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O RNA E O MECANISMO DE TRANSCRIÇÃO RNA, ESTRUTURA E FUNÇÃO: ESTRUTURA • É uma cadeia de nucleotídeos unifilamentar, não uma dupla hélice como o DNA. Dessa forma, é mais flexível e, por isso, consegue formar uma variedade muito maior de formas moleculares tridimensionais complexas do que o DNA bifilamentar. • Um de RNA consegue dobrar-se de tal modo que algumas de suas próprias bases pareiam entre si. Tal pareamento intramolecular de bases é um determinante importante da forma de RNA. • Tem o açúcar ribose em seus nucleotídeos, em vez da desoxirribose encontrada no DNA – a diferença é que na pentose o RNA o grupo -OH ligado ao carbono 2’, já o DNA só tem -H; esse oxigênio a mais no RNA promove instabilidade. • A Uracila é capaz de parear com Guanina. As bases U e G formam pares de bases apenas durante o dobramento do RNA, e não durante a transcrição. • A capacidade de U de parear-se com A e G é o principal motivo pelo qual o RNA consegue formar estruturas complicadas. PODE SER DIVIDIDO EM DUAS CLASSES: >> RNA mensageiro (mRNA): intermediário entre o DNA e proteína; >> RNA funcionais: transportador e ribossômico (tRNA e rRNA); FUNÇÃO As principais classes ribossômicas funcionais contribuem para várias etapas na transferência da informação do DNA para a proteína, no processamento de outros RNA e na regulação do RNA e dos níveis de proteínas na célula. • O tRNA é responsável por levar o aminoácido correto para o mRNA no processo de tradução. • O rRNA é o principal componente dos ribossomos, que são grandes máquinas macromoleculares que conduzem a montagem da cadeia de aminoácidos pelo mRNA e tRNA. • O RNA transcrito de um gene pode ser recomposto de modos alternativos. Embora tenhamos apenas cerca de 20.000 genes, eles codificam mais de 100.000 proteínas, graças ao processo de recomposição alternativa do RNA. • Há também pequenos RNA nucleares (snRNA) que são parte de um sistema que processa os RNA transcritos nas células eucarióticas. Alguns snRNA unem-se a várias subunidades proteicas para formar o complexo ribonucleoprotéico de processamento (spliceossomo) que remove os íntrons do mRNA eucariótico. • O RNA, como as proteínas, mas não como o DNA, pode catalisar reações biológicas. O nome ribozima foi criado para as moléculas de RNA que funcionam como enzimas proteicas. TRANSCRIÇÃO DO RNA: A primeira etapa executada pela célula para ler a informação necessária a partir de suas instruções genéticas e a cópia de um segmento específico da sequência de nucleotídeos do DNA – um gene – sob a forma de uma sequência de nucleotídeos de RNA. A informação na forma de RNA, embora copiada em uma forma química distinta, ainda e escrita essencialmente na mesma linguagem do DNA – a linguagem de uma sequência de nucleotídeos. Por isso, o nome dado para a produção de moléculas de RNA a partir do DNA e transcrição. A TRANSCRIÇÃO PRODUZ UMA MOLÉCULA DE RNA COMPLEMENTAR A UMA DAS FITAS DO DNA. >>>>> A transcrição inicia com a abertura e a desespiralização de uma pequena porção da dupla-hélice de DNA, o que expõe as bases em cada fita do DNA. Uma das duas fitas do DNA serve como um molde para a síntese de uma molécula de RNA. Assim como na replicação de DNA, a sequência de nucleotídeos é determinada pelo pareamento de bases complementares entre os nucleotídeos a serem incorporados e o DNA-molde. • Quando um pareamento adequado e estabelecido (A com T, U com A, G com C e C com G), o ribonucleotídeo a ser incorporado e covalentemente ligado a cadeia de RNA em formação, através de uma reação catalisada enzimaticamente. • A cadeia de RNA produzida por transcrição – o transcrito – é, a seguir, aumentada 1 nucleotídeo por vez e possui uma sequência de nucleotídeos exatamente complementar à fita de DNA utilizada como molde. • Diferentemente de uma fita de DNA recém- formada, a fita de RNA não permanece ligada à fita de DNA-molde por ligações de hidrogênio. PS.: SÃO COPIADAS APENAS DE REGIÕES ESPECÍFICAS E DEFINIDAS DO DNA; AS MOLÉCULAS DE RNA SÃO BEM MENORES DO QUE AS DE DNA. • As enzimas que realizam a transcrição são chamadas de RNA-polimerases; se movem passo a passo sobre o DNA, desespiralizando a dupla-hélice para expor uma nova região da fita-molde para o pareamento de bases complementares. Dessa forma, a cadeia de RNA é estendida, nucleotídeo por nucleotídeo, no sentido 5’ para 3’. • As RNA-polimerases podem iniciar a síntese de uma cadeia de RNA sem um iniciador – a transcrição não precisa ser tão exata quanto uma replicação, sendo os erros na transcrição muito menos significativos, pois o RNA não armazena de modo permanente a informação genética nas células. • As RNA-polimerases ainda possuem um modesto mecanismo de correção. • Cada segmento de DNA transcrito e denominado unidade de transcrição. Nos eucariotos, uma unidade de transcrição normalmente carrega a informação de apenas um gene e, portanto, codifica uma única molécula de RNA ou uma única proteína. • SINAIS CODIFICADOS NO DNA INDICAM À RNA- polimerase ONDE INICIAR E ONDE TERMINAR A TRANSCRIÇÃO – para transcrever um gene com precisão a enzima deve reconhecer seu início e término no genoma. HÁ TRÊS ESTÁGIOS NA TRANSCRIÇÃO: INICIAÇÃO, ALONGAMENTO E TÉRMINO: INICIAÇÃO As RNA-polimerases (I, II e III) eucarióticas exigem muitos fatores para o processo de iniciação da transcrição, chamados de fatores gerais de transcrição. • A iniciação da transcrição eucariótica deve ocorrer no DNA (empacotado nos nucleossomos e em estruturas de cromatina de ordem superior). Os fatores gerais de transcrição ajudam a posicionar corretamente a RNA-polimerase eucariótica sobre o promotor, auxiliando a separação das duas cadeias de DNA para permitir o início da transcrição e liberando a RNA- polimerase do promotor para dar início ao seu modo de alongamento. • Após a formação de um complexo de iniciação de transcrição sobre o DNA, a RNA-polimerase II deverá ter acesso a fita-molde no ponto de início da transcrição. • O TFIIH, que contém uma DNA-helicase como uma de suas subunidades, torna possível essa etapa com a hidrolise de ATP, desespiralização do DNA e consequente exposição da fita-molde. A seguir, a RNA-polimerase II, da mesma forma que a polimerase bacteriana, se liga ao promotor, sintetizando pequenos fragmentos de RNA até sofrer uma série de alterações estruturais que permitem sua dissociação ao promotor e início da fase de extensão (ou alongamento) da transcrição. >>>>>>> em síntese, após a transcrição ter sido iniciada, a RNA-polimerase II dissocia-se da maioria dos GTF para alongar o transcrito primário de RNA. • TATA BOX É O SITIO DO PRIMEIRO EVENTO DA TRANSCRIÇÃO. • Para iniciar a transcrição, a RNA-polimerase requer vários fatores gerais de transcrição. o (A) O promotor contém uma sequência de DNA denominada TATA-box, localizada a 25 nucleotídeos do sítio no qual a transcrição é iniciada. o (B) Por meio de sua subunidade TBP, o TFIID reconhece e se liga ao TATA-box, o que permite a ligação adjacente de TFIIB. o (C) Para simplificar, a distorção do DNA produzida pela ligação de TFIID não está ilustrada. o (D) Os demais fatores gerais de transcrição, assim como a própria RNA- polimerase, associam-se no promotor. o (E) Então, o TFIIH usa a energia da hidrólise do ATP para separar a dupla fita do DNA no ponto de início da transcrição, expondo localmente a fita-molde. • O TFIIH também fosforila a RNA-polimerase II, modificando sua conformação de tal modo que a polimerase se dissocia dos fatores gerais e pode iniciar a fase de extensão da transcrição. • O sítio de fosforilação é uma longa cauda polipeptídica C-terminal, também denominado domínio C-terminal (CTD), que se estende a partir da molécula de polimerase. ALONGAMENTO Ocorre dentro da bolha detranscrição. • O RNA dos eucariotos precisa ser processado antes que possa ser traduzido, o que inclui: 1. O acréscimo de um revestimento (cap) na ponta 5’; 2. Recomposição (splicing) para eliminar os íntrons; e 3. Acréscimo de uma cauda 3’ de nucleotídeos adenina (poliadeninação). • O processamento de pré-mRNA eucariótico ocorre durante a síntese de RNA; chamado processamento cotranscricional. Portanto, o RNA parcialmente sintetizado (nascente) está sofrendo reações de processamento à medida que emerge do complexo RNA-polimerase II. • O domínio C-terminal (CTD) da RNA-polimerase eucariótica tem um papel central no sentido de coordenar todos os eventos de processamento; ele é composto de muitas repetições de uma sequência de sete aminoácidos e está situado perto do sitio onde o RNA nascente emerge da polimerase >>>>>>> dessa forma é um local ideal para orquestrar a ligação e a liberação das proteínas necessárias para processar o transcrito de RNA nascente enquanto a síntese continua. TÉRMINO • Processamento das pontas 5’ e 3’. • Quando um RNA nascente emerge de uma RNA polimerase II, uma estrutura especial, chamada cap (revestimento), é adicionada à ponta 5’ por várias proteínas que interagem com o CTD. • O cap consiste em uma 7-metilguanosina ligada ao transcrito por três grupos fosfato. • O CAP TEM DUAS FUNÇÕES: A PRIMEIRA É DE PROTEGER O RNA DA DEGRADAÇÃO, UMA ETAPA IMPORTANTE, CONSIDERANDO QUE mRNA EUCARIÓTICO TEM UMA LONGA JORNADA ATÉ O LOCAL DE SUA TRADUÇÃO; A SEGUNDA É A NECESSIDADE DO CAP PARA A TRADUÇÃO DO mRNA. • O alongamento do RNA continua até que seja reconhecida a sequência AAUAAA ou AUUAAA perto da ponta 3’, por uma enzima que corta a ponta do RNA aproximadamente 20 bases depois. RECOMBINAÇÃO DO RNA, A REMOÇÃO DE ÍNTRONS Os pedaços que codificam partes das proteínas são os éxons, e os pedaços que separam os éxons são os íntrons. • Os íntrons são removidos do transcrito primário enquanto o RNA ainda está sendo transcrito e após o CAP ter sido adicionado, mas antes de o transcrito ser transportado para o citoplasma. • A remoção dos íntrons e a união dos éxons é chamada de recomposição (splicing). • O splicing junta as regiões codificadoras, ou éxons, de modo que o mRNA agora contenha a sequência codificadora que é completamente colinear à proteína que ela codifica. • A UTILIDADE DE TER GENES ORGANIZADOS EM ÉXONS E ÍNTRONS É A POSSIBILIDADE DE UM MESMO GENE CODIFICAR VÁRIAS PROTEÍNAS, PROCESSO CONHECIDO COMO RECOMPOSIÇÃO ALTERNATIVA (em que diferentes mRNA e, subsequentemente, diferentes proteínas, são produzidos pelo mesmo transcrito primário, recompondo diferentes combinações de éxons). • Muitas mutações com sérias consequências para o organismo são devidas a defeitos de recomposição. • SPLICEOSSOMO: grande máquina biológica que remove os íntrons e une os éxons. EM SUMA: Antes de a síntese de uma determinada proteína poder ocorrer, a molécula de mRNA correspondente deve ser produzida por transcrição. • As bactérias contêm um único tipo de RNA-polimerase (a enzima que realiza a transcrição de DNA em RNA). • Uma molécula de mRNA é produzida depois que esta enzima inicia a transcrição em um promotor, sintetiza o RNA pela extensão da cadeia, finaliza a transcrição em um terminador e libera tanto o DNA-molde quanto a molécula de mRNA finalizada. Nas células eucarióticas, o processo de transcrição é muito mais complexo, e existem três RNA-polimerases – designadas como polimerase I, II e III –, evolutivamente relacionadas umas às outras e à polimerase bacteriana. O mRNA dos eucariotos é sintetizado pela RNA-polimerase II. • Essa enzima requer um conjunto de proteínas adicionais, os fatores gerais de transcrição, e proteínas específicas de ativação transcricional, para iniciar a transcrição em um molde de DNA. o Ainda são necessárias mais proteínas (incluindo complexos de remodelagem da cromatina e enzimas modificadoras de histonas) para iniciar a transcrição nos moldes de cromatina no interior da célula. • Durante a fase de extensão ou alongamento da transcrição, o RNA em formação sofre três tipos de eventos de processamento: um nucleotídeo especial é adicionado à sua extremidade 5’ (capeamento), os íntrons são removidos da molécula de RNA (splicing) e a extremidade 3’ do RNA é gerada (por clivagem e poliadenilação). o Cada um desses processos é iniciado por proteínas que acompanham a RNA-polimerase II por interação com sítios sobre sua longa cauda estendida C-terminal. o O splicing difere dos demais pelo fato de muitas de suas etapas-chave serem mediadas por moléculas de RNA especializadas e não por proteínas. • Apenas os mRNAs adequadamente processados são transportados através dos complexos do poro nuclear para o citosol, onde serão traduzidos em proteína. No caso de diversos genes, o produto final é o RNA e não uma proteína. o Nos eucariotos, esses genes são normalmente transcritos pela RNA-polimerase I ou pela RNA-polimerase III. ▪ A RNA-polimerase I produz os RNAs ribossômicos. • Após sua síntese, sob a forma de um grande precursor, os rRNAs são modificados quimicamente, clivados e organizados sob a forma das duas subunidades ribossômicas no nucléolo – uma estrutura subnuclear distinta, que também ajuda a processar alguns complexos RNA-proteína menores na célula. ▪ As estruturas subnucleares adicionais (como os corpos de Cajal e os grupos de grânulos de intercromatina) são regiões onde os componentes envolvidos no processamento de RNA são organizados, estocados e reciclados. • A concentração elevada de componentes em tais “fábricas” assegura que os processos serão catalisados de modo rápido e eficiente. ALBERTS, BIOLOGIA MOLECULAR DA CÉLULA, CAPITULOS 4, 5 E 6.
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