paciente, verifi-
cando os custos nas tabelas oficiais do serviço ou do prestador.
• Existem variados tipos de auditoria e denominações para este trabalho, que 
podem diferenciar as ações desenvolvidas por este profissional.
Unidade 2 • Auditoria em procedimentos médicos41/190
Referências 
AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Regulação e saúde: estrutura, evolução e pers-
pectivas da assistência médica suplementar. 2002.
REIS, Eduardo J. F. B. dos et al. Avaliação da qualidade dos serviços de saúde: notas bibliográfi-
cas. Cadernos de Saúde Pública, [s.l.], v. 6, n. 1, p.50-61, mar. 1990. FapUNIFESP (SciELO). http://
dx.doi.org/10.1590/s0102-311x1990000100006. 
PIETROBON, Louise; PRADO, Martha Lenise do; CAETANO, João Carlos. Saúde suplementar no 
Brasil: o papel da Agência Nacional de Saúde Suplementar na regulação do setor. Physis: Re-
vista de Saúde Coletiva, [s.l.], v. 18, n. 4, p.767-783, 2008. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.
org/10.1590/s0103-73312008000400009.
http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x1990000100006
http://dx.doi.org/10.1590/s0102-311x1990000100006
42/190
1.Onde pode ocorrer a auditoria de procedimentos médicos:
a) Hospitais, apenas
b) Apenas nos convênios médicos
c) Apenas em Home Care
d) Apenas no nível terciário
e) Em todas as instituições que prestem serviços médicos
Questão 1
43/190
2. O registro ou prontuário constitui-se de:
Questão 2
a) Pacientes
b) Receitas médicas 
c) Anotações descritivas
d) Tempo entre as consultas
e) Dados dos enfermeiros
44/190
3. Auditoria médica em procedimentos consiste basicamente em:
Questão 3
a) Avaliação dos pacientes
b) Procedimentos realizados
c) Veracidade entre os procedimentos realizados
d) Velocidade do atendimento
e) Enfermidades nos procedimentos
45/190
4. Inicialmente a auditoria médica foi aplicada em quais gráficos selecionados?
Questão 4
a) Óbitos ou complicações 
b) Atendimento 
c) Melhorias na enfermagem 
d) Disponibilidade
e) Controle de medicamentos
46/190
5. O prontuário com informações do paciente é um:
Questão 5
a) Documento do plano de saúde
b) Documento com procedimentos anteriores
c) Documento com as características físicas
d) Relatório de antigas enfermidades
e) Documento legal
47/190
Gabarito
1. Resposta: E.
As auditorias podem ocorrer em todas as 
instituições que prestem serviços médicos, 
auditando de custos básicos até os custos 
mais complexos em todos os níveis de aten-
ção.
2. Resposta: C.
O prontuário é constituído por uma anota-
ção descritiva da história de sua saúde de 
um determinado indivíduo, diagnósticos, 
terapias e atenção atribuída a seus cuida-
dos durante o período em que esteve assis-
tido em um serviço.
3. Resposta: C.
Auditoria médica em procedimentos con-
siste basicamente na verificação da vera-
cidade entre os procedimentos lançados e 
efetiva realização dos mesmos.
4. Resposta: A.
Inicialmente, as auditorias médicas foram 
aplicadas principalmente em gráficos se-
lecionados por causa de óbitos ou compli-
cações. Mais recentemente, novas aborda-
gens, como a melhoria contínua da qualida-
de.
48/190
Gabarito
5. Resposta: E.
O prontuário com informações do paciente 
é um documento legal e serve como evidên-
cia legal. Os registros deste também podem 
servir como material para pesquisas na área 
da saúde e para dados estatísticos.
49/190
Unidade 3
Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuá-
rio; uso eficiente de materiais e insumos, controle da assistência
Objetivos
1. Conhecer qual a importância dos proces-
sos legais de auditoria em enfermagem.
2. Verificar os protocolos e meios para ava-
liação do processo de auditoria em enfer-
magem.
3. Conhecer o envolvimento do profissional 
enfermeiro em outros tipos de auditoria.
4. Avaliar o uso eficiente de materiais e in-
sumos para controle e assistência.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
50/190
Introdução
A qualidade é uma meta de todos os pres-
tadores de serviços, por isso a melhoria da 
qualidade na assistência de enfermagem é 
foco de atenção dos profissionais enfermei-
ros. 
Os serviços de saúde, como parte de um sis-
tema, têm suas atividades comprometidas 
diretamente com a qualidade, resultados e 
com a satisfação do cliente. Em outra ver-
tente tem-se o crescente surgimento de no-
vos procedimentos e tecnologias, tornando 
os custos dos serviços cada vez maiores.
A auditoria tem crescido neste contexto 
como importante ferramenta para mensu-
ração na qualidade e nos custos atribuídos 
pelas instituições de saúde. Possibilitando 
comprovar deficiências nas atividades de-
senvolvidas e apontar alternativas preven-
tivas e corretivas e saneantes para tais ser-
viços. 
Todo processo de pagamento de mate-
riais, como medicamentos, procedimentos 
e outros serviços, está atrelado aos regis-
tros dos procedimentos executados pelos 
profissionais de enfermagem. O principal 
instrumento para tais análises são as ano-
tações realizadas pela enfermagem, utiliza-
das para o exercício das glosas de itens fa-
turados nas contas hospitalares.
Assim, a presença do profissional enfer-
meiro, nos processos de auditoria, torna-se 
fundamental, auxiliando na busca para a 
melhoria da qualidade, a partir de um ser-
viço seguro e eficaz; contribuindo com a re-
flexão profissional, facilitando a avaliação 
dos aspectos positivos ou negativos da as-
sistência.
 
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
51/190
1. Histórico da auditoria em en-
fermagem
A auditoria não se trata propriamente de 
uma atividade nova, na história é citada no 
antigo Egito, onde seus primeiros registros 
foram encontrados em 2600 a.C. Sua ori-
gem descrita como atividade provém da 
área contábil, cujos registros iniciais são do 
século XXII d.C. 
Com a Revolução Industrial, esta prática 
recebeu novas diretrizes na busca das ne-
cessidades empresariais. Na área da saúde, 
a auditoria surge pela primeira vez em tra-
balhos realizados pelo médico George Gray 
Ward em 1918, nos Estados unidos, onde se 
verificava a condição da assistência pres-
tada em termos de qualidade a pacientes 
através de registros em seus prontuários 
(KAWAMOTO, 1997).
No Brasil, a auditoria criou força nos últi-
mos 50 anos devido à necessidade dos pro-
fissionais em identificar a metodologia, os 
objetivos e a validade da auditoria. Também 
relacionada com a instalação de novas em-
presas internacionais, pois após serem im-
plantadas, estas empresas precisaram ter 
suas demonstrações financeiras auditadas. 
Neste período da auditoria, toda pessoa, 
que possuísse a função de verificar a legali-
dade dos fatos econômico-financeiros, po-
deria ser considerada como auditor.
A auditoria na enfermagem deixou de ser 
apenas um indicador da análise deregis-
tros como ferramenta administrativa para a 
avaliação do cuidado, tornando-se instru-
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
52/190
mento de garantia da dignidade do cuidado 
e da assistência. 
A auditoria em Enfermagem é fundamen-
tada na sistemática da qualidade da assis-
tência, para determinar se esta assistência 
ocorre de acordo com os padrões conside-
rados aceitáveis, mesmo por profissionais 
que não estejam envolvidos diretamente na 
sua execução. 
2. Principais finalidades da audi-
toria em enfermagem
A auditoria pode ser compreendida como a 
avaliação sistemática e formal de uma ati-
vidade ou do processo de qualidade da as-
sistência de enfermagem, considerada um 
processo educativo, onde não se busca os 
responsáveis por falhas, mas sim questio-
nar-se o porquê dos resultados. 
Pode ser realizada em várias instituições de 
saúde, como clínicas, hospitais, ambulató-
rios, home care e operadoras de planos de 
saúde. Sendo mais comuns as aplicações: 
operacional/concorrente, interna/externa, 
contínua/periódica, retrospectivas, total/
parcial; e avalia    itens indispensáveis no 
prontuário, como: anamnese, exame físico, 
Para saber mais
Segundo as leis de diretrizes profissionais — Lei 
n. 7.498/86 (ANEXO II), art. 11, inciso I, alínea h, e 
Decreto n. 94.406/87 (ANEXO III) que regulamen-
ta a lei, cabe ao enfermeiro privativamente a con-
sultoria, a auditoria e a emissão de parecer sobre 
matéria de enfermagem (artigo 8º, inciso I, alínea 
d do Decreto).
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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identificação do paciente, exames comple-
mentares com seus resultados, HD (hipóte-
ses diagnósticas), diagnóstico definitivo e 
o tratamento efetuado para embasamento 
de seus relatórios.
A Enfermagem abrange uma vasta área de 
atuação em auditoria. Enfermeiros audito-
res estão presentes nas instituições de saú-
de executando esta função como:
Auditores nos serviços de Educação Per-
manente/Continuada: É realizado por um 
profissional enfermeiro, responsável pela 
orientação de toda equipe multidiscipli-
nar que tem acesso ao prontuário, para de-
senvolver programas de conscientização e 
aperfeiçoamento sobre as implicações le-
gais envolvidas no preenchimento, clarean-
do as dúvidas, orientando de forma perma-
nente e contínua, avaliando os padrões dos 
registros de enfermagem para melhoria do 
serviço prestado e registrado.
Auditores do Serviço de Faturamento: Re-
alizado por profissional enfermeiro, respon-
sável pela análise das contas hospitalares, 
conferindo a compatibilidade entre o con-
teúdo descrito no prontuário e a cobrança 
efetuada pelo faturamento nas contas após 
alta do paciente.
Link
Para conhecer a opinião de enfermeiros sobre a 
auditoria, veja: Enfermeiro auditor. Disponível 
em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/de-
fault/files/46_auditoria.pdf>. Acesso em 30 
ago. 2017.
http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/46_auditoria.pdf
http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/46_auditoria.pdf
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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No trabalho realizado por enfermeiros den-
tro das instituições, as principais finalida-
des ou objetivos da auditoria de enferma-
gem são:
• Fornecer dados para melhoria dos 
processos de enfermagem, bem como 
na qualidade do cuidado de enferma-
gem;
• Identificar as áreas deficientes do ser-
viço com ou sem relação à assistência 
de enfermagem;
• Obter dados para a programação de 
formação e atualização profissional.
Para o alcance destes objetivos, o transcor-
rer do processo de auditoria pode ter classi-
ficações, as mais conhecidas são:
• Auditoria de custos: tem a finalidade 
de conferir e controlar o faturamento 
enviado para os planos de saúde, efe-
tuar visitas de rotina a pacientes inter-
nados, cruzando as informações rece-
bidas com as que constam no prontu-
ário do paciente e verificar exames e 
procedimentos realizados. Apura as 
características dos custos e gastos 
nos processos de pagamentos, anali-
sa as estatísticas, confere os sistemas 
de faturamento das contas médicas 
e indicadores hospitalares, elabora a 
partir destes dados os processos de 
glosas administrativas e contratuais.
• Auditoria de Cuidados: realiza, atra-
vés das anotações de enfermagem no 
prontuário do paciente, uma avalia-
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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ção sistemática da qualidade da as-
sistência prestada aos indivíduos. 
Existem outras duas classificações bastante 
utilizadas no meio de auditoria, como inter-
na ou externa. Na maioria das operadoras 
de planos de saúde a auditoria interna será 
realizada dentro das instalações da opera-
dora, pela análise das contas hospitalares, 
clínicas e laboratórios. Contudo, a auditoria 
externa será realizada dentro das instala-
ções da prestadora de serviço, pela análise 
das contas hospitalares após a alta do pa-
ciente, ou seja, in loco ou mesmo quando o 
paciente ainda estiver internado, pela aná-
lise do prontuário e por visita ao paciente.
A comissão de auditoria deve estar ligada 
ao departamento de enfermagem. O nú-
mero de membros depende do tamanho e 
tipologia da instituição ou operadora. Em 
certos casos, a enfermeira responsável pela 
EP (educação permanente) poderá efetuá-
-la, pois tem acesso a toda a equipe hospi-
talar, podendo também realizar o trabalho 
de conscientização da importância dos pro-
cessos.
Para melhor se guiarem e embasarem as 
análises, alguns instrumentos devem ser 
utilizados durante a auditoria, e é de grande 
importância para execução da mesma, pois 
estes que finalizam, indicam e comprovam 
os resultados. Segundo Kawamoto (1997), 
para que os atributos possam garantir grau 
de excelência a um indicador, devem dispor 
de: 
• Disponibilidade: dados devem ser 
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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acessíveis de fácil aquisição.
• Confiabilidade: os dados verdadeiros, 
fidedignos. 
• Validade: deve caracterizar o fenô-
meno, ser apenas voltado à função do 
que medir. 
• Simplicidade: deve facilitar os cálculos 
a partir das informações básicas con-
tidas. 
• Utilidade: as informações adquiridas 
devem ser aproveitadas para a toma-
da de decisão de quem coleta ou ge-
rencia o serviço.
• Discriminatoriedade: indicar altera-
ções que ocorram com o tempo, re-
fletir diferentes níveis de condições de 
saúde, epidemiológicos ou operacio-
nais. 
• Sensibilidade: ter o poder de distinguir 
as variações aleatórias e tendenciais 
do problema. 
• Abrangência: capacidade de sintetizar 
o maior número de condições ou fato-
res diferentes que afetam a situação 
que se quer descrever. 
• Objetividade: ser preciso, ter objetivos 
claros. 
• Baixo custo: custos financeiros altos 
podem inviabilizar a utilização roti-
neira.
Em qualquer um dos tipos de auditoria, os 
procedimentos básicos constituem em rea-
lizar a coleta de informações, que posterior-
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
57/190
mente serão analisadas frente a um padrão 
preestabelecido e elaborado. Contando 
com relatório que apresentará parecer de 
natureza técnica sobre o que foi auditado, 
sugestões que visam o aperfeiçoamento ou 
mesmo correção de problemas na assistên-
cia de enfermagem prestada.
Finalidades do prontuário do pacienteA principal ferramenta da auditoria é o pron-
tuário, possibilita a avaliação sistemática 
do processo de qualidade da assistência de 
enfermagem. A revisão dos prontuários dos 
pacientes é feita através da documentação 
contida nele. 
Os primeiros registros de casos clínicos em 
documentos foram na Grécia antiga. Hipó-
crates fez os primeiros registros de seus pa-
cientes no ano de 460 a.C. Em 1580, na Itá-
lia, Camilo de Lellis passou a exigir que den-
tre os documentos dos pacientes constasse 
a prescrição médica individual, alimentar 
relatórios de enfermagem e a passagem de 
plantão. Em 1877, o Hospital Geral de Mas-
sachussets, nos EUA, começou a arquivar os 
documentos clínicos, organizando assim o 
primeiro serviço de registros médicos. 
Para saber mais
No Brasil foi criada no ano de 1952 a Lei Alípio 
Correa Neto, pela qual passou a ser dever dos hos-
pitais documentar as histórias diárias completas 
de todos os pacientes em prontuários.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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O prontuário compõe vários registros, ou 
anotações descritivas e cronológicas da 
história de saúde de um determinado indi-
víduo com diagnósticos, terapias e atenção 
atribuída a seus cuidados durante o período 
em que esteve assistido em um serviço. In-
cluem-se neste as prescrições de enferma-
gem, evolução e registros de enfermagem, 
gráficos e ficha de controle hidroeletrolítico. 
As leis estaduais ou municipais e os serviços 
de controle, como os envolvidos na acredi-
tação, exigem que os hospitais e outros ser-
viços guardem estes registros no mínimo 
por cinco anos.
O prontuário com informações do paciente 
é um documento legal e serve como evidên-
cia processual. Os registros deste também 
podem servir como material para pesqui-
sas na área da saúde e para dados estatís-
ticos. Após alta, o prontuário fica arquivado 
no Serviço de Arquivo Médico e Estatística, 
conhecido nos hospitais como SAME, a todo 
retorno deste paciente o prontuário será 
novamente ativado. 
Existem hoje serviços onde ocorre a implan-
tação de prontuários eletrônicos, na tenta-
tiva de relacionar as informações contidas 
em diversos serviços de saúde interligados 
em rede. Este novo método traz benefícios 
na eficiência contínua nos serviços presta-
dos por todos os profissionais envolvidos 
com o prontuário. Integra os profissionais 
com a verdadeira missão da empresa, traz 
comodidade no atendimento, tanto para o 
paciente quanto para o profissional.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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Os prontuários eletrônicos podem tam-
bém auxiliar no desempenho e qualificação 
profissional, fazer buscas e estatísticas em 
tempo hábil para todos os setores. Nos pro-
cessos de auditoria, facilitam o copilar dos 
dados. Evitam a perda e duplicidade de in-
formações. A partir da implementação des-
se modelo de sistema, acredita-se em uma 
melhoria gradativa nos serviços de saúde e 
no desenvolvimento de grupos de pesqui-
sas e treinamento profissional.
Auditoria através dos registros de enfer-
magem 
A anotação de enfermagem é um registro 
de informações relativas ao paciente, or-
ganizada de tal maneira que reproduza a 
ordem como os fatos se sucedem. Estes re-
gistros não seguem normas rígidas ou pa-
dronização, mas seguir as resoluções que 
deem orientação para o mesmo é de grande 
importância a fim de buscar maior objetivi-
dade. 
Todos os dados ocorridos devem ser regis-
trados imediatamente após o fato, evitando 
esquecimentos e/ou falhas no cuidado por 
Link
A resolução do COFEN Nº 0514/2016 descreve os 
passos necessários para execução da anotação 
de enfermagem em prontuários. Disponível em: 
<http://www.cofen.gov.br/resolucao-co-
fen-no-05142016_41295.html>. Acesso em: 
30 ago. 2017.
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05142016_41295.html
http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05142016_41295.html
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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falta de comunicação. As anotações de en-
fermagem devem preservar a exatidão dos 
fatos, anotados com precisão e preservan-
do a verdade. Registros errados e a omissão 
de dados demonstram inexatidão. As ob-
servações devem ser especificadas, exatas, 
feitas de forma nítida e legível. 
A legislação prevê que é dever da equipe de 
enfermagem manter a anotação de perfeita 
forma. A lei 7.498, de 25 de junho de 1986, 
em seu artigo 14 ressalta a incumbência a 
todo pessoal de enfermagem da necessida-
de de anotar no prontuário do paciente to-
das as atividades da assistência prestada.
Entre as principais recomendações para 
os registros, é aconselhável serem feitos a 
caneta e nunca a lápis, não pular linhas ou 
Link
A resolução do COFEN 191/96 para execução da 
anotação de enfermagem e necessária a aten-
ção para alguns detalhes nas anotações de en-
fermagem, revogada pela RESOLUÇÃO COFEN 
Nº 0545/2017. Disponível em: COFEN (Brasília) 
(Org.).  RESOLUÇÃO COFEN Nº 0545/2017:  Ano-
tação de Enfermagem e mudança nas siglas das 
categorias profissionais. 2017. Disponível em: 
<http://www.cofen.gov.br/resolucao-co-
fen-no-05452017_52030.html>. Acesso em: 
30 ago. 2017.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
61/190
deixar espaços vazios, a cor da tinta deve 
ser preferencialmente azul ou preta, utilizar 
os impressos próprios do serviço, preencher 
adequadamente o cabeçalho, indicar sem-
pre o horário, data, ler as anotações ante-
riores antes de realizar qualquer outro re-
gistro, não rasurar, utilizar sequência lógica, 
evitar vocabulários desnecessários, utilizar 
a terminologia própria para a área de atu-
ação, checar sempre todas as prescrições 
médicas e de enfermagem, assinar todos os 
procedimentos anotados e também as ano-
tações realizadas. 
No decorrer de processos de auditorias, fre-
quentemente são constatadas ausências 
de dados básicos para o esclarecimento de 
determinadas ações realizadas pela equipe, 
bem como registros feitos de forma indevi-
da, por este motivo estas recomendações 
devem ser realizadas sempre em proces-
sos de auditoria nos relatórios, pois a não 
adequação das anotações de enfermagem 
acarretará um processo de auditoria mais 
lento, e poderá confundir o auditor quanto 
à exatidão do procedimento prestado.
Devido a este fato, a prática de glosas dos 
itens faturados nas contas hospitalares tem 
sido significativamente menor do que pode-
ria ser realizada para diminuir o orçamento 
das instituições.
As glosas/correções são aplicadas quando 
alguma situação gerar dúvidas em relação 
às regras ou práticas adotadas pela institui-
ção de saúde, gerando conflito na relação 
entre plano de saúde e prestador de servi-
ços.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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Para saber mais
A Agência Nacional de Saúde Suplementar é uma 
agência reguladora vinculada ao Ministério da 
Saúde (MS) do Brasil, que regula o mercado de 
planos privados de saúde por determinação da Lei 
n° 9.656, de 3 de junho de 1998.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
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Glossário
Glosas: cancelamento ou recusa, parcial ou total, de orçamento, conta, verba, por serem consi-
derados ilegais ou indevidos.
SAME: Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME), responsável pela organização, guarda e 
preservação de prontuários médicos.Está presente em todo sistema hospitalar.
Home Care: termo de origem inglesa, em que a palavra significa cuidados no lar, ou seja, são os 
cuidados prestados por profissionais de enfermagem e outros na residência do cliente.
Operadoras de planos de saúde: É a representação da pessoa jurídica que opera, administra, 
comercializa ou disponibiliza planos de saúde ou convênios.
Questão
reflexão
?
para
64/190
Sendo o prontuário médico uma das principais ferra-
mentas a serem utilizadas na auditoria; o prontuário 
contendo todas as anotações e cuidados prestados aos 
pacientes; constando no prontuário todo material e 
tempo dispensado ao cuidado. Qual sua opinião a estas 
anotações serem subjetivas, incompletas e desconexas?
65/190
Considerações Finais
• A auditoria em Enfermagem é fundamentada na sistemática da qualidade 
da assistência, nos custos hospitalares e em recursos materiais. 
• As principais finalidades ou objetivos da auditoria de enfermagem são de 
fornecer dados para melhoria dos processos de enfermagem, bem como na 
qualidade do cuidado e identificar as áreas deficientes do serviço.
• O profissional enfermeiro busca na auditoria não apenas manter as normas 
e obedecer a padrões de qualidade, mas também obter dados para a pro-
gramação de formação e atualização profissional baseado nas não confor-
midades.
• O prontuário com informações do paciente é um documento legal e serve 
como evidência processual. É um dos principais instrumentos para realiza-
ção de auditorias.
Unidade 3 • Auditoria em enfermagem: aspectos legais; fluxogramas e protocolo para análises em prontuário; uso eficiente 
de materiais e insumos, controle da assistência
66/190
Referências 
KAWAMOTO, Emilia Emi. Fundamentos de Enfermagem. 2ª ed. São Paulo: EPU, 1997.
ADAMI, N. P., MARANHÃO, A. M. S. A. Qualidade dos serviços de saúde: conceitos e métodos 
avaliativos. Acta Paul Enferm, 1995; 8(4): 47-55.
ATTIE, W. Auditoria conceitos e aplicações. São Paulo, SP: Atlas, 2011.
COREN, Conselho Regional de Enfermagem. Principais legislações para o exercício da enfer-
magem. São Paulo, SP: COREN, 2003.
FARACO, M. M.; Albuquerque, G. L. Auditoria do método de assistência de enfermagem. Rev Bras 
Enferm, 2004; 57(4):421-4.
67/190
1. A auditoria criou força nos últimos 50 anos no Brasil devido a que? 
a) À globalização
b) À política internacional
c) A novas colonizações 
d) A novas empresas internacionais
e) À competitividade do mercado
Questão 1
68/190
2. Quanto à auditoria em saúde, podemos afirmar que:
a) É fundamentada na sistemática da qualidade da assistência 
b) É fundamentada nos custos 
c) É fundamentada em encontrar erros 
d) É fundamentada na busca por glosas hospitalares
e) É fundamentada apenas na busca de inconformidades hospitalares
Questão 2
69/190
3. A auditoria em enfermagem pode ocorrer em:
a) Hospitais, apenas
b) Apenas no SUS
c) Somente em operadoras de planos de saúde
d) Pode ser realizada em várias instituições 
e) Apenas nas empresas privadas
Questão 3
70/190
4. Quais as classificações mais utilizadas para a auditoria em enfermagem?
a) Auditoria de serviço e médico
b) Auditoria de compras e interna
c) Auditoria interna e externa
d) Auditoria interior e exterior 
e) Auditoria in loco e regional
Questão 4
71/190
5. Quanto às principais finalidades do prontuário médico, podemos afirmar 
que:
a) Serve de material para escrita do paciente
b) Determina o diagnóstico do paciente
c) Serve de arquivo para todo tipo de fim referente ao paciente
d) Serve apenas para o Serviço de Arquivo Médico e Estatística 
e) Serve de documento legal, como evidência processual.
Questão 5
72/190
Gabarito
1. Resposta: D.
A auditoria vem criando forças desde me-
ados dos anos cinquenta, principalmente 
pela instalação de novas indústrias no Bra-
sil.
2. Resposta: A. 
A auditoria em enfermagem, no decorrer 
dos anos, deixou de ter um caráter voltado 
apenas para os custos hospitalares e passou 
a se preocupar com a sistemática da quali-
dade da assistência. 
3. Resposta: D.
A auditoria pode ocorrer em qualquer ins-
tituição, pública ou privada, desde que esta 
seja a necessidade e vontade da instituição.
4. Resposta: C.
A auditoria pode ter várias classificações 
dependendo do local que acontece, da fina-
lidade que se destina e do tipo de auditor. 
Porém as mais utilizadas em enfermagem 
são as auditorias internas e externas.
5. Resposta: E.
O prontuário médico é o documento onde 
são guardadas as informações referentes à 
condição de saúde do paciente, tendo valor 
processual e legal.
73/190
Unidade 4
Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos
Objetivos
1. Apresentar as principais atribuições 
do enfermeiro auditor 
2. Conhecer os processos de auditoria 
em enfermagem
3. Conhecer os principais aspectos éti-
cos e legais envolvidos na auditoria 
em enfermagem.
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos74/190
Introdução
Com a evolução da assistência à saúde, a 
evolução tecnológica e a rapidez no consu-
mo de serviços de saúde, surge também a 
necessidade de os profissionais possuírem 
mais conhecimentos, tornando-se impres-
cindível o aprofundamento sobre os pro-
cedimentos envolvidos em auditoria. Pois 
neste cenário, as instituições carecem de 
diminuir perdas, reduzir custos e eliminar 
os desperdícios hospitalares, sem perder a 
qualidade da assistência ao cliente. A En-
fermagem é o maior consumidor interme-
diário dos serviços de saúde, sendo natural 
que sobre ela recaia grande parte da res-
ponsabilidade de conter custos. Várias são 
as funções dos enfermeiros nas instituições 
de saúde, a auditoria está entre estas fun-
ções, sendo que, segundo o Conselho Re-
gional de Enfermagem, é privativo do en-
fermeiro exercer todas as atividades de en-
fermagem, cabendo-lhe a consultoria, au-
ditoria e emissão de parecer sobre matéria 
de Enfermagem. Para que esta função seja 
realizada de forma correta, longe de negli-
gências e imperícias, o enfermeiro precisa 
conhecer os principais procedimentos a se-
rem realizados na execução de suas funções 
como auditor e durante o conduzir de pro-
cessos auditais. Cabe ao enfermeiro auditor 
o conhecimento tanto das funções opera-
cionais, quanto das leis e pareceres acerca 
dos procedimentos em auditoria, sem es-
quecer-se de manter uma postura ética. 
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos75/190
1. Atribuições do Enfermeiro Au-
ditor 
Os primeiros trabalhos registrados em au-
ditoria de enfermagem foram publicados 
em 1955, no Hospital Progress (EUA). Hoje 
a auditoria tem sua atuação em variados 
campos, sendo eles hospitalares, saúde pú-
blica, convênios médicos, agências de saú-
de e atenção domiciliária.
Os programas de auditoria constituem pro-
cessos constantes com funções que ga-
rantam a qualidade assistencial, buscando 
sempre melhores padrões para que os clien-
tes recebam uma assistência cada vez mais 
aprimorada, segura e com menos riscos. 
Com a existência de programas de auditoria, 
os profissionais envolvidos são motivados a 
prestar melhor assistência, proceder regis-
tros mensuráveis, e a participarem dos pro-
cessos. Com a retroalimentação constante e 
a correção de deficiências a curto prazo, há 
melhoria também dos processos de treina-
mento em serviço e técnicas assistenciais.
Auditoria na enfermagem é um dos princi-
pais instrumentos de controle da qualidade 
do trabalho, sendo utilizada pela chefia de 
serviços de enfermagem, supervisores e ad-
Para saber mais
A Sociedade Brasileira de Enfermeiros Auditores 
em Saúde (SOBEAS) possui um site com informa-
ções importantes que podem ajudar a conhecer 
mais sobre a auditoria para esta categoria.
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos76/190
ministradores com o objetivo de melhorar a 
qualidade do cuidado prestado. A qualidade 
da assistência prestada em uma determina-
da instituição pode caracterizara qualidade 
de forma total, sendo o serviço visto a partir 
desta avaliação como um serviço de exce-
lência ou não. 
Devido à importância desta avaliação para 
as instituições, as mesmas não podem ser 
feitas de forma empírica, sem fortes bases 
nas constatações realizadas por um proces-
so baseado num sistema de referência que 
permita uma comparação sistemática. Tal 
sistematização deve provir como resultado 
de investigações e estudos profundos sobre 
a prática de enfermagem, estes estudos da-
rão subsídios para estabelecer critérios de 
comparativos do que se pretende avaliar.
Na auditoria em enfermagem também po-
dem ocorrer variâncias da forma de execu-
ção dos processos. Este fator está relacio-
nado quanto ao tipo de auditoria a ser exe-
cutada, não sendo apenas a área de atuação 
do enfermeiro a auditoria em enfermagem, 
ou seja, dos processos de enfermagem, pois 
este profissional pode atuar em outros di-
versos tipos de auditoria.
Para saber mais
Vários são os tipos de auditoria realizados em 
instituições de saúde. Segundo as normas inter-
nacionais de auditoria interna do The Institute of 
Internal Auditors, que explica todas estas aborda-
gens.
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos77/190
assistência do paciente, utilizando os regis-
tros de enfermagem, são a auditoria pro-
priamente dita.
Dentro dos processos de auditoria, o en-
fermeiro que participa destes é conheci-
do como enfermeiro auditor. O enfermeiro 
auditor tem dentro do processo algumas 
responsabilidades e competências, como: 
dominar a legislação vigente; atuar em con-
cordância da mesma; agir com ética, dentro 
dos preceitos do exercício da profissão; do-
minar o conteúdo da composição da con-
ta hospitalar; conhecer os contratos entre 
prestadores de serviços e operadoras de 
planos de saúde; manter-se atualizado so-
bre os aspectos científicos da enfermagem 
(MOTA, 2003).
Essas atividades na auditoria em enferma-
gem são registradas em relatórios ou fazem 
parte do prontuário do paciente, onde cons-
tam informações para sua avaliação das 
ações e evolução. Lembrando que no pron-
tuário médico se encontram as prescrições 
médicas e de enfermagem, evolução do pa-
ciente, anotações das equipes multiprofis-
sionais, procedimentos realizados, histórico 
das doenças, exames laboratoriais, entre 
outras documentações.
Para auxiliar as avaliações realizadas por 
meio destes registros são necessários pa-
drões preestabelecidos que definam qual/
como e quando a assistência deveria  ser 
prestada. Estes processos sistematizados, 
que buscam encontrar os padrões de cui-
dados de enfermagem a serem seguidos na 
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos78/190
Para a sua atuação prática, o enfermeiro 
auditor deve executar várias condutas fren-
te ao material que irá analisar, entre elas es-
tão: 
Prontuário médico: audita concordância 
das prescrições e das evoluções médicas 
com as anotações de enfermagem; utiliza-
ção de materiais conforme orientação mé-
dica; tempo de cirurgia nos relatórios de 
anestesia; materiais e medicamentos usa-
dos no centro cirúrgico conforme relatório 
de anestesia, administração e prescrição de 
medicamentos conforme prescrição.
Posto de enfermagem: auditar possibilidade 
de fracionamento e compartilhamento de 
medicamentos; validade estabelecida, reu-
tilização, periodicidade de troca e qualida-
de de materiais descartáveis; conservação 
e calibração dos equipamentos utilizados 
nos pacientes; tipo de acomodação do pa-
ciente; protocolos de enfermagem da Co-
missão Infecção Hospitalar; protocolo mé-
dico; além de checagem precisa, verificar o 
aprazamento, medicamentos, multidoses, 
fracionamento de pomadas, estabilidade 
de medicamento.
Contas médicas: auditar o número de diá-
rias; tipo de acomodação; porte da sala de 
cirurgia; serviços complementares; taxas 
hospitalares; quantidade de materiais e 
medicamentos. Avaliando cabeçalho, iden-
tificação do local de atendimento, identifi-
cação do cliente, identificação do médico 
assistente, identificação do procedimento 
realizado, diárias, taxas, discriminação dos 
materiais e medicamentos; honorários mé-
dicos.
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos79/190
 
O material a ser analisado dentro dos pro-
cessos de auditoria está diretamente liga-
do ao processo de enfermagem, ou seja, as 
práticas realizadas dentro da atuação des-
tes profissionais. Dentro de cada ação são 
estabelecidos padrões e registros do cuida-
do que deverá ser avaliado como perguntas 
padrão.
Para cada pergunta será atribuído um nú-
mero determinado de pontos, pela quanti-
dade dos pontos realiza-se um julgamento 
da qualidade dos cuidados prestados com-
parados aos níveis estabelecidos. Esta clas-
sificação pode ser definida de diferentes 
formas, dependendo do autor, como base 
da metodologia, porém os níveis mais utili-
zados são classificados em excelente, muito 
bom, bom, regular e insuficiente. A análise é 
feita de acordo com a relação a cada função 
frente à soma total das funções.
Para Kurcgant (1976), alguns fatores devem 
ser levados em consideração ao realizar-se 
uma auditoria em enfermagem nestes mol-
des: 
Para saber mais
Para melhor realizar um processo de auditoria, 
conhecer algumas ferramentas que permitam 
esse trabalho é necessário. Estas informações 
podem ser encontradas nas Tabelas da Associa-
ção Médica Brasileira, disponíveis no site <http://
amb.org.br/>; em resoluções do CRM - Conselho 
Regional de Medicina e nas revistas Simpro e Bra-
síndice.
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos80/190
a) A auditoria não avalia o cuidado pres-
tado a pacientes internados ou em tra-
tamento, mas sim realiza uma auditoria 
retrospectiva da assistência prestada, 
ou seja, após a alta hospitalar. Para pa-
cientes internos ou em tratamento, são 
utilizados para avaliação dos cuidados 
outros instrumentos, como a avaliação 
do plano de cuidado. 
b) A auditoria em enfermagem não ava-
lia a assistência total do paciente, este 
inclui a atuação de outros profissionais 
que participam desse cuidado. Para a 
avaliação da assistência total seria ne-
cessária uma auditoria integrada com 
equipe de auditoria ampliada. 
c) A auditoria de enfermagem é limitada 
à avaliação do cuidado de enfermagem 
do paciente, não tem finalidade puniti-
va, verificando apenas o cuidado, sen-
do os erros detectados e analisados 
quanto à natureza do significado. For-
necendo indicadores e subsídios para a 
modificação de procedimentos, fluxos e 
técnicas, que são de responsabilidade 
administrativa. 
d) A auditoria não tem como objetivo pri-
mordial a melhoria dos registros de 
enfermagem,  porém chama a atenção 
para as características básicas do cui-
dado de enfermagem, consequente-
mente fornecendo elementos para a 
melhoria dos registros. 
Unidade 4 • Atribuições do enfermeiro auditor: aspectos legais e éticos81/190
A auditoria não se limita à simples verifica-
ção dos fatos, estes são analisados deta-
lhadamente pelo auditor, incluindo as con-
dições favoráveis à melhoria do serviço de 
enfermagem. O processo auditorial exige 
pessoal devidamente credenciado com ca-
racterísticas de eficiência e desempenho. 
O auditor, no desempenho de suas fun-
ções, provavelmente encontrará limitações, 
como a existência de fatores imponderá-
veis, dificuldade na mensuração dos dados, 
valores referentes ao hospital e não a cada 
clínica e parâmetros não correspondentes 
à realidade local. Fatores estes que podem 
diminuir a excelência dos relatórios. Assim, 
o auditor deve se guiar em alguns critérios 
preestabelecidos como metas para a equipe 
de auditoria. 
Os serviços de enfermagem, ao solicitarem 
uma auditoria, devem ter objetivos claros, 
precisos e mensuráveis, permitindo com-
binar as condições de pessoal, ambiente e 
equipamento com a situação do paciente e 
compará-los a padrões estabelecidos. Estar 
atentos

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