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ANAIS III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar ANAIS III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA 07 a 09 de junho de 2017 Salvador- Bahia - Brasil @ Grupo de Pesquisa Docência, Narrativa e Diversidade Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada, em Língua Portuguesa ou qualquer outro idioma Depósito legal na Biblioteca Nacional. Projeto Gráfico/Editoração Adelson Dias de Oliveira/ Adson dos Santos Bastos/ Fabiane Santana Oliveira/ Juliane Costa Silva/ Ziziane Oliveira de Macêdo PPGEduC/UNEB Revisão A revisão dos textos encontra-se sob a responsabilidade dos respectivos autores Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica: diferenças e desigualdades no cotidiano escolar (3.:2017: Salvador, BA). C719a Anais do III Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica: diferenças e desigualdades no cotidiano escolar [recurso eletrônico] / coordenado por Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios...[et.al]. --- Salvador: PPGEduC/UNEB; DEDC – I/UNEB/DIVERSO, 2017. 2156 p.: il. Realizado de 07 a 09 de junho de 2017 em Salvador- Bahia – Brasil. Disponível em: < anaiscoloquiodocenciadiversidade.blogspot.com.br >. Disponível em: < http://www.diverso.uneb.br/>. ISSN: 2446-5194 (on-line). 1. Educação – Congresso. 2. Docência. 3. Professores - Formação. 4. Educação Básica – Diversidade. I. Título. II. Universidade do Estado da Bahia. Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas SIBI/UNIVASF Bibliotecário: Lucídio Lopes de Alencar UNEB Universidade do Estado da Bahia Reitor José Bites de Carvalho Vice-Reitor Carla Liane Nascimento Santos Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Tânia Maria Hetkowiski Diretor do Departamennto de Educação –DEDC/Campus I Valdelio Santos Silva Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – PPGEDUC Augusto César Rios Leiro Líder do Grupo de Pesquisa Docência, Narrativa e Diverisdade – DIVERSO Jane Adriana Vasconcelos P. Rios III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 COMISSÃO ORGANIZADORA Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios (Coordenadora) – UNEB Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB Claudia Paranhos J.Portela – UNEB Sandra Regina Magalhães – UNEB COMISSÃO CIENTÍFICA Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios - UNEB (Coordenadora) Ana Cláudia Lemos Pacheco - UNEB Ana Lúcia Gomes da Silva - UNEB Antenor Rita Gomes - UNEB Augusto César Rios Leiro - UNEB Claudia Paranhos de Jesus Portela - UNEB Cláudio Orlando C. do Nascimento – UFRB Cynthia Pereira de Sousa - USP Dinéa Sobral Muniz - UFBA Dislane Zerbinatti Moraes – USP Eliane Greice Davanço Nogueira - UEMT Elizeu Clementino de Souza - UNEB Edmerson dos Santos Reis - UNEB Fábio Dantas de Souza Silva – UEFS Flávia Alessandra de Souza - UESC Graça dos Santos Costa – UNEB Helena Amaral da Fontoura – UERJ Iara Maria Campelo Lima - UFS Inês Ferreira de Souza Bragança - UERJ Jaciete Barbosa dos Santos - UNEB Jeanes Larchert - UESC José Lucas Pedreira Bueno - UNIR Jussara Fraga Portugal - UNEB Liege Maria S. Fornari - UNEB Ludmila Oliveira H. Cavalcante - UEFS Luzineide Dourado Carvalho - UNEB Maria da Conceição Ferrer Botelho S. Passeggi - UFRN Mary Valda Souza Sales - UNEB Osvaldo Fernandez Ribas Lopes - UNEB Paula Perin Vicentini - USP Philipe Murillo Santana de Carvalho - IFBA Rita de Cássia Gallego - USP Sandra Regina Magalhães de Araújo – UNEB Sandra Rosa Farias - UNEB Tânia Regina Dantas - UNEB Verbena Maria Rocha Cordeiro – UNEB SECRETARIA Fabrício Oliveira da Silva Graziela Ninck Dias Menezes Luciana de Araújo Pereira COMISSÃO DE LOGÍSTICA Joana Maria Leôncio Nuñez Milena Soeiro de Souza Patrícia Santana Reis Adson dos Santos Bastos COMISSÃO CULTURAL Amanda Fernandes da Silva Amanda da Silva Sant’Ana Fabiane Santana Oliveira Juliane Costa Silva Maria Helena Reis Santos COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO Adelson Dias de Oliveira Charles Maycon de Almeida Mota Hilderlândia P. Machado Santos Virgínia Alves Lima Anjos Ziziane Oliveira de Macêdo III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 Programação Geral 07/06/2017 – Quarta-feira Local: Teatro UNEB / Sala Caetano Veloso 10:00 às 12:00 – Credenciamento 14:00 – Solenidade de Abertura 14:30 - Apresentação Cultural 15:00 às 17:00 – Conferência de Abertura - Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar Vera Maria Ferrão Candau – PUC/RJ Jane Adriana V. P. Rios – UNEB (Coordenadora) 17:00 – Lançamento de livros 08/06/2017 – Quinta-feira 08:00 às 10:00 – Sessão de Comunicação Oral e Relato de Experiências Salas de Aula PPGEduC 10:00 às 12:00 - Mesa I – Políticas de inclusão e prática pedagógica Cláudia Paranhos de Jesus Portela – UNEB (Coordenadora) Antônio Flávio Moreira – UCP/RJ Conceição Leal da Costa – Universidade de Évora/Portugal Luciene Maria da Silva – UNEB Iracema Souza Vilaronga – Educação Básica 13:30 às 15:00 – Simpósio I – Palavras para compor silêncios: a experiência da leitura literária e a docência em contextos de diversidade Luciana Sacramento Moreno Gonçalves (Coordenadora) – UNEB Auditório do PPGEDUC 13:30 às 15:30 – Sessão de Comunicação Oral 15:30 às 16 :00 Amostra Cultural da Educação Básica 16:00 às 18:00 - Mesa II –Docência e Diversidade étnico-raciais Sandra Regina Magalhães de Araújo – UNEB (Coordenadora) Marise de Santana - UESB Marco Luciano Lopes Messeder – UNEB Silvana Santos Bispo – Educação Básica 18:00 Café Pedagógico Coordenação: Ana Lúcia Gomes da Silva Salas de Aula PPGEduC 09/06/2017 – Sexta-feira 08:00 às 10:00 – Sessão de Comunicação Oral e Relato de Experiências Salas de Aula PPGEduC 10:00 às 12:00 - Mesa III – Gênero, sexualidade e geração na escola Elizeu Clementino de Souza – UNEB Fernando Seffner – UFRGS Josimara Aparecida Delgado _ UFBA Silvano Sulzart Oliveira Costa Educação Básica 13:30 às 15:00 – Simpósio II – Aprendizagem da Docência no PIBID: cenas da formação inicial e continuada Ana Cristina Castro do Lago (Coordenadora) Auditório/PPGEDUC 13:30 – Sessão de Comunicação Oral Salas de Aula PPGEduC 15:30 - Amostra Cultural da Educação Básica 16:00 – Conferência de Encerramento - Diversidade e Formação de professores na Educação Básica Ana Ivenick – UFRJ Jane Adriana V. P. Rios – UNEB (Coordenadora) III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 9 RELATOS DE EXPERIÊNCIA EIXO I: DIVERSIDADE, NARRATIVAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BASICA ........................... 589 A PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM EVENTOS CIENTÍFICOS: O PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA E O FOMENTO DO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO ................................................ 590 PROJETO DE EXTENSÃO “SAMU NAS ESCOLAS” – UMA ESTRATÉGIAPEDAGÓGICA ........................................................................................................... 604 GEOGRAFIA EM IMAGENS: ABORDAGEM DE CONCEITOS, FATOS, FENÔMENOS E PROCESSOS GEOGRÁFICOS ................................................. 616 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: NARRATIVAS DE UMA PROFESSORA-CURSISTA DO PROJETO GESTAR NA ESCOLA SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA COM ATIVIDADES DE LEITURA, ESCRITA E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS PARA ESTUDANTES DO 6º ANO .......................................................................... 627 A FORMAÇÃO DO/A PROFESSOR/A PESQUISADOR/A NA ESCOLA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS ............................................................................ 639 VIVENCIANDO PRÁTICAS FORMATIVAS NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO INICIAL DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA: O QUE NOS DIZEM SUAS CARTAS PEDAGÓGICAS ....................................................................................... 647 PIBID E FORMAÇÃO DOCENTE: IMPACTOS NA ESCOLA SÃO GONÇALO DO RETIRO ............................................................................................................... 661 NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM: DIVERSIDADE E DESAFIOS NA SALA DE AULA ........................................................................................................................... 672 AS IMPLICAÇÕES DA DISCIPLINA EDUCAÇÃO, LUDICIDADE E CORPOREIDADE NA FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL NO ESTÀGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNEB ......................... 685 O MULTICULTURALISMO E A INTERDISCIPLINARIDADE: UMA ASSOCIAÇÃO PARA A ATUAÇÃO DOCENTE EM CONTEXTOS DE DIVERSIDADE .......................................................................................................... 699 “AMIGUINHOS DA TURMA”, TRABALHANDO COM A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................................................................... 713 A PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NO ESPAÇO FORMATIVO DO PIBID COMO EXERCÍCIO DA PRÁTICA DO PROFESSOR REFLEXIVO .. 723 III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 TRABALHAR COM LINGUAGEM ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL É COMO BRINCAR COM AS PALAVRAS, TEM QUE TER IMAGINAÇÃO, BRINCADEIRA E CRIAÇÃO .................................................................................. 733 A OBSERVAÇÃO NO PIBID: POSSIBILIDADES PARA APRENDIZAGEM DA PRÁTICA DOCENTE NA ESCOLA ....................................................................... 747 NARRATIVAS DE FORMAÇÃO NA TESSITURA DOS RELATÓRIOS DO PNAIC 2016 ................................................................................................................ 756 A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA: IMPORTANTE FERRAMENTA NO ENSINO DE GEOGRAFIA ....................................................................................... 768 RELATO DE EXPERIÊNCIA COM O JOGO “BARALHO ANIMAL” NO ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA .................................................................. 778 PRÁTICAS SOCIOEDUCATIVAS EM CONTEXTOS DE DIVERSIDADE PARA A DIFUSÃO DA LIBRAS .......................................................................................... 788 TRANSFORMANDO CURIOSIDADE E ESPÍRITO INVESTIGATIVO EM CONHECIMENTOS RELACIONADOS À NATUREZA NO CONTEXTO DE CRECHE ..................................................................................................................... 801 O USO DE OFICINAS PEDAGÓGICAS COMO FERRAMENTA NO ENSINO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL ...................................................... 810 TENDA DE LEITURA NA ESCOLA PÚBLICA: ESPAÇO DE FORMAÇÃO PARA A DIVERSIDADE .......................................................................................... 818 A LINGUAGEM CARTOGRÁFICA NA GEOGRAFIA ESCOLAR: PRÁTICAS DE ENSINO NO PIBID ............................................................................................. 829 LEITURAS, FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E PROJETO “PALAVRAS CANTADAS, FALADA E OUVIDA” ...................................................................... 840 NARRATIVAS SOBRE A ESCOLA: AS EXPERIÊNCIAS NAS OFICINAS NARRATIVAS DO PIBID PEDAGOGIA DO DEDC I /UNEB ............................ 852 O PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO NORTEADOR DA PRÁTICA PEDAGÓGICA: UMA EXPERIÊNCIA NA JORNADA PEDAGÓGICA DE ALAGOINHAS /BA ................................................................................................... 862 OLHAR, IMAGINAR E IMAGEAR: A LINGUAGEM IMAGÉTICA NO CONTEXTO DA GEOGRAFIA - VIVÊNCIAS E APRENDIZAGENS DO PIBID ...................................................................................................................................... 873 PIBID: RELATÓRIOS DE EXPERIÊNCIAS, UM SUPORTE DE RESSIGNIFICAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA EM SALA DE AULA, PROFESSORES EM FORMAÇÃO ......................................................................... 886 III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 O COORDENADOR PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO CONTÍNUA NAS ESCOLAS ................................................................................................................... 898 EXCERTOS AUTOBIOGRÁFICOS: O ONTEM E O HOJE DE MEU PROCESSO DE PROFISSIONALIZAÇÃO NA E PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA ............... 907 PERCURSO FORMATIVO DE ESTUDANTES DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA: DIMENSÃO PRÁTICA A PARTIR DO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO NA BRINQUEDOTECA PROFª ZÉLIA DE ALMEIDA DE OLIVEIRA .................................................................................................................. 920 A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA NO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO: DESDOBRAMENTOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES NO ÂMBITO DO PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA .................................... 931 A SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DA CIDADE DO SALVADOR: AÇÕES PARCEIRAS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA.................................................................................................................... 941 9 III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 APRESENTAÇÃO O Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica é um evento promovido pelo Grupo de Pesquisa Docência, Narrativas e Diversidade na Educação Básica – DIVERSO, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – PPGEduC, na Universidade do Estado da Bahia –UNEB, a partir da Linha de pesquisa Educação, Práxis Pedagógica e Formação do Educador. O DIVERSO vem produzindo suas pesquisas dando ênfase ao protagonismo docente nas ações desenvolvidas na Educação Básica, contribuindo na produção, intervenção e publicização do conhecimento acerca da docência no Estado da Bahia. Desde 2013, o DIVERSO tem procurado ampliar suas ações, no sentido de criar e fortalecer as redes colaborativas de pesquisa e formação sobre a temática em estudo. A partir dessa intenção, nasceu o Colóquio Docência e Diversidade na Educação Básica, como espaço propulsor e articulador do intercâmbio entre pesquisadores, pós- graduandos, graduandos e professores da educação básica, instituindo um espaço fértil para discussões voltadas para a docência na Educação Básica. O evento teve sua primeira edição nos dias 14 e 15 de outubro de 2013, realizada no Campus I da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, cuja discussão transcorreu em torno da temática Profissão docente na contemporaneidade, que buscou refletir acerca da Profissionalização docente nos diversos espaços educativos que compõem a Educação Básica, na contemporaneidade. A segunda edição do Colóquio foi fruto da ação oriunda dos debates feitos acercadas políticas voltadas para a Educação Básica. Para isto, apresentou, nessa edição, o tema Políticas, Práticas e Formação para aprofundar as discussões que transversalizavam as pesquisas que tratam da educação básica e suas especificidades. A terceira edição foi produzida em um contexto de extrema crise política no Brasil que tem acarretado, diretamente, a perda de direitos adquiridos ao longo da nossa história, através de lutas da sociedade civil organizada. Um cenário em que a própria constituição brasileira é colocada à deriva, no que se refere, principalmente, aos direitos trabalhistas e à Educação Brasileira. Reformas de todos os tipos e formatos estão sendo apresentadas e aprovadas, trazendo em seu bojo o desmonte das políticas públicas. Um dos exemplos que temos, na Educação, é a Reforma do Ensino Médio que, da forma como é proposta, contribuirá no aprofundamento das desigualdades escolares e regionais da nossa juventude, assim como desconsidera as condições de trabalho do docente que atua nesse segmento. Nesse contexto, o tema central que orienta o III Colóquio de Docência e Diversidade na Educação Básica, Diferenças e desigualdades no cotidiano da Educação Básica, foi escolhido com o objetivo de refletir acerca da docência articulada com os atuais desafios que temos pela ampliação dos direitos sociais e democratização da educação brasileira, a partir de práticas e políticas públicas que atravessam o cotidiano da escola. 10 III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 Com essas implicações e articulações, organizamos este Colóquio a partir de eixos temáticos que procuram discutir e aprofundar dimensões vinculadas à legitimação da docência no cenário nacional, especificamente, nos diversos aspectos relacionados às diferenças e desigualdades no cotidiano escolar. Para esta edição, foram inscritos duzentos e três trabalhos oriundos de diferentes Estados do Brasil e de várias cidades do Estado da Bahia, distribuídos da seguinte forma: Tabela 1 – Trabalhos submetidos por eixo temático/modalidade EIXOS MODALIDADES DE TRABALHO Comunicações Relatos de experiências Simpósios Total 1. Diversidade, narrativas e Formação de professores 48 36 01 86 2. Docência em contexto de diversidade 34 04 01 39 3. Política de inclusão e práticas pedagógicas 18 08 __ 36 4. Docência e diversidade étnico-raciais 14 07 __ 21 5. Gênero, sexualidade e geração na escola 17 05 __ 22 Fonte: Sistema de inscrição do Colóquio, 2017. Percebemos, nos trabalhos submetidos, nesta edição, uma diversificação de pesquisas e relatos apresentados nos diferentes eixos, traduzindo demandas que a Educação Básica revela, no que se refere às diferenças e desigualdades presentes no espaço escolar, sobretudo no contexto político atual, em que a Educação encontra-se inserida. Aproveito para agradecer, sobretudo aos professores da Educação Básica, pela ampliação de inscrições de trabalhos nesta edição; assim como à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB, pelo apoio financeiro ao evento; à Universidade do Estado da Bahia – UNEB e, especialmente, o apoio, confiança e contribuição recebidos do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – PPGEDUC e do Departamento de Educação – Campus I. Espero que este evento possa aprofundar as discussões acerca da educação, fortalecer pesquisas e intervenções, ajudando-nos a continuar na luta cotidiana por uma sociedade justa, democrática e DIVERSA. Sejam todos(as) bem vindos(as)!!! Salvador (BA), junho de 2017. Jane Adriana Vasconcelos Pacheco Rios Universidade do Estado da Bahia - UNEB Coordenadora Geral do Evento III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 589 RELATOS DE EXPERIÊNCIA EIXO I: DIVERSIDADE, NARRATIVAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BASICA III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 590 A PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM EVENTOS CIENTÍFICOS: O PROGRAMA CIÊNCIA NA ESCOLA E O FOMENTO DO ENSINO POR INVESTIGAÇÃO Agda Stela Oliveira de Lima (Formadora Regional do Programa Ciência na Escola-PCE/SEC. agdastelalima.pce@gmail.com) Moselene Costa dos Reis (Professora de Química do Colégio Estadual Plataforma/Supervisora, PIBID.moselene.reis@gmail.com) Vanessa Carine Chaves (Formadora Regional do Programa Ciência na Escola-PCE/SEC. Vanessachaves.pce@gmail.com ) RESUMO Este trabalho apresenta uma experiência vivenciada no Programa Ciência na Escola-PCE, e aborda sobre a participação dos estudantes da educação básica em eventos científicos. A realização de projetos de investigação envolvendo estes estudantes e a apresentação em Feiras de Ciência tem se mostrado uma ação importante no desenvolvimento de novas competências. As análises e reflexões apresentadas perpassam pelo objetivo e ações desenvolvidas no PCE, em especial a formação continuada do professor, como ação preponderante para favorecer a educação científica. O objetivo deste trabalho é avaliar a participação de estudantes em eventos científicos e analisar se há estímulos nas ações do PCE para que efetivem essas participações. Considera que os eventos científicos possibilitam a interação entre os estudantes e outros cientistas e favorecem o acesso a novas contribuições que possam ampliar as pesquisas dos mesmos. Os resultados apontam que as ações do PCE têm grande contribuição no desempenho desses discentes e que os eventos científicos podem auxiliar no desenvolvimento da formação científica e que há diversos pontos positivos, apesar de notar que também há vários desafios no desenvolvimento dessas ações. Palavras-chave: Educação Científica. Formação continuada. Programa Ciência na Escola . INTRODUÇÃO O Programa Ciência na Escola (PCE), através de suas ações promove a participação dos estudantes da educação básica nos eventos científicos, especificamente na Feira de Ciência da Bahia (FECIBA), desde o ano de 2011. Dessa forma, a participação dos estudantes nesse tipo de evento tem favorecido a apreensão de novos conhecimentos, mailto:agdastelalima.pce@gmail.com III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 591 principalmente pela busca informal de trocas de informações de interesse comum dos estudantes pesquisadores. Segundo Demo (2010), é fundamental tomar a educação científica como parte da formação do aluno. Logo, esses eventos são reconhecidos como um espaço dinamizador de discussões e ampliação das pesquisas de investigação, contribuindo assim com esse processo de formação. Ainda observa-se que a participação em eventos científicos é mais evidente em acadêmicos do que em estudantes da educação básica. Como então, esperar o desenvolvimento dos estudantes se eles não vivenciarem os eventos científicos desde a educação básica? As ações do PCE perpassam principalmente pela formação dos professores, visando promover a educação científica e estimular o desenvolvimento de projetos de pesquisas e suas ações também tem incentivado a participação de bolsas de estudo para os estudantes do ensino médio através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), bem como o fomento para a realização de feira e mostras de ciência, o que tem contribuído para o desenvolvimento científico e a inovação nas escolas públicas estaduais do estado da Bahia. Esta discussão, portantoé importante na medida que reconhece a participação dos estudantes da educação básica em eventos científicos como formação complementar a educação científica proposta pela escola através das ações do PCE e este trabalho apresenta a realidade dos estudantes das escolas estaduais do Núcleo Territorial de Educação-NTE 14, no que diz respeito ao desenvolvimento de pesquisas investigativas a partir do Programa Ciência na Escola. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar qual a contribuição dos eventos científicos como cursos, seminários, feiras, congressos no desenvolvimento dos estudantes da educação básica e analisar se há estímulos nas ações do PCE para que aconteçam essas participações. O objetivo é analisar as contribuições dos eventos científicos para o desenvolvimento dos estudantes da educação básica. E os objetivos específicos: Reconhecer as ações do PCE como motivadoras para desenvolvimento dos III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 592 os estudantes; Identificar o número de estudantes do NTE 14 que já participaram de eventos científicos promovidos pelo PCE; Reconhecer a formação continuada de professores como ação primordial do PCE. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Sobre o programa O Programa Ciência na Escola- PCE tem uma grande missão enquanto ação estruturante da Secretaria da Educação do Estado da Bahia que é promover a educação científica por meio de uma tecnologia educacional própria que possibilita a formação do estudante crítico, criativo, autônomo e capaz de protagonizar o seu processo de aprendizagem, em situações de contextos, com vistas à transformação social da realidade em que se encontra inserido e tem como objetivo geral, promover a educação científica para professores e estudantes das escolas públicas estaduais da Bahia. As ações do PCE perpassam principalmente pela formação continuada do professor para atuar como ponto de partida e de chegada a sua própria prática pedagógica, atuando como professor orientador de projetos de investigação desenvolvidos por estudantes com olhares sobre os problemas de diversos campos de estudo em suas realidades. Oliveira (2015) afirma que a investigação sobre a própria prática empodera os professores, permitindo reflexões a respeito das fragilidades e dos pontos fortes das ações pedagógicas. Assim, compreende-se que o processo de formação de professores no PCE deve ter direcionamento com a prática pedagógicas dos professores. O Programa atende as escolas da Educação Básica, Ensino Fundamental II e Ensino Médio no estado da Bahia e atua com diferentes ações, dentre elas, implantação de Clubes de Ciências, Feira de Ciência Escolar, Caravanas Científicas, dentre outras ações que mobilizam os estudantes pesquisadores a desenvolverem seus projetos e apresentar em eventos científicos como a Feira de Ciências e Matemática da Bahia- FECIBA e em Eventos Científicas Nacionais e Internacionais. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 593 As ações do PCE são desenvolvidas pelas unidades escolares e direcionadas a participação direta de professores e estudantes sob orientação e acompanhamento de um Formador Regional- FR que atua por área de territorialização em parceria com os Núcleos Territoriais de Educação- NTE. O Formador Regional tem um papel fundamental no processo de formação dos professores, ele é o profissional que motiva e contribui com a articulação das ações do programa com o currículo escolar através da formação continuada dos professores. Formação continuada de professores e o Formador Regional –FR O processo de formação continuada dos professores da Educação Básica no Programa Ciência na escola acontece em diferentes espaços. No cotidiano da escola, especificamente nos encontros de Atividades Complementares-AC acontece a ação denominada “Oficina no Chão da Escola”, ação direcionada pelo Formador Regional, profissional responsável pelo acompanhamento e orientação dos professores das Áreas de Humanas (Geografia, História, Sociologia, Filosofia) e Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia). Nesta oficina o Formador desenvolve atividades que dialogam com o currículo escolar e o planejamento do professor. Como afirma Freire (1996, p.29) “[...] não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no outro”. Assim, o diálogo com o planejamento do professor promove um repensar sobre sua ação. Atividades “mão na massa” também são desenvolvidas a partir das sequências didáticas-SD propostas para tal ação. Além do acompanhamento no cotidiano escolar, a formação continuada dos professores acontece também em Seminários Colaborativos Ciência na Escola- SECOCE, momento organizado pela Coordenação do PCE e Formadores Regionais. O SECOCE é organizado com 16 horas de formação em dois encontros anuais, um encontro por semestre e envolve professores de diversas escolas dos Núcleos Territoriais de Educação- NTE. O SECOCE pode ser organizado em Pólos de III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 594 formação, o que favorece a participação de um número maior de professores. Nesses encontros de formação o Formador Regional orienta aos professores sobre a utilização dos livros Bahia, Brasil: vida, natureza e sociedade e Bahia, Brasil: espaço, ambiente e cultura e desenvolve oficinas de SD para ampliar a prática dessa metodologia em sala de aula. Os professores também participam de formação direcionada ao acompanhamento e orientação dos projetos de investigação científica dos estudantes pesquisadores. Analisando os dados do NTE 14- Itaberaba, percebe-se que há um diferencial significativo no quantitativo dos professores envolvidos depois que o SECOCE no NTE 14 passou a ser desenvolvido em Pólos de Formação. Tabela 1. Quantitativos de professores que participaram do SECOCE no ano de 2016 no NTE 14/Itaberaba, 2016 SECOCE 2016 Municípios Escolas Professores SECOCE I (Pólo Único) 8 11 48 SECOCE II (4 Pólos) 13 21 108 Total 21 32 156 Fonte: Dados organizados pelos autores Dessa forma, Demo (2010), afirma que a educação científica só poderia progredir mais visivelmente se cuidássemos bem melhor da formação docente. Assim, quanto mais professores participarem da formação continuada, esse quantitativo favorecerá ampliar o trabalho direcionado para a garantia da Educação Científica nas escolas. Atuação do Formador Regional no NTE 14/Itaberaba A atual Formadora Regional do PCE no NTE 14 iniciou sua atuação especificamente em abril de 2016, após participar de processo seletivo para FR em dezembro de 2015. Anteriormente, já envolvida com formação de professores em outros programas estaduais e federais, compreendia perfeitamente a importância do papel do Formador Regional do PCE para alcançar resultados desejados na Educação Científica III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 595 com as escolas públicas do estado da Bahia. Envolvidos na formação continuada, os professores das duas áreas de atuação já mencionadas, relacionavam as ações do PCE com suas práticas pedagógicas e passaram a atuar como orientadores dos projetos de pesquisa científica desenvolvidos pelos estudantes a partir de questões sociocientíficos/socioambientais. Assumir o papel de Professor Orientador foi um grande desafio para muitos professores que pela primeira vez direcionavam sua ação pedagógica para orientação de projetos. Alguns professoresjá tinham de experiências de anos anteriores na orientação de projetos de pesquisa, pois estes fizeram parte da formação continuada do PCE nos anos de 2014 e 2015, portando já compreendiam a dimensão e importância da atuação do professor junto aos estudantes no processo de desenvolvimento das suas pesquisas. Schön (2000, p. 9), contribui afirmando que, a formação é um processo tutorado que se baseia na ação reflexão, ação do que fazem, enquanto fazem. Nesse processo, o Formador Regional mantinha contato direto com professores e estudantes orientando-os sobre a condução das pesquisas e oferecendo suporte metodológico e recursos que contribuíssem com a sistematização da metodologia científica e as normas exigidas para trabalhos com esse rigor. Um dos recursos muito utilizados pelos professores e estudantes, foi o curso virtual APICE/FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências): Metodologia Científica e Organização de Feiras de Ciências, curso que oferece orientações de metodologia cientifica para projetos de pesquisa e organização das Feiras de Ciências. Compreende-se que é de fundamental importância que estudantes do Ensino Médio vivenciem o trabalho com pesquisa investigativa desde a educação básica, pois sabemos que os olhares para as questões sociais se ampliam e os estudantes passam e refletir sobre sua vida e sua comunidade de forma mais ampla. Dessa forma, proporcionar aos estudantes a realização de pesquisas e apresentá-las em Feiras de Ciências Escolares e demais eventos científicos nacionais e internacionais tem sido um grande motivador para que estes se envolvam com o trabalho de pesquisa nas escolas. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 596 O Professor Orientador e o Clube de Ciências Conforme discutido anteriormente, o papel do Professor Orientador é de grande relevância para as ações que direcionam os estudantes a desenvolverem pesquisas investigativas. O Clube de Ciência é uma das ações mobilizadoras no Programa Ciência na Escola para o trabalho de investigação e desenvolvimento das pesquisas. Mesmo com muitos desafios, alguns professores têm levado adiante as ações do Clube de Ciências e desenvolvido atividades que motivem os estudantes a acreditar em suas potencialidades e principalmente provocando os discentes a repensarem os problemas identificados em sua comunidade e sentindo-se protagonistas dessas ações. Segundo Cavalheiro (2006), para que uma atividade seja considerada de investigação, o aluno precisa agir nela de modo à refletir, discutir, explicar, relatar, e não apenas manipular ou observar fatos e fenômenos. Assim, o Clube de Ciências do Colégio Estadual Plataforma, no município de Salvador/BA tem feito a diferença na educação científica dos estudantes da Educação Básica deste colégio. O Clube foi criado com o intuito de ajudar a preencher a lacuna existente na iniciação científica na escola e estimular uma aproximação entre os saberes científicos. Como o Colégio não possui laboratório de Ciências, aliás, esta é uma realidade presente em várias escolas da Rede Pública Estadual de Ensino da Bahia, a Professora Orientadora teve um papel fundamental junto ao clube para demonstrar para os alunos que isso não era um fator limitante para a iniciação científica, pois seria possível utilizar os arredores da escola como ambiente de experimentação para realização das pesquisas. Apesar dos fatores limitantes, o clube foi criado em 13/02/2017 de acordo com as orientações fornecidas pelo Programa Ciência na Escola (PCE) da Secretaria de Educação da Bahia. Os 10 estudantes participantes do Clube (sendo sete mulheres e três homens da faixa etária entre 16 e 18 anos) já estão desenvolvendo pesquisas a partir de situações problemas vivenciadas na própria escola e no bairro onde se localiza a unidade escolar. O Clube também conta com a presença dos bolsistas do PIBID que fortalece o caráter do mesmo III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 597 de ser um grupo de pesquisa, atuando como coorientadores dos projetos de pesquisa dos estudantes e estabelecendo um elo entre a universidade e a Educação Básica. Mesmo sendo considerado um Clube com pouco tempo de funcionamento, percebe-se que os resultados apresentados já podem ser constatados ao se observar o enorme envolvimento dos alunos nas pesquisas, evidenciando assim o crescente protagonismo juvenil dos mesmos. Também analisa-se que a relação entre os discentes melhorou bastante e que os mesmos puderam evidenciar a estreita ligação existente entre as diversas áreas de conhecimento, demonstrando assim o caráter interdisciplinar do Clube de Ciências. Todos os estudantes encontram motivados a dar continuidade em suas pesquisas e apresentá-las na Feira Escolar e posteriormente na Feira de Ciências da Bahia (FECIBA) e em outros eventos científicos. Feira de Ciências Escolares, avanços conquistados no NTE 14/ Itaberaba As Feiras de Ciências Escolares constituem-se num espaço científico organizado para a apresentação dos projetos dos estudantes. Espaço de interação, diálogo e aprendizagens que envolvem a comunidade escolar e comunidade externa que visitam os projetos e compreendem os problemas apresentados através das pesquisas desenvolvidas. No NTE/14, em 2016 o quantitativo de escolas envolvidas com Feira de Ciência Escolar considera-se bastante significativo, pois muitas escolas realizaram o evento escolar pela primeira vez. Tabela2. Quantitativo de escolas que realizaram Feira de Ciência no NTE 14,2016. Nº Escolas NTE 14 Escolas que realizaram Feira Escolar Escolas que realizaram Feira Escolar pela primeira vez Nº de Municípios NTE 14 Municípios envolvidos 25 13 07 12 10 Fonte: Dados organizados pelos autores III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 598 Os projetos apresentados e selecionados nas Feiras Escolares são inscritos para participar da Feira de Ciência da Bahia-FECIBA, evento científico de grande expectativa de participação por estudantes e Professores Orientadores das escolas públicas da Bahia. Tabela 03 - Quantidade de Projetos selecionados, Municípios, Escolas, Professores Certificados e Estimativa de Estudantes Atendidos - 2016 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Projetos selecionados 65 150 240 240 240 240 Municípios Envolvidos 144 120 188 191 300 300 Escolas Envolvidas 192 344 506 470 750 750 Professores Envolvidos 420 520 800 940 1500 1500 Estudantes Envolvidos 5.760 10.320 15.180 14.100 22.500 Fonte: Acervo PCE Analisa-se a partir dos dados apresentados que em seis anos de desenvolvimento do Programa o número de projetos selecionados, estudantes e professores envolvidos são bastante significativos e considera-se que uma das ações motivadoras é a possibilidade de participação dos estudantes nesse tipo de evento. Apresentaremos a seguir, dois eventos considerados mais motivadores de participação pelos estudantes e professores. Feira de Ciências da Bahia- FECIBA Os estudantes que desenvolvem projetos de investigação e são selecionados nas Feiras Escolares se inscrevem na 6ª Feira de Ciências da Bahia (FECIBA) e em outros eventos científicos. A FECIBA tem como um dos seus objetivos, promover o processo de iniciação científica na Educação Básica tendo a pesquisa como elemento norteador da relação de aprendizagem. Seleciona anualmente 180 trabalhos de estudantes de diversos municípios do Estado da Bahia e a Feira se constitui em mostras de experiências e de projetos de estudantes orientados por professorespara estimular o ensino-aprendizagem das Ciências na escola públicas estaduais. Um dos objetivos das Feiras de Ciências, promovidas pelo Programa Ciência na Escola, é disseminar uma proposta metodológica III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 599 partindo da experimentação e da vivência na investigação científica, na busca de soluções para problemas contemporâneos. Em diálogos com professores e estudantes que já participaram da FECIBA em anos anteriores, percebe-se que estes sentem-se mais motivados a desenvolver projetos de pesquisa quando a possibilidade de participar dos eventos científicos se torna mais próxima da realidade deles. Observa-se também que quando um projeto de uma Unidade Escolar é selecionado, os demais alunos e professores ficam ainda mais motivados. Relatam sentir-se valorizados, pois percebem que participar de eventos onde passam a fazer parte de um grupo seleto diante de inúmeros projetos que foram inscritos, é como se reconhecessem suas potencialidades a partir dessa participação. Quando retornam dos eventos são estimulados a dar continuidade em suas ações e conseguem motivar outros colegas a ter envolvimento nos trabalhos de pesquisa. No NTE/14, em 2016, das 13 escolas que realizaram Feira de Ciência Escolar, 04 tiveram trabalhos selecionados para se apresentar na FECIBA. Tabela 4. Relação dos trabalhos selecionados por escola/NTE 14 Escola Município Projeto Selecionado Colégio Estadual Centenário Itaberaba Microcefalia e sua possível relação com o Pyriproxyfen Col. Estadual Lauro Farani Pedreira de Freitas Iaçu Implantação de enfermaria em haras Colégio Estadual Geovânia Nogueira Nunes Itatim Toxidade de Plantas Medicinais em Larvas do Mosquito Aedes Aegypti Col Est. Luis Eduardo Magalhães Santa Terezinha Fauna e Flora da Serra da Jiboia: Um tesouro a conhecer Total 04 Fonte: Dados organizados pelos autores A Feira de Ciências da Bahia (FECIBA), já em sua 6ª edição seleciona projetos de estudantes da Educação Básica para serem encaminhados para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). Dos 04 trabalhos que foram selecionados, conforme apresentados na tabela, 01 destes foi contemplado para participar do Programa de Bolsa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPQ e selecionado para participar da 15ª Feira de Ciência e Engenharia (FEBRACE), no ano em curso. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 600 Feira Brasileira de Ciência e Engenharia- FEBRACE A Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE) faz parte de um movimento nacional e desde 2003 estimula os jovens cientistas a apresentarem seus projetos neste grande evento realizado na Universidade de São Paulo (USP). A FEBRACE tem os seguintes objetivos que se relacionam perfeitamente com a discussão aqui proposta sobre a importância dos estudantes da Educação Básica participar destes eventos científicos, dentre eles destacamos dois: -Estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores. -Criar uma oportunidade para jovens pré-universitários brasileiros entrarem em contato com diferentes culturas e estarem próximos de reconhecidos cientistas. (FEBRACE,2017) Analisa-se, portanto, que a partir desses objetivos, quando os estudantes participam desses eventos, ele elevam suas expectativas de vida, principalmente sua auto estima e encontram possibilidades de enriquecer seus trabalhos a partir de conversas informais com o público e dos contatos com os avaliadores e outros cientistas. Campello (2000, apud Lacerda,2008) destaca que as chamadas conversas de corredores constituem para muitos a parte mais importante de um evento científico. Foi possível evidenciar tal afirmação ao acompanhar o processo de participação de duas estudantes no ano de 2016/2017 que vivenciaram todas as etapas de desenvolvimento do projeto de pesquisa e além de participarem da Feira de Ciência Escolar, tiveram seu projeto contemplado pela FECIBA 2016 e participaram também da FEBRACE 2017. DISCUSSÃO E RESULTADOS Após observações e acompanhamento direto do trabalho realizado pelos Professores Orientadores e dos estudantes envolvidos em trabalhos de pesquisa III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 601 investigativa, constata-se até o momento que tanto os estudantes que já participaram de eventos científicos quanto os professores que acompanharam esses estudantes passaram a ter um estímulo diferenciado no desenvolvimento dos seus trabalhos e, principalmente, conseguiram motivar outros colegas em sua unidade escolar e até mesmo outras escolas. As estudantes que participaram da FEBRCE 2017 e participam do Programa de Bolsa do CNPQ encontram-se mais motivadas a dar continuidade a suas pesquisas e ampliar seus resultados. Sentem-se também mais seguras para realizar apresentação oral de seu trabalho em outros eventos, visto que passar pela experiência de um evento de grande nível e com um número significativo de visitantes e avaliadores, contribui para formação científica destes estudantes. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Programa Ciência na Escola (PCE) tem sido um dinamizador nas ações de formação continuada dos professores das escolas públicas da rede estadual da Bahia, contribuindo significativamente para favorecer a educação científica em nossas escolas. A partir das ações de formação continuada de professores, que envolve o acompanhamento e orientação in loco, tem fortalecido a participação dos estudantes em atividades extra escolar, principalmente em participações nos eventos de caráter científicos. Contribuir com a formação científicas dos estudantes desde a Educação Básica tem sido gratificante, pois, constata-se que os estudantes quando ingressam na universidade já chegam com concepções mais amplas sobre pesquisa e investigação no mundo acadêmico e esse tem sido um ponto muito positivo nas ações do PCE. Outra consideração a ser feita é que os estudantes não podem ficar restritos apenas ao conhecimento adquirido em sala de aula, precisa participar de outras atividades extraclasses como complemento a sua formação. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 602 Compreende-se também que as ações direcionadas para a Feira de Ciência Escolar e para o Clube de Ciência tem papel relevante nesses resultados e os estudantes envolvidos com o Clube tem se destacado dos demais pelo fato de terem possibilidade de ampliar suas atividades de leitura, escrita e investigação direcionada para os estudos científicos. Mesmo sendo um desafio implantar os Clubes de Ciências nas escolas, principalmente pela dificuldade de ter um profissional responsável pelas ações de orientação e acompanhamento das ações junto aos estudantes, os Clubes em funcionamento tem demonstrado resultados surpreendentes. No entanto, apesar dos diversos pontos positivos que podem ser elencados ao se realizar projetos com estudantes da escola básica, e encaminhá-los para participação em eventos científicos, nota-se que o caminho a ser percorrido ainda é desafiador. REFERÊNCIAS ESCOLA, Programa Ciência na. Relatório Síntese 2012-2016, Secretaria da Educação do Estado da Bahia, 2016. ESCOLA, Programa Ciência na. Proposta de trabalho 2015, Secretaria da Educação do Estado da Bahia, 2015. CAVALHEIRO, P. S. Monitoriacomo estratégia pedagógica para o ensino de ciências no ensino fundamental. 2008. 108 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências)-Instituto de Ciências Básicas e da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2008. DEMO, Pedro. B. Educação Científica. Téc. Senac: a R. Educ. Prof., Rio de Janeiro, v. 36, n.1, jan./abr. 2010. FEBRACE, 15, 2017, Escola Politécnica da USP. Anais. São Paulo: EPUSP, 2017. 451p. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 28ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 603 LACERDA, Aureliana Lopes de et al. A importância dos eventos científicos na formação acadêmica: estudantes de Biblioteconomia Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.13, n 130 .1, p.130-144, jan./jun., 2008. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/553 OLIVEIRA, Marcelo dos Santos de O Programa Ciência na Escola e a formação continuada de professores no estado da Bahia. EDUCERE, XII Congresso Nacional de Educação, 2015. SCHÖN, D.A. Educando o profissional reflexivo: um novo designer para o ensino e a aprendizagem. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2000. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 604 PROJETO DE EXTENSÃO “SAMU NAS ESCOLAS” – UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA Agnete Troelsen Pereira – UNEB Paloma Maria Almeida da Silva – UNEB Maria José Souza Pinho – UNEB RESUMO O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência tem como finalidade prestar socorro em casos de emergência. Por sua vez, está sujeito a um alto índice de trotes que acarretam vários prejuízos à comunidade. Outra dificuldade que o serviço enfrenta é a falta de conhecimento da população sobre os primeiros socorros. Nesse sentido, o projeto de extensão “SAMU nas Escolas” foi implantado em 2014 no município de Senhor do Bonfim – BA por docentes e discentes de Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Busca reduzir o número dos trotes realizados para o SAMU de Senhor do Bonfim e capacitar os professores. Foram utilizados recursos lúdicos como peça teatral, além de capacitações teórico práticas para os docentes sobre primeiros socorros. Evidencia que a educação continuada no espaço escolar interfere positivamente na perspectiva de formação intelectual, social e cidadã dos estudantes e docentes, no que se refere a sua postura enquanto indivíduos. A atuação do projeto no espaço escolar é de extrema importância para a modificação do atual cenário social, uma vez que é na escola que se constrói parte da identidade sobre ser e pertencer ao mundo e se adquire os princípios éticos e morais que permeiam a sociedade. PALAVRAS - CHAVE: Educação em Saúde, Crianças, Enfermagem, SAMU INTRODUÇÃO Em 2003, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de atenção às Urgências (PNAU) com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e emergência do país, bem como reduzir o quadro brasileiro de morbimortalidade relativo a todas as urgências, inclusive as relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no Anexo da Portaria MS/GM nº 737, de 16 de maio de 2001 - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências, criado como parte dessa política, o Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU/192). Mais especificamente, III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 605 Em 29 de setembro de 2003, entraram em vigor duas importantes portarias: a 1863/GM, que institui a Política Nacional de Atenção às Urgências, a qual tem como um de seus componentes, o atendimento pré-hospitalar móvel; enquanto a segunda portaria, a 1864/GM, oficializa a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) em municípios e regiões de todo o território brasileiro (BRASIL, 2003). Nessa perspectiva, “O atendimento pré-hospitalar, seja móvel, seja fixo, tem como premissa o fato de que, dependendo do suporte imediato oferecido à vítima, lesões e traumas, podem ser tratados sem gerar sequelas significativas (MINAYO, 2008)”. Um dos fatores críticos que interfere no prognóstico das vítimas de trauma é o tempo gasto até que o tratamento definitivo possa ser efetivado. O Committeeon Trauma of American Collegeof Surgeons (1986), dos Estados Unidos, estabelece o tempo de vinte minutos como intervalo máximo ideal para execução dos primeiros procedimentos, em casos graves. “A necessidade de agilidade do atendimento deve-se ao fato de que as primeiras horas pós-evento traumático, têm sido apontadas como o período de maior índice de mortalidade” (WHITAKER et al, 1998). O SAMU designa-se ao atendimento de urgência e emergência. O auxílio é realizado após ligação gratuita para o telefone 192. A ligação é recebida por técnicos na central de regulação que prontamente transferem a mesma para o médico regulador. Esse profissional faz a análise da situação e dá início ao atendimento imediatamente, orientando o indivíduo que fez a chamada sobre ações iniciais (PORTAL SAÚDE, 2009). Por sua vez, o serviço está sujeito a trotes e o crescente número de ligações feitas por brincadeira, ou intenção criminosa, ao SAMU utilizando o número 192, têm acarretado vários prejuízos à população e as atividades de atendimento a quem realmente delas necessita. Esses prejuízos são danos que vão desde gastos materiais - devido ao deslocamento das ambulâncias e dos profissionais - até as consequências mais graves, pois quando uma unidade de suporte básico ou avançado se desloca para uma falsa ocorrência, um paciente pode estar realmente precisando de uma ambulância. “Os trotes vêm tornando-se o maior vilão do serviço de urgência em todo país e, segundo um levantamento do Ministério da Saúde, quase 40% das ligações recebidas pelo SAMU/192, eram trotes. E, as crianças, são as principais responsáveis por estas ligações” III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 606 (TERRA, 2008; LEAL, 2012; BRASIL, 2014). Corroborando com a ideia descrita acima, a Coordenação Nacional do SAMU declara que, Os trotes embaraçam os serviços por sobrecarregar as linhas telefônicas e ocasionar saídas ineficazes de ambulâncias. O Código Penal Brasileiro, no artigo 266, presume detenção de um a três anos e multa a quem confundir o serviço telefônico. Alguns serviços já conduzem à polícia os dígitos de celulares dos promotores do trote. (JUSBRASIL, 2015). Segundo Jusbrasil (2010), “essa realidade é presente também no extremo norte do Estado da Bahia, na cidade vizinha à Juazeiro, Petrolina em Pernambuco”. De acordo com a coordenadora do SAMU de Petrolina, Márcia Leite, “a equipe costuma receber uma média de 150 ligações por dia. Destas, a metade são trotes”. O número elevado destas ligações fez a equipe criar um trabalho de monitoramento dessas situações. Os registros mostram que dos 38.097 telefonemas realizados até o mês de julho de 2010, 16.038 foram trotes. Também foi observado que os trotes são feitos de locais próximo aos colégios por crianças e adolescentes e no horário escolar, geralmente durante o intervalo ou no final das aulas. Outra dificuldade que o SAMU enfrenta está relacionada à falta de conhecimento da população sobre primeiros socorros. Esses consistem nos primeiros procedimentos de emergência que visam manter as funções vitais e evitar o agravamento das condições das vítimas de acidentes,feridas, inconscientes ou em perigo de vida, até que elas recebam assistência qualificada. Por ser a educação um processo de construção que requer tempo, dedicação e continuidade, torna-se necessário que se inicie desde cedo as primeiras noções de prevenção de acidentes e primeiros socorros, portanto elas devem ser inseridas ainda na infância. Se o engajamento da população é fator importante para a diminuição dos acidentes, pode-se considerar que a participação das crianças nessa tarefa se reveste da maior importância, uma vez que elas foram identificadas como as principais causadoras III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 607 dessa “brincadeira”. Dessa forma, a participação da escola é fundamental, no sentido de trazer essa questão de forma interdisciplinar e contextualizada perpassando pelos conteúdos curriculares atitudinais e procedimentais. Isso será possível na medida em que os professores desenvolvam uma consciência prevencionista acerca dos primeiros socorros e sensibilizem-se quanto à importância de discutir e inserir essa temática com as crianças pertencentes as séries iniciais. A responsabilidade nesse processo contínuo e permanente de educar não pode ser solitária nem partir apenas de iniciativas individuais. Para auxiliar os professores nesse contexto, nosso projeto teve como um de seus objetivos capacitar os professores no que se refere ao atendimento de primeiros socorros, que poderiam acontecer no ambiente escolar. Nesse contexto, o projeto de extensão SAMU nas escolas “Sou amigo do SAMU” , implantado em 2014 no município de Senhor do Bonfim – BA, por docentes e discentes de Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, juntamente com o apoio de profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do referido município, forneceu subsídios aos professores que lidam com as crianças cotidianamente de como ministrar os primeiros socorros, procurando, assim, evitar as complicações decorrentes de procedimentos inadequados. Vale ressaltar, que o referido projeto de extensão subdivide-se em dois eixos: “Sou amigo do SAMU – não passo trotes” e “Aprendendo a Socorrer”. Almeja trabalhar a prevenção em acidentes e primeiros socorros com os docentes, além de buscar a conscientização das crianças quanto aos prejuízos causados pelos trotes telefônicos. A extensão universitária é o processo educativo que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e a sociedade. A extensão é uma via de mão dupla com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará na sociedade a oportunidade da elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docente e discente terão um aprendizado que submetido à reflexão teórica, seria acrescido àquele conhecimento. Este fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizado, acadêmico e popular, terá como consequência a mudança de conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atenção da universidade (ARAÚJO et al, 2013). III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 608 Diante disto, este projeto visou à redução dos trotes realizados ao SAMU na cidade de Senhor do Bonfim-Ba, esclarecendo sobre a importância do serviço para a comunidade e as consequências ao solicitar o serviço sem que exista real necessidade para o atendimento, além de contribuir na formação continuada do docente. A capacitação para a educação em saúde de professores, fundamentada na Promoção da Saúde, deve fazer parte da formação acadêmica desses profissionais, estando incluída no currículo. Porém, para a efetivação dessa capacitação é necessário que haja a incorporação de valores e conceitos positivos de saúde. Para tanto, é imprescindível que, após o primeiro contato com a fundamentação teórica sobre Promoção e Educação em Saúde, ocorrida durante a formação acadêmica, o professor esteja inserido em um processo que possibilite sua atualização, compreensão e aperfeiçoamento de conhecimentos[...] (LERVOLINO e PELICIONI, 2005, p. 100) Essa capacitação baseada na educação em saúde promoveu uma ação reflexiva e critica possibilitando aos docentes um aprimoramento dos conhecimentos de forma interdisciplinar e mais integral. No que se refere ao formato de apresentação desses conteúdos as crianças, optou- se por utilizar mecanismos lúdicos, despertando a conscientização das mesmas, sensibilizando-as e estimulando-as a serem agentes transformadores do combate ao trote. Entende-se que : A ludicidade consiste numa necessidade do ser humano, em qualquer idade, e não pode ser vista apenas como diversão. A utilização de atividades lúdicas no processo de formação das crianças e adolescentes proporciona condições adequadas ao seu desenvolvimento físico, motor, emocional, cognitivo, e social. O indivíduo se expressa, assimila conhecimentos e constrói a sua realidade quanto está praticando alguma atividade lúdica (SALOMÃO et al, 2007). O que importa não é apenas o produto da ação proposta , mas o que dela resulta, a própria ação, o momento vivido. Essa estratégia possibilitou a quem vivenciou, momentos de encontro consigo e com o outro, de ressignificação do conhecimento, de expressividade e de envolvimento. METODOLOGIA III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 609 Este projeto iniciou em 2014, e desde então já foram realizados diversos encontros abrangendo escolas distintas, seja da rede pública como também particular. Conta com a participação dos discentes do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia, Campus VII, além a colaboração da coordenação e de membros da equipe do SAMU do município de Senhor do Bonfim. Inicialmente os alunos selecionados receberam capacitação sobre o funcionamento do SAMU, estatística dos trotes e de primeiros-socorros (teoria e prática) realizada no Núcleo de Estudo em Urgência - NEU pela enfermeira responsável pelo projeto de extensão. As atividades foram desenvolvidas pelos discentes onde a equipe foi composta por sete destes, sendo um aluno bolsista e os demais voluntários, além da supervisão de três docentes da UNEB e com o apoio de alguns profissionais do SAMU. As ações educativas na escola foram efetivadas por meio de um agendamento prévio das atividades, juntamente com a coordenação, tendo data e horário estabelecidos. O público alvo foram crianças de 7 a 12 anos, faixa etária esta escolhida por serem essas crianças os principais autores dos trotes. A educação em saúde correspondeu a um turno. Foram utilizados recursos lúdicos como a peça teatral, onde houve uma interação da equipe com o público. Desta forma buscou-se a orientação e conscientização das crianças sobre os danos causados pelos trotes. Utilizou-se também um vídeo interativo, outro recurso lúdico, que contribui para sensibilização dos alunos e alunas através do personagem “samuzinho” que trouxe esclarecimentos sobre os prejuízos do trote. Buscando conseguir o objetivo e resolutividade nas ações, a programação, organização e envolvimento do grupo foram indispensáveis para contemplar a ação nas escolas com os alunos. Ao chegar à escola, o grupo montava o cenário e separava os materiais que seriam utilizados, para desta forma facilitar o desenvolvimento da apresentação. Iniciou-se as atividades com apresentação expositiva trazendo explicações sobre o SAMU e sua funcionalidade. Logo após, iniciava a peça teatral retratando uma III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADENA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 610 situação hipotética, alertando para as consequências dos trotes e demonstrando assim a importância do serviço para toda população. Ao final das atividades foi exposto o vídeo interativo que abordou a temática do programa amigos do SAMU e finalizou com a entrega de brindes e certificados, onde o aluno foi intitulado amigo do referido serviço. Também foi disponibilizado para cinco alunos, de acordo com o seu comportamento e participação durante as ações, convidados a vestir o uniforme do SAMU e tirar fotos, mostrando que desta forma os mesmos tornaram-se parceiros. A participação real das crianças foi percebível no decorrer das atividades onde elas interagiram do início ao fim esbanjando atenção e interesse. Concomitantemente foram realizados, durante o desenvolvimento do projeto, treinamentos teóricos – práticos com os professores da rede estadual e municipal sobre primeiros socorros, tendo como tema do encontro “Aprendendo a socorrer”, fazendo uma explanação no primeiro momento e posteriormente, simulações práticas aplicando uma metodologia com manequins e materiais específicos de suporte básico de vida. RESULTADOS E DISCUSSÃO A implantação do projeto SAMU nas Escolas iniciou-se no ano de 2014, e até 2016 já foram contempladas 25 escolas através da educação em saúde. Podemos afirmar então, que o processo de aprendizagem não se limitou apenas aos alunos e professores das escolas que receberam as atividades educativas e foram atores de mudanças na comunidade, como também aos discentes da universidade que foram enriquecidos com a resolutividade obtida através da disseminação do conhecimento, e a comunidade que ganhou frente à formação da consciência das crianças e docentes sobre o serviço do SAMU e toda sua importância. Tabela 1: Quadro quantitativo de atendimentos realizados no período de 2014-2016. Ano 2014 2015 2016 Total Escolas visitadas 04 11 10 25 Alunos 115 185 160 460 III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 611 envolvidos Professores capacitados 115 145 145 405 FONTE: Elaboração dos autores, 2016 Conforme tabela descrita acima, durante o ano de 2014, o índice de trotes para o SAMU foi de 20.725 chamados, e no município não existia nenhum tipo de orientação à comunidade frente aos prejuízos que os mesmos causavam. Após a implantação do projeto e visita a quatro escolas houve uma significativa queda, no qual ao final do ano, os índices caíram para 12.453 trotes, o que equivale à redução de aproximadamente 40 % de trotes. Em 2015 foram visitadas onze escolas, reduzindo para 5.126 chamados falsos. E no ano de 2016, as atividades foram apresentadas em dez escolas, totalizando assim uma redução significativa de trotes para 1.063 chamados. Como consequência desta ação educativa, o SAMU também foi um dos beneficiados, pois como a maioria dos trotes foram realizados por crianças, as palestras nas escolas proporcionaram a conscientização desse perfil de alunos o que refletiu na redução dos alarmes falsos. Do mesmo modo, conseguimos realizar treinamentos teóricos- práticos sobre suporte básico de vida para 405 professores, os quais consideraram relevante, no sentido de que verbalizaram por inúmeras vezes que até então nunca haviam recebido capacitação acerca desta temática e, por conseguinte, enquanto agentes multiplicadores sabiam da responsabilidade de repassarem para seus alunos o conhecimento adquirido nos encontros. Frente à discussão no andamento das atividades com as crianças e docentes, notou-se a compreensão do tema pelas mesmas, alcançando assim resultados positivos em relação ao entendimento sobre o serviço de urgência; conscientização sobre a seriedade e precisão do SAMU; esclarecimento sobre as consequências que os trotes podem proporcionar; estímulo ao apoio das crianças enquanto multiplicadores do serviço e assim, também, fomentar a formação dos professores. Nessa perspectiva, para os acadêmicos a experiência mostrou-se importante, pois proporcionou a aquisição de conhecimentos sobre urgência e emergência; a compreensão III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 612 sobre a estrutura e funcionamento do SAMU e o estabelecimento de um trabalho multidisciplinar junto a enfermeiros e professores. Além disso, o projeto de extensão contribuiu para o graduando em enfermagem obter conhecimentos sobre a realidade da comunidade em que a universidade está inserida; prestar serviços e assistência à comunidade e receber subsídios para o seu aprimoramento curricular. Por sua vez, os professores tiveram ensinamentos sobre primeiros socorros e o que fazer em casos de acidentes em casa, na escola ou na rua, na ocorrência de ferimentos, de mordeduras de animais, queimaduras, convulsões, obstrução de vias aéreas, desmaio, intoxicações exógenas, afogamento, choque elétrico e corpos estranhos, e na situação de parada cardiorrespiratória. Essa interação dos acadêmicos com os alunos de escolas públicas e privadas permitiu demonstrar que a universidade, através da extensão, pode influenciar e também ser influenciada pela comunidade, ou seja, é possível ocorrer uma troca de valores entre a universidade e o meio onde ela está inserida. A extensão universitária funciona, portanto, como uma via de duas mãos, em que a universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade e também aprende com o saber dessas comunidades. Evidenciou que a educação continuada no espaço escolar interferiu positivamente na perspectiva de formação intelectual, social e cidadã dos estudantes e professores, no que se refere a sua postura como indivíduo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A atuação do projeto SAMU nas Escolas é de fundamental relevância, devido ao elevado índice de trotes telefônicos para o número 192 em Senhor do Bonfim, o que leva a vários prejuízos, seja para a sociedade ou para o serviço. Da mesma forma, a falta do conhecimento inicial sobre prevenção de acidentes e primeiros socorros podem acarretar sequelas ou até mesmo o óbito das vítimas. A atuação do projeto no espaço escolar, inserindo informações acerca do SAMU III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 613 e de primeiros socorros é de extrema importância para a modificação do atual cenário social, uma vez que é na escola que se constrói parte da identidade sobre ser e pertencer ao mundo e se adquire os princípios éticos e morais que permeiam a sociedade. Também, dado que acidentes são corriqueiros e a todo o momento estamos expostos a inúmeras situações de risco, maiores danos podem ser evitados se, no momento do acidente, a primeira pessoa a ter contato com a vítima souber proceder corretamente na aplicação dos primeiros socorros. Sendo assim, torna-se irrefutável a importância deste projeto, pois contribui para que a universidade desempenhe sua função social beneficiando a comunidade com a multiplicação de conhecimento transformando indivíduos em seres conscientes, visando à redução do número de trotes realizados para o SAMU e o bom andamento do serviço prestado por este. Com a implantação e desenvolvimento das atividades desse projeto tem sido notório que é possível reduzir os índices de trotes ocorridos na cidade. O projeto traz uma proposta brilhante e que tem demonstrado através dos resultados positivos que o mesmo contribuiu positivamente como processadore multiplicador de conhecimentos para a comunidade, abrangendo e estimulando a população infanto-juvenil e docentes enquanto agentes transformadores na sociedade. REFERÊNCIAS ARAÚJO, FP; CASIMIRO, LCSR. A importância dos projetos de extensão universitária na formação de cidadãos leitores [Internet]. [cited 2013 June 8]. 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III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 616 GEOGRAFIA EM IMAGENS: ABORDAGEM DE CONCEITOS, FATOS, FENÔMENOS E PROCESSOS GEOGRÁFICOS1 Alana Cerqueira de Oliveira Barros – UNEB / Campus XI alanabarros04@hotmail.com José Marcos Silva Ribeiro – UNEB / Campus XI msr_marcos15@hotmail.com Jussara Fraga Portugal – UNEB / Campus XI jfragaportugal@yahoo.com.br RESUMO O presente texto é resultado de umas das ações realizadas no âmbito do subprojeto Formação docente e Geografia escolar: das práticas e saberes espaciais à construção do conhecimento geográfico do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID/UNEB, Campus XI, Serrinha/Ba. Trata-se de um relato de experiência formativa vivenciado no contexto da ação denominada III Atelier Geográfico Temático A Geografia em imagens: fatos, fenômenos e processos geográficos, no qual utilizamos a Linguagem Imagética para ampliar e fortalecer a abordagem conceitos e temas geográficos, através de uma prática didático-pedagógica intitulada Batalha Geográfica, visando a construção de saberes geográficos, potencializados pelo uso de charges, quadrinhos e fotografias. Este trabalho perpassará por discussões problematizadas a partir dos questionamentos: como a linguagem imagética pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem de conceitos, fatos, fenômenos e processos geográficos?, Como a atividade Batalha Geográfica pode ser um potencializador na construção de conhecimentos geográficos? A nossa intenção é contemplar uma discussão acerca das potencialidades didático- pedagógicas da linguagem imagética na sala de aula, no ensino de Geografia, na educação básica. Palavras-Chave: PIBID; Ensino de Geografia; Linguagem imagética; Batalha Geográfica. DIALOGANDO SOBRE A EXPERIÊNCIA: UMA INTRODUÇÃO É inegável que o atual momento histórico encontra-se permeado pela diversidade da tecnologia, ciência e informação atreladas aos mais diversos contextos e práticas 1 Trabalho vinculado ao Grupo de Pesquisa Geografia, Diversas Linguagens e Narrativas de Professores – GEO(BIO)GRAFAR e orientado pela Profa. Dra. Jussara Fraga Portugal. III COLÓQUIO DOCÊNCIA E DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Diferenças e desigualdades no cotidiano escolar 07 - 09 DE JUNHO DE 2017 ISSN: 2446-5194 617 cotidianas. Sendo assim, as linguagens imagéticas e seus variados gêneros, estão presentes das mais variadas formas – fotografias, charges, cartuns, tiras, desenhos e quadrinhos – no dia a dia das pessoas, o que se constituem como linguagens visuais que movimentam a mídia e a indústria cultural em todo o mundo através da diversidade de conteúdo e possibilidades de entretenimento, na transmissão de informações, ideologias e padrões de vida/consumo. Entretanto, o uso da linguagem visual no ensino de Geografia deve ser utilizado no sentido de viabilizar a reflexão crítica, de possibilitar uma leitura de mundo e de sociedade, na tentativa de uma aproximação com o conteúdo geográfico trabalhado em sala de aula, na educação básica, o que só é possível através de uma intencionalidade pedagógica que deve estar diretamente relacionada ao planejamento das atividades propostas pelo professor. Sendo assim, o presente texto tem o objetivo de socializar algumas práticas didático-pedagógicas desenvolvidas a partir das ações do III Atelier Geográfico Temático 2 , intitulado A Geografia em imagens: fatos, fenômenos e processos geográficos, o qual compõe o quadro de estratégias metodológicas adotadas pelo subprojeto Formação Docente e Geografia Escolar: das práticas e saberes espaciais à construção do conhecimento geográfico3, inserido no âmbito do Programa Institucional 2 A atividade denominada Atelier Geográfico Temático é concebida, no âmbito do subprojeto “Formação docente e Geografia escolar: das práticas e saberes espaciais à construção do conhecimento geográfico” como um espaço de diálogo que possibilita a reflexão da/na prática, a partir de estudos orientados e realização de práticas contemplando conteúdos, conceitos e temas da Geografia Escolar,
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