Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
8ª ETAPA – MÓDULO 01 – PROBLEMA 02: OBESIDADE INTRODUÇÃO • DEFINIÇÃO: É o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corpórea, até um nível em que a saúde seja comprometida. (OMS-1998) • Trata-se de uma doença crônica complexa e multifatorial, com aumento do risco de complicações: o Diabetes Miellitus 2 o Doenças Cardiovasculares ▪ Hipertensão, IAM e AVE o Osteoartropatias degenerativas ▪ Principalmente de membros inferiores o Esteato-hepatite não alcoólica o Neoplasias ▪ Cânceres colorretal, de próstata, de estômago, de mama e de endométrio. o Apneia do sono • Possui dimensões sociais, biológicas e psicossociais consideráveis • Afeta indivíduos de todas as idades, de qualquer grupo socioeconômico, em quase todas as regiões do planeta. EPIDEMIOLOGIA • É uma das condições mais comuns no atendimento médico primário. o Prevalência triplicou desde 1980, tanto em países subdesenvolvidos, como em desenvolvimento. • Epidemia do século XXI • Atualmente, 1,6 bi de adultos estão acima do peso • No Brasil, as regiões sul e sudeste possuem o maior número de casos. o 40% da população adulta tem sobrepeso o 10% apresenta obesidade • EUA: dois em cada três americanos são obesos. o Responsável por 300.000 mortes/ano • Estudos têm demonstrado que apenas o tratamento clínico, com dieta, uso de medicações e exercício físico, vem apresentando taxa de sucesso insatisfatória no manejo de obesos mórbidos o Aumento no número de casos tratados cirurgicamente • Atualmente, o by-pass gástrico em Y de Roux ainda é uma das técnicas mais realizadas no mundo • A gastrectomia em manga laparoscópica (Sleeve gastrectomy) vem cada vez mais ganhando espaço. o De acordo com o Sabiston, esta técnica é a que mais cresce na atualidade e provavelmente será a mais utilizada no futuro pelos cirurgiões bariátricos. DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO • Existem vários métodos para se diagnosticar o excesso de gordura corpórea, como: DENSITOMETRIA DE COMPOSIÇÃO CORPORAL (DEXA) • É realizada em um equipamento chamado densitômetro através da absorção de raios-X de dupla energia (DEXA ou DXA), que mede a densidade de massas magra (músculos), gordurosa e óssea do corpo inteiro e em distribuições específicas • A radiação utilizada no exame é muito baixa, sendo muito inferior comparada aos exames radiológicos convencionais • O aparelho realiza um rápido escaneamento de aproximadamente 10 minutos. • O DXA faz análises transversas do corpo inteiro, em intervalos de 1cm da cabeça aos pés, e a partir dos seus resultados podemos quantificar a massa magra (muscular), massa óssea, massa gorda, percentual de gordura, percentual de massa muscular e a medida da gordura visceral. • É uma técnica avançada e considerada "padrão ouro” para avaliação dos compartimentos corporais teciduais: gordura, músculo e osso. • O exame fornece o percentual de massa gorda em relação à massa total e o percentil correspondente (relativo ao grupo populacional de referência), além de outros índices, como o Fat Mass Index (FMI), dividindo a massa gorda total pela superfície corporal. BIOIMPEDÂNCIA • A bioimpedância elétrica é um exame destinado à avaliação da composição corporal, estimando a massa magra, gordura corporal, água corporal total, entre outros dados. • Preparo: Jejum de 4 h de alimentos e bebidas. Por 24h antes do exame não praticar atividade física; urinar um pouco antes para o realizar o exame de “bexiga vazia”; retirar todos adornos metálicos antes de realizar o exame • O exame é realizado em uma maca, onde serão colocados eletrodos nas mãos e pés do paciente, que emitirão uma corrente elétrica suave que passará entre os tecidos corporais do organismo. Após iniciado o exame tem duração de cerca de 2 minutos. Durante o exame o paciente não poderá se mexer. • Contraindicação: Gestantes e portadores de marcapasso. PLICOMETRIA • Avalia e mensura a gordura corporal através da medida das dobras cutâneas, sendo considerada como um método prático e útil e de precisão o qual diminui conforme o grau de obesidade. • Os locais que mais refletem a adiposidade são: tricipital, bicipital, subescapular e supra-ilíaco. % Gordura corporal = (0.41563 x soma das dobras cutâneas) – (0.00112 x quadrado da soma das dobras cutâneas) + (0.03661 x idade) + 4.03653, onde os locais medidos (em milímetros) são o abdómen, tríceps e suprailíaco. % de Gordura Corporal = (0.29288 x soma das dobras cutâneas) – (0.0005 x quadrado da soma das dobras cutâneas) + (0.15845 x idade) – 5.76377, em que os locais para medir as dobras cutâneas (medidos em mm) são o abdómen, tríceps, coxa e suprailíaco. MEDIÇÃO DE ÁGUA CORPÓREA TOTAL USANDO ISÓTOPOS MARCADORES • Diluição de óxido de deutério • A Diluição Isotópica é reconhecida como um método de referência atual para medida da água corporal total (ACT), a partir da qual a massa livre de gordura pode ser calculada. • É um método baseado na medida da água corporal total admitindo-se que o tecido corporal magro é constituído por 73,2% de água em adultos. • O princípio básico das técnicas de diluição é que o volume de um compartimento pode ser definido como a razão da dose de um marcador, administrado por via oral ou endovenosa, para a sua concentração em dado compartimento corporal, dentro de um curto espaço de tempo após a sua administração • O deutério é um isótopo de hidrogênio, com grande facilidade de distribuição nos espaços corporais que tem sido utilizado como marcador biológico do estado nutricional, por mostrar-se seguro e isento de efeitos prejudiciais relevantes OUTROS: • Determinação de densidade corpórea por imersão em água, tomografia, ultrassom, etc IMC • Pelo seu alto custo, tais métodos são um pouco mais restritos • O método mais simples, econômico e rápido para diagnóstico é pelo cálculo simples: o IMC (Índice de Massa Corporal): IMC = Peso(kg)/[Altura(m)]² Classificação da obesidade segundo o Índice de Massa Corpórea (IMC) e o risco de doença – OMS IMC Classificação Grau de Obesidade Risco de Doença < 18,5 Baixo peso 0 Elevado 18,5-24,9 Normal 0 Normal 25,0-29,9 Sobrepeso 0 Pouco Elevado 30,0-34,9 Obesidade I Elevado 35,0-39,9 Obesidade II Muito Elevado ≥ 40,0 Obesidade Grave III Extremamente Elevado • Limitações: Não distingue a composição corpórea e pode ser falseado em condições como anasarca ou cifose. o Indivíduos muito musculosos podem apresentar elevado IMC pelo grande teor de massa muscular. o Edema generalizado leva a acúmulo de água que falseia o peso real da pessoa. o Cifose senil diminui a estatura e pode falsear positivamente o IMC • Sobrepeso: ainda não está na faixa da obesidade, mas encontra-se acima do peso normal. o O risco de problemas de saúde relacionados à obesidade começa a se elevar a partir daí. o Esta categoria é considerada “médio risco”, quando comparada ao chamado “peso ideal” • Obesidade I: o risco de complicações começa a aumentar em progressão geométrica! o A obesidade leve (grau I) já é considerada “alto risco” • Obesidade II: “muito alto risco” o O risco de morte prematura é 2x maior. • Obesidade III: “extremo alto risco” o Mulheres nessa faixa possuem 13x maior risco de morte súbita e homens 4x. AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL • Uma forma objetiva de avaliar essa distribuição é através da medição do Perímetro da Cintura (PC) e da Relação Cintura-Quadril (RCQ). • Segundo a OMS, em pacientes caucasianos, um perímetro de cintura ≥ 94 cm no homem (ou RCQ maior que 0,9), ou ≥ 80 cm na mulher (ouRCQ maior que 0,85) acarreta maior risco de complicações metabólicas, principalmente hipertensão arterial. TIPOS DE OBESIDADE E SEUS RISCOS • ANDROIDE/CENTRÍPETA/CENTRAL: o Região abdominal ou acima da cintura ▪ Subcutâneo e visceral (omento e mesentério) o Maior risco de complicações metabólicas e cardiovasculares • GINECOIDE o Região coxofemoral o Problemas musculoesqueléticos e insuficiência venosa nos membros inferiores. • Em crianças, a obesidade é definida por um IMC maior que o percentil 95 para sexo e idade. • Nos pacientes com mais de 60 anos de idade, devido à progressiva perda de massa muscular (sarcopenia), que se acompanha de um aumento proporcional no tecido adiposo, considera-se como normal um IMC na faixa > 22 e < 27. FATORES DE RISCO • Os principais fatores de risco para obesidade primária são: o História familiar (a obesidade é uma doença de forte componente genético, aliado ao ambiental), os baixos níveis socioeconômicos e o sexo feminino. ETIOLOGIA • A etiologia da obesidade é complexa e multifatorial • Interação de genes, ambiente, estilos de vida e fatores emocionais. • Obesidade Primária o 95-99% das vezes, a patogênese exata não é conhecida • Obesidade Secundária o 1-5% restantes, uma causa pode ser estabelecida o Síndrome de Cushing. o Hipotireoidismo. o Insulinoma. o Síndrome dos ovários policísticos. o Doença hipotalâmica. o Síndrome de Prader-Willi. o Síndrome de Bardet-Biedl. o Cirurgia hipotalâmica. o Distúrbios psiquiátricos: - Depressão; - Síndromes compulsivas o Uso de medicações: Anticoncepcionais orais antigos, Corticosteroides, Betabloqueadores, Antidiabéticos (sulfonilureias, insulina, glitazonas), Antidepressivos: tricíclicos e paroxetina, Neurolépticos (olanzapina, clozapina, clorpromazina), Anticonvulsivantes (valproato, gabapentina, carbamazepina), Sais de lítio e Inibidores da protease. FISIOPATOGENIA • Não existe uma teoria única e universalmente aceita para explicar a obesidade na maioria dos pacientes. • Preceitos básicos: Obesidade é provocada pelo acúmulo de tecido adiposo no corpo, composto pelos adipócitos, reveste as vísceras e está presente no subcutâneo. • Todo excesso de “energia” absorvido pelo organismo é armazenado sob a forma de triglicerídeos nos adipócitos “o excesso de energia acumulada” • Para manter o peso normal do corpo, a quantidade de quilocalorias consumida nos alimentos deve ser igual à quantidade gasta pelo metabolismo basal e pelas atividades diárias. • Ou seja, ninguém se tornará obeso ou subnutrido se: ENERGIA CONSUMIDA = ENERGIA GASTA • Porém, diferentes variáveis se interrelacionam de formas diferentes em cada pessoa... • Por exemplo: o consumo de alimentos depende de centros hipotalâmicos que regulam o apetite (“fome”) e a saciedade, os quais são estimulados ou inibidos por atividade neural e por hormônios provenientes do tubo digestivo, pâncreas e do próprio tecido adiposo. • Um hormônio denominado leptina é secretado pelos adipócitos em resposta à hiperalimentação e ao ganho de gordura corporal. o Inibe o apetite e ativa a saciedade, ao bloquear a liberação hipotalâmica do neuropeptídeo Y (“o maior estimulante central do apetite”) e ao mesmo tempo estimular a secreção do alfa- -MSH (um promotor de saciedade), derivado da POMC (pró-opiomelanocortina). • Durante certo tempo, os estudiosos acharam que a obesidade primária pudesse ser causada pela deficiência de leptina ou pela resistência central à leptina, até que esta teoria foi abandonada, pois quase todos os obesos possuem níveis altos de leptina, e não há sinais bioquímicos de resistência central a este hormônio. • Na verdade, a leptina é um marcador da obesidade: quanto mais obeso o paciente, maior é o nível plasmático de leptina. • A leptina é importante fisiologicamente para evitar a desnutrição: quando o indivíduo se alimenta pouco e perde peso, há um bloqueio fisiológico de sua produção pelos adipócitos, estimulando o apetite e fazendo a pessoa ingerir mais alimentos... • Assim como a leptina, diversas outras substâncias ou respostas neurais influem sobre o hipotálamo, regulando a relação apetite-saciedade. o Umas são liberadas perifericamente (tal como a leptina), e outras, no próprio sistema nervoso central. o Umas são anorexígenas (inibem o apetite ou estimulam a saciedade) e outras são orexígenas (aumentam o apetite e inibem a saciedade). • Após uma refeição, a resposta vagal e diversos hormônios liberados (colecistoquinina, peptídeo YY, peptídeo glucagon-like tipo 1 etc.) inibem a vontade de comer, mas existe um hormônio, chamado grelina, liberado pelo estômago e duodeno, que tem o efeito contrário: aumenta o apetite. • No sistema nervoso central: o OREXÍGENOS: o neuropeptídeo Y (principal) o ANOREXÍGENOS: a serotonina, a noradrenalina, o alfa-MSH, o CRH, o TRH e o fator de transcrição regulado pela cocaína e anfetamina. GASTO ENERGÉTICO DIÁRIO • Cerca de 70% do gasto energético é dado pela Taxa Metabólica Basal (TMB) o Definida com o paciente deitado, acordado e em jejum (após uma noite de sono). • Ela varia muito entre as pessoas, sendo encontrada numa faixa entre 1.200- 3.000 kcal/dia. • A TMB é proporcional ao peso magro do indivíduo e é menor nas mulheres. • Cerca de 10% de nosso gasto energético ocorre após uma refeição, pela termogênese dos alimentos. • Os 20% restantes dependem das nossas atividades físicas, uma porção inexistente nos indivíduos sedentários. • Dois conceitos básicos sobre o gasto energético diário são importantes no tratamento da obesidade: o (1) quando um obeso perde peso, automaticamente há uma redução da taxa metabólica basal, numa tentativa de fazê-lo voltar a seu peso anterior; o (2) a taxa metabólica basal nunca cai abaixo de 1.200 kcal/ dia, o que significa que não há necessidade de uma dieta que ofereça menos do que 1.200 kcal/dia para tratar a obesidade. SÍNDROME METABÓLICA • Síndrome Metabólica (SM), já chamada também de síndrome X, síndrome da resistência à insulina ou “quarteto da morte”. • Síndrome Metabólica corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica. EPIDEMIOLOGIA • EUA: 28% para homens e 30% para mulheres, aumentando conforme a idade. • No Brasil, em torno de 18 homens e 30% mulheres. • Pode-se dizer, assim, que ela é mais prevalente nos idosos e mulheres. DIAGNÓSTICO • De acordo com a I Diretriz Brasileira para Síndrome Metabólica (I-DBSM) e o NCEP-ATP III (National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III), para confirmar a síndrome, o paciente deve ter pelo menos três dos cinco critérios o Circunferência abdominal ▪ Mulheres > 88 cm ▪ Homens > 102 cm o Pressão arterial sistólica ≥ 130 ou diastólica ≥ 85 mmHg o Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl o HDL-Colesterol ▪ Mulheres < 50 mg/dl ▪ Homens < 40 mg/dl o Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dl • O diagnóstico de SM também pode ser feito com base nos critérios da OMS, o que inclui: o 1. em indivíduos com intolerância à glicose (TOTG ou glicemia de jejum), presença de dois ou mais dos seguintes fatores de risco: ▪ a) hipertrigliceridemia ≥ 150 mg/dl; ▪ b) HDL ≤ 35 mg/dl para homens e ≤ 39 mg/dl para mulheres; ▪ c) PA ≥ 140/90 mmHg ou uso de medicação anti-hipertensiva; ▪ d) relação cintura/quadril (RCR) > 0,9 (homens) ou ≥ 0,85 (mulheres) ou IMC ≥ 30 kg/m²; ▪ e) microalbuminúria ≥ 20 µg/min ou relação albumina/creatinina ≥ 30 mg/g. o 2. em indivíduos sem intolerância à glicose, presença de pelo menos dois dos critérios acima, associados à resistência à insulina (determinada pela insulina de jejum ou pelo HOMA-IR). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Além dos fatores que já compõem a síndrome como hipertensão e obesidade, o quadro clínico do portador de SM pode ser marcadopor outros achados. • É importante termos a noção de que a hiperinsulinemia gerada estimularia receptores de alguns tecidos não resistentes, provocando alterações tróficas. • Os grandes representantes seriam a pele, o fígado e as células da teca ovariana, e deste estímulo teríamos respectivamente: o Acantose nigricans: dermatose caracterizada por lesões hiperpigmentadas, aveludadas e hiperceratósicas, localizadas simetricamente nas axilas, dorso cervical e/ou virilhas. ▪ Existe também a acantose nigricans como síndrome paraneoplásica de alguns tumores, especialmente o câncer gástrico. ▪ Neste caso, a dermatose é mais difusa e pode acometer as mucosas e a região palmoplantar. o Esteatose hepática: acúmulo de gotículas lipídicas nos hepatócitos, provocando hepatomegalia e hiperecogenicidade característica à USG. ▪ Alguns desses pacientes evoluem com esteato-hepatite não alcoólica (NASH), uma desordem com potencial de evolução para cirrose hepática. • Hiperandrogenismo: manifestando-se com hirsutismo, acne e implantação masculina dos pelos. o Pode vir como um componente da síndrome dos ovários policísticos (Stein- -Leventhal), caracterizada por múltiplos cistos ovarianos, amenorreia, esterilidade, além do hiperandrogenismo. o Os ovários dessas pacientes produzem quantidade maior de testosterona pelas células da teca. • OUTROS ACHADOS: hiperuricemia, síndrome da apneia do sono. TRATAMENTO • Inclui terapia não farmacológica e farmacológica para cada um dos distúrbios apresentados pelo paciente. TERAPIA NÃO FARMACOLÓGICA: • Plano alimentar associado à atividade física para redução de peso. • Medidas como o controle de situações estressantes, cessação do tabagismo e ingestão limitada de bebida alcoólica. TERAPIA FARMACOLÓGICA: • Específica para cada problema apresentado pelo paciente METABOLISMO DOS LIPÍDIOS • Os lipídios podem vir da dieta (exógenos) ou da síntese celular (endógenos). • Eles são representados por colesterol, triglicerídeos e fosfolipídeos. o O colesterol pode ser livre (solúvel) ou esterificado (não solúvel e principal componente da placa ateromatosa). • Como os lipídeos são apolares, para serem transportadas no plasma, precisam se ligar a lipoproteínas. o Além de carreadoras, elas possuem outros efeitos sobre reações enzimáticas e interação com receptores que as tornam fundamentais ao metabolismo lipídico • De acordo com a quantidade de lipídios ou de proteína que cada uma contém, a densidade muda. • Lipoproteínas com muita gordura e pouca proteína têm baixa densidade. • Existem cinco tipos principais: o Quilomícron (QM): são as maiores lipoproteínas. Rica em triglicerídeos, transporta-os do intestino até a circulação. o Lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL): rica em triglicerídeos, transporta-os do fígado à circulação. o Lipoproteína de densidade intermediária (IDL): produto resultante da remoção de triglicerídeos do VLDL. Possui tanto triglicerídeos quanto colesterol. o Lipoproteína de densidade baixa (LDL): produto resultante do IDL, rica em colesterol. Conhecida como “mau” colesterol. o Lipoproteína de densidade alta (HDL): retira colesterol dos tecidos periféricos e os conduz até o fígado. Conhecida como “bom” colesterol. VIA ENDÓGENA / INTESTINO • Após a absorção dos lipídios da dieta, estes seguem pela linfa, na forma de quilomícron, até atingirem a circulação. • Nos tecidos periféricos (principalmente músculos e tecido adiposo), uma enzima endotelial chamada Lipoproteína Lípase (LPL) hidrolisa os triglicerídeos, gerando uma grande oferta de ácidos graxos aos tecidos. • O quilomícron é removido rapidamente da circulação pelo fígado. • São os quilomícrons que, ao caminharem pela circulação, vão ficando cada vez mais pobres em triglicerídeos, passando a ficar ricos em ésteres de colesterol. o Estes, sim, podem estar associados à aterosclerose! VIA ENDÓGENA / FÍGADO • O fígado produz VLDL, rico em triglicerídeos. • Semelhante ao que acontece com o quilomícron, o VLDL tem seus triglicerídeos hidrolisados pela LPL nos tecidos periféricos. • Conforme vai perdendo triglicerídeos ao longo do caminho, o VLDL se transforma em IDL. • Ao perder mais triglicerídeos, sobra-lhe apenas colesterol, quando se transforma em LDL. • A maior parte do LDL é removida da circulação pelo fígado. • Uma pequena parte que sobra pode penetrar no espaço subendotelial para formar as placas ateromatosas. o É por isso que o LDL é conhecido como “mau” colesterol! o Para piorar, ele ainda demora bastante tempo na circulação antes de ser retirado (dois a cinco dias). • Como lipídio em excesso faz lesão tecidual (é só lembrar a aterosclerose), os lipídios também precisam ser removidos dos tecidos periféricos. • É o que chamamos de “transporte reverso de colesterol”. • Essa remoção é mediada pelo HDL, gerado tanto pelo fígado quanto pelo intestino. • Ele seria a espécie de um “lixeiro” que passa pelas células retirando o excesso de colesterol e fosfolipídeos. • Para ser guardado dentro da lipoproteína o colesterol precisa ser transformado em um éster. o Quem faz essa reação é uma enzima chamada LCAT (Lecitina- Colesterol Aciltransferase). • Uma vez repleto de colesterol, o HDL é removido da circulação pelo fígado. • O colesterol pode ser aproveitado pelas células hepáticas, pode compor novas lipoproteínas ou pode ser secretado na bile. TRATAMENTO • O principal objetivo da terapia antiobesidade é a redução global de risco, que deve ser considerada mais importante do que a estética! • O “peso dos sonhos” é muito difícil de ser atingido e não deve ser o objetivo central • As fórmulas para emagrecimento são um perigo, pois geralmente contêm substâncias do grupo das anfetaminas, diuréticos e/ou hormônio tireoidiano. o Arritmias cardíacas (ex.: flutter e fibrilação atrial), insônia, cefaleia e síndrome coronariana aguda são efeitos adversos conhecidos dessas fórmulas. • Objetivos: o (1) reduzir o peso do paciente, em pelo menos 5-10% do peso anterior, num período de seis meses; o (2) reduzir o peso numa taxa de 0,5-1,0 kg por semana; o (3) manter o peso após a perda, de preferência indefinidamente. NÃO FARMACOLÓGICO • Para dar certo, a terapia tem que ser multidisciplinar! Deve sempre incluir: o 1- Dieta hipocalórica; o 2- Exercícios físicos regulares; o 3- Terapia comportamental. • Há indícios científicos que, se o paciente mantiver o peso durante 2-3 anos, sua tendência a engordar de novo torna-se cada vez menor, provavelmente por uma “reestruturação” de seu controle metabólico. DIETA • Redução do total de quilocalorias ingeridas por dia (dieta hipocalórica) o Balanço negativo calórico de aproximadamente 500-1.000 kcal/dia, o que gera a perda de 0,5-1 kg/semana. • Para isso, uma dieta contendo 1.000-1.500 kcal/dia para mulheres e 1.200- 1.800 kcal/dia para homens é suficiente. o Dietas com restrição calórica mais acentuada reduzem mais rapidamente o peso, porém aumentam a chance de ganhar peso num futuro próximo, retornando ao valor pré-dieta. • A chamada “dieta de muito baixa caloria” (400-800 kcal/dia) é restrita a casos selecionados, como no preparo para cirurgias que não podem ser adiadas o Riscos de arritmia cardíaca e deficit nutricional, devendo ser feita em regime de internação hospitalar, sob rigorosa supervisão médica. • Para que o paciente tenha boa adesão à dieta, o segredo é a orientação: A EDUCAÇÃO ALIMENTAR. o O paciente deve aprender sobre a quantidade calórica dos principais alimentos, discutindo com o médico ou o nutricionista qual é a dieta que melhor se enquadra no seu paladar e nos seus hábitos de vida. o Pacientes com dificuldades de aderir à dieta podem ser encaminhados para um terapeuta comportamental especialista em obesidade. o Regras básicasde educação alimentar são ensinadas, como: ▪ Disciplinar o horário das refeições ▪ Evitar pensamentos autodestrutivos ▪ Sentar à mesa para comer ▪ Concentrando-se nos alimentos ▪ Evitar distrações ▪ Fazer compras no supermercado após ter se alimentado ▪ Evitar “repetir o prato” e as sobremesas. TIPOS DE DIETAS • Uma grande controvérsia atual é sobre a qualidade dos alimentos que devem compor a dieta do obeso. • Dieta do Dr. Atkins, chamada “dieta de muito baixo carboidrato”. o Nesta dieta, o paciente se alimenta basicamente de produtos ricos em proteína e gordura (dando-se preferência pelas gorduras insaturadas e a carne de peixe, para não aumentar o risco de dislipidemia e coronariopatia) e come muito pouco carboidrato. o Esta dieta se baseia no princípio do baixo estímulo à insulina e, portanto, à fome no período interprandial. o Além disso, a baixa insulínica promove cetose, que, por sua vez, tem efeito natriurético e diurético, contribuindo para a perda de peso. o A dieta do Dr. Atkins realmente provoca uma importante e acelerada perda de peso em comparação com outras dietas, no entanto, possui inconvenientes: ▪ (1) incapacidade do paciente manter a dieta em longo prazo; ▪ (2) a maioria dos pacientes ganha peso e retorna ao peso pré- dieta no final de doze meses. • Existem outras dietas que usam o mesmo princípio e são menos radicais. São chamadas “dietas de baixo carboidrato”. o Nestas, utiliza-se o princípio do uso de alimentos de baixo índice glicêmico, isto é, carboidratos que aumentam pouco a glicemia pós- prandial (alimentos integrais, centeio, aveia, cevada, fibras), estimulando menos a liberação de insulina. o Esses carboidratos aumentam lentamente a glicose, evitando queda abrupta da glicemia no período interprandial, o que estimularia a fome. • O outro lado da moeda é a “dieta com baixa gordura”, preconizada por alguns médicos e nutricionistas, alegando que os lipídios contêm uma alta densidade calórica (maior que a dos carboidratos e proteínas) e, portanto, uma pequena quantidade ingerida elevaria o total de calorias diárias sem causar saciedade (pois esta estaria relacionada à distensão gástrica). EXERCÍCIO FÍSICO REGULAR • Exercício físico sem dieta não exerce efeito significativo na perda ponderal! • Quando associado à dieta hipocalórica, a principal função do exercício é evitar o ganho de peso no futuro, ou seja, ele ajuda o paciente a manter o peso após a dieta. • Como o objetivo mais difícil de ser alcançado é manter o peso após a perda inicial, o exercício físico passa a ser um componente ESSENCIAL do tratamento, sendo este benefício amplamente comprovado! • De uma forma geral, o exercício deve ser aeróbico e realizado por pelo menos 150min/semana (atividade moderada), ou 75min/semana (atividade vigorosa), de preferência dividido em várias ocasiões e com duração mínima de pelo menos 10min por sessão. FARMACOLÓGICO • A terapia medicamentosa antiobesidade é um método adjuvante de tratamento! A base terapêutica é sempre dieta + exercício físico! • Critérios da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica) o IMC ≥ 30 kg/m2 ; o IMC ≥ 25 kg/m2 ou ≥ 27 kg/m2 (no caso da liraglutida) na presença de comorbidades; o Falha em perder peso com o tratamento não farmacológico (a história prévia de falência com dieta hipocalórica já é suficiente). • No Brasil, dispomos de três medicamentos aprovados para o tratamento da obesidade: sibutramina, orlistate e liraglutida. SIBUTRAMINA • É um inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina no SNC. • O aumento dessas substâncias no SNC tem efeito sacietógeno. • Sua suspensão acarreta novo ganho de peso e, por isso, a droga deve ser mantida por pelo menos 1-2 anos. • A dose inicial é de 10 mg e a máxima de 15 mg. • O tratamento com sibutramina leva a uma pequena elevação, proporcional à dose, de 3- 5 mmHg na pressão arterial diastólica, e de 2 a 4 bpm na FC. • Os efeitos adversos mais comuns são: cefaleia, boca seca, constipação, insônia, rinite e faringite. • A droga está contraindicada nas seguintes situações: hipersensibilidade à sibutramina, anorexia nervosa, bulimia nervosa, hipertensão não controlada, AVE, doença arterial coronariana, arritmia, ICC e durante tratamento com inibidores da MAO. • Foi recomendado que não se utilize a sibutramina em pacientes com doença cardiovascular (incluindo diabéticos com pelo menos mais um fator de risco). • A ANVISA mudou a classificação da sibutramina de C1 (“outras substâncias sujeitas a controle especial”) para B2 (“psicotrópico anorexígeno”) e, agora, para a dispensação do medicamento, tanto o médico quanto o paciente precisam assinar um termo de responsabilidade com cópia retida na farmácia, sendo permitida a venda de no máximo 60 cápsulas por receita. ORLISTATE • Potente inibidor das lipases pancreáticas, enzimas que catalisam a quebra dos triglicérides em ácidos graxos livres e monoglicerídes. • Ao se ligar de maneira irreversível ao sítio ativo da lipase, o orlistate faz com que cerca de um terço dos triglicerídeos ingeridos permaneça não digerido e, portanto, não absorvido. • A droga já mostrou ser eficaz na redução do peso, melhora do perfil lipídico (independente da perda de peso), melhora da glicemia de jejum e diminuição na incidência de diabetes. • A dose recomendada é de 120 mg antes das três principais refeições (360 mg/dia) e os principais efeitos adversos são decorrentes do seu mecanismo de ação: diarreia, esteatorreia, flatos com descarga, desconforto abdominal e até urgência fecal. • Uma grande preocupação com o orlistate é a possibilidade de má absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) • Estudos mostram que com até dois anos de uso não há redução significativa dessas vitaminas, porém, após quatro anos a chance de hipovitaminose aumenta. • Orlistate pode ser associado à sibutramina (mecanismos de ação diferentes) LIRAGLUTIDA • A liraglutida é um análogo do GLP-1 (incretina endógena) que em doses elevadas exerce o efeito adicional de bloquear a liberação de neuropeptídeo Y nos centros hipotalâmicos, favorecendo a perda de peso. • Indicada somente quando se tem IMC ≥ 27 kg/m2 , na presença de comorbidades... • A dose que promove este efeito é 3 mg, via subcutânea, 1x/dia, o que é superior à dose habitualmente empregada no tratamento do diabetes mellitus tipo 2, que vai até 1,8 mg • Outra vantagem demonstrada na literatura foi que a liraglutida em dose alta ajuda a reverter a apneia obstrutiva do sono relacionada à obesidade DROGAS OFF-LABEL • Mais usadas são: topiramato, associação de bupropiona com naltrexona, e o dimesilato de lisdexanfetamina. TOPIRAMATO • É uma droga antiepiléptica que também pode ser empregada na profilaxia da enxaqueca. • Vários estudos mostraram perda de peso significativa com seu uso, podendo ser feita uma associação com a sibutramina. • Diversos efeitos colaterais são esperados (parestesias, deficit de memória e concentração), sendo a medicação teratogênica (logo, contraindicada na gestação). BUPROPIONA E NALTREXONE • É um antidepressivo (usado no tratamento do tabagismo) e o naltrexone é um antagonista de receptor opioide. • Isoladamente, cada droga mostra pequeno efeito de perda ponderal, mas em associação ambas mostram efeito sinergístico, principalmente quando são utilizadas formulações de liberação lenta (bupropiona SR 90 mg + naltrexone SR 8 mg, titulando-se a dose até 2 comprimidos 2x ao dia). LISDEXANFETAMINA • É uma pró-droga, sendo convertida no organismo a dextroanfetamina. • Foi liberada para o tratamento do transtorno de compulsão alimentar periódica na dose de 50-70 mg, reduzindo os episódios de libação alimentar e promovendo perda de peso. • Só é vendidacom receita “amarela” (receita “A”, a mesma exigida para todas as substâncias entorpecentes, como a morfina). CIRÚRGICO QUEM DEVE FAZER - INDICAÇÃO • I - PESO CORPORAL o IMC > 40 kg/m2 . o IMC > 35 kg/m2 com pelo menos uma comorbidade*. o IMC entre 30 e 35 com comorbidade classificada como grave por especialista, somada à falência de tratamento clínico por um endocrinologista (CBB**). • Outras literaturas: o Excesso de 45 kg do peso ideal o 100% acima do peso QUEM PODE FAZER - CRITÉRIOS • II - FALÊNCIA DE TERAPIA CLÍNICA PARA A PERDA PONDERAL o 3 a 6 meses • III - AUSÊNCIA DE DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS QUE JUSTIFIQUEM A OBESIDADE (CAUSAS SECUNDÁRIAS) • IV - ESTABILIDADE PSICOLÓGICA o Não uso de drogas ilícitas ou alcoolismo.*** o Entendimento da proposta cirúrgica e suas consequências. o Percepção de que somente a cirurgia não garantirá bons resultados. o Avaliação psicológica pré-operatória para a seleção de pacientes. • Outras literaturas: o Obesidade estável – há + de 2 anos o Idade entre 18-65 anos o Avaliação psicológica CONTRAINDICAÇÕES: • Doenças cardíacas e pulmonares em estágio terminal (risco ASA IV) e hipertensão porta com varizes esofagogástricas. • Síndrome de Prader-Willi: cirurgia não interfere na necessidade constante de comer que esses pacientes apresentam, sendo enquadrada como desordem genética que justifica a obesidade PRÉ-OPERATÓRIO • Os candidatos à cirurgia bariátrica passam por uma avaliação multidisciplinar composta por cirurgião, psiquiatra/psicóloga, nutricionista, endocrinologista, anestesista, cardiologista e pneumologista. TÉCNICAS CIRÚRGICAS • Cirurgias Restritivas: diminuição da capacidade de armazenamento do estômago o O grande problema dos procedimentos restritivos reside na ingestão de substâncias líquidas altamente calóricas; o líquido passa com facilidade pelo estômago e, por distendê-lo menos, não deflagra com a mesma intensidade este mecanismo descrito antes. Sendo assim, a perda de peso necessária pode não ocorrer e, além disso, um reganho ponderal pode ser observado com o tempo. o Gastroplastia tipo Mason (banda gástrica vertical). o Gastrectomia em manga laparoscópica (sleeve gastrectomy). o Banda gástrica ajustável laparoscópica. • Cirurgias Mistas (muito Restritivas/Moderadamente Disabsortivas) o By-pass (derivação) Gástrico em Y de Roux (Fobi-Capella). • Cirurgias Disabsortivas (muito Disabsortivas/ Moderadamente Restritivas) o Derivação Biliopancreática (Scopinaro). - Switch Duodenal. MASON / BANDA GÁSTRICA VERTICAL • Baseado nas experiências com pacientes com úlcera péptica • Pacientes que era submetidas a gastrectomia não engordavam mais • Técnica: redução do volume p/ 30 ml + colocação do anel (banda gástrica) limita comida que chegava. • Recidiva muito grande SLEEVE GASTRECTOMY • Gastrectomia em manga Laparoscópica (GML) ou gastrectomia vertical • Foi criada como a primeira etapa de uma cirurgia predominantemente disabsortiva, conhecida como switch duodenal. • Concorre com fobi- capella pelo padrão ouro • As principais vantagens da GML incluem: o (1) maior simplicidade técnica; o (2) preservação do piloro; o (3) redução dos níveis de grelina; o (4) não há necessidade de ajustes periódicos (como na banda gástrica ajustável); o (5) redução na incidência de hérnias internas (observadas em alguns casos de by-pass gástrico em Y de Roux); o (6) não há componente disabsortivo; o (7) possibilidade de se acrescentar um segundo procedimento com o tempo, caso o primeiro seja malsucedido. SCORPINARO • Primeira a ser descrita – Nicola Escorpinaro • Hemigastrectomia horizontal distal (200ml) + Derivação biliopancreárica (conectou alça biliodigestiva e conectou só no ilio, deixando pouco espaço para absorção – canal comum) • Sempre realizada colecistectomia por conta das complicações • MUUUUUItas complicações. Procedimentos desabsortivo intenso. o Úlceras, refluxo, colelitíase,.... DUODENAL SWITCH • Pelos irmãos Ress – modificaram scorpinaro • Preservavam o piloro • Faziam em 2 tempos – primeiro era uma gastrectomia vertical (em luva) – sleeve e depois, de perder uns quilinhos, fazia a derivação ilio pancreática (aumentaram o canal comum) • Observaram que os pacientes já tinham uma grande perda de peso já no primeiro tempo – grelina - células oxinticas • Sempre fazia apendicectomia e colecistectomia de rotina SLEEVE GÁSTRICO LAPAROSCÓPICO • Primeira cirurgia que “dava” para fazer na época por videolaparoscopia • Bons resultados • Único procedimento que pode ser convertido para outro por não haver necessidade de se converter um Bypass • Se o paciente está engordando, é só fazer a derivação depois • Menor taxa de déficit nutricional • Mais rápida de ser realizada BYPASS GÁSTRICO Y DE ROUX • Padrão ouro ainda • 2 técnicas: Fobi-capella (anel de silicone) ou Wittgrove (videolaparoscopia – suturava em vez de colocar o anel) • Na cirurgia de Fobi-Capella é confeccionado um novo reservatório gástrico de cerca de 20 ml utilizando o estômago proximal, sendo que a maior parte do órgão, ou seja, estômago remanescente, não é ressecado. Alguns autores preconizam a colocação de um anel (silastic) por sobre este reservatório, tornando o procedimento extremamente restritivo; no entanto, cada vez menos o anel tem sido utilizado. A restrição imposta por este neoestômago impede uma ingesta alimentar importante. • A cirurgia de Wittgrove é uma variante, onde ao invés do cirurgião ajustar uma banda por sobre o novo reservatório gástrico, faz uma sutura no local, estreitando ainda mais a “entrada” de alimento neste local PÓS-OPERATÓRIO • Analgesia intensa • Fisioterapia respiratória nas primeiras 24h • Profilaxia de TVP o Heparina de baixo peso em 24h (clexane) • Cuidado com deiscências de anastomoso o Não sente dor pela analgesia, mas pode haver aumento da frequência cardíaca e inchaço abdominal (quase impossível de ver) o Pesquisa pelo azul de metileno via oral COMPLICAÇÕES • Bypass Gástrico o Eventos coronarianos o Deiscência de anastomoses o Fístula entérica o Hérnia de Petersen o Deficiência vitamínica • Restritivos (SLEEVE): (-complicações) o Refluxo esofágico ▪ Se tiver antes, não faz sleeve-usa outra técnica o Intolerância Alimentar o Sangramento na linha de grampo ▪ Evolui com melena ▪ Sempre faz um reforço da linha de grampo com chuleio simples por segurança o Deslocamento de banda o Erosão da Mucosa • Desabsortivos o Desnutrição proteica o Deficiência de Fe e Cálcio o Deficiência vitamínica o Úlcera de boca anastomótica - Scorpinaro o Dumping- Scorpinaro
Compartilhar