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Embriologia e 
Reprodução Humana
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Carolina Garrido Zinn
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof.ª Dr.ª Gabriela Cavagnolli
Introdução à Embriologia
Introdução à Embriologia
 
 
• Compreender o processo de formação dos gametas femininos e masculinos, a fertilização, 
formação do zigoto e o início do desenvolvimento embrionário.
OBJETIVO DE APRENDIZADO 
• Introdução ao Estudo do Desenvolvimento Humano;
• Início do Desenvolvimento Humano: Gametogênese;
• Fertilização;
• Pré-implantação.
UNIDADE Introdução à Embriologia
Introdução ao Estudo do 
Desenvolvimento Humano 
Importância da Embriologia
A origem da palavra “embriologia” provém dos termos gregos en, bryein e logos, 
que significam dentro, crescer, e estudo, respectivamente. Logo, pode-se interpre-
tar que a embriologia é o estudo da formação de um ser que cresce e se desenvolve 
dentro de um local. A embriologia humana, então, nada mais é do que o estudo 
do desenvolvimento de um indivíduo desde a primeira célula embrionária, o zigoto, 
formado pela fusão dos gametas feminino e masculino, passando pela proliferação 
celular e formação dos folhetos embrionários, órgãos e sistemas, até o seu desenvol-
vimento completo e o nascimento (BARRETO, 2019).
Gameta: é a célula reprodutiva madura, célula germinativa ou célula sexual. No homem 
é conhecido como espermatozoide; na mulher, trata-se do oócito. Os gametas são células 
haploides (n), que possuem apenas um conjunto de cromossomos, ou seja, cada gameta 
possui apenas a metade do número de cromossomos (23) das demais células do corpo, di-
ploides (2n), que possuem dois conjuntos de cromossomos, organizados aos pares, conta-
bilizando 46 cromossomos homólogos. 
Zigoto: é a célula resultante da fertilização do oócito pelo espermatozoide. Durante a fe-
cundação ocorre a fusão do material genético de ambos os gametas (haploides), logo o 
zigoto é uma célula diploide, totipotente, que pode se diferenciar em qualquer tipo celular. 
O zigoto sofrerá sucessivas divisões celulares dando origem ao embrião.
E por que é importante estudar a embriologia? A partir do conhecimento do 
desenvolvimento embrionário, foi possível criar estratégias de assistência à saú-
de, resultando em melhores desfechos nos processos reprodutivos. Por exemplo, 
foram criadas novas técnicas de diagnóstico de patologias congênitas, bem como 
para infertilidade (SADLER, 2019), sendo o biomédico um profissional ativo nes-
ses processos. 
A partir dos avanços científicos na área da embriologia foi possível também identi-
ficar que experiências prévias ao nascimento e fatores maternos, como a desnutrição 
durante a gravidez, o tabagismo, o uso de drogas ilícitas e alguns fármacos, bem 
como patologias como a diabetes mellittus, dentre outros, podem influenciar, em 
longo prazo, a capacidade cognitiva e o comportamento do indivíduo após o nasci-
mento. Tais condições, em conjunto com fatores moleculares e celulares, podem ain-
da determinar a possibilidade do desenvolvimento de doenças como o câncer, visto 
que o desenvolvimento embrionário e fetal pode influenciar a saúde a curto e longo 
prazo. Assim, a compreensão da embriologia e da reprodução humana é essencial 
para os profissionais da saúde (SADLER, 2019).
8
9
História da Embriologia
Há relatos relacionados à embriologia desde 3000 a.C., quando egípcios incu-
bavam ovos de aves. Um documento datado de 1416 a.C., em sânscrito, conhecido 
como Garbha Upanishad, descreve o seguinte:
A partir da conjugação entre o sangue e o sêmen (semente), o embrião 
vem à existência. Durante o período favorável à concepção, após o inter-
curso sexual, ele se torna um Kalada (um embrião de um dia de idade). 
Após as próximas sete noites, ele se torna uma vesícula. Após uma quin-
zena ele se torna uma massa esférica. Após um mês, ele se torna uma 
massa firme. Após dois meses, a cabeça é formada. Após três meses, 
surgem as regiões dos membros.
Porém, foram os gregos, a partir dos anos 400 a.C., que fizeram as maiores con-
tribuições à embriologia da Antiguidade. Hipócrates, o pai da medicina, liderou os 
primeiros estudos sobre embriologia, nos quais avaliava diariamente ovos chocados 
por galinhas até a sua eclosão. Posteriormente, Aristóteles e Cláudio Galeno tam-
bém deixaram obras científicas acerca do desenvolvimento de embriões (MOORE; 
PERSAUD, 2016).
Durante a Idade Média, do século X ao XV, o progresso científico desacelerou. 
Contudo, o Corão, Livro sagrado do Islã, datado do século XII d.C., descreve que o ser 
humano é criado a partir de uma gota da mistura de secreção masculina e feminina. 
Já no período do Renascimento, Leonardo da Vinci desenhou precisamente, com 
base na dissecção, úteros contendo fetos. Com isso, iniciou o acompanhamento do 
crescimento fetal por meio de medidas. Regnier de Graaf, no século XVI, com o 
auxílio de um microscópio rudimentar, descreveu pequenas câmaras no útero de co-
elhas, que posteriormente foram identificadas como blastocistos. Também descreveu 
os ovários e os folículos ovarianos, conhecidos como folículos de Graaf. Em 1677, 
foram observados os primeiros espermatozoides humanos. Caspar Friedrich Wolff, 
em 1759, descreveu o zigoto que se divide e produz camadas de células, a partir das 
quais o embrião se desenvolve. No século XIX, Karl Ernst von Baer fez diversas des-
cobertas, tornando-se o pai da embriologia moderna. Em 1827 descreveu o oócito 
no folículo ovariano de uma cadela; observou a divisão celular dos zigotos na tuba 
uterina e dos blastocistos no útero; gerou novos conhecimentos acerca da origem 
dos tecidos e dos órgãos a partir das camadas celulares anteriormente descritas, etc. 
A teoria celular, formulada por Mathias Schleiden e Theodor Schwann em 1839, 
defendia que o corpo era formado por células e produtos celulares, gerado a partir de 
uma única célula (o zigoto), que sofria diversas divisões celulares, formando tecidos 
e órgãos. Ainda no mesmo século foram descritas técnicas melhoradas de fixação, 
corte e coloração de tecidos que auxiliaram no estudo da embriologia por meio da re-
construção de embriões. Por fim, já no século XXI, a técnica de fertilização in vitro, 
9
UNIDADE Introdução à Embriologia
desenvolvida por Robert G. Edwards e Patrick Steptoe revolucionou a história da 
reprodução humana, resultando no nascimento do primeiro “bebê de proveta”, em 
1978. Desde então, muitos casais, previamente considerados inférteis, portadores de 
vírus, como HIV e hepatite B, ou ainda aqueles que tem elevado risco de transmissão 
de doenças genéticas, puderam ter bebês (MOORE; PERSAUD, 2016).
Períodos do Desenvolvimento Humano 
O desenvolvimento humano inicia com a fertilização, quando o encontro e a fusão 
dos gametas feminino e masculino dão origem ao zigoto. Este último sofrerá suces-
sivas divisões celulares mitóticas, aumentando em número de células, porém sem au-
mentar de tamanho. Este processo é conhecido como segmentação ou clivagem.
A seguir, as células formadas vão se organizando em camadas, os chamados fo-
lhetos embrionários, no processo chamado de gastrulação. Durante a gastrulação 
ocorre o aumento do número de células e também do tamanho da massa embrio-
nária. As células irão iniciar a sua diferenciação celular e os folhetos embrionários 
posteriormente darão origem aos diferentes tecidos do corpo. Após ocorre a orga-
nogênese, período no qual são formados os órgãos e sistemas.
Também é possível dividir o desenvolvimento humano em período embrionário, 
da 1ª a 8ª semana de gestação, e período fetal, a partir da 9ª semana até o nasci-
mento. Ao longo desta disciplina, veremos todos os períodos, desde a fertilização até 
o nascimento do bebê.
Teste seu conhecimento:
• Qual é a primeira célula embrionária formada no desenvolvimento de um indivíduo? 
Como esta célula se forma?
• Como ocorre o processo conhecido como segmentação ou clivagem?
• Como ocorrem os processosde gastrulação e organogênese?
• Quais semanas compreendem o período embrionário e o período fetal?
• O que é gameta? Como é denominado no homem e na mulher?
Início do Desenvolvimento 
Humano: Gametogênese
O processo de desenvolvimento humano é muito complexo e depende da fusão 
dos gametas feminino e masculino. Uma série de preparativos é necessária para que 
a gravidez ocorra com sucesso. 
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Primeiramente, as células sexuais femininas e masculinas passam por um processo 
de amadurecimento conhecido como gametogênese. A gametogênese pode ser di-
vidida em quatro estágios:
1. Formação extraembrionária das células germinativas e a sua migração 
para as gônadas;
2. Multiplicação do número de células germinativas por meio de diversos 
ciclos de mitose;
3. Redução no número de cromossomos de cada célula por meiose;
4. Maturação estrutural e funcional dos óvulos e dos espermatozoides. 
O primeiro estágio é igual em homens e mulheres. Os demais estágios pos-
suem diferenças marcantes que serão vistos a seguir nas seções de espermato-
gênese e ovogênese.
Uma vez maduros, os gametas são liberados das gônadas, as glândulas sexuais 
(ovários e testículos), onde são produzidos e armazenados. A fertilização do ovócito 
geralmente ocorre na parte superior da tuba uterina, onde os gametas feminino e 
masculino se encontram. O zigoto formado sofrerá divisões celulares e irá migrar 
até o útero, onde se implantará para que ocorra a nutrição pela mãe. Todos esses 
processos são mediados por hormônios. A seguir, você estudará detalhadamente a 
gametogênese e os hormônios envolvidos na reprodução (CARLSON, 2014).
Mas, afinal, o que é mitose e meiose? Vamos relembrar estes dois termos!
Mitose e meiose nomeiam dois tipos de divisões celulares diferentes, que darão 
origem a novas células. Na mitose uma célula se divide, dando origem a duas células-
-filhas diploides, com 46 cromossomos, geneticamente idênticas à célula-mãe. De-
pende de apenas uma divisão. Ocorre durante toda a vida do indivíduo, gerando cé-
lulas somáticas, que auxiliam no reparo e renovação tecidual e no desenvolvimento 
embrionário e crescimento. 
Por outro lado, a meiose é a divisão celular que ocorre nas células germinati-
vas (ou sexuais) para produzir os gametas masculino e feminino, espermatozoide e 
ovócito, respectivamente. A meiose gera 4 células-filhas, com metade do material 
genético da célula-mãe. Para tanto, são necessárias duas divisões celulares, a meio-
se I, reducional, pois reduz o número de cromossomos pela metade, e a meiose II, 
equacional, que mantém o número de cromossomos igual. Por fim, são geradas 
células haploides de 23 cromossomos. As células produzidas garantem a variabili-
dade genética da prole, pois cada célula gerada é diferente entre si e também dife-
rentes da célula original, em função do crossing over. Veja o resumo das divisões 
na Figura 1. 
11
UNIDADE Introdução à Embriologia
Mitose Meiose
Célula Parental
(Antes da replicação
do cromossomo)
Figura 1 – Diferença entre mitose e meiose
Fonte: Getty Images
Tanto a mitose quanto a meiose necessitam de diversas fases para garantir o sucesso das di-
visões celulares. Para saber mais sobre os processos de divisão celular, acesse na plataforma 
Minha Biblioteca o livro “Langman – Embriologia médica”, Parte 1 – Embriologia Geral, 
capítulo 2 – Gametogênese, seção “Teoria Cromossômica da Herança”.
Teste seu conhecimento
• O que é o processo de gametogênese? Quais são os estágios que fazem parte 
deste processo?
• Qual é a diferença entre mitose e meiose?
• Qual é a função do crossing over?
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Origem e Migração das Células Germinativas
Os gametas são provenientes de células germinativas primordiais (CGPs), for-
madas bem precocemente durante a 2ª semana de gestação, na região do saco 
vitelínico, ou seja, têm origem fora do embrião, em um anexo embrionário. A partir 
da 4ª semana as CGPs começam a migrar em direção às gônadas em formação. 
As células sofrem alguns ciclos de mitoses, a fim de aumentar em número. Uma vez 
localizadas onde se encontrarão as gônadas maduras, as CGPs sofrem uma divisão 
celular meiótica, a fim de reduzir o número de cromossomos pela metade e, poste-
riormente, a citodiferenciação, quando a célula vai ficando cada vez mais especiali-
zada até completar sua maturação (CARLSON, 2014).
Durante a migração das CGPs, algumas destas podem se alojar em locais fora 
das gônadas. Quando isso acontece, geralmente estas células sofrem apoptose e 
morrem. Caso elas sobrevivam, podem dar origem aos teratomas. Os teratomas são 
tumores que contém vários tipos de tecidos, como pele, cabelo, cartilagem, dentes, 
entre outros. São encontrados comumente no mediastino e região oral (CARLSON, 
2014; MOORE; PERSAUD, 2016). 
Organização das Gônadas Masculinas e Femininas
Para entendermos melhor o processo de desenvolvimento embrionário, é neces-
sário conhecimento sobre a anatomia dos sistemas reprodutores masculino e femi-
nino. Os sistemas reprodutores são compostos por três conjuntos de estruturas: as 
gônadas, os órgãos que produzem os gametas; a genitália interna, constituída de 
glândulas acessórias e ductos que conectam as gônadas com o meio externo; e a 
genitália externa, composta pelas estruturas reprodutivas (MEZZOMO, 2019).
O sistema reprodutor masculino é constituído pelos testículos, pelas vias de elimi-
nação dos espermatozoides (epidídimo, canal deferente e uretra), pelo pênis e pelas 
glândulas anexas (próstata, vesícula seminal e glândula bulbouretral) (Figura 2).
Bexiga urinária
Ureter
Vesícula seminal
Glândula prostática
Lóbulos
Túbulos seminíferos
Espermatozoide
Uretra
Testículo
Epidídimo
Bulbo
Canal deferente
Glândula bulbouretral
Bexiga Vesícula
seminal
Reto
Ânus
Próstata
Epidídimo
Escroto
Testículo
Uretra
Vaso deferente
Osso público
Glande do pênis
Figura 2 – Aparelho reprodutor masculino
Fonte: Getty Images
Os testículos (Figuras 2 e 3) são órgãos pares, encontrados dentro da bolsa 
escrotal. São as glândulas produtoras dos espermatozoides e dos hormônios que 
13
UNIDADE Introdução à Embriologia
desencadeiam o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, 
como crescimento e distribuição dos pelos, desenvolvimento muscular e timbre grave 
da voz. Para a produção adequada dos espermatozoides, os testículos se encontram 
dentro da bolsa escrotal, que têm a função de regulação da temperatura, uma vez 
que afasta ou aproxima os testículos do corpo, mantendo-os sempre de 1 a 3°C 
abaixo da temperatura corporal.
Os túbulos seminíferos (ou ductos seminíferos), presentes no interior dos testícu-
los, representam as unidades fundamentais de formação dos espermatozoides. São 
estruturas compostas por células de sustentação ou células de Sertoli e por células 
da linhagem gamética. Estas células juntas formam o epitélio germinativo, no qual 
ocorrerá a proteção e nutrição das espermatogônias (originadas das CGPs), que irão 
amadurecer até a formação completa dos gametas masculinos. Além disso, as células 
de Sertoli fazem a fagocitose de gametas inviáveis e de restos celulares, e secretam 
uma substância rica em frutose que auxilia na nutrição e transporte dos espermatozoi-
des. A regulação da atividade das células de Sértoli é mediada pelo hormônio folículo 
estimulante (FSH, do inglês Follicle Stimulating Hormone), liberado pela hipófise.
Entre os túbulos seminíferos, encontram-se as células intersticiais, também conhe-
cidas como células de Leydig. Estas células são responsáveis por produzir os hormô-
nios sexuais masculinos, necessários para o desenvolvimento do sistema reprodutor 
masculino e das características sexuais, com especial destaque para a testosterona. 
O funcionamento das células de Leydig é mediado pela ação do hormônio lutei-
nizante (LH, do inglês luteinizing hormone), também liberado pela hipófise. A tes-
tosterona também é produzida, ainda que em menor quantidade, pelas glândulas 
suprarrenais, também por estímulo do LH. O metabolismoda testosterona se dá no 
fígado, dando origem a outros hormônios androgênicos e uma pequena quantidade 
de hormônios femininos (estrogênios). 
Os túbulos seminíferos convergem para uma região chamada rete testis e dali 
para os epidídimos, que são dois tubos enovelados, situados acima dos testículos, 
nos quais os espermatozoides ficam armazenados. Cada epidídimo desemboca em 
um canal deferente, que é o canal condutor dos espermatozoides. Os canais defe-
rentes são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e se 
unem ao ducto ejaculatório (Figuras 2 e 3).
Epidídimo
Rete testis
Túbulo
seminífero
Canal deferente
Figura 3 – Organização dos testículos
Fonte: Adaptado de Getty Images
14
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O sêmen é o líquido que contém os espermatozoides. Estes compõem apenas 
10% do volume do ejaculado, e são compostos também por substâncias produzidas 
pelas glândulas anexas, como a vesícula seminal, a próstata e a glândula bulboure-
tral. O líquido seminal das vesículas seminais serve como fonte de energia para os 
espermatozoides e é constituído principalmente por frutose, apesar de conter fosfa-
tos, nitrogênio, cloretos, colina, prostaglandinas e enzimas (vesiculases). A próstata é 
uma glândula que produz de 10 a 30% do volume do sêmen. O líquido prostático
tem pH alcalino que neutraliza a acidez da urina e assim preserva e ativa os esperma-
tozoides, além de auxiliar na neutralização da acidez do trato vaginal, aumentando a 
sobrevida e mobilidade destes. É rico em cálcio, zinco, ácido cítrico, fosfatase ácida, 
albumina e antígeno específico da próstata (PSA), substância dosada laboratorial-
mente como marcador tumoral. O líquido produzido pela glândula bulbouretral é lan-
çado na uretra a fim de limpá-la e prepará-la para a passagem dos espermatozoides, 
além de lubrificar o pênis durante o ato sexual (CHAME BARRETO, 2019).
Já o sistema reprodutor feminino é constituído de dois ovários (gônadas), duas 
tubas uterinas (ou trompas de Falópio), o útero e a vagina (Figura 4).
Figura 4 – Sistema reprodutor feminino
Fonte: Adaptado de Getty Images
Os ovários são as glândulas sexuais femininas, responsáveis pela produção dos 
ovócitos, de estrogênio e progesterona, os hormônios responsáveis pelo desenvol-
vimento das características sexuais secundárias e pela regulação da gestação. Estas 
glândulas encontram-se nas laterais da pelve, a cada lado do útero. Possuem forma 
amendoada e apresentam cerca de 3 a 5 cm de comprimento, 1,5 a 2 cm de largura e 
em torno de 1 cm de espessura. Sua estrutura interior pode ser dividida em medula e 
córtex. A medula abriga os vasos sanguíneos e nervos. Já o córtex ovariano é rico em 
folículos ovarianos, corpo lúteo e células intersticiais. Nos folículos estão armazenados 
os ovócitos em vários estágios de maturação, envoltos por camadas de células epiteliais 
(células foliculares ou da granulosa) (BARRETO, 2019; GLEREAN; SIMÕES, 2013; 
GARCIA; FERNÁNDEZ, 2000; MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016). 
15
UNIDADE Introdução à Embriologia
Os ovários ficam próximos às tubas uterinas, também chamadas de ovidutos ou 
trompas de Falópio. As tubas apresentam fímbrias (franjas) que, a cada ovulação, 
apresentam um aumento do seu movimento. Estas franjas se posicionam acima do 
folículo maduro e capturam o ovócito, liberado, geralmente alternadamente, pelos 
ovários a cada mês. No interior das tubas uterinas existe também um tecido ciliado 
que auxilia a conduzir os espermatozoides até a porção da ampola, onde ocorre a 
fecundação. Após, o mesmo batimento ciliar conduz o zigoto até o útero para a im-
plantação (MOORE; PERSAUD, 2016). 
O útero é um órgão muscular, em forma de pêra, formado por duas porções, o 
corpo e o colo. Suas paredes são compostas de três camadas: o perimétrio, uma 
camada fina externa; o miométrio, uma camada bastante espessa feita de tecido 
muscular liso; e o endométrio, uma fina camada interna, que se modifica ao longo 
do ciclo menstrual e que descama durante a menstruação e no pós-parto (MOORE; 
PERSAUD, 2016).
A vagina é o canal de paredes elásticas, com cerca de 8 a 10 cm de comprimento, 
que liga o colo do útero aos genitais externos, a vulva (BARRETO, 2019).
Teste seu conhecimento
• Quando e onde são formadas as células germinativas primordiais?
• Quais são os 3 conjuntos de estruturas que compõem o sistema reprodutor masculino 
e feminino?
• O que representam os túbulos seminíferos? Do que são compostos?
• Qual é a função do hormônio folículo estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH)?
• Qual é a função do líquido seminal e do líquido prostático?
• Qual é a função dos ovários? Como é dividida sua estrutura interior?
• Qual é a função das trompas de Falópio?
• Quais são as camadas que compõem a parede do útero?
Espermatogênese 
Apesar das células germinativas primordiais serem formadas ainda no embrião, e 
serem visualizadas como células grandes e esbranquiçadas em cordões seminíferos 
nos testículos ao nascimento, a transformação destas células em espermatozoides se 
dá apenas quando o menino entra na puberdade. Pouco antes da puberdade, estes 
cordões formam um lúmen e tornam-se túbulos seminíferos. As CGPs dão então 
origem a células-tronco espermatogonais. 
A espermatogênese se caracteriza então pela transformação das espermatogônias 
em espermatozoides, e ocorre em uma janela temporal de 65 a 75 dias, continua-
mente ao longo da vida do homem. As espermatogônias são células germinativas 
diploides (possuem 46 cromossomos), que estão em constante proliferação e revestem 
os túbulos seminíferos. Primeiramente, elas sofrem mitose, sendo que uma das células-
-filha gerada se mantém como espermatogônia tipo A na membrana basal do epitélio 
16
17
germinativo, a fim de gerar novas células futuramente, enquanto a outra célula-filha, a 
espermatogônia tipo B, se diferencia em espermatócito primário (também diploide) 
(Figura 5). Após, o espermatócito primário se divide por meiose I, formando dois es-
permatócitos secundários, haploides, com 23 cromossomos. Alguns dias mais tarde 
ocorre a meiose II, na qual são formadas as espermátides, também haploides. Durante 
todo esse processo, a citocinese (separação das células após a divisão celular) é incom-
pleta, de modo que as gerações sucessivas de células são unidas por pontes citoplas-
máticas. Desta forma, os clones de uma espermatogônia do tipo A mantém contato 
ao longo de toda a diferenciação celular. Elas apresentam uma organização espacial 
bem característica, posicionando-se de forma sucessiva e ordenada. Essas células estão 
em íntimo contato também com as células de Sertoli que, como já vimos anteriormen-
te, sustentam, protegem e nutrem as células germinativas (GARCIA; FERNÁNDEZ, 
2000; MEZZOMO, 2019; MOORE; PERSAUD, 2016). 
Túbulo seminífero (corte transversal)
Espermatogônia
Espermatócito primário
Espermatócito secundário
Espermátide
precoce
Espermátide
Espermatozoide
Meiose I
Meiose II
Figura 5 – Espermatogênese
Fonte: Adaptado de Getty Images
O estágio final da espermatogênese chama-se espermiogênese, no qual as es-
permátides se tornam espermatozoides maduros (Figura 6). Esta fase implica em 
várias mudanças, com rearranjo de componentes da célula, bem como a formação 
de estruturas essenciais à fecundação do ovócito. São elas:
• Condensação dos cromossomos, redução e alongamento do núcleo;
• A partir da região do centríolo é formado o flagelo, responsável pela motilidade 
do espermatozoide, auxiliando na locomoção até o sítio de fertilização, na am-
pola da tuba uterina;
• Formação do acrossomo, originado do complexo de Golgi, na cabeça do esper-
matozoide. O acrossomo é uma estrutura que contém enzimas hidrolíticas que 
facilitam a penetração na zona pelúcida do ovócito;
• Perda do excesso de citoplasma e deslocamento de mitocôndrias para a perife-
ria da região da peça intermediária do flagelo. As mitocôndrias aqui localizadas 
fornecem a energia necessária para o batimento do flagelo em um movimento 
de chicote.
17
UNIDADEIntrodução à Embriologia
Crescimento e desenvolvimento
do espermatozoide
Núcleo Mitocôndria
Centríolo
Flagelo
Cauda
Peça
intermediária
Cabeça
AcrossomoComplexo de Golgi
Fase de Golgi Fase do capuz Fase do acromossomo Fase de maturação
Figura 6 – Espermiogênese
Fonte: Adaptado de Getty Images
Quando a espermiogênese termina e os espermatozoides estão maduros, estes 
entram no lúmen dos túbulos seminíferos e se deslocam para o epidídimo, onde fi-
cam armazenados e se tornam funcionais (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
A espermatogênese depende da produção de LH, que se liga nas células de Leydig 
e estimula a produção de testosterona. A testosterona, ao se ligar nas células de 
Sertoli, promove a espermatogênese. O FSH também é importante neste processo, 
pois uma vez ligado às células de Sertoli, estimula a produção de líquido testicular e 
de proteínas receptoras de andrógenos (SADLER, 2019).
Ovogênese
Quando as CGPs chegam às gônadas de um embrião geneticamente feminino, 
elas se diferenciam em ovogônias. A ovogênese é o processo pelo qual ocorre o 
amadurecimento das ovogônias até se transformarem em ovócitos prontos para fer-
tilização. Diferente da maturação dos gametas masculinos, que se inicia apenas du-
rante a adolescência, a maturação dos gametas femininos começa ainda no período 
fetal, porém só termina após a puberdade. 
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Durante a vida fetal, no ovário embrionário, as ovogônias sofrem mitose e se multipli-
cam alcançando um número de aproximadamente 7 milhões de células. Após, algumas 
destas ovogônias entram em meiose e estacionam na primeira fase (prófase) da meiose 
I, formando os ovócitos primários. As ovogônias remanescentes sofrem apoptose, um 
processo de morte celular fisiológica, chamado de atresia folicular. Ao nascer, a mulher 
possui até 2 milhões de ovócitos primários, dos quais a maioria regride durante a infância 
e apenas cerca de 400 passarão pelo processo de maturação e serão ovulados. 
Os ovócitos primários permanecem em prófase I até a maturidade sexual da 
menina, na adolescência, quando então, sob estímulo de LH e FSH, a cada ciclo, 
alguns ovócitos primários dão continuidade à divisão celular e concluem a meiose I, 
formando os ovócitos secundários. Ao término da meiose I, o citoplasma da célula 
é dividido de forma desigual, uma vez que o ovócito secundário recebe quase todo 
o citoplasma, gerando uma célula grande, enquanto a célula menor irá formar um 
corpúsculo polar, que logo se degenera (Figura 7). 
Espermatogênese Ovogênese
Espermatócito
primário
Espermatócito
secundário
Espermátide
Espermatozoide
Ovócito
primário
Ovócito
secundário
Primeiro
corpúsculo
polar
Segundo
corpúsculo
polar
Zigoto
Óvulo
Ovulação
Fertilização
Figura 7 – Espermatogênese, ovogênese e fertilização do ovócito secundário
Fonte: Adaptado de Getty Images
Quando ocorre a ovulação, o ovócito secundário liberado inicia a segunda divisão 
meiótica, porém a divisão avança somente até a metáfase da meiose II. Caso o ovó-
cito seja fecundado por um espermatozoide, a meiose II se completa e um segundo 
corpúsculo polar se forma. 
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UNIDADE Introdução à Embriologia
Sendo assim, ao final do processo de ovogênese, a divisão celular resulta em apenas 
um ovócito haploide, diferentemente do processo de espermatogênese, que a partir de 
uma CGP são formados quatro espermatozoides (Figura 7) (GARCIA; FERNÁNDEZ, 
2000; MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016; SILVERTHORN, 2017).
No link a seguir, é possível observar as etapas da gametogênese a partir de lâminas histoló-
gicas. Clique nas células para destacá-las em cada corte histológico: https://bit.ly/3fIo5WX
Agora que você já estudou a gametogênese, que tal fazer um quadro de resumo e 
estabelecer as diferenças entre a espermatogênese e ovogênese? Neste quadro você 
pode comparar os dois processos quanto ao número de gametas formados, início, 
período de maturação, período de ocorrência, etc.
Teste seu conhecimento
• O que caracteriza a espermatogênese?
• O que são as espermatogônias?
• O que ocorre na espermiogênese? Quais são as mudanças que ocorrem nesta fase?
• O que ocorre no processo da ovogênese?
• Quando ocorre a formação dos ovócitos primários e secundários?
Fertilização
Para que ocorra a fertilização do ovócito por um espermatozoide, algumas eta-
pas devem ser concluídas, a fim de gerar o zigoto adequadamente. A seguir, você 
irá aprender sobre a ovulação, a capacitação do espermatozoide e os processos de 
formação do zigoto.
Ovulação
Na puberdade a menina tem a primeira menstruação, a menarca. A partir deste 
momento, mensalmente ocorrerá o que é chamado de ciclo menstrual, no qual os 
folículos ovarianos irão se desenvolver e liberar um ovócito secundário, conhecido 
popularmente como óvulo, caracterizando a ovulação. Após a menarca, cerca de 
1000 folículos são recrutados para amadurecimento a cada ciclo menstrual, contudo, 
apenas 1 ovócito será liberado. 
Os folículos ovarianos (Figura 8) são classificados:
• Folículo ovariano primordial: cada folículo primordial abriga 1 ovócito primá-
rio estacionado na primeira divisão meiótica. Todos os folículos primordiais já 
estão presentes no ovário no nascimento e permanecem ali até a menopausa. 
É considerado o estágio inicial do desenvolvimento folicular;
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• Folículo ovariano primário: este tipo de folículo contém o ovócito primário 
em seu interior, recoberto por uma camada única de células foliculares. Estas 
células foliculares iniciam a secretar substâncias que formarão a zona pelúcida, 
que envolve o ovócito. No entorno do folículo forma-se uma camada de células 
do estroma ovariano, chamadas de células da teca;
• Folículo ovariano secundário: citado por alguns autores como folículo pré-
-antral, nele as células foliculares passam a se dividir e formar várias camadas, 
constituindo a camada granulosa do folículo. As células da granulosa apresentam 
receptor para o FSH, que como o seu próprio nome diz, é o hormônio que esti-
mula o crescimento dos folículos. O ovócito em seu interior aumenta de tamanho 
e surge a zona pelúcida, uma camada acidófila, formada de glicoproteínas;
• Folículo terciário: somente alguns folículos chegam a este estágio, no qual se 
forma uma cavidade (antro folicular) entre as células granulosas. Esta cavidade 
é repleta de um líquido composto principalmente de proteínas e hormônios. As 
células da teca que envolvem o folículo se diferenciam e iniciam a secretar hor-
mônios esteroides, como o estrogênio;
• Folículo maduro (ou folículo de Graaf): o folículo que atinge este estágio tam-
bém é conhecido como folículo dominante, antral ou pré-ovulatório. Trata-se 
do folículo mais volumoso, com grande quantidade de líquido folicular no an-
tro, podendo chegar a 2,5 cm de diâmetro próximo do momento da ovulação, 
sendo facilmente visualizado na ultrassonografia. O ovócito então completa a 
meiose I e estaciona na metáfase da meiose II, se transformando em um ovóci-
to secundário. Este se encontra preso ao folículo por um pedúnculo de células 
foliculares que o envolve. Ocorre o aumento da liberação de FSH e um pico ele-
vado de LH. Dez a doze horas mais tarde ocorre a ovulação, quando o ovócito 
é eliminado juntamente com essa camada de células foliculares que o rodeiam, 
formando a corona radiata. O epitélio superficial do ovário se modifica e as 
fímbrias da tuba uterina se movimentam para coletar o óvulo. 
Folículo primordial
Ovulação
Ovócito
Ovócito
Ovócito Antro Células
da teca
Células
da teca
Células da
granulosa
Células da granulosa
Zona pelúcida
Núcleo
Folículo maduro Folículo terciário
Folículo primário Folículo secundário
Figura 8 – Desenvolvimento dos folículos ovarianos
Fonte: Adaptado de Getty Images
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UNIDADE Introdução à Embriologia
Com a liberação do óvulo, as células da teca e do folículo remanescente dão 
origem ao corpo lúteo (ou amarelo) (Figura 9). O corpo lúteo é um aglomerado 
de células com função endócrina temporária, uma vez que previamente as suas 
células já produziamhormônios. São produzidos então estrógeno e progestero-
na, que agem sobre a mucosa uterina preparando o tecido para implantação do 
zigoto. Além disso, a progesterona impede o desenvolvimento de novos folículos 
ovarianos, e consequentemente, bloqueia a futura ovulação. Caso não ocorra a 
fertilização por um espermatozoide, o corpo lúteo persiste por mais 10 a 14 dias 
(segunda metade do ciclo menstrual) e após degenera pela falta de LH. Caso 
ocorra a gravidez, o corpo lúteo aumenta de tamanho e persiste até o 6º mês de 
gestação. As células do corpo lúteo degeneram, seus restos celulares são fago-
citados por macrófagos e o local é ocupado por uma cicatriz de tecido conjunti-
vo denso, denominado corpo albicans (GLEREAN; SIMÕES, 2013; GARCIA; 
FERNÁNDEZ, 2000; SADLER, 2019).
Folículos primordiais
Folículos primário
Folículos pré-antral
Folículo antral precoce
Folículo maduro
(ou de Graaf)
Folículo liberando
o óvulo
Óvulo liberado
Corpo lúteo em desenvolvimento
Corpo lúteo
Corpo albicans
Figura 9 – Desenvolvimento folicular e ovulação
Fonte: Adaptado de Getty Images
Ative as legendas e assista ao vídeo “Ovulação“ e veja como ocorre a ovulação. 
Disponível em: https://youtu.be/AvYFm3MXpQM
Capacitação dos Espermatozoides
Uma vez liberado o óvulo e captado pelas fímbrias, este irá migrar por meio dos 
batimentos ciliares das células do tecido da tuba uterina até encontrar os espermato-
zoides. Apenas 1% dos espermatozoides ejaculados penetra no colo do útero. O tra-
jeto desde o colo do útero até a tuba uterina pode demorar até 6 dias, e depende da 
contração muscular do útero, dos ovidutos e da propulsão dos espermatozoides. Ao 
se aproximarem do ovócito sua motilidade aumenta em função de fatores quimiotá-
ticos produzidos pela corona radiata (Figura 10). 
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Corona radiata
Células foliculares
Citoplasma
Núcleo
Membrana plasmática
Zona pelúcida
Figura 10 – Estrutura do ovócito secundário
Fonte: Adaptado de Getty Images
A fertilização geralmente ocorre na região da ampola da tuba uterina. Contudo, 
os espermatozoides não são capazes de fecundar o ovócito logo após a sua chegada 
no sistema reprodutor feminino. Para tanto, é necessário que ocorra a capacitação
e reação acrossômica.
A capacitação é o processo de tornar o espermatozoide apto para a fecundaç ã o. 
Dura aproximadamente 7 horas e envolve a interação entre os espermatozoides e 
a mucosa do oviduto. Neste processo, a camada de glicoproteínas e proteínas plas-
máticas é removida da região do acrossomo do espermatozoide. Isto permite que os 
espermatozoides aumentem sua motilidade e desbloqueiem proteínas que se ligarão 
à zona pelúcida posteriormente. 
Apenas gametas capacitados, cerca de 500 dos quase 300 milhões de espermato-
zoides liberados durante o ato sexual, são capazes de ultrapassar as células da coroa 
radiata e sofrer a reação acrossômica. 
Após a capacitação, a fertilização ocorre da seguinte maneira (Figura 11):
1. Penetração da coroa radiata;
2. Penetração da zona pelúcida, mediante ligação do espermatozoide com 
a proteína receptora ZP3;
3. Reação acrossômica (após ligação com ZP3), na qual o espermatozoide, 
previamente capacitado, libera enzimas acrossomais a fi m de dissolver 
as junções celulares e a zona pelúcida do ovócito, entrando em contato 
direto com a membrana plasmática do oócito. Esse contato estimula a 
liberação de enzimas lisossomais da membrana plasmática do ovócito, 
causando uma reação da zona, ou reação cortical, que bloqueia a polies-
permia, ou seja, a penetração de outros espermatozoides;
4. Fusão entre as membranas do ovócito e do espermatozoide, por meio da 
interação entre integrinas do ovócito e desintegrinas do espermatozoide 
(GARCIA; FERNÁNDEZ, 2000; SADLER, 2019).
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UNIDADE Introdução à Embriologia
Zona pelúcida
Membrana plasmática
Corona radiata
Espermatozoide
Acrossoma
Núcleo de
espermatozoide
Núcleo
de ovo
Figura 11 – Reação acrossômica e fertilização
Fonte: Getty Images
Ative as legendas em português e assista ao vídeo “Fertilização“. Onde é apresentado o 
resumo do processo de fertilização, disponível em: https://youtu.be/_5OvgQW6FG4
Processo Envolvido na Formação do Zigoto
Após a fusão entre as membranas do ovócito e do espermatozoide, o núcleo do 
espermatozoide entra no citoplasma do ovócito. Com isto, o ovócito retoma a divisão 
celular e finaliza a meiose II, gerando o segundo corpúsculo polar. Os pró-núcleos com 
23 cromossomos dos dois gametas perdem suas membranas nucleares e se fundem, 
formando o núcleo do zigoto, com 46 cromossomos (Figura 7) (SILVERTHORN, 2017).
Após a fertilização, a célula, agora conhecida como zigoto, inicia a divisão celular 
mitótica e migra lentamente ao longo do oviduto até chegar ao útero, onde se im-
plantará e permanecerá por toda a gestação (Figura 12).
Óvulo
Espermatozoide
Corpúsculo polar
Núcleo do óvulo
Núcleo do espermatozoide
Fertilização
Zigoto
Embrião estágio
2 células
Embrião estágio
4 células
Embrião estágio
8 células
Mórula
16 células Blastocisto
58 células Blastocisto
Blastocisto
parcialmente
implantado
Figura 12 – 1ª semana do desenvolvimento embrionário
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Você Sabia?
A partir da fertilização é possível determinar o sexo do novo indivíduo. O ovócito, pro-
veniente da mãe (XX), sempre carrega um cromossomo X. Já o espermatozoide, pro-
veniente do pai (XY), pode carregar um cromossomo X, ou um cromossomo Y. Se o es-
permatozoide que fecundar o ovócito possuir um cromossomo X, a célula formada será 
XX, logo, formará um embrião feminino. Se o espermatozoide levar o cromossomo Y, 
formará ao fertilizar o ovócito uma célula XY, ou seja, um embrião masculino. 
Teste seu conhecimento
• Qual é a origem do corpo lúteo? Qual é sua função?
• Em qual região geralmente a fertilização ocorre?
• Como ocorre o processo de capacitação do espermatozoide?
• Como o espermatozoide penetra no óvulo?
• Por que ocorre a liberação de enzimas lisossomais da membrana plasmática do ovócito?
Pré-implantação
Previamente à implantação do embrião no útero, ele passa por diversos processos 
que serão vistos a seguir.
Desenvolvimento do embrião desde as 
primeiras células até a formação do blastocisto
Uma vez formado o zigoto, este iniciará a se dividir por mitose, gerando células 
idênticas e diploides. O zigoto aumenta o número de células, porém elas se tornam 
menores a cada divisão (Figura 12). Esse processo é conhecido como clivagem e as 
células formadas são chamadas de blastômeros. Aproximadamente 3 dias após a 
fertilização, o embrião atinge o estágio de 16 células e forma uma bola compacta de 
células, conhecida como mórula, por ser semelhante a uma amora. Ao atingir em 
torno de 50 a 60 células, o embrião passa a se chamar blastocisto. 
Durante todo esse período, em torno de 4 a 5 dias, o embrião se desloca lenta-
mente pelo oviduto através do batimento ciliar e das contrações da tuba uterina, por 
ação da progesterona. Ao entrar na cavidade uterina, um fluido começa a se formar 
no interior do blastocisto, dando origem à blastocele. O grupo de células do interior 
do blastocisto se junta em um polo e é chamado de embrioblasto, que dará origem 
aos tecidos do próprio embrião e às membranas extraembrionárias. As membranas 
extraembrionárias são formadas pelo âmnio, que produz o líquido amniótico em 
que o embrião ficará mergulhado; pelo alantoide, que formará parte do cordão um-
bilical que ligará mãe e filho; e o saco vitelino, que desaparece ainda no início do 
desenvolvimento humano. Já as células da massa externa se achatam e formam o 
trofoblasto, que auxiliará na formação da placenta (GARCIA; FERNÁNDEZ, 2000; 
SADLER, 2019; SILVERTHORN, 2017).
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UNIDADE Introdução à Embriologia
Estágios importantes da fase de pré-implantação
Nas primeiras fases de clivagem, a zona pelúcida se mantém íntegra, impedindo 
que os blastômeros se separem ou que ocorra a implantação do embrião na tuba 
uterina. A zona pelúcida desaparece na fase de blastocistoe possibilita que a implan-
tação do embrião inicie, cerca de 6 dias após a fertilização. 
O blastocisto permanece livre no útero por aproximadamente 2 dias, até que faça 
contato com o epitélio do endométrio uterino. A partir deste contato, o trofoblasto 
se modifica: forma uma região que engloba o blastocisto, o citotrofoblasto, e uma 
região externa, que forma prolongamentos que invadem e penetram no endomé-
trio, constituindo o sinciciotrofoblasto. Pesquisas recentes demonstraram que as 
selectinas L nas células do trofoblasto e os receptores dessas proteínas no epitélio do 
endométrio estão envolvidas no início da ligação do blastocisto ao útero. Após esta 
ligação, outras proteínas, as integrinas, também entram em ação se ligando às molé-
culas laminina e fibronectina, responsáveis pela ligação e migração, respectivamen-
te, do sinciciotrofoblasto ao útero (GARCIA; FERNÁNDEZ, 2000; SADLER, 2019). 
Importância e duração da fase de pré-implantação
Ao fim da 1ª semana de desenvolvimento, após as fases de mórula e blastocisto, 
é possível verificar uma implantação superficial do embrião no útero. Porém, para 
que ocorra implantação adequadamente, o endométrio deve estar preparado para a 
recepção do hóspede, o que veremos na próxima unidade.
Existem vários métodos de contracepção, a fim de evitar a gravidez. A anticoncepção pode 
ser feita por métodos reversíveis: métodos hormonais, como os anticoncepcionais orais; 
métodos de barreira, como o diafragma e os preservativos masculino e feminino; e o dis-
positivo intrauterino. Existem também métodos considerados irreversíveis, como a este-
rilização tubária (laqueadura) e a vasectomia, ainda que dependendo do método utilizado 
na cirurgia, estes procedimentos podem ser reversíveis. Não existe um método 100% eficaz, 
mas com o auxílio médico é possível encontrar o método mais adequado àquela pessoa ou 
casal, a partir da análise dos efeitos adversos, problemas na utilização, estilo de vida, etc. 
Diante disso, faça uma pesquisa na literatura, elencando todos os métodos anticoncepcio-
nais e explicando como eles impedem a gravidez e em qual fase do processo (gametogêne-
se, fertilização, implantação) interferem.
Teste seu conhecimento
• Diferencie blastômero, mórula e blastocisto.
• Qual é a função da zona pelúcida?
• Qual é a função das proteínas integrinas?
• Qual é a função do trofoblasto?
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Embriologia 
Leia os capítulos 3 e 4 – “Espermatogênese” e “Ovogênese”, do livro Embriologia.
https://bit.ly/2CeVP0q
Langman – Embriologia médica
Leia os capítulos 2 e 3 – “Gametogênese | Conversão de Células Germinativas em 
Gametas Masculinos e Femininos” e “Primeira Semana do Desenvolvimento | Da 
Oocitação à Implantação” , do livro Langman – Embriologia médica.
https://bit.ly/2CeVP0q
 Vídeos
The menstrual cycle
Entenda melhor o ciclo menstrual, ative as legendas em português. 
https://youtu.be/tOluxtc3Cpw 
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UNIDADE Introdução à Embriologia
Referências
CARLSON, B. M. Embriologia humana e biologia do desenvolvimento. 5. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
BARRETO, F. C. Embriologia descomplicada. Rio de Janeiro: Flavio Chame 
Barreto Ed., 2019. 
GARCIA, S. M. L. de; FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: 
Grupo A - Artmed, 2000. 
MEZZOMO, L. C. Embriologia clínica. Porto Alegre: Sagah, 2019. 
MOORE, K.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia clínica. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2016. 
SADLER, T. W. Langman: embriologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019.
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Outros materiais