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Administrativo 2º Bimestre Administrativo 12/08 Bens Públicos Definição (art. 98 Código Civil): São bens públicos aqueles de domínio nacional pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno (união, estados, municípios, autarquias...), os demais bens que não os dessas pessoas, são considerados bens privados ou particulares. Classificação Quanto a titularidade: Federais – Pertence à União; Estaduais – Pertence aos Estados; Distritais – Pertence aos distritos; Municipais – Pertence aos Municípios. Quanto a destinação: Uso comum do povo: São bens destinados ao uso geral da coletividade (ruas, praças, mares, rios, ilhas, espaço aéreo) (há exceções), as vezes esses bens podem ser destinados a determinados grupos (ex: uma rua fechada para uso apenas dos moradores daquela rua) Uso especial: Estão atrelados/vinculados à prestação de serviço público ou cumprimento de função administrativa (ex: uma ambulância que está vinculada ao Hospital da Restauração), esses bens não podem ter uma destinação diferente, se uma ambulância somente é destinada ao HR, somente poderá ser utilizada lá. Dominical: Não estão atrelados/vinculados a serviço público (ex: imóvel do município de Olinda que é alugado a um particular) Quanto a disponibilidade: Possibilidade de alienação desses bens, os bens são por regra, inalienáveis, porém, há exceções. Indisponíveis por natureza: Os bens não podem ser alienados, eles não estão disponíveis. São os rios, as praças, os lagos... são os bens de uso comum do povo. Patrimoniais indisponíveis: Diferentemente dos anteriores, estes são aptos a serem alienados, no entanto, há um impedimento jurídico. Esses bens estão vinculados a um serviço público, como por exemplo, uma ambulância destinada a um hospital público, esses bens precisam ser desvinculados antes de serem vendidos. Patrimoniais disponíveis: Podem ser alienados porque não estão destinados a nenhuma finalidade pública. Da afetação: Definição: Também chamada de consagração, a afetação é a vinculação de bem público a serviço público ou ao cumprimento de função administrativa. (também chamado de atrelado) (exemplo: a ambulância atrelada ao Hospital da Restauração, está afetada ao Hospital da restauração). (os bens de uso especial, são assim chamados porque estão afetados) Diferença entre bens de uso especial e bens dominicais: É a afetação, eles têm a mesma natureza (móveis, imóveis, maquinário...), no entanto, se o bem não está afetado ele é bem dominical e se ele está afetado, ele é bem de uso especial. Constituição: A afetação é feita 1º por lei; 2º por ato administrativo, ou 3º por fato administrativo. Lei: ex: criação de autarquia por lei, nessa lei se destina um imóvel para que ocorra o funcionamento da autarquia, ou seja, esse imóvel foi afetado por lei. Ato administrativo: ex: chefe de repartição que possui como competência afetar determinados bens ao serviço público. Esse chefe pode, por ato administrativo, destinar a utilização de computadores para o uso dos servidores públicos de determinada repartição. Na lei e no ato, há formalidades. Fato administrativo: É uma forma de afetação tácita, é com o tempo, não exige ato formal. Ex: Prefeitura ocupa imóvel por muito tempo, em determinado período ela inaugura um posto de saúde naquele imóvel, sem formalidades. Com o tempo, esse imóvel será pertencente ao serviço público. Esse imóvel pode ser afetado pelo decorrer do tempo, por sentença judicial... Desafetação: Ocorre quando a afetação é desfeita. Para desafetação só existem 2 hipóteses: lei ou ato administrativo, nunca por fato administrativo. No caso de por exemplo, houver interesse na venda do bem público, é necessário que antes ocorra a desafetação do bem. Características (garantias): Inalienabilidade: Não podem ser vendidos, salvo disposição de lei em contrário. Existem bens que não podem ser vendidos pela sua natureza (ruas, praças, rios...), mas existem outros bens que por sua natureza, podem ser alienados. Quando o bem público puder ser alienado (exceção) existem requisitos para que isso ocorra: - é necessário que haja autorização por lei, podendo essa lei ser específica (quando o bem é de grande porte) ou geral (quando os bens são de menor porte/valor econômico); - é necessário que haja desafetação, precisa que se desvincule o bem; - é necessária a pesquisa sobre o valor de mercado, ou seja, a avaliação do valor de mercado do bem, para que ele não seja vendido abaixo do preço de mercado; - é necessária licitação; Imprescritibilidade: O bens públicos não sofrem prescrição aquisitiva, significa que eles não são suscetíveis de usucapião, não podem ser usucapidos. Não onerabilidade: Os bens públicos não podem ser dados em garantia, ou seja, não podem ser dados em penhor ou hipoteca. Impenhorabilidade: Não podem ser penhorados, sendo assim, também não podem sofre nem arresto e nem sequestro. As execuções judiciais ocorrem com base nos precatórios. Aquisição de bens Públicos (adm. direta e indireta) (Qualquer bem móvel ou imóvel) Compra e Venda: Quando o poder público compra, através de contrato de compra e venda. Permuta: É a troca de bens, a adm. se desfaz de um bem por outro. Doação: A adm. recebe um bem de forma gratuita, mesmo que ela esteja recebendo é necessária autorização legislativa (precisa de lei). Isso ocorre em nome da moralidade e da probidade dos atos administrativos. Herança Jacente: É aquela que quando o de cujus falece sem deixar herdeiros, primeiro a herança se torna vacante e depois jacente. Usucapião: Quando o poder público ocupa de forma mansa e pacífica um bem de um particular e depois de cumpridos os requisitos, poderá adquirir o patrimônio. Desapropriação: É a tomada da propriedade de maneira forçosa, podendo ser indenizável ou não. Confisco: É forma de confisco, por exemplo, arrematação de produto apreendido. Arrecadação: (Arrecadação de imóvel abandonado) Ocorre quando o poder público verifica que existe um imóvel abandonado, ou seja, que não está sendo utilizado e não está tendo os impostos pagos. Se o imóvel for urbano, a competência é do Município e do DF e se o imóvel for rural a competência é da União. Primeiro o poder público abre procedimento administrativo e 3 anos depois no caso de falta de manifestação do dono, o poder público arrecada aquele bem. Resgate (aforamento): Ocorre quando a adm. toma de volta um imóvel objeto de aforamento (não é comum ocorrer), aqui a adm. readquire o domínio útil, porque tecnicamente o bem já é dela, ela já é proprietária. Adjudicação: (execução judicial) A adm. aqui é executante e escolhe receber o bem que foi para leilão como forma de pagamento de sua dívida. Dação em Pagamento: É forma de extinção das obrigações. Aqui o poder público quando é credor, pode aceitar a dação de algum objeto para pagamento da dívida em que ela é credora. Acessão Natural: Exemplo: Numa situação em que ocorre uma deslocação de terra e uma ilha se junta a um espaço de terra que pertence a união, a união está adquirindo patrimônio. Reversão: (Nos contratos de concessão) a reversão ocorre quando uma empresa privada faz contrato de concessão com o poder público, significa que após o término do contrato, os bens usados para prestação de serviço se revertem para o poder público, ou seja, tornam-se propriedade da administração e o particular é indenizado pelo valor dos bens. Alienação de bens públicos Venda: Precisa de lei autorizando, precisa haver a desafetação do bem, avaliação do bem e licitação, somente assim poderá ocorrer a venda. Permuta: também precisa seguir o procedimento acima. Doação: A administração precisa seguir o mesmo procedimento da venda. Retrocessão: Ocorre numa situação em que a adm. desapropria determinado imóvel e não dá a finalidade que disse que daria, o particular pode entrar com uma ação para ocorrera retrocessão do bem e o bem volta para o particular. Dação em pagamento: Ocorre quando a administração deve um valor e paga com bens. Concessão de Domínio: Ocorre a alienação do domínio útil de um bem imóvel. Investidura: Está ligada a desapropriação; ocorre quando a adm. realiza obra pública em determinado terreno de sua propriedade, aí parte do terreno sobra e a adm. vende essa parte do terreno restante. (alienação de terreno remanescente de obra público) Legitimação de posse: Ocorre quando a adm. legaliza a posse de terreno seu para habitação/fins de moradia/ cultivo da terra. Ou seja, particulares são autorizados a morar e cultivar na terra da adm. pública. Incorporação: É quando o poder público transfere a propriedade de bens para a integralização de capital societário. Uso de bens públicos por particular Como o particular pode ter a posse ou domínio de um bem público? Autorização: É ato precário, discricionário que ocorre quando a adm. cede para o particular ocupar por tempo determinado ou indeterminado um bem público. Ex: fechamento da rua para os moradores, banco na calçada, reserva de uma praça/pátio... Permissão: A adm. tem interesse nessa permissão porque há lucro. Ex: carrocinha de cachorro quente, banca de revista... (é precário) Concessão: É contrato. Aqui o estabelecimento é de maior porte, o período de concessão é maior e não é precária porque o particular precisa investir nela. Se a adm. quiser tomar de volta o bem, ela precisa indenizar o particular. Ex: estabelecimento comercial no metrô. (aqui são bens imóveis e bens de uso especial) Os três instrumentos acima são instrumentos de delegação de serviços e de uso de bem público. Concessão de direito real de uso: Trás direitos reais para o seu concessionário. É uma hipótese muito específica e ela é para fins de moradia. Aqui, o particular adquire o domínio útil e quando o concessionário morre, o bem é passado para seus herdeiros e isso não acontece em nenhum dos outros direitos. Ex: famosos que compram ilha. Ele não tem a propriedade da ilha, ele tem o domínio útil e excepcionalmente será por tempo determinado. (O ato é discricionário, ou seja, é discricionário licitar e também dar a licitação) Cessão de uso: Ocorre quando o poder público cede a outrem um bem de sua propriedade. Essa cessão pode ser gratuita ou onerosa. Ex: o governo do estado ceder ao Recife o uso de um prédio seu. Aluguel: Bom e velho contrato de aluguel Enfiteuse: Ocorre quando o particular tem a posse e o domínio útil de propriedade da união. Intervenção do Estado Competência para legislar: A competência na maioria dos temas é da União, salvo exceções. Os demais entes podem, a depender da temática, disciplinar questões de seu interesse. Competência para executar: Significa praticar os atos de intervenção (ex: executar uma desapropriação, ou tombamento...). Aqui a competência é de todos os entes políticos. Fundamentos Modalidades: 1. Propriedade: Quando o poder público intervém na propriedade particular, ele o faz fundado no cumprimento da função social da propriedade. 2. Economia: Quando o poder público intervém na economia privada, ele o faz fundado no interesse público e na segurança nacional. Da intervenção na Propriedade Restritiva (da propriedade): Ela apenas restringe a propriedade do indivíduo, aqui a propriedade ainda é do indivíduo, mas o Estado intervém nessa propriedade. São elas: Servidão administrativa, requisição administrativa, ocupação temporária, tombamento e limitações administrativas. Supressiva: É aquela em que o poder público retira a propriedade do particular, sendo uma das maiores expressões do poder e império do Estado. São elas: desapropriação. Formas restritivas: Servidão Administrativa: Definição – É o ato de império unilateral pelo qual o poder público obtém a posse de bem imóvel do particular em razão de interesse público. Ex: Objeto – Bem imóvel apenas. Natureza – De direito real. A servidão adm. é registrada no registro de imóveis daquele determinado imóvel. Indenização – A adm. pública não precisa indenizar o particular, a não ser que ocorram danos materiais ao imóvel. Duração – Por tempo indeterminado. Ela existirá até quando se fizer necessário, será desfeita quando não houver mais interesse por parte da adm. Rito administrativo – Ela tem em sua primeira fase o mesmo rito da desapropriação. Ela não se baseia na urgência, então a primeira fase é a fase declaratória (fase em que o poder público anuncia para toda coletividade que usará aquele local), em seguida, o poder público notifica o proprietário que pode concordar ou não, no caso de não ocorrer acordo a adm. pública precisa iniciar uma ação judicial. Requisição administrativa: Definição e fundamento: É um ato de império, unilateral, pelo qual a adm. obtém a posse de bens particulares e a prestação de serviços pelo particular. Como fundamento há urgência e iminente perigo, como por exemplo o cenário de pandemia no país. Âmbitos: A requisição pode ser civil ou militar. A requisição é constitucional. Objeto: Bens móveis, bens imóveis e serviços. Indenização: A indenização é feita após a utilização seja do imóvel, do móvel ou do serviço. Duração: Enquanto durar a emergência/urgência. Ocupação Temporária Definição: Ato de império Individual, pelo qual a adm. toma posse temporariamente de bem imóvel particular para a prestação de serviço público, ou, para a realização de obra pública. Objeto: Apenas bem imóvel. Indenização: A indenização aqui não é regra, ela só acontecerá se essa ocupação temporária causar algum prejuízo/dano. Duração: Dura enquanto houver necessidade. Na ocupação, o objeto deve estar desocupado. Se a ocupação temporária não for legítima por algum motivo, você irá propor ação possessória/reintegração de posse. Tombamento Definição: É o ato de império, individual pelo qual a adm. disciplina e restringe o uso e a posse do bem tombado em face de seu proprietário. O poder público não toma a posse do bem, aqui o poder público faz uma imposição quanto a utilização do bem pelo particular. Fundamento: Preservação das características do bem, em virtude de seus valores artísticos, culturais, históricos, paisagísticos e turísticos. Objeto/bens: Bens públicos, bens privados, cidades, praças, ruas, bens móveis, bens imateriais (frevo, receita de bolo de rolo) ... Indenização: Em princípio não caberá indenização, no entanto, se em alguma hipótese, esse tombamento vier a causar algum dano, o particular deverá ser indenizado. Rito administrativo: O tombamento é feito mediante a conclusão de vários atos, sendo assim, um ato complexo. 1. Parecer – (parecer consultivo) é o parecer de um especialista que dirá se é viável ou não tombar aquele bem. Ex: IFAN é o órgão nacional responsável por emitir o parecer no âmbito Federal. 2. Notificação – É o segundo passo, se caracteriza pela notificação do dono do bem. O proprietário terá 15 dias posteriores à notificação para se manifestar, no caso de ser contrário ao tombamento, dessa forma, ele iniciará um processo administrativo. 3. Resposta da adm. – A adm. Terá 15 dias para responder a impugnação do proprietário do bem, no caso de ele ser contrário. 4. Decisão do conselho consultivo – Em seguida, essa impugnação e a resposta da adm. seguirá para o conselho consultivo que terá 60 dias para julgar esse caso, ele decidirá se tombará ou não. 5. Ministério da cultura – A decisão será encaminhada para o ministério da cultura para que haja uma reavaliação. O ministério pode anular a decisão no caso de haver vícios na decisão do conselho, ou pode decidir pela permanência da decisão do conselho. 6. Inscrição no livro de tombo – É a última etapa para concretizar o tombamento. Além disso, no caso de ser um bem imóvel, esse tombamento será registrado no registro de imóveis do respectivobem. Espécies: 1. De ofício: Específico para bens públicos. 2. Voluntário: Ocorre quando há acordo entre proprietário e a adm. pública, ou, ainda, quando o particular fizer o requerimento para que ocorra o tombamento. 3. Compulsório: É o que ocorre quando o proprietário é contra o tombamento, mas o tombamento ocorre mesmo assim. 4. Tombamento Provisório: É aquele realizado antes da decisão final de tombamento emitida pelo ministério da cultura. 5. Tombamento definitivo: é aquele que ocorre após a decisão definitiva do ministério da cultura. 6. Tombamento individual: É aquele que recai sobre apenas um bem. 7. Tombamento Geral: É aquele que recai sobre vários bens. Ex: tombamento de uma cidade. Efeitos do tombamento 1. Dever de conservação: É dever do proprietário. No caso de ele não conservar, o proprietário sofrerá sanções. No caso de o bem precisar de reparos, é necessário pedir autorização para a adm. pública, além disso, se o proprietário não tiver dinheiro para realizar as reparações necessárias, o poder público tem o dever de arcar com os gastos, e no caso de o poder público não arcar com esses reparos, o tombamento poderá ser desfeito. No caso de o proprietário não notificar a administração da necessidade de reparação do bem (mesmo sem ter condições de fazer a reparação), ele sofrerá sanções. 2. Não alteração: o proprietário não pode alterar o bem. Ex: pintar uma parede de uma cor diferente da que existia. 3. Submissão a fiscalização: Depende da fiscalização da adm., é ônus dela. 4. Benefícios: Alguns benefícios podem surgir, mas não é regra. O surgimento desses benefícios, depende da lei do ente que determinou o tombamento. Ex: lei que dá desconto ou isenção de IPTU a imóveis tombados. 5. Sanções: Multa e a depender do grau de inobservância, pode ocorrer a desapropriação do bem. Limitações Administrativas Definição: São regras impostas por lei e que devem ser obedecidas pelo particular proprietário de bens como condição para o seu exercício do direito de propriedade e do exercício de atividades. Generalidade: são erga omnes, ou seja, valem para todos, tanto para os proprietários como para aqueles que querem exercer determinadas atividades. Ex: particular que vai construir um imóvel em determinado estado, e esse estado limita a construção até determinada altura. Fundamento: O fundamento é o interesse público, a segurança da coletividade e principalmente o poder de polícia do Estado. Indenização: Não cabe indenização porque não há dano a partir dessas limitações, pelo contrário, essas limitações trazem segurança para o proprietário e para as demais pessoas. Desapropriação Definição: É um dos mais fortes exemplos de poder de império do Estado, visto que, o direito de propriedade é constitucional. Pode ser chamada de expropriação, é o ato individual e de império pelo qual a adm. pública, mediante a verificação dos pressupostos toma para si, mediante indenização, ou não, a propriedade de bem de outrem. Natureza: É ato administrativo. Mesmo que a desapropriação seja ação judicial, ela ocorrerá no âmbito da administração pública. Aquisição originária: significa que a administração é a primeira proprietária do bem expropriado. Todo o histórico daquele bem é apagado, além disso, a adm. não precisa pagar o imposto de transmissão. Bens sujeitos à desapropriação: bens públicos (nesse tipo de desapropriação há uma pseudo hierárquia, em que União pode desapropriar bens de todos os entes e os Estados podem desapropriar bens dos municípios que estão dentro de seus municípios); Bens particulares; bens móveis; bens imóveis; créditos; direitos de invento. Bens não expropriáveis: A moeda Nacional corrente (moeda antiga pode); direitos de personalidade (saúde, vida, integridade, privacidade, honra ...); pessoas jurídicas; bens da União. Competência para expropriar: A administração direta, indireta e o concessionário de serviço público. Fundamentos: 1. Necessidade/utilidade: Haverá desapropriação, mas não é sanção, aqui apenas se verifica que o bem precisa ser utilizado pelo poder público. 2. OU 3. Interesse social: Nesse caso, a desapropriação é uma sanção. Essa desapropriação ocorre de forma sancionatória, aqui, o particular descumpriu a função social da propriedade. Espécies de desapropriação Necessidade e utilidade pública: Fundamentada na necessidade e na utilidade pública, não é sanção. Na necessidade há caráter de urgência (ex: pandemia). 1. Legitimidade: Todos os entes políticos da administração indireta e direta. União, Estados, DF e Municípios, Autarquias, fundações, empresa pública, consórcios... 2. Bens: Todos os bens. Móvel, imóvel, direitos, créditos... 3. Indenização: Ocorre a justa e prévia indenização. Justa porque deve corresponder ao valor total ao que o expropriado faz jus e prévia porque nessa espécie a indenização tem que ser realizada antes da conclusão da desapropriação. Além disso, a indenização é paga em dinheiro. Urbanística: É fundamentada no interesse social, logo, tem caráter sancionatório porque o proprietário não cumpriu a função social da propriedade sobre o bem. 1. Legitimidade: DF e municípios. 2. Bens: Somente bens imóveis. 3. Indenização: Antes de desapropriar, o município precisa percorrer um caminho. A indenização aqui inicialmente não ocorre em dinheiro, mas sim em títulos da dívida pública que são resgatáveis por até 10 anos, aí sim quando forem resgatados serão em dinheiro. Rural/agrária: 1. Legitimidade: Somente da União tem legitimidade para desapropriar para fins de reforma agrária. 2. Bens: somente imóveis. 3. Indenização: A união precisará percorrer um caminho. Além disso, tem a figura do ITR que deve ser pago para demonstrar que está ocorrendo o cumprimento da função social da propriedade rural. A indenização aqui ocorrerá por meio de títulos da dívida agrária, resgatáveis por até 20 anos. OBS: Os demais entes políticos não podem desapropriar para fins de reforma agrária, mas para as demais funções (ex: escola, hospital...) os demais entes poderão desapropriar e será a desapropriação da modalidade por necessidade e utilidade pública. Confiscatória: Ocorre quando alguém faz o plantio de substâncias psicotrópicas ou quando alguém faz a mantença de trabalho análogo a escravo. Difere das demais porque não há nenhuma indenização. 1. Legitimidade: Somente da União 2. Bens: Somente bens imóveis 3. Indenização: Não há indenização OBS: No que diz respeito a destinação do imóvel, a posse desse imóvel será dada assentamento de colonos para que eles façam dela moradia e para que cultivem a terra, ou o imóvel poderá ser vendido em leilão (situação em que 50% do valor irá para o SUS). Fases da desapropriação: toda desapropriação passa por essas fases. Declaratória: É aquela em que o poder público expressa para toda a coletividade a sua intenção de desapropriar o bem. Essa declaração ocorrerá a depender do órgão que terá competência para declarar. Competências: 1. Poder executivo: Quando for competência do executivo, ocorrerá a publicação de um decreto. O executivo terá competência quando o bem a ser desapropriado for um bem de um particular. 2. Poder Legislativo: Quando for competência do legislativo, ocorrerá a publicação de uma lei. O legislativo terá competência quando o bem a ser expropriado for um bem público. Decreto declaratório/lei declaratória 1. Conteúdo: Esse decreto ou essa lei devem conter a identificação do proprietário do bem, a identificação do bem e a destinação que será dada a esse bem, consequentemente deverá conter a fundamentação, também deverá ter os recursos orçamentários e o valor da indenização. 2. Publicidade: Publicação no diário oficial. 3. Caducidade: (decadência) Esse decreto/lei terá prazo de vida útil e no caso de ocorrer decadência/caducidade, não será possível ocorrera desapropriação. Esse prazo é para que a adm. possa ajuizar ação de desapropriação. Quando a desapropriação for necessidade/utilidade pública, o prazo de caducidade será de 5 anos, já quando se trata de desapropriação por interesse social, o prazo será de 2 anos. No caso de o decreto decair em 5 anos, a adm. poderá emitir novo decreto/lei, visando desapropriar o mesmo bem, no entanto, ela deverá aguardar 1 ano para emitir um novo decreto/lei. Já no caso de o decreto decair em 2 anos (interesse social), a lei silencia quanto ao prazo de 1 ano. 4. Efeitos: O decreto/lei dá ao poder público o poder de ter acesso ao bem para verificar suas condições. Outro efeito é que só serão indenizáveis as benfeitorias necessárias que forem feitas posteriormente ao decreto. Fase Executória: Dentro dessa fase temos a fase administrativa e a fase judicial Fase administrativa: 1. Notificação: Aqui o poder público notifica o proprietário do bem, se ele concordar com a desapropriação, não passará para a fase judicial. 2. Acordo/natureza: Quando há acordo é a desapropriação graciosa e tem natureza de contrato de compra e venda. OBS: No caso de não haver acordo, a adm. precisa propor uma ação judicial. A desapropriação não é autoexecutável, significa que a adm. não poderá forçar uma desapropriação sem mandamento judicial. Fase Judicial: Somente ocorrerá se não tiver acordo. 1. Ação de desapropriação: É a ação proposta para dar seguimento a desapropriação, no caso de não existir acordo. 2. Legitimidade: A administração Pública. 3. Conteúdo da petição: Deve conter 1º endereçamento ao juízo; 2º qualificação do poder expropriante e do expropriado; 3º fundamentos da desapropriação (necessidade e utilidade ou interesse social); 4º os fatos e fundamentos que baseiam a desapropriação (ex: não está cumprindo a função social da propriedade); 5º valor da indenização; 6º pedido de procedência da ação; 7º valor da causa; 8º protesto pelas provas; 9º pedido de deferimento; 10º Local, data e assinatura. 4. Imissão de posse: No caso de o bem a ser desapropriado ser IMÓVEL e a adm. pública tiver urgência no processo de desapropriar, ela poderá receber a imissão de posse, que é quando a adm. tem autorização para entrar na posse temporária do imóvel, e isso ocorre antes da saída da decisão, mas para isso devem ser cumpridos 2 requisitos. 1º depósito prévio do valor da indenização; 2º comprovar a urgência da desapropriação. 5. Contestação: É a contestação do expropriado/proprietário. Há 3 argumentos que podem ser utilizados: 1º Vício no processo administrativo; 2º valor da indenização incorreto; 3º fundamento incorreto. Existe ainda uma última forma de defesa para o expropriado, que será a propositura de uma outra ação que tramitará paralelamente a ação de desapropriação e essa ação se chamará “ação direta de desapropriação”. 5.1 Vício no processo: Esse vício pode ocorrer desde a fase administrativa. 5.2 Valor da indenização: exemplo: O valor está fora do valor de mercado. 5.3 Fundamento: exemplo: “O meu imóvel está cumprindo a função social”. 6. Sentença: Será de improcedência da desapropriação ou de procedência da ação de desapropriação. Quando o bem for imóvel, a sentença já autoriza o registro do bem imóvel no cartório de registro de imóveis no nome da adm. Indenização na Desapropriação: Valor do bem: É o valor de mercado atualizado. Lucro cessante/danos emergentes: Lucros cessantes são os ganhos futuros que você deixará de obter após a desapropriação. Danos emergentes são os danos imediatos que você perde a partir de agora, como por exemplo um contrato de aluguel que você perde pela desapropriação. Juros compensatórios: São os juros pela demora da indenização, ou seja, o tempo que você não receberá a indenização. Correção monetária: É a atualização do valor de mercado. Honorários advocatícios/despesas judiciais: Se o expropriado tiver gastos judiciais, ele deverá ser indenizado por isso. Benfeitorias: 1. Necessárias: As benfeitorias necessárias mesmo que feitas posteriormente ao ajuizamento da ação de desapropriação, serão indenizáveis. 2. Úteis: Apenas serão indenizadas se elas forem autorizadas pelo poder público. Do direito de Extensão: Exemplo: Imagine que a administração pública desaproprie 900 m de um terreno que possua 1km de extensão, o proprietário, se achar que os 100 m restantes são inservíveis para si, poderá exigir que a adm. desaproprie os 100 m restantes e pedir indenização também por esse terreno restante. Da tredestinação: Se dá quando a destinação do bem desapropriado é alterada, preservando-se, porém, a finalidade pública. Exemplo: bem desapropriado para que se construa uma escola, mas ao invés de construir uma escola, se constrói uma UPA. Da Retrocessão: Aqui não há o cumprimento da finalidade pública da desapropriação. Exemplo: imóvel desapropriado para construção de uma escola, no entanto, o prazo para construção é ultrapassado, ou, é dada destinação que não tem ligação com o interesse púbico. OBS: nessas situações, o expropriado tem direito a ajuizar ação de retrocessão. O expropriado precisará devolver a indenização paga pelo poder público, no entanto, a adm. pública deverá indenizar os gastos tidos pelo expropriado e devolver o bem ao expropriado. Da desapropriação indireta: Se dá quando a adm. pública atua informalmente e toma posse de um bem do particular sem que tenha iniciado os atos formais da desapropriação. Exemplo: a adm. fica usando um bem por vários anos e o proprietário decide que irá ajuizar uma ação de desapropriação indireta para que a adm. pública seja forçada a desapropriar o bem e indenizar o particular. Intervenção do Estado na Economia Conceito atividade econômica: Consiste no planejamento, execução e fornecimento de serviços, bem como, a produção e circulação de bens e produtos para o consumidor. Princípios – art 170 CF/88: São princípios que devem ser observados pelo Estado na hora de intervir na economia privada. 1. Soberania Nacional: Soberania nacional significa o respeito com o produto nacional, significa que as políticas públicas devem promover a proteção do produto e da moeda nacional. 2. Propriedade Privada: A propriedade privada pode ser utilizada para exploração da atividade econômica, no entanto deve ser preservada. 3. Função social: a função social da propriedade deve ser seguida pelo particular. 4. Livre concorrência: Cada particular pode buscar explorar a atividade econômica, concorrendo entre si. 5. Defesa do consumidor: Não é possível a exploração de qualquer atividade econômica, visto que o consumidor é uma figura vulnerável que deve ser protegido. 6. Defesa do meio ambiente: Deve haver a proteção ao meio ambiente em qualquer exploração econômica. 7. Redução de desigualdades: essa redução é social e regional. O poder público deve criar meios para promover o desenvolvimento econômico de determinadas áreas geográficas do país. 8. Busca do pleno emprego: O Estado deve promover programas de incentivo na contratação de pessoas. Ex: contratação de pessoas com deficiência, jovem aprendiz, estagiário... 9. Tratamento favorecido: tratamento favorecido as pequenas e médias empresas. Ex: benefícios para MEI e ME Atuação do Estado na Economia – Essa atuação pode ocorrer de 3 formas • Interferências: É o primeiro momento em que o Estado irá atuar, e será de forma a disciplinar por meio das interferências. • Intervenções: Aqui o Estado utiliza mais a sua força. • Exercício efetivo: Essa última forma não é atividade típica do Estado, no entanto se houver necessidade, o Estado atuará em pé de igualdade com o particular, baseado em alguns fundamentos que podem ser segurança nacional/interesse coletivo e monopólio estatal. Das interferências 1. Legislativa/Normativa: Primeiramente o Estado atuará legislando, o que ocorrerá por meioda legislação tributária, por meio do direito do trabalho, do direito do consumidor, do direito ambiental... 2. Fomentadora: Pode ser chamada de estimuladora, porque é função do Estado fomentar a economia por meio de patrocínios (programas sociais) e por incentivos fiscais (ex: redução de alíquotas). 3. Reguladora: Ocorre principalmente por meio de agências reguladoras (forma especial de autarquia), que tem como função principal fiscalizar os serviços públicos privatizados, tanto em concessão como em permissão. 4. Fiscalizadora: Através vários órgãos e secretarias o Estado irá fiscalizar a exploração da atividade econômica, essa fiscalização ocorre em todas as esferas, União, Estados, Municípios. Ex: vigilância sanitária, DICON, INMETRO... 5. Garantidora: É a função em que o Estado atua controlando as relações de exploração da atividade econômica, essa função garante o cumprimento das leis. O poder público, por meio do poder judiciário, irá garantir o cumprimento das leis. Das Intervenções 1. Repressão as infrações (lei 8884/94): Repressão as infrações a ordem econômica. Essa lei classifica e tipifica essas infrações e traz as sanções que serão aplicadas as empresas que descumprirem as determinações da lei. Ex: empresa que comete abuso econômico, tabelamento de preços, concorrência desleal... as sanções podem ser multas, interdição, desfazimento de operações mercantis... Esses processos são administrativos, e são punidos principalmente pelo CADI. 2. Controle de abastecimento: É o controle feito pelo Estado em que ele intervém no abastecimento de produtos em supermercados, lojas... 3. Tabelamento de preços: Se houver um abuso nos preços colocados pelos particulares, o estado poderá fazer o tabelamento de preços. Do exercício Efetivo da intervenção na atividade econômica 1. Fundamentos: os fundamentos são segurança nacional e interesse coletivo e monopólio estatal. 2. Segurança Nacional e interesse coletivo: São necessidades que surgem e que o Estado precisa lidar. 3. Monopólio Estatal: O monopólio estatal deve ser promovido, em situações como por exemplo, na exploração de petróleo, minério, além de distribuir gás natural 4. Das empresas estatais: Essas empresas não têm finalidade lucrativa e elas não podem ter privilégios em relação as demais empresas particulares. É por meio das estatais que o Estado explora a atividade econômica (empresa pública e sociedade de economia mista).
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