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Tecido Conjuntivo

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Tecido Conjuntivo
Vanessa Silva | Histologia Humana | 
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Do ponto de vista estrutural, os componentes do tecido conjuntivo podem ser dividido em três classes: células, fibras e substância fundamental
As matrizes extracelulares consistem em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. 
A substância fundamental amorfa caracteriza-se por preencher os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo e, sendo de aspecto viscoso, podendo representar uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos.
Substância fundamental constitui o elemento não fibroso da matriz, na qual as células e outros componentes estão mergulhados. Apresenta aspecto incolor, transparente e opticamente homogêneo, formado principalmente por proteoglicanas, ácido hialurônico e glicoproteínas. Dentre as principais macromoléculas, estão os mucopolissacarídeos, também chamados de gliosaminoglicanos, que quando ligados covalentemente às proteínas, são denominados proteoglicanas.
A ampla variedade de tecido conjuntivo deriva da variação na composição e na quantidade de seus três componentes (células, fibras e substância amorfa)
 Os tecidos conjuntivos se originam do mesênquima, que é originado do folheto germinativo mesoderma
Células do Tecido Conjuntivo
Algumas são produzidas localmente e permanecem no tecido conjuntivo, enquanto outras como os leucócitos vem de outros territórios e podem habitar temporariamente o tecido conjuntivo
As células do tecido conjuntivo são: 
1. Fibroblasto
2. Macrófago
3. Mastócito
4. Plasmócito
5. Células adiposas
6. Leucócitos
Fibroblastos
Sintetizam as proteínas colágeno e elastina, além das glicosaminoglicanas, porteoglicas e glicoproteínas multiadesivas que farão parte da matriz extracelular
Essas células também fazem parte da produção de fatores de crescimento, que controlam o crescimento e a diferenciação celular
Os fibroblastos são as células mais comum do tecido conjuntivo e são capazes de modular sua capacidade metabólica a qual vai se refletir na sua morfologia
As células com intensa atividade metabólica é o fibroblasto e a metabolicamente quiescente é o fibrócito
	Fibroblasto
	Fibrócito
	Citoplasma abundante com muitos prolongamentos
	São menores e tem aspecto fusiforme com poucos prolongamentos
	Núcleo ovoide e grande (pouco corado)
	
Núcleo menor, escuro e alongado
	Citoplasma rico em RER 
	Pouco RER (citoplasma acidófilo)
	Aparelho de Golgi bem desenvolvido
	
Fibroblastos raramente se dividem em adultos, exceto quando o organismo precisa de fibroblastos adicionais
	A capacidade de regeneração dos tecidos conjuntivos é claramente observada quando os tecidos são destruídos por lesões inflamatórias ou traumáticas. Nesses casos, os espaços deixados pela lesão em tecidos cujas células não são capazes de se regenerar (p. ex., músculo cardíaco) são preenchidos por uma cicatriz de tecido conjuntivo. A cicatrização de incisões cirúrgicas depende da capacidade de o tecido conjuntivo se regenerar. A principal célula envolvida na cicatrização é o fibroblasto. Quando estimulados adequadamente, como durante a cicatrização, os fibrócitos revertem para o estado de fibroblastos, e sua capacidade de síntese é reativada. Durante o processo de reparação de feridas, observam-se células conhecidas como miofibroblastos. Essas célu las reúnem a maioria das características dos fibroblastos, mas contêm maior quantidade de filamentos de actina e de miosina (proteínas do citoesqueleto) e se comportam como células musculares lisas. Sua atividade contrátil é responsável pelo fechamento das feridas após as lesões, processo conhecido como contração da ferida
Macrófagos e sistema fagocitário mononuclear
Os macrófagos foram descobertos e inicialmente caracterizados graças à sua capacidade de fagocitose. Os macrófagos têm características morfológicas muito variáveis que dependem de seu estado de atividade funcional e do tecido que habitam.
Ao microscópio eletrônico os macrófagos são caracterizados por apresentarem uma superfície irregular com protrusões e reentrâncias que caracterizam sua grande atividade de pinocitose e fagocitose. Geralmente, contêm um complexo de Golgi bem desenvolvido, muitos lisossomos e um retículo endoplasmático granuloso proeminente
Os macrófagos derivam de células precursoras da medula óssea que se dividem, produzindo os monócitos, os quais circulam no sangue. Em uma segunda etapa, os monócitos cruzam as paredes de vênulas pericíticas e capilares, e penetram o tecido conjuntivo, no qual amadurecem e adquirem as características morfológicas e funcionais de macrófagos. Dessa maneira, monócitos e macrófagos são a mesma célula em diferentes estágios de maturação. 
Os macrófagos dos tecidos podem proliferar localmente, produzindo novas células
Os macrófagos estão distribuídos na maioria dos órgãos e constituem o sistema fagocitário mononuclear. São células de vida longa e podem sobreviver por meses nos tecidos. Em algumas regiões, os macrófagos recebem nomes especiais, por exemplo, células de Kupffer no fígado, micróglia no sistema nervoso central, células de Langerhans na pele, e osteoclastos no tecido ósseo. 
O processo de transformação de monócito-macrófago resulta em aumento no tamanho da célula e em aumento na síntese de proteína. Durante o processo, aumentam o complexo de Golgi, bem como o número de lisossomos, microtúbulos e microfilamentos.
	Os macrófagos têm papel importante na remoção de restos celulares e componentes extracelulares alterados formados durante os processos de involução fisiológica. Por exemplo, durante a gestação o útero aumenta de tamanho e sua parede se torna espessa. Imediatamente após o parto, este órgão sofre involução durante a qual o excesso de tecido é destruído pela ação de macrófagos.
Embora os macrófagos sejam as principais células apresentadoras de antígenos, outras células, tais como fibroblastos, endotélio, astrócitos e células epiteliais da tireoide, quando submetidas a situações especiais, também podem desempenhar esse tipo de função.
Mastócitos
Os mastócitos são amplamente distribuídos pelo corpo, porém são particularmente abundantes na derme e nos tratos digestivo e respiratório.
O mastócito maduro é uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos que se coram intensamente. O núcleo é pequeno, esférico e central e de difícil observação por estar frequentemente encoberto pelos grânulos citoplasmáticos.
A principal função dos mastócitos é estocar mediadores químicos da resposta inflamatória (como a histamina, que promove aumento da permeabilidade vascular, e os glicosaminoglicanos sulfatados, como a heparina) em seus grânulos secretores. Os mastócitos também colaboram com as reações imunes e têm um papel fundamental na inflamação, nas reações alérgicas e nas infestações parasitárias.
Embora sejam morfologicamente semelhantes, existem no tecido conjuntivo pelo menos duas populações de mastócitos. Um tipo é denominado mastócito do tecido conjuntivo, encontrado na pele e na cavidade peritoneal, e cujos grânulos contêm uma substância anticoagulante, a heparina. O segundo tipo é denominado mastócito da mucosa, é encontrado na mucosa intestinal e nos pulmões, e seus grânulos contêm sulfato de condroitina em vez de heparina. 
Os mastócitos se originam de células precursoras hematopoéticas (produtoras de sangue) situadas na medula óssea. Esses mastócitos imaturos circulam no sangue, cruzam a parede de vênulas e capilares e penetram os tecidos, onde vão proliferar e se diferenciar. Embora sejam, em muitos aspectos, semelhantes aos leucócitos basófilos, os mastócitos se originam de uma célula-tronco diferente. 
A superfície dos mastócitos contém receptores específicos para imtmoglobulina E (IgE), produzida pelos plasmócitos. A maior parte das moléculas de IgE fixa-se na superfície dos mastócitos e dos granulócitos basófilos; muito pouco permanece no plasma
Plasmócitos
Os plasmócitos são células grandes e ovoides que contêm um citoplasma basófilo que reflete sua riqueza em retículo endoplasmáticogranuloso
O complexo de Golgi e os centríolos se localizam em uma região próxima do núcleo, a qual aparece pouco corada nas preparações histológicas rotineiras
O núcleo dos plasmócitos é esférico e excêntrico e contém grumos de cromatina que se alternam regularmente com áreas claras em um arranjo que lembra raios de uma roda de carroça. Os plasmócitos são pouco numerosos no tecido conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos à penetração de bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal. São abundantes nas inflamações crônicas (em que predominam plasmócitos, linfócitos e macrofágos).
	Os plasmócitos são células derivadas dos linfócitos B e responsáveis pela síntese de anticorpos. Anticorpos são glicoproteínas da família das imunoglobulinas produzidas em resposta à penetração de moléculas estranhas ao organismo, que recebem o nome de antígenos. Cada anticorpo formado é específico para o antígeno que provocou sua formação e se combina especificamente com o mesmo, embora algumas vezes possa combinar-se com outro antígeno que tenha configuração molecular muito semelhante. Os efeitos da reação antígeno-anticorpo são muito variados, podendo neutralizar as ações prejudiciais que o antígeno teria sobre o organismo. Quando o antígeno é uma toxina (tetânica, diftérica), esta pode perder sua capacidade de causar dano ao organismo, ao se combinar com o respectivo anticorpo.
Leucócitos
Mesmo em situação normal, os tecidos conjuntivos contêm leucócitos (glóbulos brancos), que migram através da parede de capilares e vênulas pós-capilares, do sangue para os tecidos conjuntivos, por um processo chamado diapedese. Esse processo aumenta muito durante as invasões locais de microrganismos, uma vez que os leucócitos são células especializadas na defesa contra microrganismos agressores.
Os leucócitos não retornam ao sangue depois de terem residido no tecido conjuntivo, com exceção dos linfócitos que circulam continuamente em vários compartimentos do corpo (sangue, linfa, tecidos conjuntivos, órgãos linfáticos).
	O aumento da permeabilidade vascular é causado pela ação de substâncias vasoativas; um exemplo é a histamina, a qual é liberada por mastócitos e leucócitos basófilos. O aumento do fluxo do sangue e da permeabilidade vascular são responsáveis pelo inchaço local (edema), vermelhidão e calor. A dor é devida principalmente à ação de mediadores químicos nas terminações nervosas. Quimiotaxía (fenômeno pelo qual tipos específicos de células são atraídos por algumas moléculas) é responsável pela migração de grandes quantidades de tipos celulares específicos para as regiões de inflamação. Como consequência da quimiotaxia, leucócitos cruzam as paredes de vênulas e capilares pelo processo de diapedese, invadindo a área inflamada.
Células adiposas
São células do tecido conjuntivo que se tornaram especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicerídeos (gorduras neutras).
Fibras do Tecido Conjuntivo
As fibras de tecido conjuntivo são formadas por proteínas que se polimerizam formando estruturas muito alongadas. 
Os três tipos principais de fibras do tecido conjuntivo são as colágenas, as reticulares e as elásticas. As fibras colágenas e as fibras reticulares são formadas pela proteína colágeno e as fibras elásticas são compostas principalmente pela proteína elastina.
A distribuição desses três tipos de fibras varia em diferentes tipos de tecidos conjuntivos. Na realidade existem apenas dois sistemas de fibras: o sistema colágeno, constituído por fibras colágenas e reticulares, e o sistema elástico, formado pelas fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas
Fibras colágenas
É o tipo mãos abundante, forte e ineslástica composta por colágeno 
O colágeno é o tipo mais abundante de proteína do organismo, representando 30% do seu peso seco
Os principais aminoácidos que constituem o colágeno são a glicina (33,5%) a prolina (12%) e a hidroxiprolina (10%). Alguns aminoácidos, como a hidroxiprolina e a hidroxiilisina, são característicos do colágeno.
As fibras colágenas feitas de colágeno tipo I são as fibras mais numerosas no tecido conjuntivo. No estado fresco estas fibras têm cor branca, conferindo esta cor aos tecidos nos quais predominam como as aponeuroses e os tendões.
	Na esclerose sistémica progressiva quase todos os órgãos podem apresentar um excessivo acúmulo de colágeno (fibrose). Isso ocorre principalmente na pele, no trato digestivo, nos músculos e rins, causando grave transtorno funcional nos órgãos implicados. Outro tipo de fibrose é o espessamento localizado na pele (queloides) devido a um depósito excessivo de colágeno que se forma em cicatrizes. Os queloides ocorrem com mais frequência em indivíduos negros e representam um problema muito difícil de ser resolvido clínica· mente, não somente pela desfiguração que promovem, como também pelo fato de que quase sempre reaparecem após serem removidos. Deficiência em vitamina C (ácido ascórbico) leva ao escorbuto, doença caracterizada pela degeneração do tecido conjuntivo. Sem esta vitamina os fibroblastos produzem um colágeno defeituoso. Este processo causa uma degeneração generalizada do tecido conjuntivo, que se torna mais acentuada em áreas nas quais o colágeno deve ser renovado com mais frequência. O ligamento periodontal que fixa os dentes no osso alveolar apresenta uma renovação relativamente alta do colágeno; consequentemente, este ligamento é marcadamente afetado pelo escorbuto, o qual leva à perda dos dentes de pacientes acometidos
Fibras reticulares
As fibras reticulares são formadas predominantemente por colágeno do tipo III. Elas são extremamente finas, com um diâmetro entre 0,5 e 2 µm, e formam uma rede extensa em determinados órgãos.
Fibras reticulares contêm 6 a 12% de hexoses, enquanto as fibras de colágeno contêm apenas 1%
As fibras reticulares são particularmente abundantes em músculo liso, endoneuro e em órgãos hematopoéticos como baço, nódulos linfáticos, medula óssea vermelha. 
As finas fibras reticulares constituem uma delicada rede ao redor de células de órgãos parenquimatosos (nos quais predominam as células) como as glândulas endócrinas. 
O pequeno diâmetro e a disposição frouxa das fibras reticulares criam uma rede flexível em órgãos que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume, como as artérias, baço, fígado, útero e camadas musculares do intestino.
Sistema elástico
O sistema elástico é composto por três tipos de fibras: oxitalânica, elaunínica e elástica
As fibras oxitalãnicas não têm elasticidade, mas são altamente resistentes a forças de tração, enquanto as fibras elásticas, ricas em protelna elastina, distendem-se facilmente quando tracionadas. Por usar diferentes proporções de elastina e microfibrilas, o sistema elástico constitui uma família de fibras com características funcionais variáveis capazes de se adaptar às necessidades locais dos tecidos
As principais células produtoras de elastina são os fibroblastos e o músculo liso dos vasos sanguíneos
Substância fundamental
A substância intercelular fundamental é uma mistura complexa altamente hidratada de moléculas aniônicas (glicosaminoglicanos e proteoglicanos) e glkoproteínas multiadesivas. Esta complexa mistura molecular é incolor e transparente. Ela preenche os espaços entre as células e fibras do tecido conjuntivo e, como é viscosa, atua ao mesmo tempo como lubrificante e como barreira à penetração de microrganismos invasores
	O edema resulta do acúmulo de água nos compartimentos extracelulares. A água da substância intercelular do tecido conjuntivo vem do sangue, passando pelas paredes dos capilares sanguíneos e acumulando-se nas regiões intercelulares dos tecidos. Embora a parede dos capilares seja pouco permeável a macromoléculas, ela possibilita a passagem de água e pequenas moléculas, incluindo proteínas de baixo peso molecular. Em várias situações pato lógicas a quantidade de fluidos nos tecidos pode estar aumentada consideravelmente, causando o edema. O edema pode ser v isto em cortes de tecidos como áreas com espaços aumentadoscausados pelo aumento de líquido entre os componentes do tecido conjuntivo. Macroscopicamente, o edema é caracterizado por um aumento do volume que cede facilmente a uma pressão localizada, causando uma depressão que rapidamente desaparece (edema mole). O edema pode resultar da obstrução de ramos venosos ou linfáticos, ou ainda da diminuição do fluxo sanguíneo, em consequência, por exemplo, de insuficiência cardíaca congestiva. Também decorre de obstrução dos vasos linfáticos, como em algumas parasitoses (p. ex., na filariose) e nas metástases dos tumores malignos. Outra causa de edema é a desnutrição crônica, mais especialmente a deficiência proteica. A falta de pro teínas na alimentação acarreta deficiência de proteínas plasmáticas, com consequente queda na pressão colo idosmótica e acúmulo de água no tecido conjuntivo. O edema ainda pode ocorrer pelo aumento da permeabilidade vascular do endotélio de vênulas pós-capilares em resposta a agressões químicas e mecânicas ou por liberação de certas substâncias produzidas pelo organismo (p. ex., histamina
Tipos de tecidos conjuntivos
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
Há duas classes de tecidos conjuntivos propriamente ditos: o frouxo e o denso
O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas normalmente sujeitas a pressão e atritos pequenos. É um tecido conjuntivo muito comum que preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em tomo dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas. 
O tecido conjuntivo frouxo contém todos os elementos estruturais típicos do tecido conjuntivo propriamente dito, não havendo, entretanto, nenhuma predominância de qualquer dos componentes. As células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também estão presentes, além de fibras dos sistemas colágeno e elástico. O tecido conjuntivo frouxo tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações.
Tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos componentes encontrados no tecido conjuntivo frouxo, entretanto, existem menos células e uma clara predominância de fibras colágenas. O tecido conjuntivo denso é menos flexível e mais resistente à tensão que o tecido conjuntivo frouxo. Quando as fibras colágenas são organizadas em feixes sem uma orientação definida, o tecido chama-se denso não modelado. Neste tecido, as fibras formam uma trama tridimensional, o que lhes confere certa resistência às trações exercidas em qualquer direção. Este tipo de tecido é encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele.
O tecido denso modelado apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos outros e alinhados com os fibroblastos (unidirecional). Os tendões representam o exemplo típico de conjuntivo denso modelado
Tecido conjuntivo denso não modelado tem as fibras orientadas em feixes sem orientação definida formando uma trama tridimensional. Possui certa resistência as trações exercidas em qualquer direção, é encontrado na derme
Tecido Adiposo
Composto por células adiposas disposta em tecido conjuntivo frouxo
Cada célula contém uma gota de gordura que comprime e achata o núcleo e confina o citoplasma a um delgado anel na periferia celular
Serve como local de estoque de gordura e preenche e protege certas regiões do corpo
OBS: Os números dos adipócitos em indivíduos da mesma idade e altura geralmente é o mesmo, o que difere de pessoa para pessoa é o tamanho da gota de gordura
Tecido elástico
O tecido elástico é composto por feixes espessos e paralelos de fibras elásticas. O espaço entre as fibras é ocupado por fibras delgadas de colágeno e fibrócitos. A abundância de fibras elásticas neste tecido lhe confere uma cor amarela típica e grande elasticidade. O tecido elástico não é muito frequente no organismo e está presente nos ligamentos amarelos da coluna vertebral, na parede das artérias e no ligamento suspensor do pênis.
Tecido reticular
O tecido reticular é muito delicado e forma uma rede tridimensional que suporta as células de alguns órgãos. É constituído por fibras reticulares intimamente associadas a fibroblastos especializados chamados de células reticulares
O tecido reticular provê uma estrutura arquitetônica tal que cria um ambiente especial para órgãos linfoides e hematopoéticos (medula óssea, linfonodos e nódulos linfáticos e baço). 
As células reticulares estão dispersas ao longo da matriz e cobrem parcialmente, com seus prolongamentos citoplasmáticos, as fibras reticulares e a substância fundamental. O resultado deste arranjo é a formação de estrutura trabeculada semelhante a uma esponja, dentro da qual as células e fluidos se movem livremente. 
Ao lado das células reticulares encontram-se células do sistema fagocitário mononuclear que estão estrategicamente dispersas ao longo das trabéculas. Estas células funcionam monitorando o fluxo de materiais que passa lentamente através de espaços semelhantes a seios, removendo organismos invasores por fagocitose
Tecido mucoso
O tecido mucoso tem consistência gelatinosa graças à preponderância de matriz fundamental composta predominantemente de ácido hialurônico com pouquíssimas fibras. As principais células desse tecido são os fibroblastos. O tecido mucoso é o principal componente do cordão umbilical, no qual ele é referido como geleia de Wharton. Encontra-se também na polpa jovem dos dentes.
Tecido Cartilaginoso
Condrócitos e abundante matriz extracelular
Funções relacionadas a estrutura da matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina
Desprovido de vasos sanguíneos (nutridos pelos capilares do pericôndrio) é também desprovido de nervos
Tecido Ósseo
Formado por células (osteocito, osteoblasto e osteoclasto) e matriz extracelular calcificada
Tecido Adiposo
O tecido adiposo é um tipo especial de conjuntivo no qual se observa predominância de células adiposas (adipócitos). Essas células podem ser encontradas isoladas ou em pequenos grupos no tecido conjuntivo frouxo, porém a maioria delas forma grandes agregados, constituindo o tecido adiposo distribuído pelo corpo. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo representa de 20 a 2S% do peso corporal na mulher e de IS a 20% no homem. 
O tecido adiposo é o maior depósito corporal de energia, sob a forma de triglicerídeos. As células hepáticas e o músculo esquelético também acumulam energia, mas sob a forma de glicogênio. Como os depósitos de glicogênio são menores, os grandes depósitos de triglicerídeos do tecido adiposo são as principais reservas de energia do organismo
Os triglicerídeos são mais eficientes como reserva energética porque fornecem 9,3 kcal/g contra apenas 4,1 kcal/g fornecidas pelo glicogênio
Funções do tecido adiposo
1. Papel energético 
2. Localizado sob a pele, modela a superfície, sendo em parte responsável pelas diferenças de contorno entre os corpos da mulher e do homem
3. Forma coxins absorventes de choques, principalmente na planta dos pés e na palma das mãos
4. Como as gorduras são más condutoras de calor, o tecido adiposo contribui para o isolamento térmico do organismo
5. Preenche espaços entre outros tecidos e auxilia a manter determinados órgãos em suas posições normais
6. Atividade secretora, sintetizando diversos tipos de moléculas
Há duas variedades de tecido adiposo, que apresentam distribuição no corpo, na estrutura, na fisiologia e em patologia diferentes. Uma variedade é o tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular, cujas células, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de gordura que ocupa quase todo o citoplasma, e a outra é o tecido adiposo pardo, ou multilocular, formado por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.
Tecido adiposo unilocular
A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo-escuro, dependendo da dieta. Essa coloração deve-se principalmenteao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas de gordura. Praticamente todo o tecido adiposo encontrado em humanos adultos é do tipo unilocular; seu acúmulo em determinados locais é influenciado pelo sexo e pela idade do indivíduo.Esse tecido forma o panículo adiposo, camada disposta sob a pele, e que é de espessura uniforme por todo o corpo do recém-nascido. Com a idade, o panículo adiposo tende a desaparecer de certas áreas, desenvolvendo-se em outras. Essa deposição seletiva de gorduras é regulada, principal mente, pelos hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela camada cortical da glândula adrenal. 
As células adiposas uniloculares são grandes, medindo em geral 50 a 150 µ.m de diâmetro. Quando isoladas, essas células são esféricas, tornando-se poliédricas no tecido adiposo pela compressão recíproca
O microscópio eletrônico mostrou que, além da gotícula lipídica principal, existem outras muito menores. Todas essas gotículas, independentemente do tamanho, são desprovidas de membrana envolvente. Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal, e sua membrana plasmática mostra numerosas vesículas de pinocitose.
O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, que contêm vasos e nervos. Desses septos partem fibras reticulares (colágeno III) que sustentam as células adiposas. 
A vascularização do tecido adiposo é muito abundante quando se considera a pequena quantidade de citoplasma funcionante. A relação volume de capilar sanguíneo/volume de citoplasma é maior no tecido adiposo do que no músculo estriado, por exemplo. 
A remoção dos Lipídios, nos casos de necessidade energética, não se faz por igual em todos os locais. Primeiro, são mobilizados os depósitos subcutâneos, os do mesentério e os retroperitoneais, enquanto o tecido adiposo localizado nos coxins das mãos e dos pés resiste a longos períodos de desnutrição.
	Os lipídios armazenados nas células adiposas são principalmente triglicerídeos, isto é, ésteres de ácidos graxos e glicerol. Os triglicerídeos armazenados originam-se da seguinte maneira:· 
Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídeos dos quilomícrons 
Oriundos do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma de triglicerídeos constituintes das lipoproteínas de pequeno peso molecular, ou V LDL (very /ow density lipoproteins) 
Da síntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose.
Após períodos de alimentação muito deficiente em calorias, o tecido adiposo unilocular perde quase toda a sua gordura e se transforma em um tecido com células poligonais ou fusiformes, com raras gotículas lipídicas
O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas como leptina, que são transportadas pelo sangue, e a lipase lipoproteica, que fica ligada à superfície das células endoteliais dos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos. A leptina é um hormônio proteico constituído por 164 aminoácidos. Diversas células no cérebro e em outros órgãos têm receptores para leptina. Essa molécula participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo e da ingestão de alimentos. A leptina atua principalmente no hipotálamo, diminuindo a ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia
	Em adultos, a obesidade geralmente se deve a um aumento na quantidade de triglicerídeos depositados em cada adipócito unilocular, sem que exista aumento no número de adipócitos. As calorias dos alimentos não gastas nas atividades físicas da pessoa são depositadas nas células adiposas uniloculares. Os obesos, principalmente os com tecido adiposo localizado na região abdominal, são mais propensos a doenças articulares, hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose, infarto do miocárdio e isquemia cerebral.
Tecido adiposo multilocular
O tecido multilocular é também chamado de tecido adiposo pardo, por sua cor característica. Essa cor se deve à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias encontradas em suas células. Por serem ricas em citocromos, as mitocôndrias têm cor avermelhada. Ao contrário do tecido unilocular, que é encontrado por quase todo o corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada, localizando-se em áreas determinadas. Esse tecido é abundante em animais que hibernam, nos quais foi chamado de glândula hibernante (designação inapropriada).
As células do tecido adiposo multilocular são menores do que as do tecido adiposo unilocular e têm forma poligonal. O citoplasma é carregado de gotículas lipídicas de vários tamanhos e contém numerosas mitocôndrias, cujas cristas são particularmente longas, podendo ocupar toda a espessura da mitocôndria. No tecido adiposo multilocular, as células tomam um arranjo epitelioide, formando massas compactas em associação com capilares sanguíneos, lembrando as glândulas endócrinas.
O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tendo papel importante nos mamíferos que hibernam. Na espécie humana, a quantidade desse tecido só é significativa no recém-nascido, tendo função auxiliar na termo regulação (protegendo o recém-nascido contra o frio). Ao ser estimulado pela liberação de norepinefrina nas terminações nervosas abundantes em torno das suas células, o tecido adiposo multilocular acelera a lipólise e a oxidação dos ácidos graxos. A oxidação dos ácidos graxos produz calor e não ATP, como a dos tecidos em geral, porque as mitocôndrias do tecido multilocular apresentam, nas suas membranas internas, uma proteína transmembrana chamada termogenina ou UCP l (uncoupling protein l). Esta proteína possibilita que os prótons transportados para o espaço intermembranoso voltem para a matriz mitocondrial, sem que passem pelo sistema de ATP sintetase existente nos corpúsculos elementares das mitocôndrias. Em consequência, a energia gerada pelo fluxo de prótons não é usada para sintetizar ATP, sendo dissipada como calor. O calor aquece o sangue contido na extensa rede capilar do tecido multilocular e é distribuído por todo o corpo, aquecendo diversos órgãos. 
Histogênese do tecido adiposo multilocular
Sua formação é diferente da observada no tecido unilocular. As células mesenquimais que formam o tecido multilocular tornam-se epitelioides, adquirindo um aspecto de glândula endócrina cordonal, antes de acumularem gordura. Não há neoformação de tecido adiposo multilocular após o nascimento nem ocorre transformação de um tipo de tecido adiposo em outro 
Referências
Junqueira, Luiz Carlos Uchoa, 1920-2006 Histologia básica I L.C. Junqueira e José Carneiro. - [12. ed]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013

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