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DIREITO CIVIL – ATOS E FATOS JURÍDICOS 
 
AULAS 01 – DOS FATOS JURÍDICOS 
 CLASSIFICAÇÃO 
 
Profa. Gabriela Pretto (gabriela.pretto@anhanguera.com) 
 
DOS FATOS JURÍDICOS 
 
Fato jurídico segundo Pablo Stolze Gagliano = “todo acontecimento natural ou humano 
que produz efeitos na órbita do direito”. 
 
O direito NASCE, DESENVOLVE-SE e EXTINGUE-SE 
 
• Nem todo acontecimento constitui fato jurídico. Alguns são simplesmente fatos, 
irrelevantes para o direito. Somente o acontecimento da vida relevante para o 
direito, mesmo que seja fato ilícito, pode ser considerado fato jurídico. 
 Essa correspondência entre fato e norma que qualifica o fato como fato jurídico. 
 
ESPÉCIES DE FATO JURÍDICO 
 
Os fatos jurídicos em lato sensu (sentido amplo) podem ser classificados 
 
A) Fato Jurídico stricto sensu(Acontecimento da natureza)–Ordinários e 
Extraordinários 
B) Ato Jurídico lato sensu (Ações Humanas) – Lícitos (atos jurídicos em sentido 
estrito, negócio jurídico e ato-fato jurídico) e Ilícitos. 
 
 
 
 
 
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A) Fatos naturais ou fatos jurídicos stricto sensu = Simples manifestação da 
natureza. 
Se dividem em: 
1) Ordinários – acontecimentos periódicos. Ex.: nascimento ou morte, decurso 
do tempo, maioridade. 
2) Extraordinários – caso fortuito e da força maior. Seria uma forma de isenção 
de responsabilidade (art. 393 do CC). 
Caso fortuito = evento imprevisível e inevitável. Ex. Uma greve. 
Força maior = evento imprevisível ou previsível mas inevitável, são os eventos 
da natureza. Impossível evitar as consequências. Ex.: terremoto 
 
B) fatos humanos ou atos jurídicos lato sensu = dependem da atividade humana. 
As Ações Humanas podem ser Lícitas e Ilícitas. 
 
As ações humanas : CRIAM, MODIFICAM OU EXTINGUEM direitos e dividem-
se em: 
 
- LÍCITOS = são praticados de acordo com ordenamento jurídico, produzem efeitos 
voluntários, queridos pelo agente. 
Dividem-se em: 
a) ato jurídico em sentido estrito ou meramente lícito – exige-se manifestação 
de vontade. Também chamado de ato não negocial. Não existe liberdade de 
escolha dos efeitos jurídicos, estes são previamente determinados por lei. Art. 
185, CC. 
Ex: notificação que constitui em mora o devedor, reconhecimento de filho. 
Os atos jurídicos meramente lícitos são subtipificados em: 
- atos materiais ou reais 
 - participações. 
 Os efeitos do Ato Jurídico em sentido estrito são dados pela lei, não pela 
vontade. Seus efeitos consistem na resolução dos pressupostos fáticos da 
norma. 
 
 
 
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 b) negócio jurídico - exige-se manifestação de vontade. 
É o ato destinado à produção de efeitos jurídicos, desejados pelo agente e 
tutelados pela lei. Há autonomia privada. Ex.: contratos. 
 
c) ato-fato jurídico (criada por Pontes de Miranda)– interessa a consequência 
do ato, o fato resultante, sem levar em consideração a vontade de praticá-lo. É 
desprovida de vontade consciente na sua realização ou no resultado jurídico. 
Ex.:encontrar um tesouro (metade é sua CC, art. 1.264), mesmo que seja um 
absolutamente incapaz. 
Segundo Marcos Bernandes de Mello pode ser classificado em: 
-Atos-fatos reais – chamados de atos materiais. Ex.: louco que pinta um quadro adquire 
a propriedade, querendo ou não. 
- Atos-fatos jurídicos indenizativos – Ex.: estado de necessidade, usa medicamentos 
que deveria entregar pois houve um acidente ou destrói coisa alheia. 
- Atos-fatos extintivos ou de caducidade – Ex.: usucapião extraordinário (independe da 
boa-fé). 
 
Distinção entre Negócio Jurídico e Ato Jurídico em Sentido Estrito 
O Ato Jurídico em Sentido Estrito não há exercício da autonomia privada. Logo, o 
interesse objetivado não pode ser regulado pelo particular e a sua satisfação se 
concretiza no modo determinado pela lei. Há vontade de praticar o ato, mas não pode 
escolher as consequências deste. 
Já no Negócio Jurídico, o fim procurado pelas partes baseia-se na autonomia da 
vontade privada, isto é, leva em consideração o fim procurado pela parte ou partes e a 
esse fim, a ordem jurídica adapta os efeitos. 
 
- ILÍCITOS = são praticados em desacordo com o ordenamento jurídico. Entretanto 
podem refletir na esfera do direito e produzir efeitos jurídicos involuntários, os quais 
são impostos por esse ordenamento. Em vez de direitos, criam deveres e obrigações. 
São caracterizando-se por uma ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência de alguém, culminando na ofensa de um direito ou em prejuízo a outrem. 
 
 
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Referências Bibliográficas: 
 
• GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil Brasileiro, Parte Geral, 10ª ed., 2012, Ed. Saraiva (PLT, 
Programa Livro Texto Anhanguera – Direito Civil) 
• LOPES, Miguel Maria de Serpa, Curso de Direito Civil: Introdução, parte geral e teoria dos negócios 
jurídicos, volume I, 9ª ed., Ed. Freitas Bastos, 2000. 
• MONTEIRO, Washington de Barros, Curso de Direito Civil, Parte Geral, 39ª ed., Ed. Saraiva, 2003. 
• PEREIRA, Caio Mario, Instituições de Direito Civil, Volume I, 21ª ed., Ed. Forense, 2005.

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