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Bioquímica – Metabolismo Aula 1 · Conceito de metabolismo: · Atividade celular dirigida e coordenada · Envolve sistemas multienzimáticos · Soma das transformações químicas que acontecem na célula ou organismo · Muitas reações simultâneas · Conjunto das vias metabólicas · Vias metabólicas · Reações organizadas em sequências enzimáticas · Via metabólica · Reação enzimática específica · Produto de uma reação é substrato da reação seguinte · Funções do metabolismo 1º Conseguir energia química · Por energia solar, degradação de nutrientes ricos em energias ou outros 2 º Converter as moléculas de nutrientes em moléculas com característica própria de cada célula · Até precursores de macromoléculas 3º Formar macromoléculas · Partindo de monoméricos para forma proteínas, ácidos nucléicos e polissacarídeos 4º Produzir e degradar biomoléculas necessárias para funções celulares especializadas · Formar lipídeos de membrana, mensageiros intracelulares e pigmentos · Catabolismo · Degrada moléculas orgânicas · Reações exergônicas · Oxidativos (ocorre na presença de O2) · Produzem energia · Anabolismo · Sintetiza moléculas orgânicas (biossíntese) · Reação endergônica · Redutora · Gasta energia · Princípio geral do metabolismo energético: · Catabolismo libera energia que vai ser usada no anabolismo transferência de energia · Transferência de energia: · Acontece em pares de elétrons do átomo de H (retirados de substratos captados pelas coenzimas) · Ou na forma de compostos fosfatados · Vias catabólicas · Pega energia química vinda de moléculas ricas em energia formando o ATP (adenosina trifosfato) · Via convergente (parte de muitos e chega em um só) · Pega moléculas da dieta (ou armazenadas nas células) sejam convertidas em blocos constituintes (unidades de construção) · Polissacarídeos monossacarídeos · Proteínas aminoácido · Triacilgliceróis ácidos graxos livres e glicerol · Vias anabólicas · Pega moléculas pequenas e forma moléculas complexas · Precisam da energia formada das reações catabólicas energia fornecida pela quebra do ATP · Via divergente (parte de um e chega em vários) · Tipo de vias metabólicas: · Vias lineares · Tem substrato inicial, intermédios metabólicos e o produto final segue uma linha · Ex: Glicólise · Vias cíclicas · Tem o substrato inicial e o produto final, sendo seguido um ciclo, voltando ao início novamente · Ex: Ciclo de Krebs · Organização em vias metabólicas · Organiza-se em uma sequência de passos catalizados por enzimas · Enzimas podem estar: · Separadas; · Juntas formando complexos multienzimáticos; · Sistema associada a membranas · Regulação do metabolismo · A síntese e degradação de uma molécula não pode acontecer ao mesmo tempo dentro da mesma célula ou tecido · O controle de rotas é feito utilizando diferentes enzimas e compartimentos celulares · Enzimas marcapasso ou regulatórias · Controla velocidade das reações nas vias metabólicas · Fatores que regulam sua atividade: · Modificação covalente (ligação de grupos. Ex: fosforilação e desfosforilação) · Efeitos alostéricos (Composto que se ligam no sítio alostérico) · Regulação hormonal · Repressão gênica · Ciclo do ATP · “moeda de troca” energética nas células · Organismos fototrópicos: · Energia luminosa energia química (ATP) · Organismos heterotróficos: · Alimentos ATP · Esse ciclo leva energia (da fotossíntese ou do catabolismo) aos processos celulares que precisam de energia · Estrutura do ATP: · Reações de óxido-redução · Transferência de elétrons · Uma espécie química sofre oxidação (perda dos elétrons) e outra espécie química sofre redução (ganho de elétrons) · Os elétrons e hidrogênios perdidos são captados pelo NAD (que é uma coenzima) · Transportadores de elétrons (coenzimas): · NAD (Nicotinamida Adenina Dinocleotídeo) NAD+ + 2e + 2 H+ NADH + H+ · FAD (Flavina- Adenina- Dinucleotídeo) FAD + 2e + 2H+ FADH2 · NADP (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo Fosfato) NADP + 2e + 2H+ NADPH2 · NAD: vem da vitamina niacina · FAD e FMN: vem da vitamina riboflavina · NADH e FADH são moléculas carreadoras ativas · NADH e FADH2 transferem seus elétrons para complexos carreadores presentes na membrana mitocondrial interna · NADH e FADH2 são moléculas carreadoras ativas · Elas transferem os hidrogênios e elétrons ao oxigênio molecular, nos complexos carreadores que estão na membrana mitocondrial interna · O O2 recebe os H’s e elétrons sofrendo redução formando H2O. Nessa transferência ocorre: · Liberação de energia liga ADP + P inorgânico, formando o ATP: Fosforilação oxidativa · ATP é usado na realização de trabalho celular Aula 2 – Metabolismo · Bioenergética · Estudo fenômenos de transferência de energia para o trabalho celular dos seres vivos · Como a energia é capturada, transformada e produzida pelos seres vivos · Estudo das células e organismos que usam trabalho para fazer a manutenção da vida, crescimento e reprodução como a energia é produzida e utilizada · Trabalho químico · Produzir componentes celulares · Trabalho osmótico · Acúmulo e retenção de sais e outros compostos contra gradiente de [ ] · Trabalho mecânico · Contração muscular e movimento de flagelos · Composição da massa do organismo humano: · 3% N · 18% C · 10% H · 65% O · Organismos trocam energia e matéria com o meio ambiente · Moléculas tem energia potencial química, e parte da energia pode ser usada para fazer trabalho = energia livre (G) · Quanto MAIOR o G menos estável mais capacidade de realizar trabalho · Em variações espontâneas, energia livre do sistema · diminui (ΔG < 0), causando um sistema mais estável, sendo que a energia livre liberada pode ser utilizada para fazer trabalho · Energia livre de Gibbs (G) · A ΔG de uma reação combina efeitos da alteração de: · Entalpia: Calor (liberado/absorvido) em uma reação química · Entropia: Grau de desordem resultante de uma reação · ΔG de uma reação depende das ligações covalentes quebradas ou formadas · A energia de ligação depende: · Eletronegatividade relativa entre os átomos · Distância dos núcleos dos elétrons · Carga dos núcleos · Números de elétrons compartilhados · Variação de energia livre (ΔG) · É a quantidade máxima que pode usar na conversão de A (reagentes) em B (produtos) · Reação: A B · ΔG = GB - GA · GA = energia livre de A (reagentes) · GB = energia livre de B (produtos) · A ΔG de uma reação é um critério para ver se a reação é espontânea ou não · Espontânea: ΔG < 0 exergônica (libera energia livre) · Não espontânea: ΔG>0 endergônica (introduz energia livre) · ΔG = 0 reação em equilíbrio · Reações de transformação de energia das células segue as leis da termodinâmica: 1º lei: Princípio da conservação de energia Energia pode ser transferida ou transformada, mas não pode ser criada nem destruída 2º lei: Universo sempre tende a desordem cada vez maior Em cada transferência ou transformação de energia, aumenta a desordem (entropia) do universo · Em sistemas biológicos (T e P cte) as mudanças na energia livre (G) e entalpia (H) estão relacionadas entre si pela equação: ΔG = ΔH – T.ΔS ΔG = alteração da energia livre (J/moles) ΔH = alteração da entalpia ΔS = alteração da entropia J/mol.K T = temperatura absoluta (298 K ou 25°C) · Acoplamento de reações · No metabolismo tem reações que absorvem energia livre e não são espontâneas naturalmente (reações endergônicas) · As reações endergônicas estão acopladas com reações exergônicas, que conseguem permitir a ocorrência das endergônicas em velocidade e quantidade necessárias para a vida · Um exemplo é a síntese de glicose-6-fosfato (1º passo para utilizar a glicose em organismos) · ΔG0 > 0 reação endergônica, não-espontânea · Já a hidrólise de ATP em ADP é Pi é muito exergônica · As duas reações possuem intermediários comuns, Pi e H2O, assim, podem ser expressas como sequenciais: · Reação global é exergônica · A energia armazenada no ATP é usada para ajudar na síntese de glicose-6-fosfato, mesmo que a sua formação a partir de glicosee fosfato inorgânico seja endergônica · Transportadores fosfatados de alta energia valores de ΔG para a hidrólise · ΔG não é afetado pelas enzimas · Processos biológicos que requerem ATP: · Bomba Na/K atpase (no rim e cérebro humano 2/3 da energia é consumida e usada pela bomba) · Dissociação da miosina à unidade de actina e se associar com outra actina mais distante ao longo do filamento (a hidrólise do ATP que desencadeia isso) · Moedas energéticas · Transdução de energia: transformar uma forma de energia (carboidrato da massa) em outra forma de energia (moeda de ATP) · Transduções de energia nos organismos obedecem as leis da termodinâmica · Bioenergética é o estudo quantitativo das transduções de energia nas células vivas e da natureza · Reações favoráveis nos sistemas biológicos: · Hidrólise do ATP · Hidrólise de compostos fosforilados · Hidrólise de tioésteres · Catabolismo de biomoléculas · Biomoléculas (ácidos graxos, carboidratos e aminoácidos) geram CO2 + H20 + Energia (ATP e calor) · Condições anaeróbicas: catabolismo de carboidratos da energia rápida pra curtos períodos · Condições aeróbicas: catabolismo de carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos gera calor, e energia por longos períodos Aula 3 – Metabolismo de carboidratos · Metabolismo de carboidratos: digestão, absorção, glicólise e sua regulação · Carboidratos · Função principal: fonte de energia · Energia usada em trabalhos de biossíntese, transporte ativo, contração e movimentos · Lei da conservação da energia · Energia não é criada nem destruída, mas sim transformada de uma forma em outra · Processos de liberação e conservação de energia: · Exergônico: ΔG negativo · Endergônico: ΔG positivo · Carboidratos da dieta · Polissacarídeos: Amido · Dissacarídeos: Sacarose Gll α (1,2)-β Fru · Junção dos monossacarídeos glicose + frutose · Dissacarídeo: Lactose Gal β (1,4) – Gli · Junção dos monossacarídeos glicose + galactose · Monossacarídeo: Glicose · Monossacarídeo: Frutose · Digestão e absorção de carboidratos · Digestão de animais monogástricos · Principais fontes de carboidratos: · Polissacarídeos: amido, glicogênio e dextrinas · Dissacarídeos: sacarose, lactose e maltose · Na boca a amilase salivar (α-amilase) degrada o amido, porém a lactose e sacarose é degradada somente no intestino · O restante da molécula de amido que não sofre degradação na boca se chama dextrina · Digestão de ruminantes · Mastigam e engolem o alimento, regurgitando o mesmo após um tempo e mastigando novamente para engolir e continuar sua digestão · Estômago com 4 cavidades · Rúmen · Microbiota, digestão de alimentos fibrosos · Retículo · Compactação do alimento em bolos para ser ruminado e deglutido · Omaso · Reabsorção de H2O · Abomaso · Estômago verdadeiro · Digestão de proteínas por enzimas · Obs: no intestino delgado · Digestão com outras enzimas (pancreáticas e intestinais) · Principais fontes de carboidratos: celulose, hemicelulose e pectinas. Em menor quantidade amido (grãos) e dissacarídeos. · Digestão · Transforma carboidratos, lipídios e proteínas em monossacarídeos, ácidos graxos e glicerol, e aminoácidos as transformações ocorrem no citosol e mitocôndrias (meio intracelular) · Passos da digestão · Ingestão: entrada de alimentos no organismo · Digestão: quebra de macromoléculas · Absorção: passagem de macromoléculas menores para a corrente sanguínea · Distribuição: disponibilidade das moléculas para as células dos diferentes tecidos · Digestão na boca · Mecânica: mastigação · Química: amilase salivar (degrada amido e glicogênio em polissacarídeos menores, maltose) · Digestão no estômago · Não tem digestão de carboidratos · Α-amilase é inativada pelo baixo pH · Digestão no intestino · Química: suco pancreático pH 8,5 – 9,0 · Amilases pancreáticas: amido vira sacarídeos menores como a maltose, maltotriose (di e trissacarídeos de glicose) e oligossacarídeos chamados de dextrina-limite, fragmentos de amilopectina que tem pontos de ramificação α 1-6 · Enzimas do epitélio intestinal · Dissacaridases e α 1-6 glicosidases (enzimas que quebram a ligação α 1-6): dissacarídeos viram monossacarídeos · Maltose e dextrinas degradadas até a glicose · Digestão e absorção de carboidratos · Dissacarídeos deve ser hidrolisado em monossacarídeo antes de entrar na célula · Glicose não passa de forma passiva pelos poros da membrana (peso molecular > 100), tendo seus mecanismos de transporte (ocorre na porção apical das células do intestino delgado e nos túbulos proximais renais): · Transporte facilitado (mediado por transportadores de membrana específicos (GLUT) · Co-transporte com o íon sódio (SGLT) · Os diferentes tipos de transportadores (GLUT): · Monosacarídeos formados são transportados ativamente para as células epiteliais e vão ao ao sangue, onde são transportados aos outros tecidos, o que são fosforilados e entram na sequência glicolítica · Vias de utilização da glicose · Síntese de polímeros estruturais (sintetiza matriz extracelular e polissacarídeos da parece celular) · Armazenamento (Virar glicogênio, amido e sacarose) · Oxidar por glicólise (virando piruvato) · Oxidar pela via da pentose-fosfato (virar Ribose-5-fosfato) · Glicólise · Ocorre no citosol · Glicose (6 carbonos) 2 moléculas de piruvato (cada uma com 3 carbonos) + 2 ATP + Redução de 2 NAD+ (virando 2 NADH + 2 H+) · Processo de quebra da glicose em 10 reações · Produto final: 2 piruvatos e 2 ATP · Após as 10 reações sucessivas da glicose, pode acontecer a formação do piruvato em: · Condições anaeróbicas: Fermentação lática, formando 2 moléculas de lactato (=ácido lático) momentos de exercício físico rigoroso ocorre em hemácias e em outras células e micro-organismos · Condições anaeróbicas ou hipóxia: Forma 2 etanol + 2CO2 fermentação até etanol na levedura · Condições aeróbicas: Forma 2 Acetil-CoA O Acetil-CoA entra no ciclo de Krebs (que forma hidrogênios e elétrons ricos em energia, formando coenzimas NADH e FADH2, que levarão os hidrogênios e elétrons para a cadeia respiratória, transferindo eles até o O2 molecular, recebendo eles e formando 4H2O e 4CO2) · Dividida em 2 etapas: 1) Etapa preparatória · Prepara a glicólise é fosforilada (recebe P) · Glicose preparada para o catabolismo · Hexoses (como frutose, galactose e manose) também podem entrar na fase preparatória · De glicose para Gliceraldeído 3-fosfato · Gasta 2 ATP 2) Etapa de pagamento ou compensação ou preservadora de energia · Gliceraldeído 3-fosfato vira piruvato · Forma 4 ATP · Libera 2 NADH+ + H+ · Fase preparatória da glicólise · 1ª reação: Fosforilação da glicose · Irreversível · Grupo fosfato vem da quebra do ATP( ADP+P) · Enzima hexoquinase (ΔG0 = -16,7 kj/mol) reação exergônica, espontânea · Hexo (hexoses D-glicose, D-manose, D-frutose) · Quinase: subclasse das transferases · Hexoquinase é uma enzima reguladora. Inibida quando tem excesso de glicose-6P (regulação alostérica retroinibição) · Glicoquinase (fígado): específica para D-glicose, não sendo inibida por glicose-6P Valor de Km para glicose maior que a hexoquinase (maior o Km, menor a afinidade). Fica ativa depois de refeições ricas em açúcar, convertendo excesso de glicose em glicose 6P, sendo armazenado como glicogênio · 2ª reação: Isomerização da glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato · Enzima: Fosfoglicose isomerase (ΔG0 = 1,7 kj/mol) · Converte aldose em cetose · 3ª reação: Fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose 1,6 difosfato · Irreversível · Adição de outro fosfato · Enzima Fosfofrutoquinase-1 (ΔG0 = -14,2 kj/ mol) · Acelerada por baixas [ ] de ATP ou altas [ ] de produtos de ATP ou altas [ ] de produtos do ATP, que são o ADP · AMP é inibida por altas [ ] de ATP, citrato ou ácidos graxos · Se sobra citrato ou ácido graxo significa que está sobrando energia · Ponto de regulação · A enzima é regulatória · 4ª reação: clivagem da frutose 1-6-difosfato em gliceraldeído 3P e diidroxiacetona P · Enzima Aldolase(ΔG0 = 23,8 kj/mol) endergônica, não-espontânea · Divide a frutose 1,6-difosfato em diidroxicetona fosfato + gliceraldeído 3-fosfato · 5ª reação: Isomerização da diidroxiacetona-fosfato · Enzima: Triose fosfato isomerase (ΔG0 = 7,5 kj/mol) · As 2 “metades” da glicose geram gliceraldeído 3- fosfato (tendo 2 moléculas de gliceraldeído 3- fosfato) · Fase de compensação ou preservadora de energia · 6ª reação: Pxidação do gliceraldeído-3-fosfato · Gliceraldeído-3-fosfato passa por reações formando 2 moléculas de piruvato (NADH+ + H+) e liberação de 2 ATP · Enzima: Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase (ΔG0 = 6,3 kj/mol) · A coenzima NAD+ é ajudante da enzima · As 2 moléculas de Gliceraldeído-3-fosfato vão sofrer uma desidrogenação e oxidação formando 1,3 -bifosfoglicerato · Enzima tira “H” do Gliceraldeído-3-fosfato, que é captado pelo NAD+, sofrendo redução e formando NADH+ + H+ · Gliceraldeído-3-fosfato sofre oxidação e o NAD+ redução (por ganhar o hidrogênio) · 7ª reação: Síntese do 3-fosfoglicerato com produção de ATP · Enzima: Fosfoglicerato quinase (ΔG0 = -18,5 kj/mol) · O 1,3 – bifosfoglicerrato é um composto que está carregando uma ligação fosfato de alta energia. Esta será quebrada se juntará com o ADP (adenosina trifosfato), virando ATP (adenosina trifosfato). · A geração de ATP ocorre pela transferência do grupo fosforil de alta energia do grubo carboxil para o ADP, formando ATP · Fosforilação ao nível de substrato: processo de produção de ATP acoplada à transformação enzimática de um substrato · 8ª reação: Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato · Ocorre somente o deslocamento do grupo fosfato do carbono 3 para o carbono 2 · Enzima: Fosfoglicerato mutase (ΔG0 = 4,4 kj/mol) · 9ª reação: Desidratação do 2-fosfoglicerato · Enzima: Enolase (ΔG0 = 7,5 kj/mol) · Forma um composto fosfatado de alta energia · 10ª reação: Formação do piruvato com produção de ATP · Reação irreversível · Enzima: Piruvato quinase (ΔG0 = -31,4 kj/mol) reação espontânea · Transferência do grupo fosfato do Fosfoenolpiruvato para o ADP formando ATP mais piruvato · Geração de ATP – Fosforilação à nível de substrato (formação de ATP acoplado a transformação enzimática de um substrato em outro) · Formação de 2 moléculas de piruvato · Balanço energético da glicólise · 1ª fase: gasto de 2 ATP · 2ª fase: formação de 4 ATP (mas foi gasto 2) e 2 NADH + H+ · Lucro de 2 ATPs · Transformações líquidas na glicólise: · Conversão: Glicose 2 piruvato · Fosforilação: 2 ADP 2 ATP · Redução: 2 NAD+ 2 NADH · Reação exergônica Aula 4 – Metabolismo dos carboidratos · Destinos do piruvato formado: · Fermentação · Respiração · Fermentação láctica ou glicólise anaeróbica (em condições anaeróbicas): · 2 Piruvato forma 2 moléculas de Lactato · Enzima: Lactato desidrogenase (LDH) (ΔG0 = -25,1 kj/mol) · Fermentação recompõem o NAD+ para a continuidade da glicólise · Ocorre em: · Músculo em contração vigorosa (quando o O2 não pode ser transportado aos músculos o suficiente para oxidar o piruvato) · Fibras musculares brancas (contração rápida) · Fibras musculares em geral (esforço intenso) · Hemácias (hemácia não tem mitocôndria) · Outras células do organismo · Outros microrganismos · Em condições de hipóxia (baixo O2 ou anaerobiose): · NADH gerado pela glicólise não pode ser reoxidado pelo O2 · A falha na regeneração de NAD+ deixa a célula carente de aceptor de elétrons para a oxidação de gliceraldeído-3-fosfato, e as reações geradoras de energia da glicólise cessariam. Portando, NAD+ deve ser regenerado · A maioria dos organismos modernos reteve a capacidade de regenerar NAD+ continuamente durante a glicólise anaeróbica pela transferência de elétrons do NADH para formar um produto final reduzido, como lactato ou etanol (nos microrganismos) · O NADH + 2H+ tem que regenerar (pela oxidação) em NAD+ (sendo esses usados em novas reações), isto ocorre quando em condições anaeróbicas, o piruvato (é desidrogenado e é reduzido) vai ser transformado em lactato · Reação geral na glicólise anaeróbica: Glicólise + 2Pi + 2 ADP 2 Lactato + 2 ATP + 2 H2O · Embora a glicólise anaeróbica produza pouca energia, é uma fonte energética valiosa para tecidos, onde o suprimento de O2 é baixo ou tecidos com pouca ou nenhuma mitocôndria · Tecidos com baixo suprimento de O2: tecido cardíaco após infarto do miocárdio, tecidos (geral) após choque ou hemorragias · Tecidos com pouca/nenhuma mitocôndria: hemácias (produzem lactato a partir da glicose mesmo em condições aeróbicas) e fibras musculares brancas · A dosagem de lactato no sangue é importante para detectar infarto hemorragia, choques... · Lactato formado por essas células pode ser reciclado, transportado do sangue ao fígado, sendo onde é convertido em glicose (produção de açúcar a partir de um composto que não é açúcar processo de gliconeogênese) Minuto · Animais como Atletas, jacarés e celacantos tem glicólise em [ ] limitantes de oxigênio, fazendo a glicólise anaeróbica · Andorinhas (pássaro migratório) são vertebrados pequenos que conseguem transportar oxigênio aos músculos rápido o suficiente para evitar o uso anaeróbico de glicogênio muscular. Animais de grande porte não conseguem sustentar o metabolismo aeróbio nos músculos esqueléticos por longos períodos de atividade muscular intensa · Contração de lactato durante atividade muscular intensa (maratona): · Início da maratona: alta [ ] de lactato por causa da baixa velocidade de circulação sanguínea nos tecidos (baixo O2 nos músculos) os músculos precisam da via glicolítica para produzir ATP · Meio da maratona: [ ] baixa de lactato, sua produção diminui pois o piruvato vai ser usado pelo metabolismo aeróbico · Fim da maratona: alta [ ] de lactato devido o O2 tecidual estar baixo e cessa o metabolismo aeróbico. O piruvato volta a ser usado pela fermentação lática gerando lactato · Fibras musculares lentas · Fibras pequenas · Inervadas por fibras nervosas pequenas · Alto suprimento capilar [O2] · Oxidação elevada · Muitas mitocôndrias favorece catabolismo aeróbico · Mioglobina · Músculo vermelho · Piruvato é usado pela enzima piruvato desidrogenase na mitocôndria · Fibra muscular rápida · Fibras grandes · Grande capacidade de [ ] · Retículo sarcoplasmático extenso · Facilidade em liberar Ca++ · Muitas enzimas glicolíticas · Menor suprimento de sangue (oxidação é secundária) · Menor n° de mitocôndrias · Músculo branco · Piruvato sendo usado pela fermentação lática no citosol · Fermentação alcóolica · Piruvato é transformado em etanol e CO2 · Realizada por microrganismos · Piruvato vira acetaldeído que vai sofrer desidrogenação formando etanol e CO2 · Ocorre na fabricação da cerveja, vodka, whisky · Regulação da via glicolítica · Corpo regula-se a sua condição metabólica · Alimentando x jejum, repouso x exercício · Como é regulada a via glicolítica? · Consumo de ATP · Necessidade dos intermediários · Regeneração de NADH · Regulação alostérica · Regulação por hormônios: glucagon, insulina e adrenalina · Regulação por variações na expressão dos genes das enzimas · Regulação alostérica da via glicolítica · 3 enzimas reguladoras (tem 10 enzimas reações catalisadas por enzimas, mas só 3 são regulatórias): 1) Hexoquinase: catalisa a transformação da glicose glicose 6-fosfato 2) Fosfofrutpquinase 1 (PKF1): frutose 6-fosfato frutose 1,6-bifosfato 3) Piruvato quinase: Fosfoenolpiruvato piruvato · A glicose 6-fosfato consegue inibir a hexoquinase · Citrato e ATP consegue inibir a fosfofrutoquinase 1 · Acetil-CoA e ácidos graxos inibem o piruvato quinase · Regulação alostérica da hexoquinase · 1° ponto da regulação da via glicolítica · Glicose-6-fosfato (G6P) é tanto substrato como regulador alostérico (tem [ ] de G6P no sangue). O excesso de G6P começa a inibir temporariamente e reversivelmente a atividade da hexoquinase, levando a velocidade de sua formação a um equilíbrio com a sua utilização · Existem 4 tipos de hexoquinase. Mas todas elas são isoenzimas.· A constante Km da glicocinase em comparação com a hexoquinase 1, 2 e 3 é maior, logo a afinidade pelo substrato é mais baixa · A glicocinase entra em atividade após uma refeição rica em açúcar · A Isoenzima glicoquinase (presente no hepatócito) é inibida pela frutose-6-fosfato e mediada por uma proteína reguladora · Como a glicoquinase tem Km maior que a hexoquinase ela torna-se saturada em altas [ ] de glicose. Desta forma, quando a glicemia está alta depois de uma alta ingestão de carboidratos, a glicoquinase converte a alta [ ] de glicose em glicose-6-fosfato · Hexoquinase curva hiperbólica · Glicoquinase curva sigmoidal · Insulina aumenta a biossíntese de glicoquinase enquanto a diabetes diminui a atividade da glicoquinase · Glicose em excesso estimula a saída da Hexoquinase IV do núcleo · Aumento da frutose-6-fosfato estimula o retorno da hexoquinase IV ao núcleo · Regulação alostérica da fosfofrutoquinase · Catalisa a transformação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato · 2° ponto de regulação da via glicolítica · Enzima fosfofrutoquinase – 1 (catalisa a transformação) é inibida por excesso de ATP e citrato diminui a velocidade da via glicolítica · A presença de ADP e AMP (produtos resultantes da quebra do ATP) ativam a fosfofrutoquinase – 1 aumenta a velocidade da via glicolítica · O inverso desta reação faz parte da gliconeogênese (processo que sintetiza glicose a partir de compostos não-açúcares) São duas vias alternativas, quando uma está ativa a outra tem que estar inibida · O composto frutose 2,6-bifosfato (F26BP) · Sintetizada e localizada no fígado · Controla a atividade da glicólise e glicogênese · É um efetor positivo da fosfofrutocinase-1 (PFK1) (= ativa a via glicolítica), produzida pela PFK 2 não é um intermediário da glicólise e não participa da via metabólica específica · A frutose-2,6-bifosfato é degradada pela frutosebifosfatada 2 (FBPase-2) · F26BP consegue ativar a PFK1 (enzima que transforma a frutose-6-fosfato em frutose 1,6-bifosfato, na glicólise) e consegue inibir a frutose 1,6 – bifosfatase- 2 · F26BP é sintetizado por essa enzima bifuncional (PFK-2 e FBPase 2) · Insulina: ativa a quinase da enzima bifuncional (PFK-2) insulina ativa a formação da frutose 26bifosfato, ativando a via glicolítica · Glucagon: atividade fosfatase da enzima bifuncional (FBPase-2) glucagon inibe a formação da frutose 26bifostato, inibindo a via glicolítica · Regulação alostérica da piruvato quinase · 3° ponto de regulação da via glicolítica · Converte o fosfenolpiruvato em piruvato · Presença de ATP inibe atividade da enzima (quando ligado na enzima diminui a afinidade da enzima pelo fosfoenolpiruvato) · Presença de frutose 1,6-bifosfato aumenta a atividade da enzima · Enzima inibida por ATP, Acetil-CoA e ácidos graxos de cadeia longa (componentes indicadores de energia) · Inibição por modificação covalente: Inibição por fosforilação dependente de AMPc (efeito do glucagon) · Ativador alostérico (ativadores da enzima): AMP, PEP, Frutose 1,6bifosfato Aula 5 – Entrada de outros carboidratos na via glicolítica · Outros açúcares (além da glicose) podem entrar na via glicolítica e liberar energia · Lactose (glicose + galactose) · Sacarose (glicose + frutose) · Glicogênio muscular e hepático (glicose + glicose) · Catabolismo do glicogênio endógeno · Fontes de glicogênio · Exógeno: dieta · Endógeno: Armazenado no fígado e no músculo em forma de grânulos · Catabolismo do glicogênio hepático: · Mantém a glicose sanguínea -normoglicemia · Catabolismo do glicogênio muscular: · Dar moléculas de glicose para trabalho muscular · Catabolismo de glicogênio: · Glicogenólise (= quebra do glicogênio) · Estrutura do glicogênio · Muito ramificado – pontos com ligação α 1-6 · Polissacarídeo – ligações do tipo α 1-4 · Ramificações tem extremidades não-redutoras · Enzimas da glicogenólise (a partir do glicogênio endógeno) · Glicogênio fosforilase: · Cliva ligações tipo α 1-4, pela extremidade não redutora através da fosforólise até sobrar 4 resíduos de glicose · Produz glicose-1-fosfato · Enzima de desramificação · Desloca 3 resíduos de glicose para a extremidade não-redutora e cliva pela hidrólise de uma ligação do tipo α 1-6. Produz glicose · Enzima fosfoglicomutase · Converte glicose-1-fosfato em glicose-6-fosfato · Intermediário da via glicolítica · Conversão da glicose-6-fosfato em glicose · Etapa exclusivamente hepática (por causa da enzima glicose-6-fosfatase) · Após a conversão em glicose, ela é transportada por moléculas transportadoras sai das células hepáticas e vai ao sangue mantendo os níveis de glicose livre · Glicogenólise muscular · Importante para sustentar o trabalho muscular anaeróbico · Não tem etapa catalisada por enzima glicose-6-fosfatase · Glicogenólise no trabalho muscular anaeróbico: · Glicogênio glicose-1-fosfato glicose-6-fosfato via glicolítica piruvato fermentação lática (para regenerar NAD+ para a via glicolítica muscular) · Catabolismo da sacarose · Sacarase intestinal hidrolisa a sacarose, que vira glicose e frutose · Glicose e frutose absorvidas pelo intestino cai na corrente sanguínea · A entrada de frutose nas células independe de insulina (a entrada da glicose depende!), logo não promove a secreção de insulina · Frutose pode fazer energia? Frutose pode ser: · Convertida em intermédios da via glicolítica, assim usada na geração de energia · Catabolismo da frutose: · Reação que depende de ATP · Acontece no fígado · Etapas do catabolismo da frutose: · Fosforilação da frutose no C1: frutoquinase · Clivagem da frutose-1-fosfato: aldose · Conversão dos intermediários em gliceraldeído-3-fosfato (intermediário da via glicolítica) · Nos músculos e rins: · Frutose é fosforilada a frutose-6-fosfato (intermediário da via glicolítica): hexoquinase · Catabolismo da lactose · Lactase intestinal hidrolisa lactose liberando galactose e glicose · Glicose e galactose são absorvidas no intestino · Galactose entra na célula independente de insulina · Galactose usada para ser energia: · Galactose pode virar glicose-6-fosfato (intermediário da via glicolítica) · Catabolismo da galactose: · Fosforilação da galactose no C1: galactoquinase · Formação de UDP-galactose em glicose-1P: uridiltransferase · Conversão de UDP-galactose em UDP-glicose: epimerase · UDP-glicose reage com galactose-1-fosfato (da etapa 1) formando glicose-1-fosfato e UDP- galactose: uridiltransferase · Glicose-1-fosfato é convertida em glicose-6-fosfato (intermediário da via glicolítica): fosfoglicomutase · Intolerância a lactose: · Determinado geneticamente · Perda de atividade da enzima lactase · Sintomas: gazes, diarréia cólicas e desconforto abdominal · Tratamento: evitar lácteos e uso de auxiliares digestivos (lactase em pílulas) · Hipótese da intolerância a lactose nos adultos: · A diminuição da ingestão de leite diminui a quantidade de lactases no intestino, causando uma diminuição na sequência de DNA do cromossomo 3 que controla a expressão da lactase Complexo da piruvato desidrogenase e o ciclo de ácido cítrico ou ciclo de Krebs · Respiração celular · Processo de obtenção de energia das células aeróbicas a partir da oxidação das moléculas combustíveis pelo O2 · Libera mais energia do que processo anaeróbico · Estágios da respiração celular: 1) Carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos sofrem oxidação até virar acetil-CoA 2) Acetil-CoA vai ao ciclo de Krebs, que degrada enzimaticamente, liberando átomos de H ricos em energia e CO2 3) Átomos de H separam-se em prótons e elétrons ricos em energia. Os elétrons vão para uma cadeia transportadora de elétrons (cadeia respiratória) até o oxigênio molecular que é reduzido e forma água. Neste transporte de elétrons, ocorre libração de grandes quantidades de energia na forma de ATP, em um processo chamado de fosforilação oxidativa. · Oxidação dos carboidratos ocorre em várias etapas: · É necessáriopequena energia de ativação superada pela temperatura corporal · A energia livre é armazenada em moléculas carreadoras ativadas (ATP, NADH, NADPH e FADH2) · A energia livre chega até ser CO2 + H2O · Se ocorre queima direta do açúcar, toda a sua energia é liberada em forma de calor, não sendo utilizada · Nas reações de bioenergética celular, elétrons ricos em energia como NADH e FADH2 são transferidos para a cadeia respiratória, onde ocorre a fosforilação oxidativa e produção de muito mais ATP · Reações que correm dentro da mitocôndria · Oxidação do piruvato · Piruvato (que estava no citoplasma) entra por transporte ativo na mitocôndria. · Na matriz mitocondrial o piruvato é transformado em acetil-CoA reação catalisada pelo complexo da piruvato-desidrogenase · Tem 3 enzimas: 1) Piruvato-desidrogenase (E1) 2) Di-hidrolipoil-transacetilase (E2) 3) Di-hifrolipoil-desidrogenase (E3) · Piruvato é desidrogenado e oxidado em aceil-CoA · O NAD+ tira H do piruvato, sofrendo redução e se tornando NADH · O acetil-CoA: · Ciclo de Krebs na matriz mitocondrial: · Via central comum de degradação de carboidratos, lipídios e proteínas tudo vir acetil-COA entra no ciclo de Krebs · Mecanismo onde a energia livre é liberada na oxidação, sendo disponível para outros processos · Função do ciclo de Krebs: · Colheita de elétrons de alta energia das substâncias energéticas carbonadas · Divisão do ciclo de Krebs: · Oxidação do Acetil-CoA · Regeneração do oxaloacetato · 1ª reação: · Condensação da Acetil-CoA com o oxaloacetato formando citrato · Enzima: Citrato sintase · 2ª reação: · Conversão do citrato em isocitrato · Enzima: aconitase · Reação de isomerização em que no início remove a água (desidratação), que será adicionada novamente depois (reidratação), o que move o grupo hidroxila de um átomo de C para o seu vizinho · 3ª reação: · Desidrogenação do isocitrato, formando α-cetoglutarato · Enzima: Isocitrato desidrogenase · É a 1ª reação de óxido-redução do ciclo de Krebs · Também acontece a descarboxilação · O NAD+ é a coenzima dessa desidrogenase, que recebe os H e reduz formando NADH + H+ · 4ª reação: · Descarboxilação oxidativa do α-cetoglutarato em sucinil-CoA · Complexo α-cetoglutarato-desidrogenase tem muita semelhança com o complexo que converte piruvato em acetil-CoA (piruvato– desidrogenase). Da mesma forma, ele catalisa uma oxidação que produz NADH, CO2 (descarboxilação) e uma ligação tipo éster, rica em energia com a coenzima A (CoA) · Complexo: α-cetoglutarato-desidrogenase · α-cetoglutarato é oxidado até sucinil-CoA · NAD+ é reduzido até NADH + H+ · Descarboxilação = perda de CO2 CO2 expirado pelos seres · 5ª reação: · Conversão do sucinil-COA em succinato, com a fosforilação da guanosina difosfato (GDP) à guanosina trifosfato (GTP) · Enzima: Succinil- CoA sintase · Fosforilação ao nível de substrato (transformação de um substrato em outro através de uma enzima) · Transformação do sucinil-CoA libera energia suficiente para pegar P inorgânico + GDP e formar GTP (GTP tem mesma quantidade energética do ATP) · 6ª reação: · Desidrogenação do succinato em fumarato · Na 3ª reação do ciclo, o FAD recebe 2 átomos de H do succinato e sofre redução, formando FADH2 (FADH2 = rico em energia, entrega seus elétrons para a cadeia respiratória) · Coenzima: FAD (derivado de vitamina) · Enzima: succinato desidrogenase · 7ª reação: · Hidratação do fumarato em malato · Adição de água (hidratação) no fumarato coloca um grupo hidroxila próximo a um carbono de carbonila · Enzima: fumarase · 8ª reação: · Desidrogenação do malato em oxaloacetato · Na última das 4 etapas da oxidação do ciclo, o carbono que carrega o grupo hidroxila é convertido em um grupo carbonila, regenerando o oxaloacetato necessário para a etapa 1 · NAD+ recebe o H e sofre redução formando o NADH + H+ · Enzima: Malato desidrogenase (desidrogenação) · O ciclo do ácido cítrico: · Rendimento de 1 GTP (ATP) por volta · 3 NADH, 1 FADH2, 2 CO2 como são 2 acetil-CoA, é preciso duas voltas no ciclo de Krebs · Ciclo de Krebs é via anfibólica: · Participa de vias catabólicas (degrada Acetil-CoA) e anabólicas (vias de biossíntese) · É uma via de convergência para onde é direcionado o acetil-CoA formado do piruvato (glicólise), da degradação dos ácidos graxos e alguns aminoácidos · Intermediários do ciclo são usados como precursores na biossíntese de aminoácidos e outras biomoléculas · Citrato ácidos graxos e esteróis · α-cetoglutarato glutamato (que vira glutamina,albumina, arginina... = aminoácidos) · sucinil-CoA porfirinas, grupamento heme (formar hemoglobina) · Oxaloacetato Aspartato, asparagina pirimidinas · Oxaloacetato fosfoenolpiruvato (PEP) = serina, glicina, cisteína,fenilalanina, tirosina, triptofano (aminoácidos) e glicose · Reações anapleróticas · Reações de reposição de intermediários do ciclo de Krebs · Em condições normais: tem um equilíbrio dinâmico nas reações que desviam os intermediários a outras vias e repõem, de modo que as [ ] dos intermediários do ciclo de Krebs fiquem constantes · Pontos de regulação do ciclo de Krebs · Complexo piruvato desidrogenase · Regulação alostérica: · Inibida por metabóitos: ATP, acetil-CoA, NADH e ácidos graxos · Citrato sintase, isocitrato desidrogenase, A cetoglutarato desidrogenase · Controle por modificação covalente: · Muito ATP = célula não precisar mais de acetil-CoA, então o ATP estimula o piruvato desidrogenase quinase, fosforilando a piruvato desidrogenase, ficando inativa. Quando tem popuco ATP a piruvato desidrogenase é desfosforilada, ficando ativa · Inativação: fosforilação reversível em resíduos de serina da enzima E1 · Ativação: desfosforilação por fosfoproteína fosfatase específica · Enzima citrato sintase: · Inibida: ATP, citrato NADH e succinil-CoA · Estimulada: ADP, NAD+, CoA · Citrato pode sair ao citosol e funcional como inibidor alostérico da glicólise (enzima fosfofrutocinase-1) · Enzima isocitrato-desidrogenase e α-cetoglutarato-desidrogenase · Enzimas catalisam reações altamente exergônicas, estando comprometidas em reações de óxido-redução · O NADH e FADH2 gerados no metabolismo aeróbico da glicose vão para a cadeia respiratória Cadeia respiratória e fosforilação oxidativa · Cadeia transportadora de elétrons · Elétrons são transferidos para NAD+ e FAD nas reações de oxidação dos substratos (carboidratos lipídeos, proteínas), gerando NADH + H+ e FADH2 · O NADH e FADH2 vão para a cadeia respiratória · Cadeia respiratória · NADH + H+ e FADH2 transfere elétrons que fazem parte de uma sequência de oxidação-redução em centros redox, distribuídos em 4 complexos enzimáticos, na cadeira respiratória, antes de reduzir a O2 e formar H2O · Local: cristas mitocondriais ou membrana mitocondrial interna · O2 é o aceptor final de elétrons · Definição: Uma série de transportadores de elétrons que agem sequencialmente, sendo a maioria proteínas integrais de membrana com grupos prostéticos capazes de doar ou receber elétrons · Componentes da cadeia respiratória: · NADH entrega seus elétrons para uma flavoproteína (E-FMN) Complexo I: NADH-CoQ-oxidorredutase · Complexo II: Succinato-CoQ-oxidorredutase · Complexo III: CoQH2 – citocromo c oxidorredutase · Complexo IV: Citocromo-oxidase · Na matriz mitocondrial tem: · Complexo da piruvato desidrogenase: · Enzimas do CK · Enzimas do metabolismo de ácidos graxos e aminoácidos · ATP · ADP · P · Mg2+ · Ca2+ · K+ · Na membrana mitocondrial interna: · Impermeável a maioria das pequenas moléculas e íons, incluindo H+ · Contém a cadeia respiratória · Tem complexo ATP-ADP translocase e a ATP sintase · A mitocôndria · Membrana externa da mitocôndria: · 60 – 70% de proteínas (destaque: porinas, permite a difusão de moléculas relativamente grandes, aproximadamente 10 kDa) · Membrana interna da mitocôndria: · 80% proteínas · Permeável a O2, CO2 e H2O · Tem proteínas transportadoras de metabólitos, como ATP, ADP, piruvato, Ca2+ e fosfato · Apermeabilidade da membrana interna permite a geração de gradiente de íons (diferença de [ ] dos íons entre a face externa e a interna) e a compartimentalização das funções metabólicas do citosol e da mitocôndria · Reações de óxido-redução · Reações onde os elétrons são transferidos de uma molécula para a outra · Molécula que doa o elétron: agente redutor · Molécula que recebe o elétron: agente oxidante · Funciona como pares conjugados de óxido-redução (Par redox) · Agente redutor provoca redução e sofre oxidação · Agente oxidante provoca oxidação e sofre redução · Oxidação = perde elétrons, aumenta Nox · Redução = ganha elétrons, diminui Nox · Potencial padrão de óxido-redução – Eo’: facilidade que um par redox conjugado perde um elétron · Quanto mais negativo o Eo’ = menor afinidade por elétrons e maior tendência de doar elétrons · Quanto mais positivo Eo’: maior a afinidade por elétrons e maior a tendência de receber elétrons · Oxigênio: aceptor final de elétrons · Os componentes da cadeia respiratória estão organizados de acordo com seu potencial de óxido-redução · A sequência dos carreadores de elétrons segue os potenciais de redução reativos (do menor para o maior potencial de padrão de redução), sendo processo total do transporte de elétrons exergônico (libera energia) · Quanto mais negativo = maior tendência de doar elétrons · Quanto mais positivo = maior tendência de receber elétrons · Componentes da cadeia transportadora de elétrons: · São proteínas transportadoras de elétrons insolúveis em água e estão embebidas na membrana mitocondrial interna · Componentes fixos: · Complexo I · Complexo II · Complexo III · Complexo IV · Componentes móveis: · Citocromo C · Coenzima Q (ou ubiquinona) · Grupo prostéticos dos citocromos: · Complexo I: NADH: ubiquinonaoxidorredutase · Começa com os pares de elétrons que entram na cadeia respiratória: Ação de desidrogenases que usam o NAD+ ou NADP+ como aceptor de elétrons · Neste complexo I acontece a oxidação do NADH+H+ NAD+ (remoção dos elétrons) · Os elétrons (2 elétrons) são transferidos pelo cofator FMN (flavina mononucleotídeo) e de vários centros de Fe-S (Fe-4S) até a coenzima Q ou ubiquinona – não faz parte do complexo I, é uma coenzima móvel · A Coenzima Q recebe os elétrons e capta da matriz mitocondrial 2 H+ sendo convertida em QH2 (coenzima reduzida) · 4H+ são exportados para o espaço intermembrana para cada NAD+H+ oxidado · Fornece 40% da força próton-motriz gerada pela CR · Atua como bomba de prótons NADH + H+ + Q NAD+ + QH2 (QH2 = forma reduzida) 4H+ são exportados para o espaço intermembrana · Complexo II: Succinato desidrogenase · Ocorre a oxidação do FADH2 FAD (remoção dos elétrons) · Os 2 elétrons são transferidos através dos centros contendo Fe-S e do citocromo b650 até a coenzima Q (que não faz parte do complexo II, ela é móvel) · Os prótons (2H+) vindos do FADH2 são liberados na matriz mitocondrial (não contribui para a formação do gradiente de prótons) · A succinato desidrogenase é uma enzima do ciclo de Krebs (etapa 6), faz o FAD captar os H e virar FADH2 · Coenzima Q recebe elétrons e capta da matriz mitocondrial 2H+ sendo convertida em QH2 (coenzima reduzida) FADH2 + Q FAD + QH2 · Complexo III: Coenzima Q – citocromo c oxidorredutase · Oxidação da QH2 Q (remoção dos elétrons) · Os 2 elétrons são removidos, um de cada vez pelo ciclo Q · Os elétrons são transferidos pelos centros de Fe-S aos citocromos b e depois ao c1 que vai até o citocromo c (que é um citocromo móvel) · Os citocromos não transportam H+, apenas elétrons (e por vez). Depois que recebe os elétrons, sofre redução QH2 + 2Cit coxi Q + 2 Cit cred 4H+ exportados para o espaço intermembrana A ubiquinona e o local dos elétrons nela: · Complexo IV: Citocromo c oxidase · Ocorre a oxidação do 2 Cit cred 2Cit coxi (oxidação do citocromo c) · Os elétrons são transferidos pelos centros que tem Cu e Fe-Cu até o O2 (aceptor final de elétron), que sofre redução, formando o H2O 2 Cit cred + ½ O2 2 Cit coxi + H2O 2H+ exportados para o espaço intermembrana · Resumo: · Durante a transferência de elétrons (Complexo I, II, III e IV): · Diminui a energia livre · O próton que é bombeado para o espaço intermembrana não consegue retornar para matriz mitocondrial sozinha. Assim, eles voltam somente através do complexo V (- ATP sintase) · Retorno do próton ocorre a fosforilação oxidativa · Local de síntese de ATP · Fosforilação oxidativa (Força próton motriz) · Final da cadeia transportadora de elétrons: prótons H+ são bombardeados da matriz mitocondrial (lado negativo) para o espaço intermembrana (lado positivo) bombardeamento faz que a matriz mitocondrial fique mais negativa que o espaço intermembrana (que está com mais cargas positivas, principalmente o H+) gera diferença de potencial elétrico pH mais ácido no espaço intermembrana (gera diferença de potencial químico, pH) 2 situações impulsionam a síntese de ATP · Hipótese quimiosmótica (Mitchell, 1961) hipótese da fosforilação · Fosforilação oxidativa é a produção de ATP pelo ADP + Pi, acoplada ao transporte de elétrons pela cadeia respiratória até o O2 · Prótons no espaço intermembrana não podem atravessar a membrana interna · ATP é produzido quando os H+ voltam para a matriz mitocondrial por meio da enzima ATP sintase · Na passagem de elétrons da cadeia respiratória, tem 3 sítios que da energia para a síntese de ATP a partir do ADP + Pi fosforilação oxidativa · Sítio 1) entre E-FMN – CoQ · Sítio 2) entre Cit b – Cit c1 · Sítio 3) entre Cit aa3 – O2 · Para cada NADH + H+ que entra na cadeia respiratória produz 2,5 ATP (pois passa por 3 sítios) · Cada FADH2 produz 1,5 ATP (pois passa por 2 sítios) · ATP sintase – Complexo V · Composta por 2 domínios: · F1: projetado para a matriz mitocondrial (subunidade 1 α, 3 β, 1 γ e 1 ε) · F2: formado por proteína transmembrana, responsável pelo fluxo de H+ pela membrana interna (embebida na membrana), tem um local de ligação a oligomicina (inibidor de ATP sintase). O F1 liga-se no F0 por um bastão · O ATP sintase converte a energia eletroquímica em energia mecânica, utilizada para síntese de energia química na forma de ATP · Uso dos desacopladores e inibidores da cadeia respiratória ajudam na síntese de ATP · Resumo da teoria quimiosmótica: · Elétrons do NADH, FADH2 e outros substratos oxidáveis passam através da cadeia respiratória. O fluxo de elétrons é acompanhado pela transferência de prótons através da membrana mitocondrial, produzindo um gradiente químico (∆pH) e elétrico (∆potencial elétrico), que gera a força próton-motriz. A membrana interna da mitocôndria é impermeável a prótons, que podem retornar a matriz somente através de canais específicos para prótons (Fo da ATP sintase). A força próton–motriz que dirige os prótons de volta à matriz providencia energia para síntese de ATP, catalisada pela ATP Sintase, num processo chamado de Fosforilação Oxidativa · Desacopladores · São sais hidrofóbicos fracos cuja hidrofobicidade permite que eles difundem facilmente pela membrana mitocondrial · Compostos que conseguem dissipar o gradiente de H+ pela membrana, são moléculas que captam H+ no espaço intermembrana e libera na matriz ou proteínas que foram poros na membrana · A transferência de elétrons não é interrompida porém não tem síntese de ATP · Energia é dissipada como calor · Ação do 2,4-dinitrofenol (DNP) · Em condições fisiológicas o desacoplamento do transporte de elétrons e da fosforilação oxidativa produz calor · Aumento da oxidação das coenzimas sem síntese de ATP gera um aumento da degranulação de lipídios devido a produção baixa de energia · Recém-nascidos tem um tecido adiposo especial (tecido adiposo marrom) que as mitocôndrias tem proteínas desacopladoras, termogenina, na membrana interna · O retorno de H+ pela termogenina ao invés da ATP sintase gerar calor, que serve para manter a temperatura do recém-nascido · A energia é dissipada como calor e contribui para manter a temperaturacorporal de recém-nascidos, pequenos animas e mamíferos hibernantes sobrevivência ao frio · Inibidores · Inibem especificamente cada complexo e impede a transferência de elétrons · Quando um transportador é inibido ele não consegue doar ou receber elétrons · Todos os transportadores que antecederem o ponto de inibição estão reduzidos e a cadeia se torna inoperante · Geração de radicais livres · Maioria dos radicais livres são espécies reativas de O2 que pode ser gerado durante o transporte de elétrons quando a taxa de entrada de elétrons na cadeia respiratória é maior que a taca de transferência · Antioxidates e sistemas enzimáticos (superóxido dismutase e glutationa peroxidases) atuam na detoxificação dos radicais livres gerados (O2 radical superóxido, -OH radical hidroxil e H2O2 peróxido de H) · Radicais livres estão relacionados com o envelhecimento e câncer · Sistemas coenzimáticos como superóxido-dismutase e glutationa-peroxidase fazem a detoxificação dos radicais livres formados · Vitaminas vindas da alimentação também são antioxidantes que neutralizam os radicais livres formados · Quantos ATPs são produzidos pela oxidação de uma molécula de glicose? · NADH produzido na glicólise está circulando no citoplasma · A membrana interna das mitocôndrias é impermeável ao NAD+ e NADH do citosol assim a oxidação do NADH citossólico não é feita diretamente pela cadeia respiratória · Elétrons do NADH são transferidos para um composto citossólico que leva ele para o interior da mitocôndria (sistema de lançadeira), onde é oxidado · O composto oxidado volta ao citosol, permitindo que o processo continue · Tem 2 sistemas de lançadeiras: 1) Lançadeira do malato-aspartato · Mitocôndrias do fígado rins e coração · Produz 2,5 ATP 2) Lançadeira do glicerol-fosfato · Músculo esquelético e cérebro · Lançadeira que transfere NADH + H+ (elétrons e hidrogênio) do citoplasma para transportadores na membrana interna, na forma de FADH2 · O FADH2 sintetiza 1,5 ATP · Balanço energético global da oxidação completa da glicose · Músculo esquelético e cérebro produz 30 ATP · Fígado, rim e coração produzem 32 ATP Glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese · Glicogênese · Estado alimentado: produz glicogênio a partir da glicose · Glicogenólise · Estado jejum: degrada o glicogênio armazenado no fígado e libera a glicose · Gliconeogênese ou neoglicogênese · Estado jejum: produz glicose a partir de compostos que não são carboidratos · Glicogenólise · Ocorre em jejum · Degrada o glicogênio armazenado no fígado e músculo esquelético liberação de glicose · As unidades de glicose das ramificações externas do glicogênio entram na via glicolítica pela ação de 3 enzimas: 1) Glicogênio-fosforilase · Reação que uma ligação glicosídica (α1-4) entre 2 resíduos de glicose é atacada por um fosfato inorgânico (Pi), removendo o resíduo terminal na forma de α-D-glicose-1-fosfato (reação de fosforólise) até um ponto a 4 resíduos de glicose de um ponto de ramificação (α1-6) 2) Enzima de desrramificação do glicogênio: oligo (α1-6) a (α1-4) glicanotransferase · 2 reações sucessivas que removem as ramificações · Transferase remove um bloco de 3 glicoses · Glicosidase libera o resíduo de glicose remanescente · Logo que as ramificações são removidas e o resíduo glicosil na posição C-6 é hidrolisado, a atividade da glicogênio-fosforilase pode continuar 3) Fosfoglicomutase · O produto final da reação do glicogênio-fosforilase (Glicose-1-fosfato), é convertida em glicose-6-fosfato · A glicose-6-fosfato formada no músculo esquelético pode entrar na glicólise. No fígado: libera glicose para o sangue quando o nível de glicose sanguínea diminui, com acontece entre refeições · No fígado e nos rins: · A presença de glicose-6-fosfatase (retículo endoplasmático) transforma a GP6 em glicose que será transportada para o sangue, aumento a glicemia · Glicogênese · Síntese de glicogênio acontece no citosol · Processo que requer ATP ou UDP (uridina trifosfato) · Ocorre no estado alimentado · Acontece no fígado e no músculo principalmente, porém é em quase todos os tecidos · Glicogênio = suprimento de glicose em uma forma rapidamente mobilizável · Tem a flutuação desses estoques de glicogênio: aumentam durante o estado alimentado e são esgotados durante o jejum · Grânulos de glicogênio em hepatócitos: · Relembrando a estrutura do glicogênio: · Homopolissacarídeo de cadeia ramificada formado exclusivamente por α-D-glicose · União glicosídica primária: ligação α1-4 · Ramificações: ligação α1-6 (a cada 8 ou 10 resíduos de glicose) · Partícula de glicogênio pronta · Tem a glicogenina no centro da partícula e as moléculas de glicose distribuídas em 12 camadas · Glicogenina é uma proteína com atividade catalítica para formar o iniciador da glicogênese · As mais internas apresentam 2 ramificações e as mais externas não são ramificadas · Quase 55 mil resíduos de glicose compõe uma molécula de cerca de 21 nm de diâmetro e massa molecular de 10-7 · Etapas da glicogênese: 1) Síntese da UDP-glicose · UDP-glicose: doador de glicose (forma ativa de glicose) α-D-glicose ligada ao difosfato de uridina (UDP): fonte de todos os resíduos glicosil ligados adicionados à molécula · Ponto inicial da síntese de glicogênio: fosforilação da glicose em glicose-6-fosfato pela hexoquinase (em músculo) e glicoquinase (em fígado) · Conversão da glicose-6-P em Glicose-1-P é feita pela fosfoglicomutase · Glicose-1-fosfato + UTP Ação da enzima UDP glicose pirofosforilase UDP-glicose · Transferência de resíduos de glicosil da UDP-glicose a uma molécula de glicogênio, pela ação do glicogênio sintase 2) Síntese de um iniciador · Iniciador: segmento inicial para a síntese de glicogênio · Glicogênio sintase: responsável pela formação das ligações α(14) no glicogênio · Fragmento de glicogênio iniciador · Estoques de glicogênios totalmente esgotados glicogenina · Glicogenina: proteína composta por 2 subunidades, cada subunidade é catalisada pela adição de 8 unidades glicosílicas para a outra subunidade forma uma cadeia curta α(14) unida ao grupo hidroxila da Tyr (tirosina) cadeia que posteriormente é alongada pelo glicogênio sintase 3) Alongamento das cadeias de glicogênio · Transferência de um resíduo de glicose a partir de UDP-glicose para a extremidade não redutora da cadeia em crescimento · Ocorre pela enzima glicogênio sintase 4) Formação das ramificações no glicogênio · Ação da enzima de ramificação amilo- α(14)-(16) transglicosilase ou glicosil-(46) transferase ocorre a transferência de um fragmento com 6 a 7 resíduos de glicose para uma parte mais interna da molécula, levando a formação de uma ligação α(16). Outros resíduos glicosil podem ser adicionados · Importância da ramificação: Faz o glicogênio ser mais solúvel e aumenta o número de sítios acessíveis às enzimas da síntese e da degradação que agem nas extremidades não-redutoras · Resumo da glicogênese · Regulação da síntese de carboidratos · Regulação da glicogênese: · Ocorre em sintonia com a regulação da glicogenólise, as vias antagônicas são reguladas reciprocamente · Ponto de regulação: atividade da enzima glicogênio sintase · Glicogênio sintase fosforilada: inativa (glicogênio sintase b) · Glicogênio sintase desfosforilada: ativa (glicogênio sintase a) · Modificação covalente da glicogênio sintase é regulada pelas enzimas: · GSK3 que fosforila e inativa enzima sofre regulação hormonal (insulina inibe ela) · PP1 que desfosforila e ativa a glicogênio sintase enzima que sofre regulação hormonal e alostérica · Insulina ao ligar no seu receptor ativa uma cascata de eventos que acabam na fosforilação e inativação da GSK3, assim previne a fosforilação e inativação do glicogênio sintase · Alimentação (aumenta taxa de glicose) estimulação das células beta do pâncreas a produzir insulina, e inibe células alfa produtoras de glucagon insulina produzida no pâncreas estimula o fígado a absorver glicose e armazenar na forma de glicogênio · Jejumdiminui a glicose sanguínea células beta inibidas células alfa estimuladas a produzir glucagon estimula o fígado a quebrar o glicogênio e liberar glicose no sangue · Regulação recíproca da glicogênio fosforilase e glicogênio sintase ocorre: Glicogênio sintetase Insulina GLICOGÊNIO G6P G Glucagon e adrenalina Glicogênio fosforilase · Esquema regulação glicogenólise e glicogênese: · Gliconeogênese · Via de formação de carboidratos a partir de precursores não carboidratos nos tecidos animais · Local: fígado e córtex renal · Momentos de jejum · Tecidos que só usam glicose: · SNC (cérebro) · Eritrócitos · Medula renal · Testículos · Tecido embrionário · Quando ocorre? · Momentos que esgota o glicogênio (jejum ou atividade física intensa) · Ter diabetes mellitus · Precursores de glicogênio: · Lactato · Piruvato · Glicerol (quebra de óleos e gorduras) · Maioria dos aminoácidos (intermediários do ciclo de Krebs) · Gliconeogênese acontece em todos animais, vegetais, fungos e microorganismos · Reações são as mesmas em todos os tecidos e espécies · Mamíferos: · Gliconeogênese principal no fígado · Em menor extensão nos rins · Precursor: aminoácidos glicogênicos · Convertido em piruvato ou intermediários do ciclo de Krebs · Precursor: Glicerol · Glicerol produzido na quebra de gorduras (triacilgliceróis)pode ser usado para a gliconeogênese · A fosforilação do glicerol pela glicerol-quinase seguida pela oxidação do carbono central, gera diidroxiacetona-fosfato, intermediário da gliconeogênese no fígado (se precisa produzir ATP a diidroxiacetona fosfato pode ir para a glicólise, gerando ATP e piruvato) · Via metabólica da gliconeogênese · Uma via anabólica central · Tem reações em comum com a via da glicólise (7 delas, porém com enzimas regulatórias diferentes), mas é diferente não é reverso da glicólise · Regulação coordenada e recíproca · 3 reações da glicólise são irreversíveis e não podem ser usadas na gliconeogênese: · Conversão de glicose --: glicose-6-fosfato pela hexoquinase · Fosforilação da frutose-6-fosfato frutose-1,6-bifosfato pela fosfofrutocinase-1 · Conversão do fosfoenolpiruvato piruvato pela piruvato-quinase · Logo na gliconeogênese são necessárias 3 reações de desvio 1) Desvio 1 a): Piruvato fosfoenolpiruvato · Transporta o piruvato do citosol para a mitocôndria · Enzima piruvato carboxilase converte piruvato em oxaloacetato · Oxaloacetato tem que virar malato para sair da mitocôndria – enzima malato desidrogenase · Oxaloacettao pe convertido em fosfoenolpiruvato pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase Desvio 1 b): Lactato · Lactato da glicólise e fermentação nos eritrócitos e músculos sofre ação da lactato desidrogenase (no citosol) originando piruvato · Piruvato vai para a mitocôndria e é convertido em oxaloacetato - piruvato carboxilase · Esse oxaloacetato é convertido diretamente em fosfoenolpiruvato – forma mitocondrial da enzima fosfoenolpiruvato carboxicinase · Fosfoenolpiruvato sai da mitocôndria · Ciclo de Cori: Lactato é aerobicamente reconvertido em glicose pelo fígado · Glicogênio glicose piruvato lactato (músculo) · Lactato piruvato glicose (fígado) · Importância: fornece glicose para o músculo que está realizando metabolismo anaeróbico e glicogenólise · Lactato do metabolismo anaeróbico muscular é transportado para o fígado onde será usado para a síntese de glicose. Em contrapartida, o fígado manda glicose para o músculo repor o glicogênio 2) Desvio 2): Frutose-1,6-bifosfato frutose-6-fosfato · Na via glicolítica fosfofrutoquinase-1 converte frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato reação muito exergônica e irreversível · Na glicogênese frutose-1,6-bifosfato gera frutose-6-fosfato pela ação da enzima frutose-1,6-bifosfatase (ou FBPase-1) 3) Desvio 3): Glicose-6-fosfato em glicose livre · Via glicolítica: hexoquinase/glicoquinase glicose é fosforilada em glicose-6-fosfato · Gliconeogênese: glicose-6-fosfatase desfosforilação da glicose-6-fosfato em glicose · Gliconeogênese a partir do ciclo glicose-alanina · Fornece glicose ao músculo que tá fazendo proetólise · A alanina da proteólise é transportada para o fígado onde será usado para a síntese de glicose. Em contrapartida, o fígado manda glicose para o músculo utiliza-la pela via glicolítica · Consumo de energia da gliconeogênese · Gliconeogênese em ruminantes · Ocorre a partir do propionato · Rota ocorre tanto nos monogástricos como nos ruminantes, é utilizada como a mais importante fonte de glicose dos ruminantes · Propionato é absorvido no epitélio ruminal como produto final da fermentação microbiana dos glicídios, passando para o fígado, onde ingressa na rota gliconeogênica · A rota do propionato até a glicose passa por seu ingresso no ciclo de Krebs até dar oxaloacetato, precursor gliconeogênico que pode ser convertido em fosfoenolpiruvato · Propionato: ativado a propionil-CoA pela enzima propionil-CoA sintase · Propionil-CoA é carboxilado em D-metilmalonil-CoA pela enzima propionil-CoA carboxilase · Enzima racemase converte D-metilmalonil-CoA em L-metilmalonil-CoA · L-metilmalonil-CoA vira succinil-CoA (intermediário do ciclo de Krebs) pela enzima metilmalonil-COA mutase. Succinil-CoA segue o ciclo de Krebs até gerar malato · Malato sai ao citosol e é convertido em oxaloaceato, continuando a gliconeogênese da mesma forma que o processo a partir do piruvato · Motivo de tomar glicose na veia em coma alcóolico: · A glicose desvia a rota metabólica do NAD+ para a via glicolítica, evitando a formação do acetaldeído · Metabolismo do álcool influência negativamente a gliconeogênese · Alta [ ] de NADH gerada no metabolismo do álcool desvia o NADH para outras rotas metabólicas ao invés da gliconeogênese · O metabolismo do álcool pode chegar na gliconeogênese pelo desvio do NADH para a reação catalisada pelo lactato desidrogenase e para a reação catalisada pela malato desidrogenase citosólica, que consomem respectivamente piruvato e oxaloacetato, que são precursores glicogênicos · Conclusão: metabolismo do álcool diminui a disponibilidade dos precursores glicneogênicos diminuindo a gliconeogênese e colaborando para o desenvolvimento de um quadro de hipoglicemia, que pode ser agravado em pacientes que fazem uso de insulina ou indivíduos vulneráveis (que estão em dieta, jejum ou que se submeteram a atividades físicas extenuantes) · Acetaldeído = rubor, náuseas, vômitos e ressaca · Regulação da gliconeogênese: ·
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