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Sialolitíase: Cálculos nas Glândulas Salivares

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Gabriela Ellen 
Sialolitíase 
Glândulas salivares 
Glândulas maiores: 35° dia de vida uterina; parótida (secreção serosa); submandibular 
(secreção mucosa); sublingual (secreção mista). 
Glândulas menores: 40° dia de vida uterina; região de mucosa (+ de 800); exceções: 1/3 
anterior do dorso da língua, 1/3 anterior do palato duro, gengiva inserida. 
▪ Parótida: a maior das glândulas salivares; 
superficialmente ao masseter; ramo 
ascendente; nervo facial (VII par craniano); 
lóbulos superficial e profundo; ducto 
parotídeo; ducto excretor ao nível do 2° 
molar superior. Observação: devido a 
proximidade com o nervo, devemos ter 
cautela ao manusear. 
▪ Submandibular: triângulo submandibular; 
lateral ao músculo miloióide; ducto 
submandibular desemboca no assoalho 
bucal; carúncula entre freio e assoalho. 
▪ Sublingual: superior ao miloióide; 8-20 ductos sublinguais; pregas sublinguais; ducto 
sublingual maior; secreção liberada na cavidade bucal; pode drenar para o ducto 
submandibular. 
Exame clínico 
▪ Anamnese: queixa principal, história. 
▪ Exame físico: geral e local. 
Exame físico 
▪ Inspeção: observação, aumento de volume, eritema, azulado ou translúcido. 
▪ Palpação: bidigital; dígito-palmar (ordenha); nódulos, dor ou endurecimento. 
Exames complementares 
▪ Exame radiográfico: radiografia oclusal; radiografia panorâmica; radiografias ântero-
posteriores; radiografias periapicais; outras imagens. 
▪ Sialografia: é o estudo radiológico por meio de contraste iodado das glândulas 
salivares, parótidas e submandibulares. Consiste na punção de um cateter do tipo asa 
de borboleta no ducto da glândula, sendo previamente dilatada com suco de limão 
ou éter para ajudar na salivação. Indicado nos casos de cálculos salivares; extensão de 
desnutrição; detecção de fístulas; constrições de ductos; estudo de tumores; dilatação 
de ductos; razões terapêuticas. A sialografia é raramente usada para avaliar glândulas 
sublinguais por ter numerosos e pequenos ductos, abrindo diretamente no assoalho 
da boca, sendo permitida se houver variação anatômica que permita cateterização da 
porção proximal do ducto. Contraindicação → inflamação aguda ou infecção grave da 
glândula ou ducto salivar, pacientes com histórico de alergia ao contraste iodado 
(recomenda-se que se realiza cintilografia, ultrassonografia, ressonância). 
Gabriela Ellen 
Contrastes hidrossolúveis → mais miscíveis em saliva, facilmente injetados, facilmente 
eliminados; 
Contrastes a base de óleos → mais viscosos (mais pressão); mal eliminados 
(obstrução); reações de corpo estranho; melhor visualizados. 
Secreção salivar 
▪ Composição: água, eletrólitos, ureia, glicose, mucina gorduras, proteínas, Ca, P, Na, 
K, Mg. 
▪ Parótida: solução mais concentrada; 
▪ Submandibular: rica em cálcio. 
Sialolitíase: 
A ocorrência de cálculos nas glândulas salivares é duas vezes mais comum em homens; 
Fatores etiopatogênicos: obstrução, diminuição na taxa de fluxo salivar, alterações no pH 
salivar associadas à sepse orofaríngea e comprometimento da solubilidade dos cristais. 
Fisiologicamente, podem-se detectar micrólitos após a precipitação em uma solução 
hipersaturada de tampões mucosos ou fosfolipídeos de membrana dentro de vesículas 
secretoras redundantes. Esses micrólitos podem se tornar sintomáticos e agir como um ninho 
no qual são depositadas sucessivas camadas de substâncias orgânicas e inorgânicas. Mais 
recentemente, foi proposta uma teoria retrógrada de litogênese; segundo a qual, uma 
migração retrógrada de alimentos, bactérias, corpos estranhos e debris oriundos da cavidade 
bucal entram no sistema ductal. Essas pequenas partículas atuam então como um ninho que 
leva à formação de um cálculo e este processo é facilitado pelas ações esfincterianas dos 
orifícios ductais que atuam na manutenção dos debris no sistema ductal. 
Ocorrência: 
▪ Submandibular- 83%; 
▪ Parótida- 10%; 
▪ Sublingual- 7%; 
▪ Menores- raramente; 
Ocorrência maior em submandibulares: 
pH alcalino da saliva submandibular pode fornecer estímulo adicional para a formação de 
cálculos. 
Fatores anatômicos da glândula submandibular e do ducto → o ducto de Wharton é o mais 
longo ducto salivar; portanto, a saliva percorre uma distância maior antes de ser lançada na 
cavidade bucal. Também, o ducto da glândula submandibular possui duas “curvas fechadas” 
em seu curso: (1) uma na borda posterior do músculo milo-hióideo e (2) um próximo da 
abertura ductal na parte anterior do assoalho de boca. Finalmente, o punctum do ducto 
submandibular é menor que a abertura do ducto de Stensen e pode contribuir para a redução 
da eliminação do fluxo salivar. 
Ducto submandibular: 5cm de comprimento; 2 a 4 mm de diâmetro; duas curvaturas 
(tortuoso); abertura menor na carúncula; cálcio e enzimas; precipitados, detritos celulares. 
Gabriela Ellen 
Sinais e Sintomas: dor e edema da glândula submandibular exacerbada nos horários das 
refeições; Diminuição do fluxo salivar ou drenagem purulenta do ducto de Wharton; 
Sensibilidade da glândula submandibular; Linfadenopatia cervical; Cálculo palpável na região 
anterior do assoalho de boca ou no orifício do ducto de Stensen; Radiografia oclusal 
mandibular ou tomografia computadorizada cone beam pode mostrar um cálculo no ducto 
de Wharton. 
Tratamento: 
Cálculo na parte anterior do ducto de Wharton → Tentativa de dilatar o ducto de Wharton 
com sondas lacrimais. Cuidado para não deslocar o cálculo posteriormente. “Ordenhar” a 
glândula por meio de palpação bimanual para exteriorizar o cálculo do orifício ductal. Caso 
tenha êxito, prescrever estimulantes salivares. 
Cálculo na parte posterior ou nenhum cálculo visualizado → Encaminhar para cirurgião 
bucomaxilofacial. 
Se os sialólitos de glândulas salivares maiores forem de tamanho pequeno, podem algumas 
vezes serem tratados de forma conservadora na tentativa de direcionar o cálculo para o orifício 
do ducto. No caso de cálculos maiores, intervenções clínicas e/ou cirúrgicas tornam-se 
necessárias. 
Técnica conservadora → hidratação do paciente; ordenha e massagem das glândulas (nem 
sempre é possível devido a condição inflamatória, tamanho e localização do sialólito); 
ingestão de alimentos ácidos (induz a produção de saliva); remoção de cateter (quando os 
cálculos estiverem próximos ao orifício ductal pode ser realizada a remoção através da 
dilatação do canal por meio de um cateter lacrimal); associação com medicamentos 
(pilocarpina; cevimelina). 
Sialoendoscopia: é um procedimento endoscópico realizado nos canais das glândulas 
salivares. Essa técnica foi desenvolvida com o intuito de examinar essas estruturas de forma 
mais detalhada, bem como fazer o tratamento de doenças benignas, como a sialolitíase 
(cálculos das glândulas salivares). Ela consiste na utilização de um mini-endoscópio, com cerca 
de 0,75 a 1,6mm de espessura, que é inserido nos dutos salivares. Integrado a ele, há um 
sistema óptico e canais de trabalho que permitem a introdução de instrumentos e a lavagem 
de canais. A sialoendoscopia pode ser realizada nas glândulas salivares maiores, tais como a 
submandibular e a parótida. A grande vantagem desse método é o fato de que ele permite 
tratar doenças sem a necessidade de fazer cirurgias maiores e, com isso, preserva as glândulas 
salivares e suas funções. A sialoendoscopia pode ser aplicada com duas finalidades 
diferentes. A primeira é para examinar as glândulas salivares com o intuito de obter 
diagnósticos mais precisos, identificar estenoses (estreitamentos do canal) e presença de 
cálculos. A segunda é para fazer o tratamento de doenças benignas (tais como dilatação das 
estenoses e retirada de cálculos), sendo assim, essa técnica tem indicações diagnósticas e 
terapêuticas. Os instrumentos mais utilizados nesse tipo de procedimento são as pinças, o fio 
guia, o extrator de cálculos e o cateter balão. Assim, é possívelfazer a extração dos cálculos 
que se formaram, bem como a remoção de corpos estranhos. Além disso, a estenose do ducto 
salivar (estreitamento) pode ser revertida por meio da técnica de dilatação endoscópica. 
 
 
Gabriela Ellen 
Tratamento cirúrgico: 
▪ Sem remoção da glândula: cálculo palpável na boca e localizados na distal do ducto 
ou não mais que 2cm do óstio do ducto submandibular. Apresenta dificuldades 
técnicas devido a um campo cirúrgico restrito e com maiores riscos de lesar o nervo 
lingual. 
▪ Com remoção da glândula: quando o cálculo se localiza na proximal do ducto, no 
parênquima glandular ou quando houver alguma alteração inflamatória ou infecciosa 
no interior da mesma. Exige acessos cirúrgicos extra-orais. 
O diagnóstico pode ser feito clinicamente e confirmado radiograficamente por meio de 
radiografias convencionais, ultrassonografias, TC ou TCCB, sialografia ou sialoendoscopia. 
A gestão dos cálculos das glândulas submandibulares depende da duração dos sintomas, 
do número de episódios repetidos, do tamanho do cálculo e, talvez mais importante, da 
localização do cálculo.

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