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ANAIS_III_COLOQUIO_DOCENCIA_E_DIVERSIDAD

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Prévia do material em texto

ANAIS III COLÓQUIO DOCÊNCIA E 
DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE 
NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS III COLÓQUIO DOCÊNCIA E 
DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
07 a 09 de junho de 2017 
Salvador- Bahia - Brasil 
 
 
 
 
@ Grupo de Pesquisa Docência, Narrativa e Diversidade 
 
Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma 
idêntica, resumida ou modificada, em Língua Portuguesa ou qualquer outro idioma 
Depósito legal na Biblioteca Nacional. 
 
Projeto Gráfico/Editoração 
Adelson Dias de Oliveira/ Adson dos Santos Bastos/ Fabiane Santana Oliveira/ Juliane 
Costa Silva/ Ziziane Oliveira de Macêdo 
PPGEduC/UNEB 
Revisão 
A revisão dos textos encontra-se sob a responsabilidade 
dos respectivos autores 
 
 
Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica: diferenças e desigualdades no 
cotidiano escolar (3.:2017: Salvador, BA). 
 
C719a Anais do III Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica: diferenças e 
desigualdades no cotidiano escolar [recurso eletrônico] / coordenado por Jane Adriana 
Vasconcelos Pacheco Rios...[et.al]. --- Salvador: PPGEduC/UNEB; DEDC – 
I/UNEB/DIVERSO, 2017. 
 2156 p.: il. 
 
 
 Realizado de 07 a 09 de junho de 2017 em Salvador- Bahia – Brasil. 
 Disponível em: < anaiscoloquiodocenciadiversidade.blogspot.com.br >. 
 Disponível em: < http://www.diverso.uneb.br/>. 
 
 ISSN: 2446-5194 (on-line). 
 
 1. Educação – Congresso. 2. Docência. 3. Professores - Formação. 4. Educação Básica – 
Diversidade. I. Título. II. Universidade do Estado da Bahia. 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas 
SIBI/UNIVASF 
Bibliotecário: Lucídio Lopes de Alencar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNEB Universidade do Estado da Bahia 
 
Reitor 
José Bites de Carvalho 
 
Vice-Reitor 
Carla Liane Nascimento Santos 
 
Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação 
Tânia Maria Hetkowiski 
 
Diretor do Departamennto de Educação –DEDC/Campus I 
Valdelio Santos Silva 
 
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – 
PPGEDUC 
Augusto César Rios Leiro 
 
Líder do Grupo de Pesquisa Docência, Narrativa e Diverisdade – DIVERSO 
Jane Adriana Vasconcelos P. Rios 
 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
COMISSÃO ORGANIZADORA 
 
Jane Adriana Vasconcelos Pacheco 
Rios (Coordenadora) – UNEB 
Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB 
Claudia Paranhos J.Portela – UNEB 
Sandra Regina Magalhães – UNEB 
 
 
COMISSÃO CIENTÍFICA 
 
Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios - 
UNEB (Coordenadora) 
Ana Cláudia Lemos Pacheco - UNEB 
Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB 
Antenor Rita Gomes - UNEB 
Augusto César Rios Leiro - UNEB 
Claudia Paranhos de Jesus Portela - UNEB 
Cláudio Orlando C. do Nascimento – 
UFRB 
Cynthia Pereira de Sousa - USP 
Dinéa Sobral Muniz - UFBA 
Dislane Zerbinatti Moraes – USP 
Eliane Greice Davanço Nogueira - UEMT 
Elizeu Clementino de Souza - UNEB 
Edmerson dos Santos Reis - UNEB 
Fábio Dantas de Souza Silva – UEFS 
Flávia Alessandra de Souza - UESC 
Graça dos Santos Costa – UNEB 
Helena Amaral da Fontoura – UERJ 
Iara Maria Campelo Lima - UFS 
Inês Ferreira de Souza Bragança - UERJ 
Jaciete Barbosa dos Santos - UNEB 
Jeanes Larchert - UESC 
José Lucas Pedreira Bueno - UNIR 
Jussara Fraga Portugal - UNEB 
Liege Maria S. Fornari - UNEB 
Ludmila Oliveira H. Cavalcante - UEFS 
Luzineide Dourado Carvalho - UNEB 
Maria da Conceição Ferrer Botelho S. 
Passeggi - UFRN 
Mary Valda Souza Sales - UNEB 
Osvaldo Fernandez Ribas Lopes - UNEB 
Paula Perin Vicentini - USP 
Philipe Murillo Santana de Carvalho - 
IFBA 
Rita de Cássia Gallego - USP 
Sandra Regina Magalhães de Araújo – 
UNEB 
Sandra Rosa Farias - UNEB 
Tânia Regina Dantas - UNEB 
Verbena Maria Rocha Cordeiro – UNEB 
 
SECRETARIA 
 
Fabrício Oliveira da Silva 
Graziela Ninck Dias Menezes 
Luciana de Araújo Pereira 
 
COMISSÃO DE LOGÍSTICA 
 
Joana Maria Leôncio Nuñez 
Milena Soeiro de Souza 
Patrícia Santana Reis 
Adson dos Santos Bastos 
 
COMISSÃO CULTURAL 
 
Amanda Fernandes da Silva 
Amanda da Silva Sant’Ana 
Fabiane Santana Oliveira 
Juliane Costa Silva 
Maria Helena Reis Santos 
 
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO 
 
Adelson Dias de Oliveira 
Charles Maycon de Almeida Mota 
Hilderlândia P. Machado Santos 
Virgínia Alves Lima Anjos 
Ziziane Oliveira de Macêdo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Programação Geral 
 
07/06/2017 – Quarta-feira 
Local: Teatro UNEB / Sala Caetano Veloso 
10:00 às 12:00 – Credenciamento 
14:00 – Solenidade de Abertura 
14:30 - Apresentação Cultural 
15:00 às 17:00 – Conferência de 
Abertura - Diferenças e desigualdades no 
cotidiano escolar 
Vera Maria Ferrão Candau – PUC/RJ 
Jane Adriana V. P. Rios – UNEB 
(Coordenadora) 
 
17:00 – Lançamento de livros 
08/06/2017 – Quinta-feira 
08:00 às 10:00 – Sessão de Comunicação 
Oral e Relato de Experiências 
Salas de Aula PPGEduC 
 
10:00 às 12:00 - Mesa I – Políticas de 
inclusão e prática pedagógica 
Cláudia Paranhos de Jesus Portela – UNEB 
(Coordenadora) 
Antônio Flávio Moreira – UCP/RJ 
Conceição Leal da Costa – Universidade de 
Évora/Portugal 
Luciene Maria da Silva – UNEB 
Iracema Souza Vilaronga – Educação 
Básica 
 
13:30 às 15:00 – Simpósio I – Palavras 
para compor silêncios: a experiência da 
leitura literária e a docência em 
contextos de diversidade 
Luciana Sacramento Moreno Gonçalves 
(Coordenadora) – UNEB 
Auditório do PPGEDUC 
13:30 às 15:30 – Sessão de Comunicação 
Oral 
15:30 às 16 :00 Amostra Cultural da 
Educação Básica 
16:00 às 18:00 - Mesa II –Docência e 
Diversidade étnico-raciais 
Sandra Regina Magalhães de Araújo – 
UNEB (Coordenadora) 
Marise de Santana - UESB 
Marco Luciano Lopes Messeder – UNEB 
Silvana Santos Bispo – Educação Básica 
 
18:00 Café Pedagógico 
Coordenação: Ana Lúcia Gomes da Silva 
Salas de Aula PPGEduC 
 
09/06/2017 – Sexta-feira 
 
08:00 às 10:00 – Sessão de Comunicação 
Oral e Relato de Experiências 
Salas de Aula PPGEduC 
 
10:00 às 12:00 - Mesa III – Gênero, 
sexualidade e geração na escola 
Elizeu Clementino de Souza – UNEB 
Fernando Seffner – UFRGS 
Josimara Aparecida Delgado _ UFBA 
Silvano Sulzart Oliveira Costa Educação 
Básica 
 
13:30 às 15:00 – Simpósio II – 
Aprendizagem da Docência no PIBID: 
cenas da formação inicial e continuada 
Ana Cristina Castro do Lago 
(Coordenadora) 
Auditório/PPGEDUC 
 
13:30 – Sessão de Comunicação Oral 
Salas de Aula PPGEduC 
 
15:30 - Amostra Cultural da Educação 
Básica 
 
16:00 – Conferência de Encerramento - 
Diversidade e Formação de professores 
na Educação Básica 
Ana Ivenick – UFRJ 
Jane Adriana V. P. Rios – UNEB 
(Coordenadora) 
 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 9 
RELATOS DE EXPERIÊNCIA EIXO I: DIVERSIDADE, NARRATIVAS E 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BASICA ........................... 589 
A PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM 
EVENTOS CIENTÍFICOS: O PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA E O 
FOMENTO DO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO ................................................ 590 
PROJETO DE EXTENSÃO “SAMU NAS ESCOLAS” – UMA ESTRATÉGIAPEDAGÓGICA ........................................................................................................... 604 
GEOGRAFIA EM IMAGENS: ABORDAGEM DE CONCEITOS, FATOS, 
FENÔMENOS E PROCESSOS GEOGRÁFICOS ................................................. 616 
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: NARRATIVAS DE UMA 
PROFESSORA-CURSISTA DO PROJETO GESTAR NA ESCOLA SOBRE O 
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA COM 
ATIVIDADES DE LEITURA, ESCRITA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 
PARA ESTUDANTES DO 6º ANO .......................................................................... 627 
A FORMAÇÃO DO/A PROFESSOR/A PESQUISADOR/A NA ESCOLA: 
POSSIBILIDADES E DESAFIOS ............................................................................ 639 
VIVENCIANDO PRÁTICAS FORMATIVAS NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO 
INICIAL DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA: O QUE NOS DIZEM SUAS 
CARTAS PEDAGÓGICAS ....................................................................................... 647 
PIBID E FORMAÇÃO DOCENTE: IMPACTOS NA ESCOLA SÃO GONÇALO 
DO RETIRO ............................................................................................................... 661 
NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM: DIVERSIDADE E DESAFIOS NA SALA DE 
AULA ........................................................................................................................... 672 
AS IMPLICAÇÕES DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO, LUDICIDADE E 
CORPOREIDADE NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL NO ESTÀGIO 
SUPERVISIONADO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB ......................... 685 
O MULTICULTURALISMO E A INTERDISCIPLINARIDADE: UMA 
ASSOCIAÇÃO PARA A ATUAÇÃO DOCENTE EM CONTEXTOS DE 
DIVERSIDADE .......................................................................................................... 699 
“AMIGUINHOS DA TURMA”, TRABALHANDO COM A DIVERSIDADE NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................................................... 713 
A PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ESPAÇO FORMATIVO DO 
PIBID COMO EXERCÍCIO DA PRÁTICA DO PROFESSOR REFLEXIVO .. 723 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
TRABALHAR COM LINGUAGEM ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL É 
COMO BRINCAR COM AS PALAVRAS, TEM QUE TER IMAGINAÇÃO, 
BRINCADEIRA E CRIAÇÃO .................................................................................. 733 
A OBSERVAÇÃO NO PIBID: POSSIBILIDADES PARA APRENDIZAGEM DA 
PRÁTICA DOCENTE NA ESCOLA ....................................................................... 747 
NARRATIVAS DE FORMAÇÃO NA TESSITURA DOS RELATÓRIOS DO 
PNAIC 2016 ................................................................................................................ 756 
A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA: IMPORTANTE FERRAMENTA NO 
ENSINO DE GEOGRAFIA ....................................................................................... 768 
RELATO DE EXPERIÊNCIA COM O JOGO “BARALHO ANIMAL” NO 
ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA .................................................................. 778 
PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS EM CONTEXTOS DE DIVERSIDADE PARA 
A DIFUSÃO DA LIBRAS .......................................................................................... 788 
TRANSFORMANDO CURIOSIDADE E ESPÍRITO INVESTIGATIVO EM 
CONHECIMENTOS RELACIONADOS À NATUREZA NO CONTEXTO DE 
CRECHE ..................................................................................................................... 801 
O USO DE OFICINAS PEDAGÓGICAS COMO FERRAMENTA NO ENSINO 
DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL ...................................................... 810 
TENDA DE LEITURA NA ESCOLA PÚBLICA: ESPAÇO DE FORMAÇÃO 
PARA A DIVERSIDADE .......................................................................................... 818 
A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NA GEOGRAFIA ESCOLAR: PRÁTICAS 
DE ENSINO NO PIBID ............................................................................................. 829 
LEITURAS, FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E PROJETO “PALAVRAS 
CANTADAS, FALADA E OUVIDA” ...................................................................... 840 
NARRATIVAS SOBRE A ESCOLA: AS EXPERIÊNCIAS NAS OFICINAS 
NARRATIVAS DO PIBID PEDAGOGIA DO DEDC I /UNEB ............................ 852 
O PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO NORTEADOR DA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA: UMA EXPERIÊNCIA NA JORNADA PEDAGÓGICA DE 
ALAGOINHAS /BA ................................................................................................... 862 
OLHAR, IMAGINAR E IMAGEAR: A LINGUAGEM IMAGÉTICA NO 
CONTEXTO DA GEOGRAFIA - VIVÊNCIAS E APRENDIZAGENS DO PIBID
 ...................................................................................................................................... 873 
PIBID: RELATÓRIOS DE EXPERIÊNCIAS, UM SUPORTE DE 
RESSIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA, 
PROFESSORES EM FORMAÇÃO ......................................................................... 886 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO CONTÍNUA NAS 
ESCOLAS ................................................................................................................... 898 
EXCERTOS AUTOBIOGRÁFICOS: O ONTEM E O HOJE DE MEU PROCESSO 
DE PROFISSIONALIZAÇÃO NA E PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ............... 907 
PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE LICENCIATURA 
EM PEDAGOGIA: DIMENSÃO PRÁTICA A PARTIR DO ESTÁGIO 
OBRIGATÓRIO NA BRINQUEDOTECA PROFª ZÉLIA DE ALMEIDA DE 
OLIVEIRA .................................................................................................................. 920 
A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO: 
DESDOBRAMENTOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 
NO ÂMBITO DO PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA .................................... 931 
A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR: 
AÇÕES PARCEIRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA.................................................................................................................... 941 
 
 
9 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica é um evento promovido 
pelo Grupo de Pesquisa Docência, Narrativas e Diversidade na Educação Básica –
DIVERSO, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e 
Contemporaneidade – PPGEduC, na Universidade do Estado da Bahia –UNEB, a partir 
da Linha de pesquisa Educação, Práxis Pedagógica e Formação do Educador. O 
DIVERSO vem produzindo suas pesquisas dando ênfase ao protagonismo docente nas 
ações desenvolvidas na Educação Básica, contribuindo na produção, intervenção e 
publicização do conhecimento acerca da docência no Estado da Bahia. 
Desde 2013, o DIVERSO tem procurado ampliar suas ações, no sentido de criar 
e fortalecer as redes colaborativas de pesquisa e formação sobre a temática em estudo. A 
partir dessa intenção, nasceu o Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica, 
como espaço propulsor e articulador do intercâmbio entre pesquisadores, pós-
graduandos, graduandos e professores da educação básica, instituindo um espaço fértil 
para discussões voltadas para a docência na Educação Básica. 
O evento teve sua primeira edição nos dias 14 e 15 de outubro de 2013, realizada 
no Campus I da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, cuja discussão transcorreu 
em torno da temática Profissão docente na contemporaneidade, que buscou refletir 
acerca da Profissionalização docente nos diversos espaços educativos que compõem a 
Educação Básica, na contemporaneidade. A segunda edição do Colóquio foi fruto da ação 
oriunda dos debates feitos acercadas políticas voltadas para a Educação Básica. Para isto, 
apresentou, nessa edição, o tema Políticas, Práticas e Formação para aprofundar as 
discussões que transversalizavam as pesquisas que tratam da educação básica e suas 
especificidades. 
A terceira edição foi produzida em um contexto de extrema crise política no Brasil 
que tem acarretado, diretamente, a perda de direitos adquiridos ao longo da nossa história, 
através de lutas da sociedade civil organizada. Um cenário em que a própria constituição 
brasileira é colocada à deriva, no que se refere, principalmente, aos direitos trabalhistas e 
à Educação Brasileira. Reformas de todos os tipos e formatos estão sendo apresentadas e 
aprovadas, trazendo em seu bojo o desmonte das políticas públicas. Um dos exemplos 
que temos, na Educação, é a Reforma do Ensino Médio que, da forma como é proposta, 
contribuirá no aprofundamento das desigualdades escolares e regionais da nossa 
juventude, assim como desconsidera as condições de trabalho do docente que atua nesse 
segmento. 
Nesse contexto, o tema central que orienta o III Colóquio de Docência e 
Diversidade na Educação Básica, Diferenças e desigualdades no cotidiano da Educação 
Básica, foi escolhido com o objetivo de refletir acerca da docência articulada com os 
atuais desafios que temos pela ampliação dos direitos sociais e democratização da 
educação brasileira, a partir de práticas e políticas públicas que atravessam o cotidiano da 
escola. 
 
 
10 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
 
Com essas implicações e articulações, organizamos este Colóquio a partir de eixos 
temáticos que procuram discutir e aprofundar dimensões vinculadas à legitimação da 
docência no cenário nacional, especificamente, nos diversos aspectos relacionados às 
diferenças e desigualdades no cotidiano escolar. Para esta edição, foram inscritos 
duzentos e três trabalhos oriundos de diferentes Estados do Brasil e de várias cidades do 
Estado da Bahia, distribuídos da seguinte forma: 
 
Tabela 1 – Trabalhos submetidos por eixo temático/modalidade 
 
EIXOS 
MODALIDADES DE TRABALHO 
Comunicações Relatos de 
experiências 
Simpósios Total 
1. Diversidade, narrativas e 
Formação de professores 
48 36 01 86 
2. Docência em contexto de 
diversidade 
34 04 01 39 
3. Política de inclusão e 
práticas pedagógicas 
18 08 __ 36 
4. Docência e diversidade 
étnico-raciais 
14 07 __ 21 
5. Gênero, sexualidade e 
geração na escola 
17 05 __ 22 
Fonte: Sistema de inscrição do Colóquio, 2017. 
 
Percebemos, nos trabalhos submetidos, nesta edição, uma diversificação de 
pesquisas e relatos apresentados nos diferentes eixos, traduzindo demandas que a 
Educação Básica revela, no que se refere às diferenças e desigualdades presentes no 
espaço escolar, sobretudo no contexto político atual, em que a Educação encontra-se 
inserida. 
Aproveito para agradecer, sobretudo aos professores da Educação Básica, pela 
ampliação de inscrições de trabalhos nesta edição; assim como à Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB, pelo apoio financeiro ao evento; à Universidade 
do Estado da Bahia – UNEB e, especialmente, o apoio, confiança e contribuição recebidos 
do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – PPGEDUC e do 
Departamento de Educação – Campus I. 
Espero que este evento possa aprofundar as discussões acerca da educação, 
fortalecer pesquisas e intervenções, ajudando-nos a continuar na luta cotidiana por uma 
sociedade justa, democrática e DIVERSA. Sejam todos(as) bem vindos(as)!!! 
 
Salvador (BA), junho de 2017. 
 
 
Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios 
Universidade do Estado da Bahia - UNEB 
Coordenadora Geral do Evento 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
589 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATOS DE EXPERIÊNCIA EIXO I: 
DIVERSIDADE, NARRATIVAS E 
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA 
EDUCAÇÃO BASICA 
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
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A PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM 
EVENTOS CIENTÍFICOS: O PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA E O 
FOMENTO DO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO 
 
Agda Stela Oliveira de Lima (Formadora Regional do Programa Ciência na 
Escola-PCE/SEC. agdastelalima.pce@gmail.com) 
Moselene Costa dos Reis (Professora de Química do Colégio Estadual 
Plataforma/Supervisora, PIBID.moselene.reis@gmail.com) 
Vanessa Carine Chaves (Formadora Regional do Programa Ciência na 
Escola-PCE/SEC. Vanessachaves.pce@gmail.com ) 
 
 
RESUMO 
Este trabalho apresenta uma experiência vivenciada no Programa Ciência na Escola-PCE, 
e aborda sobre a participação dos estudantes da educação básica em eventos científicos. 
A realização de projetos de investigação envolvendo estes estudantes e a apresentação em 
Feiras de Ciência tem se mostrado uma ação importante no desenvolvimento de novas 
competências. As análises e reflexões apresentadas perpassam pelo objetivo e ações 
desenvolvidas no PCE, em especial a formação continuada do professor, como ação 
preponderante para favorecer a educação científica. O objetivo deste trabalho é avaliar a 
participação de estudantes em eventos científicos e analisar se há estímulos nas ações do 
PCE para que efetivem essas participações. Considera que os eventos científicos 
possibilitam a interação entre os estudantes e outros cientistas e favorecem o acesso a 
novas contribuições que possam ampliar as pesquisas dos mesmos. Os resultados 
apontam que as ações do PCE têm grande contribuição no desempenho desses discentes 
e que os eventos científicos podem auxiliar no desenvolvimento da formação científica e 
que há diversos pontos positivos, apesar de notar que também há vários desafios no 
desenvolvimento dessas ações. 
 
Palavras-chave: Educação Científica. Formação continuada. Programa Ciência na 
Escola . 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Programa Ciência na Escola (PCE), através de suas ações promove a 
participação dos estudantes da educação básica nos eventos científicos, especificamente 
na Feira de Ciência da Bahia (FECIBA), desde o ano de 2011. Dessa forma, a participação 
dos estudantes nesse tipo de evento tem favorecido a apreensão de novos conhecimentos, 
mailto:agdastelalima.pce@gmail.com
 
 
 
III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: 
Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 
 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 
 ISSN: 2446-5194 
591 
 
principalmente pela busca informal de trocas de informações de interesse comum dos 
estudantes pesquisadores. Segundo Demo (2010), é fundamental tomar a educação 
científica como parte da formação do aluno. Logo, esses eventos são reconhecidos como 
um espaço dinamizador de discussões e ampliação das pesquisas de investigação, 
contribuindo assim com esse processo de formação. 
Ainda observa-se que a participação em eventos científicos é mais evidente em 
acadêmicos do que em estudantes da educação básica. Como então, esperar o 
desenvolvimento dos estudantes se eles não vivenciarem os eventos científicos desde a 
educação básica? 
 As ações do PCE perpassam principalmente pela formação dos professores, 
visando promover a educação científica e estimular o desenvolvimento de projetos de 
pesquisas e suas ações também tem incentivado a participação de bolsas de estudo para 
os estudantes do ensino médio através do Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPQ), bem como o fomento para a realização de feira e 
mostras de ciência, o que tem contribuído para o desenvolvimento científico e a inovação 
nas escolas públicas estaduais do estado da Bahia. 
Esta discussão, portantoé importante na medida que reconhece a participação dos 
estudantes da educação básica em eventos científicos como formação complementar a 
educação científica proposta pela escola através das ações do PCE e este trabalho 
apresenta a realidade dos estudantes das escolas estaduais do Núcleo Territorial de 
Educação-NTE 14, no que diz respeito ao desenvolvimento de pesquisas investigativas a 
partir do Programa Ciência na Escola. 
Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar qual a contribuição dos eventos 
científicos como cursos, seminários, feiras, congressos no desenvolvimento dos 
estudantes da educação básica e analisar se há estímulos nas ações do PCE para que 
aconteçam essas participações. O objetivo é analisar as contribuições dos eventos 
científicos para o desenvolvimento dos estudantes da educação básica. E os objetivos 
específicos: Reconhecer as ações do PCE como motivadoras para desenvolvimento dos 
 
 
 
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os estudantes; Identificar o número de estudantes do NTE 14 que já participaram de 
eventos científicos promovidos pelo PCE; Reconhecer a formação continuada de 
professores como ação primordial do PCE. 
 
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
Sobre o programa 
 
O Programa Ciência na Escola- PCE tem uma grande missão enquanto ação 
estruturante da Secretaria da Educação do Estado da Bahia que é promover a educação 
científica por meio de uma tecnologia educacional própria que possibilita a formação do 
estudante crítico, criativo, autônomo e capaz de protagonizar o seu processo de 
aprendizagem, em situações de contextos, com vistas à transformação social da realidade 
em que se encontra inserido e tem como objetivo geral, promover a educação científica 
para professores e estudantes das escolas públicas estaduais da Bahia. As ações do PCE 
perpassam principalmente pela formação continuada do professor para atuar como ponto 
de partida e de chegada a sua própria prática pedagógica, atuando como professor 
orientador de projetos de investigação desenvolvidos por estudantes com olhares sobre 
os problemas de diversos campos de estudo em suas realidades. 
Oliveira (2015) afirma que a investigação sobre a própria prática empodera os 
professores, permitindo reflexões a respeito das fragilidades e dos pontos fortes das ações 
pedagógicas. Assim, compreende-se que o processo de formação de professores no PCE deve 
ter direcionamento com a prática pedagógicas dos professores. 
O Programa atende as escolas da Educação Básica, Ensino Fundamental II e 
Ensino Médio no estado da Bahia e atua com diferentes ações, dentre elas, implantação 
de Clubes de Ciências, Feira de Ciência Escolar, Caravanas Científicas, dentre outras 
ações que mobilizam os estudantes pesquisadores a desenvolverem seus projetos e 
apresentar em eventos científicos como a Feira de Ciências e Matemática da Bahia- 
FECIBA e em Eventos Científicas Nacionais e Internacionais. 
 
 
 
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As ações do PCE são desenvolvidas pelas unidades escolares e direcionadas a 
participação direta de professores e estudantes sob orientação e acompanhamento de um 
Formador Regional- FR que atua por área de territorialização em parceria com os Núcleos 
Territoriais de Educação- NTE. O Formador Regional tem um papel fundamental no 
processo de formação dos professores, ele é o profissional que motiva e contribui com a 
articulação das ações do programa com o currículo escolar através da formação 
continuada dos professores. 
 
Formação continuada de professores e o Formador Regional –FR 
 
 O processo de formação continuada dos professores da Educação Básica no 
Programa Ciência na escola acontece em diferentes espaços. No cotidiano da escola, 
especificamente nos encontros de Atividades Complementares-AC acontece a ação 
denominada “Oficina no Chão da Escola”, ação direcionada pelo Formador Regional, 
profissional responsável pelo acompanhamento e orientação dos professores das Áreas 
de Humanas (Geografia, História, Sociologia, Filosofia) e Ciências da Natureza (Física, 
Química e Biologia). Nesta oficina o Formador desenvolve atividades que dialogam com 
o currículo escolar e o planejamento do professor. Como afirma Freire (1996, p.29) “[...] 
não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um 
no outro”. Assim, o diálogo com o planejamento do professor promove um repensar sobre 
sua ação. 
Atividades “mão na massa” também são desenvolvidas a partir das sequências 
didáticas-SD propostas para tal ação. Além do acompanhamento no cotidiano escolar, a 
formação continuada dos professores acontece também em Seminários Colaborativos 
Ciência na Escola- SECOCE, momento organizado pela Coordenação do PCE e 
Formadores Regionais. O SECOCE é organizado com 16 horas de formação em dois 
encontros anuais, um encontro por semestre e envolve professores de diversas escolas dos 
Núcleos Territoriais de Educação- NTE. O SECOCE pode ser organizado em Pólos de 
 
 
 
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formação, o que favorece a participação de um número maior de professores. Nesses 
encontros de formação o Formador Regional orienta aos professores sobre a utilização 
dos livros Bahia, Brasil: vida, natureza e sociedade e Bahia, Brasil: espaço, ambiente e 
cultura e desenvolve oficinas de SD para ampliar a prática dessa metodologia em sala de 
aula. Os professores também participam de formação direcionada ao acompanhamento e 
orientação dos projetos de investigação científica dos estudantes pesquisadores. 
Analisando os dados do NTE 14- Itaberaba, percebe-se que há um diferencial 
significativo no quantitativo dos professores envolvidos depois que o SECOCE no NTE 
14 passou a ser desenvolvido em Pólos de Formação. 
 
Tabela 1. Quantitativos de professores que participaram do SECOCE no ano de 2016 no NTE 
14/Itaberaba, 2016 
 
SECOCE 2016 Municípios Escolas Professores 
SECOCE I (Pólo Único) 8 11 48 
SECOCE II (4 Pólos) 13 21 108 
Total 21 32 156 
Fonte: Dados organizados pelos autores 
 
 
Dessa forma, Demo (2010), afirma que a educação científica só poderia progredir 
mais visivelmente se cuidássemos bem melhor da formação docente. Assim, quanto mais 
professores participarem da formação continuada, esse quantitativo favorecerá ampliar o 
trabalho direcionado para a garantia da Educação Científica nas escolas. 
 
Atuação do Formador Regional no NTE 14/Itaberaba 
 
A atual Formadora Regional do PCE no NTE 14 iniciou sua atuação 
especificamente em abril de 2016, após participar de processo seletivo para FR em 
dezembro de 2015. Anteriormente, já envolvida com formação de professores em outros 
programas estaduais e federais, compreendia perfeitamente a importância do papel do 
Formador Regional do PCE para alcançar resultados desejados na Educação Científica 
 
 
 
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com as escolas públicas do estado da Bahia. Envolvidos na formação continuada, os 
professores das duas áreas de atuação já mencionadas, relacionavam as ações do PCE 
com suas práticas pedagógicas e passaram a atuar como orientadores dos projetos de 
pesquisa científica desenvolvidos pelos estudantes a partir de questões 
sociocientíficos/socioambientais. Assumir o papel de Professor Orientador foi um grande 
desafio para muitos professores que pela primeira vez direcionavam sua ação pedagógica 
para orientação de projetos. Alguns professoresjá tinham de experiências de anos 
anteriores na orientação de projetos de pesquisa, pois estes fizeram parte da formação 
continuada do PCE nos anos de 2014 e 2015, portando já compreendiam a dimensão e 
importância da atuação do professor junto aos estudantes no processo de desenvolvimento 
das suas pesquisas. Schön (2000, p. 9), contribui afirmando que, a formação é um 
processo tutorado que se baseia na ação reflexão, ação do que fazem, enquanto fazem. 
 Nesse processo, o Formador Regional mantinha contato direto com professores e 
estudantes orientando-os sobre a condução das pesquisas e oferecendo suporte 
metodológico e recursos que contribuíssem com a sistematização da metodologia 
científica e as normas exigidas para trabalhos com esse rigor. Um dos recursos muito 
utilizados pelos professores e estudantes, foi o curso virtual APICE/FEBRACE (Feira 
Brasileira de Ciências): Metodologia Científica e Organização de Feiras de Ciências, 
curso que oferece orientações de metodologia cientifica para projetos de pesquisa e 
organização das Feiras de Ciências. 
Compreende-se que é de fundamental importância que estudantes do Ensino 
Médio vivenciem o trabalho com pesquisa investigativa desde a educação básica, pois 
sabemos que os olhares para as questões sociais se ampliam e os estudantes passam e 
refletir sobre sua vida e sua comunidade de forma mais ampla. Dessa forma, proporcionar 
aos estudantes a realização de pesquisas e apresentá-las em Feiras de Ciências Escolares 
e demais eventos científicos nacionais e internacionais tem sido um grande motivador 
para que estes se envolvam com o trabalho de pesquisa nas escolas. 
 
 
 
 
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O Professor Orientador e o Clube de Ciências 
 
Conforme discutido anteriormente, o papel do Professor Orientador é de grande 
relevância para as ações que direcionam os estudantes a desenvolverem pesquisas 
investigativas. O Clube de Ciência é uma das ações mobilizadoras no Programa Ciência 
na Escola para o trabalho de investigação e desenvolvimento das pesquisas. Mesmo com 
muitos desafios, alguns professores têm levado adiante as ações do Clube de Ciências e 
desenvolvido atividades que motivem os estudantes a acreditar em suas potencialidades 
e principalmente provocando os discentes a repensarem os problemas identificados em 
sua comunidade e sentindo-se protagonistas dessas ações. 
Segundo Cavalheiro (2006), para que uma atividade seja considerada de 
investigação, o aluno precisa agir nela de modo à refletir, discutir, explicar, relatar, e não 
apenas manipular ou observar fatos e fenômenos. Assim, o Clube de Ciências do Colégio 
Estadual Plataforma, no município de Salvador/BA tem feito a diferença na educação 
científica dos estudantes da Educação Básica deste colégio. O Clube foi criado com o 
intuito de ajudar a preencher a lacuna existente na iniciação científica na escola e 
estimular uma aproximação entre os saberes científicos. Como o Colégio não possui 
laboratório de Ciências, aliás, esta é uma realidade presente em várias escolas da Rede 
Pública Estadual de Ensino da Bahia, a Professora Orientadora teve um papel 
fundamental junto ao clube para demonstrar para os alunos que isso não era um fator 
limitante para a iniciação científica, pois seria possível utilizar os arredores da escola 
como ambiente de experimentação para realização das pesquisas. Apesar dos fatores 
limitantes, o clube foi criado em 13/02/2017 de acordo com as orientações fornecidas 
pelo Programa Ciência na Escola (PCE) da Secretaria de Educação da Bahia. Os 10 
estudantes participantes do Clube (sendo sete mulheres e três homens da faixa etária entre 
16 e 18 anos) já estão desenvolvendo pesquisas a partir de situações problemas 
vivenciadas na própria escola e no bairro onde se localiza a unidade escolar. O Clube 
também conta com a presença dos bolsistas do PIBID que fortalece o caráter do mesmo 
 
 
 
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de ser um grupo de pesquisa, atuando como coorientadores dos projetos de pesquisa dos 
estudantes e estabelecendo um elo entre a universidade e a Educação Básica. Mesmo 
sendo considerado um Clube com pouco tempo de funcionamento, percebe-se que os 
resultados apresentados já podem ser constatados ao se observar o enorme envolvimento 
dos alunos nas pesquisas, evidenciando assim o crescente protagonismo juvenil dos 
mesmos. Também analisa-se que a relação entre os discentes melhorou bastante e que os 
mesmos puderam evidenciar a estreita ligação existente entre as diversas áreas de 
conhecimento, demonstrando assim o caráter interdisciplinar do Clube de Ciências. 
Todos os estudantes encontram motivados a dar continuidade em suas pesquisas e 
apresentá-las na Feira Escolar e posteriormente na Feira de Ciências da Bahia (FECIBA) 
e em outros eventos científicos. 
 
Feira de Ciências Escolares, avanços conquistados no NTE 14/ Itaberaba 
 
As Feiras de Ciências Escolares constituem-se num espaço científico organizado 
para a apresentação dos projetos dos estudantes. Espaço de interação, diálogo e 
aprendizagens que envolvem a comunidade escolar e comunidade externa que visitam os 
projetos e compreendem os problemas apresentados através das pesquisas desenvolvidas. 
No NTE/14, em 2016 o quantitativo de escolas envolvidas com Feira de Ciência Escolar 
considera-se bastante significativo, pois muitas escolas realizaram o evento escolar pela 
primeira vez. 
 
Tabela2. Quantitativo de escolas que realizaram Feira de Ciência no NTE 14,2016. 
Nº Escolas 
NTE 14 
Escolas que 
realizaram 
Feira Escolar 
Escolas que realizaram 
Feira Escolar pela 
primeira vez 
Nº de Municípios 
NTE 14 
Municípios 
envolvidos 
25 13 07 12 10 
Fonte: Dados organizados pelos autores 
 
 
 
 
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Os projetos apresentados e selecionados nas Feiras Escolares são inscritos para 
participar da Feira de Ciência da Bahia-FECIBA, evento científico de grande expectativa 
de participação por estudantes e Professores Orientadores das escolas públicas da Bahia. 
 
Tabela 03 - Quantidade de Projetos selecionados, Municípios, Escolas, Professores Certificados e 
Estimativa de Estudantes Atendidos - 2016 
 
 2011 2012 2013 2014 2015 2016 
Projetos selecionados 65 150 240 240 240 240 
Municípios Envolvidos 144 120 188 191 300 300 
Escolas Envolvidas 192 344 506 470 750 750 
Professores Envolvidos 420 520 800 940 1500 1500 
Estudantes Envolvidos 5.760 10.320 15.180 14.100 22.500 
Fonte: Acervo PCE 
 
Analisa-se a partir dos dados apresentados que em seis anos de desenvolvimento 
do Programa o número de projetos selecionados, estudantes e professores envolvidos são 
bastante significativos e considera-se que uma das ações motivadoras é a possibilidade 
de participação dos estudantes nesse tipo de evento. Apresentaremos a seguir, dois 
eventos considerados mais motivadores de participação pelos estudantes e professores. 
 
Feira de Ciências da Bahia- FECIBA 
 
 Os estudantes que desenvolvem projetos de investigação e são selecionados nas 
Feiras Escolares se inscrevem na 6ª Feira de Ciências da Bahia (FECIBA) e em outros 
eventos científicos. A FECIBA tem como um dos seus objetivos, promover o processo 
de iniciação científica na Educação Básica tendo a pesquisa como elemento norteador da 
relação de aprendizagem. Seleciona anualmente 180 trabalhos de estudantes de diversos 
municípios do Estado da Bahia e a Feira se constitui em mostras de experiências e de 
projetos de estudantes orientados por professorespara estimular o ensino-aprendizagem 
das Ciências na escola públicas estaduais. Um dos objetivos das Feiras de Ciências, 
promovidas pelo Programa Ciência na Escola, é disseminar uma proposta metodológica 
 
 
 
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partindo da experimentação e da vivência na investigação científica, na busca de soluções 
para problemas contemporâneos. 
 Em diálogos com professores e estudantes que já participaram da FECIBA em 
anos anteriores, percebe-se que estes sentem-se mais motivados a desenvolver projetos 
de pesquisa quando a possibilidade de participar dos eventos científicos se torna mais 
próxima da realidade deles. Observa-se também que quando um projeto de uma Unidade 
Escolar é selecionado, os demais alunos e professores ficam ainda mais motivados. 
Relatam sentir-se valorizados, pois percebem que participar de eventos onde passam a 
fazer parte de um grupo seleto diante de inúmeros projetos que foram inscritos, é como 
se reconhecessem suas potencialidades a partir dessa participação. Quando retornam dos 
eventos são estimulados a dar continuidade em suas ações e conseguem motivar outros 
colegas a ter envolvimento nos trabalhos de pesquisa. 
 No NTE/14, em 2016, das 13 escolas que realizaram Feira de Ciência Escolar, 04 
tiveram trabalhos selecionados para se apresentar na FECIBA. 
 
Tabela 4. Relação dos trabalhos selecionados por escola/NTE 14 
Escola Município Projeto Selecionado 
Colégio Estadual Centenário 
 
Itaberaba Microcefalia e sua possível relação com o 
Pyriproxyfen 
Col. Estadual Lauro Farani Pedreira 
de Freitas 
Iaçu Implantação de enfermaria em haras 
Colégio Estadual Geovânia 
Nogueira Nunes 
Itatim Toxidade de Plantas Medicinais em Larvas do 
Mosquito Aedes Aegypti 
Col Est. Luis Eduardo Magalhães Santa 
Terezinha 
Fauna e Flora da Serra da Jiboia: Um tesouro 
a conhecer 
Total 04 
Fonte: Dados organizados pelos autores 
 A Feira de Ciências da Bahia (FECIBA), já em sua 6ª edição seleciona projetos 
de estudantes da Educação Básica para serem encaminhados para a Feira Brasileira de 
Ciências e Engenharia (FEBRACE). 
Dos 04 trabalhos que foram selecionados, conforme apresentados na tabela, 01 
destes foi contemplado para participar do Programa de Bolsa de Iniciação Científica do 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPQ e selecionado para 
participar da 15ª Feira de Ciência e Engenharia (FEBRACE), no ano em curso. 
 
 
 
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Feira Brasileira de Ciência e Engenharia- FEBRACE 
 
A Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE) faz parte de um 
movimento nacional e desde 2003 estimula os jovens cientistas a apresentarem seus 
projetos neste grande evento realizado na Universidade de São Paulo (USP). 
 A FEBRACE tem os seguintes objetivos que se relacionam perfeitamente com a 
discussão aqui proposta sobre a importância dos estudantes da Educação Básica participar 
destes eventos científicos, dentre eles destacamos dois: 
-Estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do 
desenvolvimento de projetos criativos e inovadores. 
-Criar uma oportunidade para jovens pré-universitários brasileiros 
entrarem em contato com diferentes culturas e estarem próximos de 
reconhecidos cientistas. (FEBRACE,2017) 
 
Analisa-se, portanto, que a partir desses objetivos, quando os estudantes participam 
desses eventos, ele elevam suas expectativas de vida, principalmente sua auto estima e 
encontram possibilidades de enriquecer seus trabalhos a partir de conversas informais 
com o público e dos contatos com os avaliadores e outros cientistas. Campello (2000, 
apud Lacerda,2008) destaca que as chamadas conversas de corredores constituem para 
muitos a parte mais importante de um evento científico. 
Foi possível evidenciar tal afirmação ao acompanhar o processo de participação 
de duas estudantes no ano de 2016/2017 que vivenciaram todas as etapas de 
desenvolvimento do projeto de pesquisa e além de participarem da Feira de Ciência 
Escolar, tiveram seu projeto contemplado pela FECIBA 2016 e participaram também da 
FEBRACE 2017. 
 
DISCUSSÃO E RESULTADOS 
 
Após observações e acompanhamento direto do trabalho realizado pelos 
Professores Orientadores e dos estudantes envolvidos em trabalhos de pesquisa 
 
 
 
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investigativa, constata-se até o momento que tanto os estudantes que já participaram de 
eventos científicos quanto os professores que acompanharam esses estudantes passaram 
a ter um estímulo diferenciado no desenvolvimento dos seus trabalhos e, principalmente, 
conseguiram motivar outros colegas em sua unidade escolar e até mesmo outras escolas. 
As estudantes que participaram da FEBRCE 2017 e participam do Programa de 
Bolsa do CNPQ encontram-se mais motivadas a dar continuidade a suas pesquisas e 
ampliar seus resultados. Sentem-se também mais seguras para realizar apresentação oral 
de seu trabalho em outros eventos, visto que passar pela experiência de um evento de 
grande nível e com um número significativo de visitantes e avaliadores, contribui para 
formação científica destes estudantes. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O Programa Ciência na Escola (PCE) tem sido um dinamizador nas ações de 
formação continuada dos professores das escolas públicas da rede estadual da Bahia, 
contribuindo significativamente para favorecer a educação científica em nossas escolas. 
A partir das ações de formação continuada de professores, que envolve o 
acompanhamento e orientação in loco, tem fortalecido a participação dos estudantes em 
atividades extra escolar, principalmente em participações nos eventos de caráter 
científicos. 
 Contribuir com a formação científicas dos estudantes desde a Educação Básica 
tem sido gratificante, pois, constata-se que os estudantes quando ingressam na 
universidade já chegam com concepções mais amplas sobre pesquisa e investigação no 
mundo acadêmico e esse tem sido um ponto muito positivo nas ações do PCE. Outra 
consideração a ser feita é que os estudantes não podem ficar restritos apenas ao 
conhecimento adquirido em sala de aula, precisa participar de outras atividades 
extraclasses como complemento a sua formação. 
 
 
 
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 Compreende-se também que as ações direcionadas para a Feira de Ciência Escolar 
e para o Clube de Ciência tem papel relevante nesses resultados e os estudantes 
envolvidos com o Clube tem se destacado dos demais pelo fato de terem possibilidade de 
ampliar suas atividades de leitura, escrita e investigação direcionada para os estudos 
científicos. Mesmo sendo um desafio implantar os Clubes de Ciências nas escolas, 
principalmente pela dificuldade de ter um profissional responsável pelas ações de 
orientação e acompanhamento das ações junto aos estudantes, os Clubes em 
funcionamento tem demonstrado resultados surpreendentes. 
No entanto, apesar dos diversos pontos positivos que podem ser elencados ao se 
realizar projetos com estudantes da escola básica, e encaminhá-los para participação em 
eventos científicos, nota-se que o caminho a ser percorrido ainda é desafiador. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ESCOLA, Programa Ciência na. Relatório Síntese 2012-2016, Secretaria da Educação 
do Estado da Bahia, 2016. 
ESCOLA, Programa Ciência na. Proposta de trabalho 2015, Secretaria da Educação do 
Estado da Bahia, 2015. 
CAVALHEIRO, P. S. Monitoriacomo estratégia pedagógica para o ensino de 
ciências no ensino fundamental. 2008. 108 f. Dissertação (Mestrado em Educação em 
Ciências)-Instituto de Ciências Básicas e da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul, Porto Alegre. 2008. 
DEMO, Pedro. B. Educação Científica. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 
36, n.1, jan./abr. 2010. 
FEBRACE, 15, 2017, Escola Politécnica da USP. Anais. São Paulo: EPUSP, 2017. 451p. 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 28ed. 
São Paulo: Paz e Terra, 1996. 
 
 
 
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LACERDA, Aureliana Lopes de et al. A importância dos eventos científicos na 
formação acadêmica: estudantes de Biblioteconomia Revista ACB: Biblioteconomia 
em Santa Catarina, Florianópolis, v.13, n 130 .1, p.130-144, jan./jun., 2008. Disponível 
em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/553 
OLIVEIRA, Marcelo dos Santos de O Programa Ciência na Escola e a formação 
continuada de professores no estado da Bahia. EDUCERE, XII Congresso Nacional 
de Educação, 2015. 
SCHÖN, D.A. Educando o profissional reflexivo: um novo designer para o ensino e 
a aprendizagem. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
 
 
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PROJETO DE EXTENSÃO “SAMU NAS ESCOLAS” – UMA ESTRATÉGIA 
PEDAGÓGICA 
 
Agnete Troelsen Pereira – UNEB 
Paloma Maria Almeida da Silva – UNEB 
Maria José Souza Pinho – UNEB 
 
RESUMO 
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem como finalidade prestar socorro em 
casos de emergência. Por sua vez, está sujeito a um alto índice de trotes que acarretam 
vários prejuízos à comunidade. Outra dificuldade que o serviço enfrenta é a falta de 
conhecimento da população sobre os primeiros socorros. Nesse sentido, o projeto de 
extensão “SAMU nas Escolas” foi implantado em 2014 no município de Senhor do 
Bonfim – BA por docentes e discentes de Enfermagem da Universidade do Estado da 
Bahia - UNEB. Busca reduzir o número dos trotes realizados para o SAMU de Senhor do 
Bonfim e capacitar os professores. Foram utilizados recursos lúdicos como peça teatral, 
além de capacitações teórico práticas para os docentes sobre primeiros socorros. 
Evidencia que a educação continuada no espaço escolar interfere positivamente na 
perspectiva de formação intelectual, social e cidadã dos estudantes e docentes, no que se 
refere a sua postura enquanto indivíduos. A atuação do projeto no espaço escolar é de 
extrema importância para a modificação do atual cenário social, uma vez que é na escola 
que se constrói parte da identidade sobre ser e pertencer ao mundo e se adquire os 
princípios éticos e morais que permeiam a sociedade. 
 
PALAVRAS - CHAVE: Educação em Saúde, Crianças, Enfermagem, SAMU 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em 2003, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de atenção às 
Urgências (PNAU) com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e 
emergência do país, bem como reduzir o quadro brasileiro de morbimortalidade relativo 
a todas as urgências, inclusive as relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no 
Anexo da Portaria MS/GM nº 737, de 16 de maio de 2001 - Política Nacional de Redução 
da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, criado como parte dessa política, o 
Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU/192). Mais especificamente, 
 
 
 
 
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Em 29 de setembro de 2003, entraram em vigor duas importantes portarias: 
a 1863/GM, que institui a Política Nacional de Atenção às Urgências, a 
qual tem como um de seus componentes, o atendimento pré-hospitalar 
móvel; enquanto a segunda portaria, a 1864/GM, oficializa a implantação 
do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) em 
municípios e regiões de todo o território brasileiro (BRASIL, 2003). 
 
Nessa perspectiva, “O atendimento pré-hospitalar, seja móvel, seja fixo, tem como 
premissa o fato de que, dependendo do suporte imediato oferecido à vítima, lesões e 
traumas, podem ser tratados sem gerar sequelas significativas (MINAYO, 2008)”. 
Um dos fatores críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o tempo gasto 
até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. O Committeeon Trauma of American Collegeof 
Surgeons (1986), dos Estados Unidos, estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo 
ideal para execução dos primeiros procedimentos, em casos graves. “A necessidade de agilidade do 
atendimento deve-se ao fato de que as primeiras horas pós-evento traumático, têm sido apontadas 
como o período de maior índice de mortalidade” (WHITAKER et al, 1998). 
O SAMU designa-se ao atendimento de urgência e emergência. O 
auxílio é realizado após ligação gratuita para o telefone 192. A ligação 
é recebida por técnicos na central de regulação que prontamente 
transferem a mesma para o médico regulador. Esse profissional faz a 
análise da situação e dá início ao atendimento imediatamente, 
orientando o indivíduo que fez a chamada sobre ações iniciais 
(PORTAL SAÚDE, 2009). 
 
Por sua vez, o serviço está sujeito a trotes e o crescente número de ligações feitas 
por brincadeira, ou intenção criminosa, ao SAMU utilizando o número 192, têm 
acarretado vários prejuízos à população e as atividades de atendimento a quem realmente 
delas necessita. Esses prejuízos são danos que vão desde gastos materiais - devido ao 
deslocamento das ambulâncias e dos profissionais - até as consequências mais graves, 
pois quando uma unidade de suporte básico ou avançado se desloca para uma falsa 
ocorrência, um paciente pode estar realmente precisando de uma ambulância. 
“Os trotes vêm tornando-se o maior vilão do serviço de urgência em todo país e, 
segundo um levantamento do Ministério da Saúde, quase 40% das ligações recebidas pelo 
SAMU/192, eram trotes. E, as crianças, são as principais responsáveis por estas ligações” 
 
 
 
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(TERRA, 2008; LEAL, 2012; BRASIL, 2014). Corroborando com a ideia descrita acima, 
a Coordenação Nacional do SAMU declara que, 
 Os trotes embaraçam os serviços por sobrecarregar as linhas 
telefônicas e ocasionar saídas ineficazes de ambulâncias. O Código 
Penal Brasileiro, no artigo 266, presume detenção de um a três anos e 
multa a quem confundir o serviço telefônico. Alguns serviços já 
conduzem à polícia os dígitos de celulares dos promotores do trote. 
(JUSBRASIL, 2015). 
 
Segundo Jusbrasil (2010), “essa realidade é presente também no extremo norte do 
Estado da Bahia, na cidade vizinha à Juazeiro, Petrolina em Pernambuco”. De acordo 
com a coordenadora do SAMU de Petrolina, Márcia Leite, “a equipe costuma receber 
uma média de 150 ligações por dia. Destas, a metade são trotes”. O número elevado destas 
ligações fez a equipe criar um trabalho de monitoramento dessas situações. Os registros 
mostram que dos 38.097 telefonemas realizados até o mês de julho de 2010, 16.038 foram 
trotes. Também foi observado que os trotes são feitos de locais próximo aos colégios por 
crianças e adolescentes e no horário escolar, geralmente durante o intervalo ou no final 
das aulas. 
Outra dificuldade que o SAMU enfrenta está relacionada à falta de conhecimento 
da população sobre primeiros socorros. Esses consistem nos primeiros procedimentos de 
emergência que visam manter as funções vitais e evitar o agravamento das condições das 
vítimas de acidentes,feridas, inconscientes ou em perigo de vida, até que elas recebam 
assistência qualificada. Por ser a educação um processo de construção que requer tempo, 
dedicação e continuidade, torna-se necessário que se inicie desde cedo as primeiras 
noções de prevenção de acidentes e primeiros socorros, portanto elas devem ser inseridas 
ainda na infância. 
Se o engajamento da população é fator importante para a diminuição dos 
acidentes, pode-se considerar que a participação das crianças nessa tarefa se reveste da 
maior importância, uma vez que elas foram identificadas como as principais causadoras 
 
 
 
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dessa “brincadeira”. Dessa forma, a participação da escola é fundamental, no sentido de 
trazer essa questão de forma interdisciplinar e contextualizada perpassando pelos 
conteúdos curriculares atitudinais e procedimentais. Isso será possível na medida em que 
os professores desenvolvam uma consciência prevencionista acerca dos primeiros 
socorros e sensibilizem-se quanto à importância de discutir e inserir essa temática com as 
crianças pertencentes as séries iniciais. 
A responsabilidade nesse processo contínuo e permanente de educar não pode ser 
solitária nem partir apenas de iniciativas individuais. Para auxiliar os professores nesse 
contexto, nosso projeto teve como um de seus objetivos capacitar os professores no que 
se refere ao atendimento de primeiros socorros, que poderiam acontecer no ambiente 
escolar. Nesse contexto, o projeto de extensão SAMU nas escolas “Sou amigo do 
SAMU” , implantado em 2014 no município de Senhor do Bonfim – BA, por docentes e 
discentes de Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, juntamente com 
o apoio de profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do 
referido município, forneceu subsídios aos professores que lidam com as crianças 
cotidianamente de como ministrar os primeiros socorros, procurando, assim, evitar as 
complicações decorrentes de procedimentos inadequados. 
Vale ressaltar, que o referido projeto de extensão subdivide-se em dois eixos: “Sou 
amigo do SAMU – não passo trotes” e “Aprendendo a Socorrer”. Almeja trabalhar a 
prevenção em acidentes e primeiros socorros com os docentes, além de buscar a 
conscientização das crianças quanto aos prejuízos causados pelos trotes telefônicos. 
A extensão universitária é o processo educativo que articula o ensino e a 
pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre 
universidade e a sociedade. A extensão é uma via de mão dupla com 
trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará na sociedade 
a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. 
No retorno à universidade, docente e discente terão um aprendizado que 
submetido à reflexão teórica, seria acrescido àquele conhecimento. Este 
fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizado, acadêmico e 
popular, terá como consequência a mudança de conhecimento acadêmico 
e a participação efetiva da comunidade na atenção da universidade 
(ARAÚJO et al, 2013). 
 
 
 
 
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 Diante disto, este projeto visou à redução dos trotes realizados ao SAMU na 
cidade de Senhor do Bonfim-Ba, esclarecendo sobre a importância do serviço para a 
comunidade e as consequências ao solicitar o serviço sem que exista real necessidade 
para o atendimento, além de contribuir na formação continuada do docente. 
A capacitação para a educação em saúde de professores, fundamentada na 
Promoção da Saúde, deve fazer parte da formação acadêmica desses 
profissionais, estando incluída no currículo. Porém, para a efetivação dessa 
capacitação é necessário que haja a incorporação de valores e conceitos 
positivos de saúde. Para tanto, é imprescindível que, após o primeiro contato 
com a fundamentação teórica sobre Promoção e Educação em Saúde, 
ocorrida durante a formação acadêmica, o professor esteja inserido em um 
processo que possibilite sua atualização, compreensão e aperfeiçoamento de 
conhecimentos[...] (LERVOLINO e PELICIONI, 2005, p. 100) 
 
Essa capacitação baseada na educação em saúde promoveu uma ação reflexiva e 
critica possibilitando aos docentes um aprimoramento dos conhecimentos de forma 
interdisciplinar e mais integral. 
No que se refere ao formato de apresentação desses conteúdos as crianças, optou-
se por utilizar mecanismos lúdicos, despertando a conscientização das mesmas, 
sensibilizando-as e estimulando-as a serem agentes transformadores do combate ao trote. 
Entende-se que : 
A ludicidade consiste numa necessidade do ser humano, em qualquer 
idade, e não pode ser vista apenas como diversão. A utilização de 
atividades lúdicas no processo de formação das crianças e adolescentes 
proporciona condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, 
emocional, cognitivo, e social. O indivíduo se expressa, assimila 
conhecimentos e constrói a sua realidade quanto está praticando alguma 
atividade lúdica (SALOMÃO et al, 2007). 
O que importa não é apenas o produto da ação proposta , mas o que dela resulta, 
a própria ação, o momento vivido. Essa estratégia possibilitou a quem vivenciou, 
momentos de encontro consigo e com o outro, de ressignificação do conhecimento, de 
expressividade e de envolvimento. 
 
METODOLOGIA 
 
 
 
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Este projeto iniciou em 2014, e desde então já foram realizados diversos encontros 
abrangendo escolas distintas, seja da rede pública como também particular. Conta com a 
participação dos discentes do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do 
Estado da Bahia, Campus VII, além a colaboração da coordenação e de membros da 
equipe do SAMU do município de Senhor do Bonfim. 
Inicialmente os alunos selecionados receberam capacitação sobre o 
funcionamento do SAMU, estatística dos trotes e de primeiros-socorros (teoria e prática) 
realizada no Núcleo de Estudo em Urgência - NEU pela enfermeira responsável pelo 
projeto de extensão. 
As atividades foram desenvolvidas pelos discentes onde a equipe foi composta 
por sete destes, sendo um aluno bolsista e os demais voluntários, além da supervisão de 
três docentes da UNEB e com o apoio de alguns profissionais do SAMU. As ações 
educativas na escola foram efetivadas por meio de um agendamento prévio das 
atividades, juntamente com a coordenação, tendo data e horário estabelecidos. 
O público alvo foram crianças de 7 a 12 anos, faixa etária esta escolhida por serem 
essas crianças os principais autores dos trotes. A educação em saúde correspondeu a um 
turno. Foram utilizados recursos lúdicos como a peça teatral, onde houve uma interação 
da equipe com o público. Desta forma buscou-se a orientação e conscientização das 
crianças sobre os danos causados pelos trotes. Utilizou-se também um vídeo interativo, 
outro recurso lúdico, que contribui para sensibilização dos alunos e alunas através do 
personagem “samuzinho” que trouxe esclarecimentos sobre os prejuízos do trote. 
Buscando conseguir o objetivo e resolutividade nas ações, a programação, 
organização e envolvimento do grupo foram indispensáveis para contemplar a ação nas 
escolas com os alunos. Ao chegar à escola, o grupo montava o cenário e separava os 
materiais que seriam utilizados, para desta forma facilitar o desenvolvimento da 
apresentação. Iniciou-se as atividades com apresentação expositiva trazendo explicações 
sobre o SAMU e sua funcionalidade. Logo após, iniciava a peça teatral retratando uma 
 
 
 
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situação hipotética, alertando para as consequências dos trotes e demonstrando assim a 
importância do serviço para toda população. 
Ao final das atividades foi exposto o vídeo interativo que abordou a temática do 
programa amigos do SAMU e finalizou com a entrega de brindes e certificados, onde o 
aluno foi intitulado amigo do referido serviço. Também foi disponibilizado para cinco 
alunos, de acordo com o seu comportamento e participação durante as ações, convidados 
a vestir o uniforme do SAMU e tirar fotos, mostrando que desta forma os mesmos 
tornaram-se parceiros. A participação real das crianças foi percebível no decorrer das 
atividades onde elas interagiram do início ao fim esbanjando atenção e interesse. 
Concomitantemente foram realizados, durante o desenvolvimento do projeto, 
treinamentos teóricos – práticos com os professores da rede estadual e municipal sobre 
primeiros socorros, tendo como tema do encontro “Aprendendo a socorrer”, fazendo uma 
explanação no primeiro momento e posteriormente, simulações práticas aplicando uma 
metodologia com manequins e materiais específicos de suporte básico de vida. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A implantação do projeto SAMU nas Escolas iniciou-se no ano de 2014, e até 
2016 já foram contempladas 25 escolas através da educação em saúde. Podemos afirmar 
então, que o processo de aprendizagem não se limitou apenas aos alunos e professores 
das escolas que receberam as atividades educativas e foram atores de mudanças na 
comunidade, como também aos discentes da universidade que foram enriquecidos com a 
resolutividade obtida através da disseminação do conhecimento, e a comunidade que 
ganhou frente à formação da consciência das crianças e docentes sobre o serviço do 
SAMU e toda sua importância. 
Tabela 1: Quadro quantitativo de atendimentos realizados no período de 2014-2016. 
Ano 2014 2015 2016 Total 
Escolas visitadas 04 11 10 25 
Alunos 115 185 160 460 
 
 
 
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envolvidos 
Professores 
capacitados 
 115 145 145 405 
FONTE: Elaboração dos autores, 2016 
Conforme tabela descrita acima, durante o ano de 2014, o índice de trotes para o 
SAMU foi de 20.725 chamados, e no município não existia nenhum tipo de orientação à 
comunidade frente aos prejuízos que os mesmos causavam. Após a implantação do 
projeto e visita a quatro escolas houve uma significativa queda, no qual ao final do ano, 
os índices caíram para 12.453 trotes, o que equivale à redução de aproximadamente 40 % 
de trotes. Em 2015 foram visitadas onze escolas, reduzindo para 5.126 chamados falsos. 
E no ano de 2016, as atividades foram apresentadas em dez escolas, totalizando assim 
uma redução significativa de trotes para 1.063 chamados. Como consequência desta ação 
educativa, o SAMU também foi um dos beneficiados, pois como a maioria dos trotes 
foram realizados por crianças, as palestras nas escolas proporcionaram a conscientização 
desse perfil de alunos o que refletiu na redução dos alarmes falsos. 
Do mesmo modo, conseguimos realizar treinamentos teóricos- práticos sobre 
suporte básico de vida para 405 professores, os quais consideraram relevante, no sentido 
de que verbalizaram por inúmeras vezes que até então nunca haviam recebido capacitação 
acerca desta temática e, por conseguinte, enquanto agentes multiplicadores sabiam da 
responsabilidade de repassarem para seus alunos o conhecimento adquirido nos 
encontros. 
Frente à discussão no andamento das atividades com as crianças e docentes, 
notou-se a compreensão do tema pelas mesmas, alcançando assim resultados positivos 
em relação ao entendimento sobre o serviço de urgência; conscientização sobre a 
seriedade e precisão do SAMU; esclarecimento sobre as consequências que os trotes 
podem proporcionar; estímulo ao apoio das crianças enquanto multiplicadores do serviço 
e assim, também, fomentar a formação dos professores. 
Nessa perspectiva, para os acadêmicos a experiência mostrou-se importante, pois 
proporcionou a aquisição de conhecimentos sobre urgência e emergência; a compreensão 
 
 
 
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sobre a estrutura e funcionamento do SAMU e o estabelecimento de um trabalho 
multidisciplinar junto a enfermeiros e professores. Além disso, o projeto de extensão 
contribuiu para o graduando em enfermagem obter conhecimentos sobre a realidade da 
comunidade em que a universidade está inserida; prestar serviços e assistência à 
comunidade e receber subsídios para o seu aprimoramento curricular. 
Por sua vez, os professores tiveram ensinamentos sobre primeiros socorros e o que 
fazer em casos de acidentes em casa, na escola ou na rua, na ocorrência de ferimentos, de 
mordeduras de animais, queimaduras, convulsões, obstrução de vias aéreas, desmaio, 
intoxicações exógenas, afogamento, choque elétrico e corpos estranhos, e na situação de 
parada cardiorrespiratória. 
Essa interação dos acadêmicos com os alunos de escolas públicas e privadas 
permitiu demonstrar que a universidade, através da extensão, pode influenciar e também 
ser influenciada pela comunidade, ou seja, é possível ocorrer uma troca de valores entre 
a universidade e o meio onde ela está inserida. A extensão universitária funciona, 
portanto, como uma via de duas mãos, em que a universidade leva conhecimentos e/ou 
assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas comunidades. 
Evidenciou que a educação continuada no espaço escolar interferiu positivamente 
na perspectiva de formação intelectual, social e cidadã dos estudantes e professores, no 
que se refere a sua postura como indivíduo. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A atuação do projeto SAMU nas Escolas é de fundamental relevância, devido ao 
elevado índice de trotes telefônicos para o número 192 em Senhor do Bonfim, o que leva 
a vários prejuízos, seja para a sociedade ou para o serviço. Da mesma forma, a falta do 
conhecimento inicial sobre prevenção de acidentes e primeiros socorros podem acarretar 
sequelas ou até mesmo o óbito das vítimas. 
 A atuação do projeto no espaço escolar, inserindo informações acerca do SAMU 
 
 
 
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e de primeiros socorros é de extrema importância para a modificação do atual cenário 
social, uma vez que é na escola que se constrói parte da identidade sobre ser e pertencer 
ao mundo e se adquire os princípios éticos e morais que permeiam a sociedade. Também, 
dado que acidentes são corriqueiros e a todo o momento estamos expostos a inúmeras 
situações de risco, maiores danos podem ser evitados se, no momento do acidente, a 
primeira pessoa a ter contato com a vítima souber proceder corretamente na aplicação dos 
primeiros socorros. 
Sendo assim, torna-se irrefutável a importância deste projeto, pois contribui para 
que a universidade desempenhe sua função social beneficiando a comunidade com a 
multiplicação de conhecimento transformando indivíduos em seres conscientes, visando 
à redução do número de trotes realizados para o SAMU e o bom andamento do serviço 
prestado por este. 
 Com a implantação e desenvolvimento das atividades desse projeto tem sido 
notório que é possível reduzir os índices de trotes ocorridos na cidade. O projeto traz uma 
proposta brilhante e que tem demonstrado através dos resultados positivos que o mesmo 
contribuiu positivamente como processadore multiplicador de conhecimentos para a 
comunidade, abrangendo e estimulando a população infanto-juvenil e docentes enquanto 
agentes transformadores na sociedade. 
REFERÊNCIAS 
 
ARAÚJO, FP; CASIMIRO, LCSR. A importância dos projetos de extensão 
universitária na formação de cidadãos leitores [Internet]. [cited 2013 June 8]. 
Available form: 
http://www.unirio.br/cch/eb/enebd/Comunicacao_Oral/eixo1/AIMPORTANCIADOS.pd
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República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 out. 2003. Disponível em 
http://www.cremesp.org.br/library/modulos /legislacao /versao_impressao.php?id=3232. 
[Acessado em 16 de novembro de 2010] 
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BRASIL. Portaria Nº 1.864/GM, de 29 de setembro de 2003. Diário Oficial da 
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[Acessado em 16 de novembro de 2010] 
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LEAL, F. Trotes para os serviços de emergência poderão ser punidos. [internet]. 
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LERVOLINO, S.A.; PELICIONI, M.C.F. Capacitação de professores para a promoção e 
educação em saúde na escola: relato de uma experiência. Rev. Bras. Cresc. Desenv. 
Hum. 2005, v.15, n.2, p. 99-110. 
 
MINAYO, M. C. S.; DESLANDES, S. F. Análise da implantação do sistema de 
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Rio de Janeiro, 24(8):1877-1886, ago, 2008. 
Ministério da Saúde. 40% das ligações ao SAMU são trotes. Site TERRA. 2008. Acesso 
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SALOMÃO, HAS; MARTINI, M; JORDÃO, APM. A importância do lúdico na 
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Serviço do SAMU 192. Portal Saúde. Copyright. 2009. Disponível 
em:<http://samu192.com.br/index.php?i=1>. Acesso em: jul,2015. 
http://www.cremesp.org.br/library/modulos%20/legislacao%20/versao_impressao.php?id=3232
http://u.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/15/clipping-15072014.pdf
 
 
 
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SILVA, L.D. et al. O enfermeiro e a educação em saúde: um estudo bibliográfico. Rev. 
Enferm. UFSM. 2012. v. 2, n.2, p. 412-419. 
 
 
 
 
 
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GEOGRAFIA EM IMAGENS: ABORDAGEM DE CONCEITOS, FATOS, 
FENÔMENOS E PROCESSOS GEOGRÁFICOS1 
 
 
Alana Cerqueira de Oliveira Barros – UNEB / Campus XI 
alanabarros04@hotmail.com 
José Marcos Silva Ribeiro – UNEB / Campus XI 
msr_marcos15@hotmail.com 
Jussara Fraga Portugal – UNEB / Campus XI 
jfragaportugal@yahoo.com.br 
 
 
 
RESUMO 
O presente texto é resultado de umas das ações realizadas no âmbito do subprojeto 
Formação docente e Geografia escolar: das práticas e saberes espaciais à construção 
do conhecimento geográfico do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência 
– PIBID/UNEB, Campus XI, Serrinha/Ba. Trata-se de um relato de experiência formativa 
vivenciado no contexto da ação denominada III Atelier Geográfico Temático A Geografia 
em imagens: fatos, fenômenos e processos geográficos, no qual utilizamos a Linguagem 
Imagética para ampliar e fortalecer a abordagem conceitos e temas geográficos, através 
de uma prática didático-pedagógica intitulada Batalha Geográfica, visando a construção 
de saberes geográficos, potencializados pelo uso de charges, quadrinhos e fotografias. 
Este trabalho perpassará por discussões problematizadas a partir dos questionamentos: 
como a linguagem imagética pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem de 
conceitos, fatos, fenômenos e processos geográficos?, Como a atividade Batalha 
Geográfica pode ser um potencializador na construção de conhecimentos geográficos? A 
nossa intenção é contemplar uma discussão acerca das potencialidades didático-
pedagógicas da linguagem imagética na sala de aula, no ensino de Geografia, na educação 
básica. 
Palavras-Chave: PIBID; Ensino de Geografia; Linguagem imagética; Batalha 
Geográfica. 
 
DIALOGANDO SOBRE A EXPERIÊNCIA: UMA INTRODUÇÃO 
É inegável que o atual momento histórico encontra-se permeado pela diversidade 
da tecnologia, ciência e informação atreladas aos mais diversos contextos e práticas 
 
1 Trabalho vinculado ao Grupo de Pesquisa Geografia, Diversas Linguagens e Narrativas de Professores – 
GEO(BIO)GRAFAR e orientado pela Profa. Dra. Jussara Fraga Portugal. 
 
 
 
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cotidianas. Sendo assim, as linguagens imagéticas e seus variados gêneros, estão 
presentes das mais variadas formas – fotografias, charges, cartuns, tiras, desenhos e 
quadrinhos – no dia a dia das pessoas, o que se constituem como linguagens visuais que 
movimentam a mídia e a indústria cultural em todo o mundo através da diversidade de 
conteúdo e possibilidades de entretenimento, na transmissão de informações, ideologias 
e padrões de vida/consumo. 
Entretanto, o uso da linguagem visual no ensino de Geografia deve ser utilizado 
no sentido de viabilizar a reflexão crítica, de possibilitar uma leitura de mundo e de 
sociedade, na tentativa de uma aproximação com o conteúdo geográfico trabalhado em 
sala de aula, na educação básica, o que só é possível através de uma intencionalidade 
pedagógica que deve estar diretamente relacionada ao planejamento das atividades 
propostas pelo professor. 
 Sendo assim, o presente texto tem o objetivo de socializar algumas práticas 
didático-pedagógicas desenvolvidas a partir das ações do III Atelier Geográfico 
Temático 2 , intitulado A Geografia em imagens: fatos, fenômenos e processos 
geográficos, o qual compõe o quadro de estratégias metodológicas adotadas pelo 
subprojeto Formação Docente e Geografia Escolar: das práticas e saberes espaciais à 
construção do conhecimento geográfico3, inserido no âmbito do Programa Institucional 
 
2 A atividade denominada Atelier Geográfico Temático é concebida, no âmbito do subprojeto “Formação 
docente e Geografia escolar: das práticas e saberes espaciais à construção do conhecimento geográfico” 
como um espaço de diálogo que possibilita a reflexão da/na prática, a partir de estudos orientados e 
realização de práticas contemplando conteúdos, conceitos e temas da Geografia Escolar,

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