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Introdução a arquitetura renascentista

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INTRODUÇÃO A ARQUITETURA RENASCENTISTA
Por Thaís Margarida Reis de Paula
Sumário
1 - Introdução ao Renascimento Italiano
1.1 - Humanismo
2 - Renascimento científico
2.2 - Leonardo da Vinci
2.3 - Outros aspectos da vertente científica
3 - Arquitetura na Itália
3.1 - Introdução da Arquitetura do Renascimento
3.2 - Principais características da Arquitetura
4 - Arquitetos mais importantes
4. 1 - Filippo Brunelleschi
4.1.1 - Contemporâneos e sucessores de Brunelleschi em Florença
4.1.1.1 - Michelozzo di Bartolomeo
4.1.1.2 - Lorenzo Ghiberti (1378-1455)
4.1.1.3 - Donatello di Betto Bardi - Escultor italiano (Florença 1386 – id. 1466)
4.1.1.4 - Leon Battista Alberti - Humanista (Gênova 1404 – Roma 1472)
4.1.1.5 - Andrea del Verrocchio (1435-1488)
4.1.1.6 -Donato d’Angelo Bramante - Arquiteto italiano (perto de Urbino 1444 – Roma 1514)
4.1.1.7 -Michelangelo Buonarroti (1475- 1564)
5 - Florença: A fachada de S. Lorenzo
6 - A Basílica de São Pedro
1 - Introdução ao Renascimento Italiano
O movimento artístico que chamamos de Renascimento, teve seu início em Florença na Itália, o período que o abrangeu foi chamado pelos italianos de Quatrocento e de Cinquecento nos séculos XV e XVI respectivamente. 
Marcou a transição do sistema feudal para o domínio burguês e implantação do capitalismo em uma sociedade que havia passado por um período de “trevas”, a Idade Média. 
O objetivo do Renascimento não foi o de copiar obras da Antigüidade, mas o de igualá-la, e se fosse possível, o de superá-la. Na prática, isto significava que a autoridade concedida aos modelos antigos estava longe de ser ilimitada. 
Os escritores procuraram exprimir-se com precisão e eloquência ciceronianas, mas não apenas em latim. Os arquitetos não passaram a reproduzir os templos pagãos, mas as suas igrejas eram traçadas “all’ antica” (à maneira dos antigos), usando um repertório arquitetural baseado no estudo das construções clássicas. 
Os médicos renascentistas admiraram os manuais anatômicos dos antigos, considerando-os muito mais certos que os da Idade Média, mas descobriram também falhas nesses consagrados textos clássicos ao aferi-los pela experiência direta na mesa de dissecação, aprendendo a confiar na evidência proporcionada por seus próprios olhos. 
De fato, seus expoentes consideravam-se os filhos e herdeiros da arte clássica, da qual desejavam fazer renascer as formas, ou, pelo menos, o espírito. Chegavam ao ponto de repudiar quaisquer ligações com as experiências artísticas posteriores à arte clássica. 
Esta atitude só se ficava a dever a admiração que lhes despertavam as obras dos antigos, como pelo contrário acima de tudo - à arraigada convicção de que a arte, como a ciência, tinha as suas próprias leis e que estas já tinham sido descobertas e aplicadas pelos artistas gregos e romanos. 
1. 1 - Humanismo
O Renascimento foi, de certa maneira, a expressão do movimento humanista nas Filosofia, Artes, Letras e Ciência, constituindo-se em uma surpreendente renovação da vida em diversos aspectos. 
O humanismo renascentista é um movimento intelectual para valorizar o conhecimento desenvolvido na antiguidade clássica. Contudo, não se tratava de apenas copiar, mas retratar alguns valores do período da sua maneira. 
Além disso, o ser-humano se tornou o centro das preocupações e indagações através de uma posição antropocêntrica em oposição ao Teocentrismo medieval. 
Todavia, com o enriquecimento proporcionado pelo comércio, a burguesia ainda vivia de forma contraditória aos valores da Nobreza e Igreja medievais. 
Para difundir os novos conceitos, banqueiros, burgueses e mercadores promoveram a disseminação da nova visão de mundo conforme suas concepções racionalistas e o acúmulo de riquezas. 
Em contra partida, a decadente nobreza buscava integrar os artistas e intelectuais do renascimento por meio de patrocínios (mecenato) aos seus trabalhos e pesquisas. Dessa forma, acreditavam manter o Absolutismo Monárquico. 
Temos como exemplos desse período, as obras “A divina comédia”, de Dante Alighieri e “O príncipe”, de Nicolau Maquiavel.
2 - Renascimento científico
2.2 - Leonardo da Vinci
Artista e sábio italiano (Vinci, perto de Florença, 1452 – castelo de Clos-Lucé, perto de Amboise, 1519).
Aprendeu pintura e desenho no ateliê de Verrocchio por volta de 1470, dedicando-se também à matemática e à música. Florença o empregou pouco, em 1482, Leonardo partiu para Milão e ofereceu a Ludovico, o Mouro, seus serviços de engenheiro militar, arquiteto, escultor e pintor.
Iniciou a estátua equestre do pai do duque, decorando uma sala do castelo Sforzesco, organizou os divertimentos da corte. 
Sendo Ludovico expulso pelos franceses, o artista foi para Mântua (1499), Veneza, Roma e, em 1503, voltou a Florença, onde competiu com Michelangelo (desenhos da Batalha Anghiari).
Estabeleceu-se de novo em Milão (onde teve como rivais pintores como Boltraffio, A. Solário e Luini), depois em Roma, onde o grande homem era então Rafael (a quem influenciou) e onde foi tido como filósofo quimérico, instável estrangeiro no mundo real.
Desiludido, em 1516 aceitou o convite de Francisco I da França, que lhe proporcionaria um fim de vida tranquilo em Cloux.
Iniciador do segundo Renascimento, Leonardo foi muito mais do que o grande pintor que nele viram seus contemporâneos: inventor do sfumato, esse meia-luz vaporosa que banha as formas com uma poesia inefável
Além disso, ele foi o autor de alguns dos mais célebres arquétipos pictóricos do Ocidente: Adoração dos magos, inacabado, de 1481 (Uffizi), A virgem dos Rochedos, A Ceia, mural do convento de Sta. Maria delle Grazie, em Milão (1496-1498, muito danificada), A Virgem, o Menino Jesus e Sant’Ana (Louvre), a MonaLisa.
Tão dotado para a investigação científica quanto para as artes, tão apaixonado pela pesquisa intelectual quanto observador (muito à frente do seu tempo) dos fenômenos naturais, demonstrou a dimensão enciclopédica de sal curiosidade (anatomia, geologia e paisagem, estudos de animais e vegetais, mecânica, hidráulica, arquitetura e fortificações, matemática, perspectiva, óptica etc) em seus numerosos cadernos (Milão, Londres, Paris, Madri), em que desenhos associados ao texto alternam precisão e força visionária.
Na idade avançada (morreu na França em 1519), Leonardo dedicou-se cada vez mais aos seus interesses científicos. 
A arte e a ciência foram unidas pela primeira vez na descoberta, feita por Brunelleschi, da perspectiva sistemática; a obra de Leonardo representa o auge desta tendência. 
O artista, em seu entender, não só devia conhecer as regras de perspectiva, mas também todas as leis da natureza, sendo os olhos o instrumento perfeito para adquirir tal conhecimento. 
O alcance extraordinário das suas investigações pessoais está presente nas centenas de desenhos e notas que esperava incorporar numa série de tratados enciclopédicos. 
A sua originalidade como cientista continua a ser discutida, mas há um campo em que a sua importância permanece incontestada: foi criador da moderna ilustração científica, um instrumento essencial para anatomistas e biologistas. 
Um desenho como o Embrião no Útero une uma capacidade de observação vívida a clareza analítica de um diagrama, ou – parafraseando as próprias palavras de Leonardo – a vista do exterior à vista do interior. 
Os testemunhos dos contemporâneos mostram que Leonardo gozava de reputação como arquiteto. 
No entanto, a construção parece tê-lo interessado menos que os problemas básicos do traçado e da estrutura. 
Os numerosos projetos arquitetônicos entre os seus desenhos destinavam-se, na maioria, a ficar no papel. Tais esboços, especialmente os do período milanês, possuem, todavia, uma grande importância histórica, pois só através deles se consegue estabelecer a transição do Proto-Renascimento para o Renascimento 
2.3 - Outros aspectos da vertente científica
Nesse período, surgiu um espírito crítico contra o “princípio da autoridade” vigente. Por isso, tornou-se necessário comprovar teses, o que entrava em desacordo com os ensinamentos daIgreja. A Santa Inquisição acabou por sufocar muitos cientistas brilhantes apenas para defender seus dogmas. 
Um exemplo foi Giordano Bruno que, não se retratou ao defender a tese sobre um “universo infinito totalmente compatível ao conceito de um Deus infinito”. Devido a essa heresia, ele foi amarrado em uma estaca e posto em praça pública. Em seguida, sua língua foi perfurada e acabou queimado vivo. 
3 - Arquitetura na Itália
3.1 - Introdução da Arquitetura do Renascimento
Os principais traços do renascimento foram a imitação das formas clássicas da antiguidade greco-romana e a preocupação com a vida profana, o humanismo e o indivíduo. O florentino Filippo Brunelleschi (1377-1446) foi quem apresentou a nova concepção renascentista na arquitetura.
As duas formas arquitetônicas - Gótica e renascentista - conviveram durante mais de duzentos anos, até serem de certa forma, eclipsadas pelo barroco. 
Se no princípio rivalizavam entre si, logo mais passaram a completar-se. Os adornos, os elementos decorativos, a forma das colunas Góticas desapareceram, em favor da decoração renascentista. 
Contudo, muitas das grandes obras renascentistas não poderiam ter surgido sem o conhecimento da técnica do gótico. 
O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica.
A coluna Gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas. 
Nas abóbadas Góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros. 
A janela Gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos.
A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a Gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade. Em suma, pelo Renascimento adentro, o que preponderou nas construções religiosas e leigas da Itália foi o estilo renascentista, mas a técnica da construção Gótica foi de grande valia para os feitos dos grandes arquitetos italianos.
3.2 - Principais características da Arquitetura
· Ordens Arquitetônicas;
· Arcos de Volta-Perfeita; 
· Simplicidade na construção;
· A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas; 
· Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares).
4 - Arquitetos mais importantes
4. 1 - Filippo Brunelleschi
Arquiteto e Escultor italiano (Florença 1377 – id 1446). Depois de sólidos estudos teóricos, tornou-se aprendiz de ourives, participou- com um vigoroso alto-relevo – do concurso para a porta do batistério de Florença (que seria executada por Ghiberti) e partiu para trabalhar em Roma, onde teve a revelação das ruínas antigas. 
Criador da perspectiva exata, em que os pontos do espaço retratado obedecem a uma norma única de projeção ao instituir a técnica do “olho fixo” que observa o espaço como que por meio de um instrumento ótico, definindo as proporções do objeto do espaço e do espaço entre eles em relação a esse único foco visual.
De volta a Florença, construiu o gracioso pórtico do hospital do Inocentes, segundo o princípio do traçado modular à antiga: foi o primeiro edifício renascentista da cidade (1410).
Sua maior obra, a cúpula da catedral de Florença, guarda uma forte influência gótica. Tendo a forma hexagonal foi colocada sobre um tambor octogonal. Brunelleschi dispensou os contrafortes laterais medievais e compactou bem as paredes tornando-as grossas e pesadas
Seu domo de S. Maria Del Fiore (1420-1436) é uma obra da engenharia que genialmente extrapola, para cobrir, sem arqueamentos, um vão de 41 metros, o sistema duplo casco do domo medieval do batistério.
A clareza rítmica caracteriza a organização interna de seus projetos: a velha sacristia de S. Lorenzo, as igrejas de tipo basilical S. Lorenzo (1420) e S. Spirito (projeto de 1436), a capela do Pazzi (1492).
Nos seus últimos dez anos de vida, Brunelleschi recebeu crescentes encomendas, de Mântua, de Milão, de Pisa, ou mesmo de Florença, para palácios, igrejas e fortalezas, que seus discípulos executaram, entre estes Michelozzo e Alberti.
4.1.1 - Contemporâneos e sucessores de Brunelleschi em Florença
4.1.1.1 - Michelozzo di Bartolomeo
Arquiteto, escultor e ornamentista italiano (Florença 1396 – id. 1472)
Assistente, durante muito tempo, de Ghiberti, e depois de Donatello, tornou-se, em seguida, um grande construtor a serviço dos Médici, em Florença: convento de San Marco (1437-1452), renovação de Santa Annunziata (com uma rotunda, em estilo antigo, à guisa de couro) e construção do Palácio Médici, protótipo dos palácios toscanos do Renascimentos (144 em diante). 
Trabalhou também em Pistóia, Milão, Dubrovnik, inspirando-se em Brunelleschi e elaborando uma síntese decorativa de grande elegância.
4.1.1.2 - Lorenzo Ghiberti (1378-1455)
Escultor do Quattrocento italiano, Ghiberti conseguiu impor, sobre as influências góticas, os novos postulados estéticos inspirados no mundo clássico que caracterizariam a arte renascentista.
Lorenzo Ghiberti nasceu em Pelago, Itália, por volta de 1378. Formou-se na oficina do ourives florentino Bartolo di Michele. 
Abandonou Florença para trabalhar em Pesaro, como pintor de Sigismondo Malatesta, mas regressou para candidatar-se à execução da segunda porta do batistério daquela cidade. O tema escolhido foi o sacrifício de Isaac e, apesar de concorrer com artistas do porte de Filippo Brunelleschi, Ghiberti foi o escolhido. 
A segunda porta, dividida em compartimentos de formas quadriculadas, mostra cenas bíblicas com poucos personagens e só foi terminada em 1424. 
Pouco depois, Ghiberti recebeu também a encomenda da terceira porta do batistério de Florença, tão bela que mais tarde Michelangelo achou-a digna de servir de porta do Paraíso.
Além dessas monumentais obras, esculpiu as estátuas de São João Batista, São Mateus e Santo Estêvão para Or San Michele, os relevos da pia batismal de Siena e peças de ourivesaria, hoje desaparecidas. 
Lorenzo Ghiberti morreu em Florença em 1º de dezembro de 1455 e deixou uma autobiografia intitulada “I commentari” (Comentários).
4.1.1.3 - Donatello di Betto Bardi - Escultor italiano (Florença 1386 – id. 1466)
Como assistente de Ghiberti, realizou, em Florença, algumas das obras essenciais do quattrocento. Desenvolveu a arte do “schiacciato”, modelado achatado capaz de exprimir a perspectiva por diferenças mínimas de relevo [pedestal de São Jorge de Orsanmichele (1416), pias batismais de Siena, altar-mor de Santo Antônio em Pádua], e afirmou um sentido de espaço e uma expressividade [Davi do palácio dos Medici (Bargello), profetas do Campanário, entre os quais Habacuc, apelidado il Zuccone, “o cabeçudo”, primeira abordagem do realismo expressionista de suas últimas obras (Madalena arrependida, em madeira, no Batistério)], que representam, ao lado de um classicismo talvez herdado da Roma antiga (A Anunciação de Santa Croce, a estátua eqüestre do Gattamelata, em Pádua) algumas das maiores aquisições da Renascença.
4.1.1.4 - Leon Battista Alberti - Humanista (Gênova 1404 – Roma 1472)
Seus tratados de pintura (1435) e de arquitetura (iniciado em 1450) fazem dele o primeiro grande teórico de artes do Renascimento. As referências à antiguidade, à natureza e à razão humana levam-no à procura de uma harmonia calcada em bases científicas.
Produziu plantas e maquetes para o templo Malatesta, em Rimini (1450), o palácio Rucellai, e depois a fachada de Santa Maria Novella, em Florença, as igrejas de San Sebastiano (1460) e Sant’Andrea (1470), em Mântua.
Sendo conhecido essencialmente como arquiteto, Alberti também foi pintor, escultor, compositor, escritor, poeta, dramaturgo, matemático e filósofo. 
Muito culto, ele foi um símbolo da elite dessa época. Pelasua versatilidade, seu nome aparece associado ao de Leonardo da Vinci.
A sua obra é vasta, por isso importa realçar que foi o autor da primeira análise científica da perspectiva. 
Preocupando-se com o estudo das proporções dos edifícios, da geometrização do espaço e da perspectiva, Leon Alberti partilhou dos princípios do seu amigo Brunelleschi. 
Alberti reivindicava que deveria ser mantido um estilo padronizado nas fachadas dos edifícios, e que a sua altura deveria ser regular para se obter uma cidade mais bonita e harmoniosa, ressurgindo assim o urbanismo clássico. Em sua obra “De Re Aedificatoria”, Alberti propôs uma estética de harmonia e proporção, tendo como ponto de partida as contribuições e técnicas que já eram dominadas pelos gregos e romanos.
Leon Alberti transformou a igreja gótica de San Francesco em um “Templo da Fama”, a pedido do senhor Malatesta. A fachada do palácio de S. Francesco conserva o seu caráter romano antigo, formando uma basílica. 
Ele construiu o edifício com fachadas laterais constituídas por severos e profundos nichos de arcos de volta-perfeita, com sarcófagos de pedra. 
Com três nichos semelhantes na fachada, sendo que o maior emoldura a porta central e os laterais (que agora estão tapados) destinavam-se a receber túmulos do senhor Malatesta e de sua mulher. 
Inspirados nos arcos da antiga Roma, os nichos eram rodeados por colunas. Essas colunas são consideradas autônomas, pois ficam salientes. 
Estas saliências permitem que as divisórias verticais da fachada fiquem mais evidentes que as horizontais, e as colunas parecem ser concebidas para sustentar algo importante do andar superior. 
Alberti foi planejando, e o nicho com uma janela rodeada por uma pilastra ficou apenas sobre o portal, e com isso, o segundo andar não seguiu o modelo do primeiro. 
Leon Battista Alberti em respeito ao público, parece ter encarado a arquitetura como uma atividade extremamente política, entendendo que o arquiteto é um conservador e um criador de cultura, capaz de oferecer segurança à comunidade da cidade.
4.1.1.5 - Andrea del Verrocchio (1435-1488)
Andrea de del Verrochio, nasceu em Florença em 1435 e além de escultor, também foi pintor e administrou um ateliê, onde teve muitos alunos, como Leonardo da Vinci, Perugino e Lorenzo di Credi. 
Em seu quadro mais famoso, o "Batismo de Cristo", um dos dois anjos e a paisagem no fundo foram pintados pelo jovem da Vinci.
O artista foi aprendiz do ourives Giuliano Verrocchi, cujo nome, ao que parece, adotou. No entanto, provavelmente, estudou escultura com Antonio Rossellino e pode ter estudado também com Donatello, além de pintura com Alesso Baldovinetti. 
Com a morte de Donatello, em 1466, Verrocchio tornou-se o artista favorito dos Medici, para cujas recepções e festividades concebeu estandartes e outros elementos decorativos.
A primeira obra de Verrochio foi o sepulcro suntuoso de Pedro e João de Médici, construído na igreja de San Lorenzo (Florença). A obra, concluída em 1472, foi construída em mármore, com pórfiros coloridos e ornamentada em bronze. Muito mais conhecido é, porém, o juvenil "David" do Bargello em Florença, anterior a 1476.
A morte de Verrocchio, contudo, deixou o túmulo do cardeal Forteguerri (1476-1488) na catedral de Pistóia inacabado. Sua forma atual foi dada por alguns escultores barrocos no século XVII.
Em Florença, sua obra em bronze mais importante é talvez "Cristo e São Tomás" (1467-1483), na fachada do Or San Michele. 
Vale salientar, no entanto, que sua obra-prima é a estátua equestre em bronze do condottiere Bartolomeo Colleoni, em Veneza. A obra, encomendada em 1483, ainda não estava pronta quando Verrocchio morreu em Veneza, em 1488. A peça foi fundida pelo escultor veneziano Alessandro Leopardi e inaugurada, de fato, em 1496.
4.1.1.6 -Donato d’Angelo Bramante - Arquiteto italiano (perto de Urbino 1444 – Roma 1514).
Começou como pintor perto de Melozzo, passando à Lombardia, Bérgamo (1477) e depois Milão, onde construiu o batistério poligonal de S. Maria junto a S. Satiro, de ornamentação ainda florida, mas um projeto para a fachada mostra-o ao mesmo tempo como herdeiro de Alberti e precursor de Palladio, e depois a enorme abside de S. Maria delle Grazie (1492). 
A segunda parte de sua carreira, em Roma (1499), fez dele o primeiro mestre da Renascença clássica, apaixonado pela organização dos volumes e pelos contrastes de luz.
Depois do pequeno templo redondo de S. Pietro in Montorio, construiu diversos palácios e foi incumbido por Júlio II dos grandes trabalhos de renovação do Vaticano: galerias do pátio S. Damasco, imenso pátio com desníveis do Belvedere (hoje alterado), com espaços “rítmicos” (motivos alternados), adoção do plano central para São Pedro, demolições que visavam criar as vias de acesso da Roma moderna.
4.1.1.7 -Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564)
Quando Michelangelo Buonarroti recebeu sua primeira encomenda arquitetônica, em 1516, sua fama já havia se espalhado além das fronteiras da Itália. Quatro anos antes, ele completara os afrescos da Capela Sistina e nos dez anos anteriores esteve envolvido com o túmulo de Júlio II, uma obra que iria mantê-lo ocupado, no total, por vinte anos.
Até o final da vida, Michelangelo descreveu a si próprio como escultor, e sempre tentou lançar mão desse pretexto para recusar encomendas no campo da arquitetura ou da pintura.
5 - Florença: A fachada de S. Lorenzo
Michelangelo foi empregado em três importantes projetos ligados a S. Lorenzo, a igreja da família Médici em Florença. O interior havia sido concluído por volta de 1470. Para a fachada, que permanecerá sem acabamento, Brunelleschi havia planejado um revestimento em mármore no modelo de S. Miniato ou de S. Maria Novella.
Considerando a nova concepção de estilo e a personalidade do artista, além de suas exigências em relação à qualidade do próprio trabalho, a praticidade desse esquema deve ter perecido duvidosa desde o início. 
Na verdade, Michelangelo encarou o empreendimento como algo não mais visionário. Que seus primeiros estudos para o túmulo de Júlio II. 
Os projetos da fachada tinham muito em comum com este, e nos dois casos os elementos arquitetônicos entre as enormes estátuas e os relevos deveriam agir simplesmente como moldura e fundo. Apenas uma vez Michelangelo foi capaz de representar em sua totalidade essa concepção da relação entre o corpo humano e a estrutura arquitetônica, e isso ocorreu nos afrescos da Capela Sistina.
6 - A Basílica de São Pedro
Quando sucedeu Sangallo como arquiteto chefe da Basílica de São Pedro, em 1546, Michelangelo aventurou-se em uma tarefa, que para muitos de seus contemporâneos, parecia estar além das capacidades humanas. Michelangelo apresentou duas maquetes com projetos totalmente diferentes; foi somente com o apoio do papa que ele conseguiu que seu arranjo fosse aceito.
A cúpula principal da Basílica de São Pedro é sustentada pelos pilares de Bramante e como era sua intenção, domina a vista exterior da igreja. Michelangelo arquitetou os métodos práticos que permitiram realizar as idéias de Bramante e foi ele quem fundiu a cúpula com conjunto de paredes que cerca o interior do edifício, criando assim uma unidade artística na qual os elementos individuais têm uma função estrutural e estética perfeitamente clara. 
A relação interativa entre o par de pilastras que se impõe a partir solo e o poderoso entablamento é encontrada novamente no cruzamento das linhas verticais e horizontais do ático do tambor. 
Essa polaridade entre os elementos de apoio, em repouso e outros que “pairam acima” encontra sua expressão definitiva na cúpula. O perfil íngreme alto, da calota externa de Della Porta torna a cúpula concluída mais leve, e as verticais que até ali se elevam, mais pronunciadas do que pretendia Michelangelo, contudo a cúpula que vemos hoje está tão de acordo com as idéias deste, que podemos contemplá-la como sua própria obra.
Bibliografia
HEYDENREICH, Ludwig H. Arquitetura na Itália 1400-1500. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 1998.
LAROUSSE CULTURAL.Grande Enciclopédia. Volumes 1, 4, 8, 15 e 16. Nova Cultural, 1998.
MARTINDALE, Andrew. O Renascimento. Coleção O Mundo da Arte - Enciclopédia das artes plásticas. Editora: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publ. São Paulo, 1979.
ROBERTS, J. M. O livro de ouro da História do Mundo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.

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