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GLICÓLISE DISCIPLINA: BIOQUÍMICA Prof. Luciano barros Cesc-uema 2019 Termodinâmica Energia (Calor) Trabalho (movimento) Máquina à vapor Leis: 1ª Lei: Princípio da conservação da energia: A energia não pode ser criada nem destruída. Pode somente mudar a forma ou o local em que ela se apresenta 2ª Lei: Princípio da “desordem crescente” Nos processos espontâneos há uma tendência a aumentar o grau de desordem. o universo sempre tende para a desordem crescente: em todos os processos naturais a entropia do universo aumenta. “Termodinâmica é o conjunto de princípios que regem as transformações de energia” DG= DH -T DS 2 Os dois componentes de DG Energia livre de Gibbs, G: Quantidade de energia associada a uma reação, capaz de realizar trabalho. Quando a reação libera energia a variação na energia livre de Gibbs tem sinal negativo DG<0 (exergônica) Quando a reação absorve energia a variação na energia livre de Gibbs tem sinal positivo DG>0 (Endergônica) Entalpia, H: É o conteúdo de calor de um sistema. Reflete o número e o tipo de ligações químicas nos reagentes e nos produtos Quando uma ligação libera calor DH tem, por convenção ,um sinal negativo. DH< 0 (Exotérmica) Quando uma ligação absorve calor DH tem, por convenção ,um sinal positivo DH>0 (Endotérmica) Entropia, S: É uma expressão do grau de desordem de um sistema. Quando os produtos de uma reação são menos complexos ou mais desordenados que os reagentes a reação ocorre com ganho de entropia DS>0 (Aumento da desordem) DS<0 (Diminuição da desordem) DG= DH -T DS A variação de energia livre (DG) depende da variação do conteúdo de calor (DH) e da variação no grau de desordem 3 Os dois componentes de DG DG= DH -T DS Entalpia Entropia (calor) m d e s o r d e Quanto mais calor for liberado mais favorável é a reação Quanto maior for o aumento na desordem, mais favorável é a reação 4 Variações de nas reações químicas energia DG = variação G = energia livre de Gibbs Lê-se: variação na energia livre de Gibbs A B DG é usada como medida na variação de energia das reações DG serve como uma medida da espontaneidade da reação Qundo DG é negativo significa que a reação libera energia e portanto é espontânea A B DG negativo Quando DG é igual a zero significa que a reação se equilibra com concentrações iguais de reagentes e produtos A B DG = 0 Quando DG é positivo significa que a reação absorve energia. Isso significa que a reação inversa é espontânea A B DG positivo INTRODUÇÃO Metabolismo Conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo. Ex.: biossíntese de nucleotídeos e aminoácidos, degradação de ácidos graxos. INTRODUÇÃO A unidade do metabolismo é a via metabólica: Cada via metabólica tem uma função Para que serve na célula? Cada via metabólica tem sua regulação Como é ligada e desligada? Cada via metabólica tem suas conexões Com que outras vias se conecta? INTRODUÇÃO Metabolismo: catabolismo & anabolismo Vias metabólicas: produto(s) inicial e final definidos Enzimas como catalizadores Presença de cofatores- orgânicos (coenzimas, grupos prostéticos) ou inorgânicos (Mg2+, Zn, etc) Regulação da via (etapas irreversíveis) Catabolismo X Anabolismo Catabolismo é a fase de degradação do metabolismo em que moléculas orgânicas de nutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas) são convertidos em moléculas menores e mais simples produtos (como o ácido láctico, CO2, NH3). As vias Catabólicas liberam energia. Parte dessa energia é aprisionada: na molécula de ATP nos transportadores de elétrons (NADH, NADPH e FADH2), o restante é perdida como calor No anabolismo (biossintese) moléculas complexas (lipideos, polissacarídeos, proteínas, ácidos nucléicos) são produzidos à partir de precursores simples As reações anabólicas exigem uma entrada de energia, geralmente sob a forma : das ligações fosfoanidrido do ATP e do poder redutor do NADH, NADPH e FADH2 Macromoléculas Proteínas Polissacarídeos Lipídeos Ácidos nucléicos Anabolismo Catabolismo Nutrientes Carboidratos Gorduras Proteínas Energia química Produtos finais CO2 H2O NH3 Moléculas Precurssoras Aminoácidos Açúcares Ácidos graxos Bases nitrogenadas 9 Existem alguns intermediários-chave no metabolismo energético Glicogênio Piruvato Acetil—CoA Ácido graxo Aminoácidos Observações: Seis delas se agrupam em pares Glicogênese (1) X glicogenólise (2) Glicólise (3) X Gliconeogênese (4) Síntese de ác. Graxo (8) X Ox. ác. Graxo (9) Duas são cíclicas: Ciclo de krebs (6) Ciclo da uréia (11) Vias do metabolismo energético Glicose Piruvato Ribose Acetil—CoA Ácido graxo glicólise gliconeogênese Via das pentoses Síntese de ác. graxo Oxidação de ác. graxo glicogênese glicogenólise Glicogênio Fosforilação oxidativa Ciclo da uréia Aminoácidos Oxidação de aác. 1 2 3 4 5 Ciclo de Krebs 6 7 8 9 10 11 NH3 (amônia) CO2 H v v v uréia O2 H2O ADP ATP INTRODUÇÃO As vias metabólicas são coordenadas de modo que a produção de energia e geração de produtos estão direcionadas as necessidades celulares; Sistemas de comunicação: Hormônios; Neurotransmissores; Disponibilidade de nutrientes. INTRODUÇÃO Comunicação Intracelular (Sinais dentro da célula): Determinam respostas rápidas. Controle metabólico minuto-a-minuto; Ex: Alteração da velocidade de uma via metabólica por: Disponibilidade de substratos; Geração de produtos; Moduladores alostéricos. INTRODUÇÃO Comunicação Intercelular (Entre células): Mais lenta; Essencial para sobrevivência e desenvolvimento dos seres; Pode se dá por: Junções comunicantes; Sinalização mediada por hormônios; Contato direto (elementos de superfície). Como a energia é armazenada na célula? Nas ligações fosfato da molécula de ATP. ATP ATP = Adenosina tri-fosfato; Armazena nas suas ligações fosfatos a energia liberada na quebra da glicose; Quando a célula precisa de energia para realizar alguma reação química, as ligações entre os fosfatos são quebradas, a energia é liberada e utilizada no metabolismo celular. ATP Essa molécula é formada pela união de uma adenina e uma ribose aderida a três radicais fosfato. 17 ATP um carreador de grupamentos fosfato e de energia quimica Via glicolítica Fosforilação oxidativa Biossínteses Formação de gradientes (transporte) Movimentação celular Glicose Piruvato O2 + H+ + e- H2O ATP ADP + Pi Fosforilações Estrutura do Trifosfato de adenosina (ATP) P P Ribose Base P ATP Pensando simples Vias exergônicas (oxidações) Vias endergônicas 18 Compostos de alta e de baixa energia ACEPTORES INTERMEDIÁRIOS DE H+ São aceptores intermediários de hidrogênio, ligando-se a prótons (H+) “produzidos” durante as etapas da respiração e cedendo-os para o oxigênio, que é aceptor final de hidrogênios. O NAD (nicotinamida-adenina-dinucleotídeo) é uma molécula formada por dois nucleotídeos, contendo a base nitrogenada adenina e uma molécula de nicotinamida O FAD (flavina-adenina-dinucleotídeo). NAD ≠ FAD quantidade de ATPs produzidos. NAD – 3 ATPs; FAD – 2 ATPs. ACEPTORES INTERMEDIÁRIOS DE H+ NAD FAD ATP 22 Processos de liberação de energia Aeróbios: ocorre com a participação do oxigênio. Ele é o aceptor final de elétrons e hidrogênios; Anaeróbios: Também chamado de FERMENTAÇÃO. Acontece sem a utilização de oxigênio. Os aceptores finais dependem do tipo de fermentação. Respiração aeróbia Fases: Anaeróbia (glicólise): não necessita de oxigênio para ocorrer e é realizada no citoplasma; Aeróbia (ciclo de Krebs e cadeira transportadora de elétrons): requer e presença de oxigênio e ocorre dentro das mitocôndrias. PRIMEIRA ETAPA - GLICÓLISE Quebra da molécula de glicose C 6H12O6 (2) C3H4O3 4H+ NAD e FAD Moléculas Carregadoras de H+ Cada molécula carrega 2 átomos de H+ ÁCIDO PIRÚVICO - 2NAD + 2H2 = 2NADH2 - FORAM PRODUZIDOS 2 AC. PIRÚVICOS - SALDO DE 2 ATP NA REAÇÃO PRODUTOS DA GLICÓLISE GLICÓLISE “Sequência metabólica composta por um conjunto de dez reações catalisadas por enzimas livres no citosol, na quala glicose é oxidada produzindo duas moléculas de piruvato, duas moléculas de ATP e dois equivalentes reduzidos de NADH+, que serão introduzidos na cadeia respiratória ou na fermentação” GLICÓLISE: AERÓBICA E ANAERÓBICA GLICÓLISE Glicólise é universal e tem papel central no catabolismo de glicose. Em alguns organismos ou células é preferencial ou exclusiva: cérebro, retina, hemácias, córnea (mamíferos), tubérculos de batata e outras plantas aquáticas, alguns microorganismos anaeróbicos. Aeróbicos facultativos: levedos, bactérias TRANSPORTE DE GLICOSE PARA AS CÉLULAS Isoformas de transportador induzido por insulina. Tecido-específico; Independente de Na+. Co-transporte Glicose-Na+ Transporte ativo; Acoplado ao gradiente de concentração de Na+; Alguns tecidos: túbulos renais, epitélio intestinal e plexo coroide. GLICÓLISE: FASES Fase preparatória ou de investimento e; Etapa de produção de energia Glicólise: hexoquinase -etapa 1 de comprometimento Hexoquinase- cataliza a fosforilação de outras hexoses (frutose, galactose etc) Hexoquinase D ou glucoquinase- hepatócitos, cel. Beta pâncreas Solúvel, citosólica Enzima reguladora Hexoquinase X Glucoquinase Glucoquinase apresenta maior Km e Vmax; Glucoquinase não é inibida pelo glicose 6-fosfato e sim pela frutose 6-fosfato; Níveis de glicose e insulina estimulam a Glucoquinase (liberação nuclear); Isomerização da glicose 6-fosfato/ Etapa 2 REAÇÃO REVERSÍVEL NÃO LIMITANTE OU REGULADA Fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) Etapa 3 PFK-1 é importante enzima regulatória dessa via; Inibição por altos níveis de ATP, citrato; Estímulo pela frutose 2,6-bifosfato e AMPc. Clivagem da frutose 1,6-bifosfato- Etapa 4 Aldolase de alguns microorganismos é dependente de Zn 2+ Reação reversível e não-regulada Isomerização da diidroxiacetona-fosfato/ Etapa-5 Produção líquida de 2 moléculas de gliceraldeído 3-fosfato 39 Oxidação do gliceraldeído 3-fosfato/ Etapa 6 Primeira reação que leva a conservação de energia como ATP; Primeira reação de óxido-redução; Formação de NADH; Necessidade de reoxidação do NADH (pequena quantidade); Oxidação do gliceraldeído 3-fosfato/ Etapa 6 Envenenamento por arsênio: Impede a formação de NADH e ATP sem parar a via glicolítica; Compete com o Pi pela gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase; Quebra espontânea do 1,3-bifosfoglicerato a 3-fosfoglicerato; Sintese de 2,3-bifosfoglicerato nos eritrócitos: Transformação de 1,3-bifosfoglicerato em 2,3-bifosfoglicerato pela bifosfoglicerato-mutase; Síntese de 3-fosfoglicerato com produção de ATP/Etapa 7 Reação reversível; Para cada molécula de 1,3-BPG forma-se 1 ATP (=2ATPs); Reposição dos ATPs consumidos com formação de G6P e F1,6P. Troca de Fosfato de C3 por C2/Etapa 8 Desidratação do 2-fosfoglicerato/Etapa 9 Formação de um produto de alta energia Reação reversível Formação de piruvato com produção de ATP/Etapa 10 Formação de piruvato com produção de ATP Terceira etapa irreversível; Regulada por proação da frutose 1,6-bifosfato formado pela fosfofrutocinase; Modulação covalente indireta pelos Glucagon no jejum; Modulaçao da piruvato-cinase pelo glucagon Acúmulo de fosfoenolpiruvato Estímulo a gliconeogenese. GLICÓLISE A Glicólise libera apenas uma pequena fração (-146 KJ/mol) da energia total disponível na molécula de glicose (-2840 KJ/mol); As duas moléculas de piruvato ainda retêm a maior parte da energia potencial da glicose que pode ser extraída pelo ciclo de Krebs e pela fosforilação oxidativa. Anemia por deficiência de enzimas glicolíticas Eritrócitos não possuem mitocôndrias; Deficiência de ATP leva a alterações celulares com fagocitose pelo SMF; Causas comuns: deficiência de piruvato-cinase e glicose 6-fosfato-desidrogenase; Regulação da glicólise Piruvato quinase: fosfoenolpiruvato piruvato Pelo menos 3 isoenzimas. Inibição: ATP, acetil CoA, ácidos graxos de cadeia longa. Ativação: fru 1,6-bisfosfato (fígado) Hexoquinase: hexose hexose-6P Km 0,1 mM, inibida por Glc-6-P Glucoquinase (fígado): Glc Glc-6-P Km 10 mM, inibida por Fru-6-P. Fosfofrutocinase-1: Frutose-6P Frutose 1,6 Bifosfato Inibição ATP, citrato, isocitrato. Ativação ADP, AMPc Formação de lactato no músculo Em exercício há produção excessiva de NADH elevando a relação NADH/NAD; Favorecimento da conversão de piruvato a lactato; Redução do pH causando lesão com dor e câimbras; Difusão do lactato pelo sangue. Acidose lática Excesso de lactato no plasma (IAM, choque, hemorragia aguda, embolia pulmonar, choque); Redução na produção de ATP por falha na fosforilação oxidativa Estímulo da glicólise anaeróbia com produção de ATP (baixo rendimento); Leva a débito de oxigênio (morbidade e mortalidade); Medida de lactato para avaliar o débito de oxigênio. Regulação hormonal da glicólise Regulação rápida (minuto a horas): ativação/inibição alostérica, fosforilação/desfosforilação de enzimas-chaves; Insulina: aumento da produção de fosfofrutocinase, glicocinase e piruvato-cinase; Glucagon: inibição da produção de fosfofrutocinase, glicocinase e piruvato-cinase; Horas a dias. Mais potente com inibição ou ativação de transcrição genica. Destinos alternativos do piruvato Descarboxilação do piruvato: formação de Acetil-CoA via piruvato desidrogenase; Carboxilação do piruvato a oxalacetato: formação de oxalacetato dependente de biotina; Redução do piruvato a etanol (fermentação alcoolica): produção de álcool por microorganismos. Redução do piruvato a lactato