Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. Para cada um dos itens abaixo é definida uma soma de elementos de R2 e um produto de número real por um elemento de R2. Verifique, em cada caso, se R2 equipado com essas operações é um espaço vetorial real. Em caso afirmativo, determine sua dimensão. a. (x, y) + (a, b) := (x+ a, y · b) e λ · (x, y) := (λ · x, λ · y); Prova-se sem maiores dificuldades que a soma em questão é associativa, comutativa e tem elemento neutro dado por (0, 1). Mas nenhum elemento da forma (a, 0) possui inverso aditivo, ou seja, não existe (α, β) ∈ R2 tal que (x, 0) + (α, β) = (0, 1) pois 0 · β = 0 6= 1 qualquer que seja β ∈ R. Portanto, R2 equipado com essas operações não é um espaço vetorial. b. (x, y) + (a, b) := (x+ b, y + a) e λ · (x, y) := (λ · x, λ · y); Temos que para essa soma, (2,−3) + (1, 2) = (2 + 2,−3 + 1) = (4,−2) e (1, 2) + (2,−3) = (1− 3, 2 + 2) = (−2, 4). Portanto, essa operação de adição de não é comutativa. Desta forma, R2 equipado dessas operações não é um espaço vetorial. c. (x, y) + (a, b) := (x+ a, y + b) e λ · (x, y) := (λ · y, λ · x). Com esse produto temos que, 2 · (3 · (3, 5)) = 2 · (3 · 5, 3 · 3) = (2 · 9, 2 · 15) = (18, 30) e (2 · 3) · (3, 5) = 6 · (3, 5) = (6 · 5, 6 · 3) = (30, 18). Portanto, a propriedade α · (β · v) = (α · β) · v não é válida para quaisquer α, β ∈ R e v ∈ R2. Assim, R2 equipado dessas operações não é um espaço vetorial. 2. Em cada caso, determine se W é subespaço vetorial de V. Em caso afirmativo, determine a dimensão de W exibindo uma base de W. a. W = {A ∈MR(2, 2) : A = At} e V = MR(2, 2) (At é a matriz transposta de A); Observamos inicialmente que O2×2 = ( 0 0 0 0 ) é o vetor nulo de MR(2, 2) e que Ot2×2 = O2×2. Portanto, O2×2 ∈ W. Sejam agora, A,B ∈ W, temos que (veja exerćıcio 11 b. da lista 0), (A+B)t = At+Bt = A+B, logo A+B ∈W. Também não é dif́ıcil mostrar que dados λ ∈ R e A ∈MR(2, 2), então (λ·A)t = λ·At. Assim, se λ ∈ R e A ∈W então, (λ·A)t = λ·At = λ·A, de onde segue que λ · A ∈W. Portanto, W é subespaço vetorial de MR(2, 2). Uma matriz t́ıpica de W tem a forma A = ( a c c b ) = a · ( 1 0 0 0 ) + b · ( 0 0 0 1 ) + c · ( 0 1 1 0 ) . Portanto, o conjunto α = {( 1 0 0 0 ) , ( 0 0 0 1 ) , ( 0 1 1 0 )} é um conjunto gerador de W. O conjunto α é LI, pois se a · ( 1 0 0 0 ) +b · ( 0 0 0 1 ) +c · ( 0 1 1 0 ) = ( 0 0 0 0 ) , então a = b = c = 0. Logo, dim(W) = 3. 1 Lista 2 - Álgebra Linear b. W = {A ∈MR(2, 2) : A · At = I} e V = MR(2, 2) (I é a matriz identidade); Seja O2×2 ∈ MR(2, 2) a matriz nula. Então, O2×2 é o vetor nulo de MR(2, 2) e O2×2 /∈ W, pois O2×2 · Ot2×2 = O2×2 · O2×2 = O2×2 6= I. Portanto, W não é um subespaço vetorial de MR(2, 2). c. W = {A ∈MR(3, 3) : det(A) = 0} e V = MR(3, 3) (det(A) é o determinante de A); Sejam A = 1 0 00 0 0 0 0 1 e B = 0 0 00 1 0 0 0 0 . Temos que A,B ∈W, mas A+B = 1 0 00 1 0 0 0 1 /∈ W. Portanto, W não é subespaço de MR(3, 3). d. W = {A ∈ MR(3, 3) : tr(A) = 0} e V = MR(3, 3) (tr(A) é o traço da matriz A, ou seja, a soma dos elementos da diagonal principal); Se O3×3 ∈ MR(3, 3) é a matriz nula, então O3×3 é o vetor nulo de MR(3, 3) e tr(O3×3) = 0. Portanto, O3×3 ∈W. Temos que a função traço satisfaz as seguintes propriedades: 1. tr(A+B) = tr(A) + tr(B) quaisquer que sejam A,B ∈MR(3, 3); 2. tr(λ · A) = λ · tr(A) quaisquer que sejam λ ∈ R e A ∈MR(3, 3). Logo, se A,B ∈W e λ ∈ R então: tr(A+B) = tr(A) + tr(B) = 0 + 0 = 0 e assim, A+B ∈W; tr(λ · A) = λ · tr(A) = λ · 0 = 0 e assim, λ · A ∈W. Portanto, W é um subespaço de MR(3, 3). Um elemento t́ıpico de W é dado por a b cd e f g h −a− e . Assim, as matrizes, 1 0 00 0 0 0 0 −1 , 0 1 00 0 0 0 0 0 , 0 0 10 0 0 0 0 0 , 0 0 01 0 0 0 0 0 , 0 0 00 1 0 0 0 −1 , 0 0 00 0 1 0 0 0 , 0 0 00 0 0 1 0 0 , 0 0 00 0 0 0 1 0 formam uma base de W. Portanto dim(W) = 8. 3. Seja V = P3 o espaço vetorial dos polinômios reais de grau menor ou igual a 3. a. Mostre que α = {(x− 1), (x2 + x), (x3 + 1), (1 + x+ x2)} é uma base de V; Sejam a, b, c, d ∈ R tais que a(x− 1) + b(x2 + x) + c(x3 + 1) + d(1 + x+ x2) = 0. Então, (−a+ c+ d) + (a+ b+ d)x+ (b+ d)x2 + cx3 = 0 Assim, c = 0, a = d, b = −2a e d = −b = 2a. Logo, 2a = a, ou seja, a = 0. Disso segue que, a = b = c = d = 0. Portanto, α é LI. Como dim(P3) = 4, segue que α é uma base de P3. b. Se Mβα = [I] β α = 0 1 −1 0 −1 −1 2 1 0 0 0 1 1 1 −1 −1 é a matriz de mudança da base ordenada β para a base ordenada α, determine a base ordenada β; 2 Se β = {v1, v2, v3, v4} então, v1 = (−1)(x2 + x) + (1 + x+ x2) = 1 v2 = (x− 1) + (−1)(x2 + x) + (1 + x+ x2) = x v3 = (−1)(x− 1) + 2(x2 + x) + (−1)(1 + x+ x2) = x2 v4 = (x 2 + x) + (x3 + 1) + (−1)(1 + x+ x2) = x3. Assim, β = {1, x, x2, x3}. c. Sejam v, w ∈ V tais que [v]β = 1 1 2 −1 e [w]α = 2 1 −2 −1 , determine [v]α e [w]β. Temos que [v]α = M β α · [v]β = 0 1 −1 0 −1 −1 2 1 0 0 0 1 1 1 −1 −1 · 1 1 2 −1 = −1 1 −1 1 Temos que Mαβ = −1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 , logo, [w]β = M α β · [w]α = −1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 · 2 1 −2 −1 = −5 2 0 −2 4. Seja V um espaço vetorial. a. Mostre que, se {v1, v2, . . . , vn} é um conjunto LD de V então {v1, v2, . . . , vn, w} é também um conjunto LD de V, qualquer que seja o vetor w ∈ V; Como {v1, v2, . . . , vn} é LD, existem números α1, α2, . . . , αn não todos nulos, tais que α1v1 + α2v2 + · · ·+ αnvn = 0V Assim, temos que, β1v1 + β2v2 + · · ·+ βnvn + βn+1w = 0V sendo β1 = α1, β2 = α2, ... , βn = αn e βn+1 = 0. Como os números β1, β2, . . . , βn+1 não são todos nulos, segue que {v1, v2, . . . , vn, w} é LD. b. Mostre que, se β = {v1, v2, . . . , vn} é LI então β − {vj} = {v1, v2, . . . , vj−1, vj+1, . . . , vn} é também um conjunto LI de V, qualquer que seja j = 1, 2, . . . , n. Se β − {vj} não é LI, então β − {vj} é LD. Segue então do item a) (tomando w = vj) que β é LD, o que é um absurdo, pois por hipótese, β é LI. Portanto, conclui-se que β − {vj} é LI qualquer que seja j = 1, 2, 3, . . . , n. • Demonstração alternativa (direta) Suponha que β = {v1, v2, . . . , vn} é LI e suponha que α1v1 + α2v2 + · · ·+ αj−1vj−1 + αj+1vj+1 + · · ·+ αnvn = OV 3 segue então que, α1v1 + α2v2 + · · · + αj−1vj−1 + 0vj + αj+1vj+1 + · · · + αnvn = OV, ou seja, fazendo β1 = α1, β2 = α2, · · · , βj−1 = αj−1, βj = 0, βj+1 = αj+1, . . . , βn = αn teremos β1v1 + β2v2 + · · ·+ βj−1vj−1 + βjvj + βj+1vj+1 + · · ·+ βnvn = OV como β = {v1, v2, . . . , vn} é LI, conclui-se que β1 = β2 = · · · = βn = 0, ou seja, α1 = α2 = · · · = αj−1 = αj+1 = · · · = αn = 0. Logo, o conjunto β − {vj} é LI. 4
Compartilhar