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Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Gametogênese e 1ª semana do desenvolvimento embrionário Gametogênese Introdução: O espermatozóide e o ovócito são células sexuais altamente especializadas. Possuem 23 pares de cromossomos. O número de cromossomos é reduzido durante a meiose, um tipo especial de divisão celular que ocorre durante a gametogênese. Esse processo de maturação é chamado de espermatogênese no sexo masculino e ovogênese no sexo feminino. A gametogênese é o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas especializadas - os gametas. Esse processo prepara as células sexuais para a fecundação. ESPERMATOGÊNESE: Sequência de eventos na qual as espermatogônias se transformam em espermatozóides maduros. Esse processo se inicia na puberdade. Na puberdade, as espermatogônias iniciam um processo contínuo de divisões mitóticas e produzem sucessivas gerações de células. As células-filhas podem seguir dois caminhos: continuar se dividindo, mantendo-se como células-tronco de outras espermatogônias (chamadas espermatogônias de tipo A), ou diferenciarem-se durante sucessivos ciclos de divisão mitótica para se tornar espermatogônias de tipo B. Nas preparações histológicas comuns, não é possível distinguir os dois tipos de espermatogônias. As espermatogônias de tipo B passam por alguns ciclos mitóticos em que as células-filhas não se separam completamente e, ao final dessas divisões, originam espermatócitos primários. Grupos de espermatozóides são, portanto, derivados de uma única espermatogônia de tipo B, constituindo pequenos clones de células unidas por pontes citoplasmáticas e que voltam a ser individualizadas após a perda dos corpos residuais e a maturação completa dos espermatozoides. Os espermatócitos primários são as maiores células da linhagem espermatogênica e podem ser distinguidos por: (1) achados de cromossomos nos seus núcleos, pois a prófase I da meiose é muito longa; (2) sua localização próxima à lâmina basal. Cada espermatócito primário sofre uma divisão reducional - a primeira divisão meiótica - para formar dois espermatócitos secundários haploides. Os dois espermatócitos secundários entram na segunda divisão da meiose, originando quatro células, as espermátides. Como a prófase dos espermatócitos primários dura cerca de 22 dias, a maioria dos espermatócitos encontrada nos cortes de testículo é vista nessa fase. É difícil observar espermatócitos secundários porque essas células permanecem por um período muito curto em interfase e, logo após serem formadas, entram na segunda divisão da meiose, originando as espermátides. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Espermiogênese é o nome da fase final de produção de espermatozoides. Transforma as espermátides em espermatozóides maduros. Durante esse processo, as espermátides se transformam em espermatozóides. As espermátides podem ser distinguidas por: (1) seu pequeno tamanho; (2) núcleos com quantidades crescentes de cromatina condensada e formas variadas, inicialmente redondas e depois cada vez mais alongadas; (3) posição perto do lúmen dos túbulos seminíferos. A espermiogênese é um processo complexo, que inclui: (1) formação de uma estrutura chamada acrossomo; (2) condensação e alongamento do núcleo; (3) desenvolvimento do flagelo; (4) perda da maior parte do citoplasma. O resultado final é o espermatozóide maduro, que é liberado no lúmen do túbulo seminífero. As células de Sertoli que revestem os túbulos seminíferos dão suporte e nutrição para as células germinativas e podem estar envolvidas no processo de regulação da espermatogênese. Os espermatozóides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e se tornam funcionalmente maduros. Do epidídimo passam para o ducto deferente e depois seguem para a uretra OVOGÊNESE: É sequência de eventos pelos quais as ovogônias são transformadas em ovócitos maduros. Esse processo é completado depois da puberdade, continuando-se até a menopausa. - Maturação pré-natal dos ovócitos: Durante a vida fetal inicial, as ovogônias se proliferam por divisões mitóticas para formar os ovócitos primários antes do nascimento. O ovócito primário circundado por uma camada de células epiteliais foliculares constitui um folículo primordial. Os ovócitos iniciam sua primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas param na prófase I (na fase do diplóteno) até a adolescência. A medida que o ovócito primário cresce durante a puberdade, as células foliculares epiteliais se tornam cubóides, e depois colunares, formando um folículo primário. O ovócito primário é envolvido pela zona pelúcida. Acredita-se que as células foliculares que circundam o ovócito primário secretam uma substância conhecida como inibidor da maturação do ovócito, que age mantendo estacionado o processo meiótico do ovócito. - Maturação pós-natal dos ovócitos: Após o nascimento, não se forma mais nenhum ovócito primário, ao contrário do que ocorre no homem. Estes permanecem em repouso até a puberdade, motivo responsável pela alta freqüência de erros meióticos que ocorrem com o aumento da idade materna. Na adolescência restam cerca de 40 mil e destes cerca de 400 tornam-se ovócitos secundários e são liberados na ovulação. A partir da puberdade um folículo amadurece a cada mês, completa a primeira divisão meiótica e para na metáfase da segunda divisão. O ovócito primário completa a primeira divisão meiótica para dar origem a um ovócito secundário que recebe quase todo o citoplasma e o primeiro corpo polar (célula pequena, não funcional, que logo degenera) recebe muito pouco. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Antes da ovulação, o núcleo do ovócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas progride até a metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozóide penetra no ovócito, a segunda divisão é completada e novamente maior parte do citoplasma é mantida em uma célula, o ovócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar, é uma célula também pequena, não funcional, que logo degenera. 1ª SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO TRANSPORTE DO OVÓCITO: Na ovulação o ovócito secundário é expelido do folículo com o fluido folicular que escapa. Durante a ovulação, as extremidades das fímbrias da tuba aproximam-se intimamente do ovário. As fímbrias movem-se para frente e para trás sobre o ovário. A ação da varredura das fímbrias e a corrente de fluido produzida pelos cílios das células mucosas das fímbrias “varrem” o ovócito secundário para o infundibuliforme afunilado da tuba. O ovócito passa para a ampola da tuba Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII principalmente como resultado da peristalse em direção ao útero. TRANSPORTE DO ESPERMATOZÓIDE : Do seu local de armazenamento no epidídimo, os espermatozóides são rapidamente transportados para a uretra por contrações peristálticas da espessa cobertura muscular do ducto deferente. As glândulas sexuais acessórias (glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais) produzem secreções que são adicionadas ao fluido contendo espermatozóides no ducto deferente e uretra. De 200 a 600 milhões de espermatozóidessão depositados em torno do orifício externo do útero e no fórnice da vagina durante o intercurso sexual. Os espermatozoides passam lentamente pelo canal cervical através de movimentos de suas causas. A enzima vesículas, produzida pelas glândulas seminais, coagula uma pequena quantidade do sêmen ou ejacular forma um tampão vaginal que impede o retorno do sêmen para o interior da vagina. Quando a ovulação ocorre o muco cervical aumenta em quantidade, tornando mais fácil o transporte dos espermatozoides. As prostaglandina presentes no sêmen estimula a motilidade uterina no momento do intercurso e ajudam na movimentação dos espermatozoides para o sítio de fecundação na ampola. A frutose secretada no sêmen é a fonte de energia para os espermatozoides FECUNDAÇÃO: Normalmente o local da fecundação é na ampola uterina. Se o ovócito não for fecundado aqui, ele passa lentamente em direção ao útero, onde se degenera e é reabsorvido. Sinais químicos, secretados pelo oócito e pelas células foliculares circundantes, guiam os espermatozoides capacitados para o ovócito. Os espermatozoides não são capazes de fertilizar o oócito imediatamente após a chegada ao sistema genital feminino; em vez disso, eles devem sofrer capacitação e reação acrossômica para adquirirem essa capacidade. A capacitação é um período de condicionamento no sistema genital feminino que, nos seres humanos, dura aproximadamente 7 horas. Assim, chegar logo à ampola não é uma vantagem, uma vez que a capacitação ainda não ocorreu e esses espermatozoides não conseguem fertilizar o oócito. Durante esse período, uma camada de glicoproteínas e proteínas plasmáticas seminais é removida da membrana plasmática que recobre a região acrossômica do espermatozoide. Apenas os espermatozóides capacitados podem passar pelas células da coroa radiada e sofrer a reação acrossômica. A reação acrossômica, que ocorre após a ligação à zona pelúcida, é induzida por proteínas da mesma. Essa reação culmina na liberação das enzimas necessárias para a penetração da zona pelúcida, incluindo substâncias semelhantes à acrosina e à tripsina A fecundação se inicia com o contato entre um espermatozóide e um ovócito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto. O processo de fecundação leva em torno de 24 horas Passagem dos espermatozóide através da Corona radiata: a dispersão das células foliculares da Corona radiata parece ser resultado principalmente da ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossomo do espermatozóide. Os movimentos da cauda do esperma também são importantes para sua penetração. Penetração da zona pelúcida: a formação de um caminho resulta também da ação de enzimas liberadas pelo acrossoma. As enzimas (esterases, acrosina e neuraminidase) parecem causar a lide da zona pelúcida, abrindo um caminho para o esperam chegar ao ovócito. Logo que o espermatozóide penetra a zona pelúcida ocorre uma reação zonal, uma mudança que torna a zona pelúcida impermeável a outros espermatozóides. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Como resultado da liberação dos grânulos corticais dos oócitos, que contêm enzimas lisossomais, a membrana do oócito se torna impenetrável a outros espermatozóides, e a zona pelúcida altera sua estrutura e sua composição para evitar a ligação e a penetração do espermatozóide. Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: as membranas dos dois se fusionam e se rompem na área de fusão. A cabeça e a cauda do espermatozoide entram no citoplasma do ovócito, mas a membrana do esperma fica para trás. Término da segunda divisão meiótico e formação do princípio feminino: a penetração do ovócito pelo esperma o estimula a completar a segunda divisão meiótica, formando um ovócito maduro e segundo corpo polar. Os cromossomos do óvulo (22 mais X) se dispõem em um núcleo vesicular conhecido como pró-núcleo feminino. Formação do pronúcleo masculino: o núcleo do esperma aumenta para formar o pronúcleo masculino; e a cauda se degenera. Morfologicamente, os pró-núcleos masculino e feminino não são distinguíveis e, por fim, ficam em contato íntimo e perdem seus envelopes nucleares Durante o crescimento dos pró-núcleos masculino e feminino (ambos haplóides), cada pró-núcleo deve replicar seu DNA. Se isso não ocorrer, cada célula do zigoto no estágio de duas células terá apenas metade da quantidade normal de DNA. Imediatamente após a síntese de DNA, os cromossomos se organizam no fuso em preparo para a divisão mitótica normal. Os 23 cromossomos maternos e os 23 paternos (duplicados) separam-se longitudinalmente no centrômero, e as cromátides-irmãs se movem para pólos opostos, fornecendo às duas primeiras células do zigoto a quantidade diplóide de cromossomos e de DNA Logo que os pronúcleos se fundem em uma agregação de cromossomos única e diploide, a oótide torna-se um zigoto: os cromossomos no zigoto arranjam-se em um fuso de clivagem na preparação para a divisão do zigoto. A. A.Oócito imediatamente antes da oocitação, mostrando o fuso da segunda divisão meiótica. B. Um espermatozóide penetra o oócito, que terminou a segunda divisão meiótica. Os cromossomos do oócito estão dispostos no pró-núcleo feminino, e as cabeças de vários espermatozóides estão presas na zona pelúcida. C. Pró-núcleos masculino e feminino. D e E. Os cromossomos ficam dispostos no fuso, separam-se longitudinalmente e se movem para pólos opostos. F. Estágio de duas células. - Os principais resultados da fertilização são: Restauração da quantidade diplóide de cromossomos, metade do pai e metade da mãe. Assim, o zigoto contém uma nova combinação cromossômica diferente de ambos os pais Determinação do sexo do novo indivíduo. Um espermatozoide carregando um X produz um embrião feminino (XX), e um espermatozóide carregando um Y produz um embrião masculino (XY). Assim, o sexo Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII cromossômico do embrião é determinado na fertilização Início da clivagem. Sem a fertilização, geralmente o oócito degenera 24 h após a oocitação. OBS REPRODUÇÃO ASSISTIDA: A fertilização in vitro ( FIV ) dos oócitos humanos com transferência do embrião é o procedimento padrão utilizado em todo o planeta. O crescimento folicular no ovário é estimulado pela administração de gonadotrofinas. Os oócitos são coletados dos folículos ovarianos por laparoscopia com um aspirador imediatamente antes da oocitação, quando estão na fase tardia da primeira divisão meiótica. O oócito é colocado em um meio de cultura simples, e o espermatozoide é adicionado imediatamente. De maneira alternativa, um único espermatozóide pode ser injetado no citoplasma de um óvulo para produzir a fertilização. Essa técnica é chamada de injeção intracitoplasmática de espermatozoides ( ICSI , do inglês intracytoplasmic sperm injection ) e pode ser usada para driblar a infertilidade masculina (ver a discussão a seguir). Em ambas as abordagens, os óvulos fertilizados são monitorados até o estágio de oito células e são, então, colocados no útero para se desenvolverem até o termo. CLIVAGEM: Uma vez que o zigoto tenha alcançado o estágio de duas células, ele passa por uma série de divisões mitóticas, aumentando o número de células. Essas células, que se tornam menores a cada divisão de clivagem, são conhecidas como blastômeros. Ocorre normalmente quando o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. Durante aclivagem o zigoto situa-se dentro da espessa zona pelúcida. Até o estágio de oito células, elas formam um grupo sem associações entre si. Entretanto, após a terceira clivagem, os blastômeros maximizam seus contatos uns com os outros, formando uma bola compacta de células mantidas unidas por junções de oclusão. Esse processo, a compactação, segrega as células internas, que se comunicam intensamente por junções comunicantes, das células externas. Aproximadamente 3 dias após a fertilização, as células do embrião compactado se dividem novamente, formando uma mórula de 16 células (que lembra uma amora). As células internas da mórula constituem a massa celular interna, e as células circunjacentes compõem a massa celular externa. A massa celular interna origina os tecidos do embrião em si e a massa celular externa forma o trofoblasto, que mais tarde contribui para a formação da placenta. Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII FORMAÇÃO DO BLASTOCISTO: Por volta do período em que a mórula entra na cavidade uterina, um fluido começa a penetrar os espaços intercelulares da massa celular interna através da zona pelúcida. Gradualmente, esses espaços intercelulares se tornam confluentes e, finalmente, é formada uma única cavidade, a blastocele (cavidade blastocística). Nesse período, o embrião é denominado blastocisto. As células da massa celular interna, chamada agora de embrioblasto, estão em um polo, e as da massa celular externa, ou trofoblasto, achatam-se e formam a parede epitelial do blastocisto. A zona pelúcida desaparece, possibilitando que a implantação comece. Enquanto está flutuando no útero, esse embrião obtém nutrição das secreções das glândulas uterinas. Nos seres humanos, as células trofoblásticas sobre o polo do embrioblasto começam a penetrar entre as células epiteliais da mucosa uterina por volta do sexto dia. Assim, até o final da primeira semana do desenvolvimento, o zigoto humano já passou pelos estágios de mórula e de blastocisto, e teve início a implantação na mucosa uterina. O trofoblasto se diferencia em duas camadas, uma externa, sinciciotrofoblasto (invade o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo adjacente), e uma interna, citotrofoblasto. Durante a implantação, a mucosa uterina está na fase secretória. período no qual as glândulas e artérias uterinas se tornam espiraladas e o tecido fica espessado. OBS 2 INFERTILIDADE: é um problema para 15 a 30% dos casais e pode ser superada usando a tecnologia de reprodução assistida (TRA). A fertilização in vitro (FIV) envolve fertilizar os óvulos em um meio de cultura e colocá-los no útero no estágio de oito células. Em alguns casos, os óvulos são fertilizados pela injeção intracitoplasmática dos espermatozóides (ICSI), por meio da qual um único espermatozóide é injetado em um citoplasma do óvulo. Essas técnicas in vitro estão associados a maior risco de defeitos congênitos, nascimentos prematuros, baixo peso ao nascer e nascimento múltiplo. Aproximadamente 1 a 2% de todos os nascimentos nos EUA ocorrem por TRA. QUESTÕES: Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII 1.Qual é o papel do corpo lúteo e qual é a sua origem? 2.Quais são as três fases da fertilização e quais reações ocorrem uma vez que a fusão entre as membranas do espermatozóide e o oócito tenha ocorrido? 3.Quais são as principais causas de infertilidade em homens e em mulheres? 4.Uma mulher teve vários episódios de doença inflamatória pélvica e agora deseja ter um filho; entretanto, ela está tendo dificuldades para engravidar. Qual é o problema provável e o que você sugeriria? Julia Alves Santos - UNIT - Turma XVII
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