Buscar

MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP)
· Clínico: Estudo prático da medicina no corpo do doente.
— O método clinico usado pelos médicos é sempre a expressão prática de uma teoria da medicina, mesmo quando não explicada e engloba conceitos como:
· Natura da saúde e da doença;
· A relação entre mente e corpo;
· Significado do diagnóstico;
· O papel do médico e a condução da relação entre ele e a pessoa que o procura;“A teoria e a prática da medicina são fortemente influenciadas, em qualquer período, pela teoria do conhecimento dominante e por valores da sociedade. A medicina é sempre filha de seu tempo.”
Ian R. McWhinney
— MÉTODO CLÍNICO CONVENCIONAL (centrado na doença).
· Problemas e limitações relacionadas ao modelo médico convencional:
· Toma por princípio que a doença é totalmente explicável por desvios da norma de variáveis biológicas (somáticas), que poderiam ser medidas, mensuradas.
· Não deixa espaço dentro de sua estrutura para as dimensões sociais, psicológicas e comportamentais das doenças.
· Exige que as doenças sejam tratadas apenas como entidades independentes do ser humano que as apresenta.
· Um modelo “robotizado”.
— MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP).
O atendimento clínico centrado na pessoa foge à tradicional forma de construção da clínica médica, focada exclusivamente no diagnóstico de e na conduta, ou seja, em perguntas direcionadas à identificação da doença e ao posterior esclarecimento acerca do tratamento. 
— O Princípio da Autonomia e o Consentimento Livre e Esclarecido
· Autonomia;
· Equilíbrio de poder;
· Validação de diferentes perspectivas;
· Quem deve decidir?
Um problema fundamental na relação médico-paciente é o da tomada de decisão, principalmente no que se refere aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos a serem adotados. O dilema que geralmente se impõe nas várias situações é: a decisão deve ser do médico, preparado na arte de curar e que melhor conhece os convenientes e os inconvenientes de cada conduta, ou seja, aquele que sabe mais? Ou do paciente, porque é o dono do seu próprio destino e, portanto, deve decidir o que quer para si?!
O princípio da autonomia não deve ser confundido com o princípio do respeito da autonomia de outra pessoa. Respeitar a autonomia é reconhecer que ao indivíduo cabe possuir certos pontos de vista e que é ele quem deve deliberar e tomar decisões segundo seu próprio plano de vida e ação, embasado em crenças, aspirações e valores próprios, mesmo quando divirjam daqueles dominantes na sociedade ou daqueles aceitos pelos profissionais de saúde. O respeito à autonomia requer que se tolerem crenças inusuais e escolhas das pessoas desde que não constituam ameaça a outras pessoas ou à coletividade. Afinal, cabe sempre lembrar que o corpo, a dor, o sofrimento, a doença são da própria pessoa.
Uma pessoa autônoma pode agir não-autonomamente em determinadas circunstâncias. Por isso, a avaliação de sua livre manifestação decisória é uma das mais complexas questões éticas impostas aos profissionais de saúde. Desordens emocionais ou mentais, e mesmo alterações físicas, podem reduzir a autonomia do paciente, podendo comprometer a apreciação e a racionalidade das decisões a serem tomadas. Nas situações de autonomia reduzida cabe a terceiros, familiares ou mesmo aos profissionais de saúde decidirem pela pessoa não-autônoma.
O conceito legal de competência é intimamente relacionado ao conceito de autonomia. Não costumamos questionar a competência de decisão de um paciente quando sua decisão concorda com nossas escolhas. Ao contrário, somente quando a sua decisão conflita com a nossa, como no caso de recusa a se submeter a um procedimento que indicamos, é que a questão da validade da decisão é questionada. O julgamento de competência-incompetência de uma pessoa deve ser dirigido a cada ação particular e não a todas as decisões que a pessoa deva tomar em sua vida, mesmo com aqueles indivíduos legalmente considerados como incompetentes. “Todos os pacientes devem ser julgados capazes até prova de sua incompetência, de que sua autonomia está reduzida.”
Os grupos socioeconomicamente vulneráveis, os mais desprovidos de recursos, têm menos alternativas de escolha em suas vidas, o que afeta o desenvolvimento de seu potencial de ampla autonomia mas não significa que devam ser vistos como pessoas que não podem decidir autonomamente, que os médicos devam decidir por eles.
A autonomia não deve ser convertida em direito absoluto; seus limites devem ser dados pelo respeito à dignidade e à liberdade dos outros e da coletividade. A decisão ou ação de pessoa, mesmo que autônoma, que possa causar dano a outra(s) pessoa(s) ou à saúde pública poderá não ser validada eticamente.
— COMPONENTES DO MÉTODO CLINICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP)
1. A doença e a experiência da doença;
As quatro dimensões da experiência da doença
Sentimentos: medo, irritação, culpa, alívio...
Ideias: o que causou? o que vai acontecer? como deve ser tratado?
Função: o que deixo de fazer devido à doença? Em que me pesa a doença?
Expectativas: quais soluções esperadas? que informações precisa? até que ponto está disposto a ir?
— O PROCESSO DE ABSTRAÇÃO
As três formas irregulares (na imagem ao lado) representam pessoas com experiências de doença semelhantes. São todas diferentes porque não há duas experiências de doença exatamente iguais. Os quatro quadrados representam o que as pessoas têm em comum. No processo de abstração, consideramos os fatores comuns e formamos uma categoria de doença: esclerose múltipla (EM), carcinoma pulmonar, e assim por diante. A abstração oferece um poder preditivo muito alto e nos fornece uma linguagem taxonômica (de classificação). Permite que apliquemos nossas tecnologias terapêuticas com precisão, mas isso tem um preço.
O poder da generalização é obtido quando nos distanciamos da pessoa individual e de todas as particularidades da sua experiência de doença. Se observarmos atentamente, veremos que cada pessoa é diferente de alguma forma. É no cuidado que as particularidades se tornam cruciais. Se quisermos ser agentes de cura, precisaremos conhecer aqueles a quem atendemos como indivíduos: pessoas podem ter doenças em comum, mas são únicas quanto à forma como respondem a elas.”
2. ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO 
Contexto próximo: família, trabalho, apoio social.
Contexto distante: cultura, sociedade, ecossistema.
3. ELABORANDO UM PLANO CONJUNTO DE MANEJO DOS PROBLEMAS
Problemas e prioridades Metas Papéis.
4. INCORPORANDO PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DE SAÚDE 
· Evitar riscos;
· Melhorias da saúde;
· Redução de danos;
· Diagnóstico precoce;
· Reabilitação;
· Redução de complicações;
5. INTENSIFICANDO A RELAÇÃO MÉDICO-PECIENTE/PROFISSIONAL DE SAÚDE-PACIENTE
— CUIDADO
A categoria “Cuidado” pressupõe uma superação do paradigma biomédico, e uma concepção de clínica que possibilite que outros aspectos do sujeito, que não o apenas biológico, possam ser compreendidos e trabalhados pelos profissionais de saúde É eixo central do trabalho em saúde. Confere sentido último; é a alma da produção de saúde destinado ao outro (usuário, paciente, cliente). É este outro que traz a carga das necessidades que está ali para ser cuidado e que também produz cuidado de si. 
É este outro que dá sentido para o campo da saúde e não os profissionais. Esse outro com o qual nos relacionamos, ele é que confere sentido. (Emerson Merhy, 2020)
— CUIDADO E SUAS TECNOLOGIAS 
As tecnologias em saúde abarcam diferentes dimensões tanto material quanto de ordem não material. Essas dimensões são divididas em três categorias: dura, leve-dura e leve. 
As tecnologias duras (trazem uma materialidade) são representadas pelos equipamentos, máquinas, objetos, estruturas, por exemplo: estetoscópio, receituário, caneta, consultório, prédio, etc. São as que necessitam de pessoas para que haja sentido na sua formatação/manipulação.
As tecnologias leve-duras correspondem ao conjunto de saberes clínicos, epidemiológicos, de educação em saúde, de planejamento dentre outros. É o conjunto de saberes contidosem si, que serão exercitados no processo relacional com o outro.
As tecnologias leves são aquelas que conferem vida sobre as outras tecnologias. São as nossas ações sobre elas, fazendo-as funcionar efetivamente.
É uma ação no processo de estabelecer a relação com os outros. 
É um campo tecnológico que só existe quando atuamos. (Emerson Merhy, 2020) 
“... a utilização de determinadas tecnologias, ou não, o desenvolvimento ou combinação de outras, e assim por diante, dependerão de um ‘juízo prático’ ...” “Sabedoria prática”.
— DISPOSITIVOS PARA VOLTAR-SE Á PRESENÇA DO OUTRO
· Empatia;
· Vínculo;
· Diálogo-conversa;
· Corresponsabilidade;
· Autonomização;
Tópicos relacionados a intensificação da relação médico-paciente
A. Consciência de si mesmo
Cabe ao profissional, ajudar no processo de reconhecimento do paciente acerca da sua enfermidade, para tanto, se faz necessário uma ampla troca de informações para criar vinculo de confiança no tratamento em questão.
B. Transferência e contratransferência 
Todas as relações humanas e, em especial, as relações terapêuticas são influenciadas pelos fenômenos de transferência e contratransferência.
— Transferência é um processo que a pessoa inconscientemente projeta, em indivíduos de sua vida atual. Como, por exemplo: pensamentos, comportamentos e reações emocionais que se originam em outro relacionamentos significativos desde sua infância.
Esse processo pode incluir: 
· Sentimentos de amor
· Ódio;
· Ambivalência e dependência.
— Contratransferência: semelhantemente a transferência, trata-se de um processo inconsciente que ocorre quando o médico responde a pessoa de uma forma semelhante, àquela que usou em relacionamentos significativos do passado.
Os médicos precisam estar atentos:
· Ao que desencadeia certa reação de sua parte (ás questões pessoais vividas)
· Ao estresse
· Ao conflito de valores
É aqui que a autoconsciência tem especial importância, junto com a capacidade de auto-observação durante a consulta.
C. Escuta/ comunicação
EMPATIA NÃO É SIMPATIA
Na verdade, empatia é conexão. É mostrar ao outro que sua dor não é desprezível, e pra isso é necessário ter a capacidade de entender a perspectiva do outro, incentivando o diálogo e tentando expor as outras perspectivas, pois, na maioria das vezes não é uma resposta que faz as coisas melhorarem, é a presença e o acolhimento.
· Não julgar;
· Reconhecer;
· Comunicar;
· SENTIR COM O OUTRO;
· É uma escolha vulnerável – para conectar com o outro precisamos conectar com algo em nós que conhece este sentimento.
— Habilidades de comunicação: abordagem centrada na pessoa
A ampliação do potencial terapêutico de cuidado em nossas ações de saúde pressupõe as seguintes habilidades:
· Dar ao paciente tempo para pensar; 
· Exercitar a boa comunicação, sem uso abusivo do jargão técnico; 
· Exercitar a habilidade da empatia; 
· Lembrar-se de escutar; 
· Oferecer suporte na medida certa; 
· Escutar o paciente em todas as dimensões (verbais e não verbais);
· Reconhecer os modelos de entendimento do paciente; 
· Acolher o paciente com calor humano, respeito e cordialidade;
· Exercitar a empatia, junto com a disciplina emocional de não ter de dar soluções a tudo; 
· Potencializar a assertividade; 
· Distinguir a demanda aparente (queixa) da demanda real (causa dos problemas), buscando formular um plano terapêutico ampliado e em conjunto com o paciente; 
· Utilizar-se de habilidades de escuta ativa.
Em contrapartida, o profissional de saúde deve evitar as seguintes atitudes:
· Pressupor que já sabe o que está ocorrendo; 
· Esquivar-se do vínculo, baseado na crença do profissional meramente técnico; 
· Ser prepotente frente às situações vividas pelos pacientes; 
· Desconhecer os próprios pontos de irritação; 
· Saudar friamente o paciente ou não saudá-lo;
· Não escutar já no início da consulta; 
· Não delimitar claramente o motivo da consulta; 
· Introduzir conselhos e informações precocemente; 
· Não integrar a informação atual com o que se conhece do paciente; 
· Condutas de antagonismo, culpabilização, juízos de valor e asseguramentos prematuros.
6. SENDO REALISTA
· Tempo e timing 
· Pessoa, família, comunidade
· A construção de uma equipe e o trabalho em equipe; sistema e gestão 
· Administração sensata de recursos 
· Identificação da resistência / aderência aos tratamentos 
· Identificar fase de mudança em que a pessoa se encontra
Timing = organização temporal do movimento para dar a resposta no momento certo; nem antes, nem depois.
Tempo= espaço entre o começo e o fim de um acontecimento, duração.
Características do método clínico centrado na:
Doença
Coonstrução teórica (abstração/generalização).
Critérios
Objetividade
Busca pela precisão
Investigação (anamnese/testes)
Experiencia da doença
Pessoal
ÚNICA
Subjetividade
Concreta
Narrativa
Paciente vem a consulta
Queixas e sintomas
Anamnese
Exame clinico
Exames complementares
Diagnóstico
Síndromico ou enfermidade
Tratamento

Continue navegando