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Curso | Motorista de Transporte de Cargas Motorista de Transporte de Cargas 220 horas Curso | Motorista de Transporte de Cargas 2 PREFÁCIO O presente material e uma junções de Leis, Decretos, Resoluções, Portarias das Agências e Órgãos de Regulamentações Nacional Transporte e Trânsito e do Código de Trânsito Brasileiro, bem como, a compilação de materiais diversos de outros autores que desenvolvem conteúdos relacionados ao tema proposto neste Módulo. Este material foi desenvolvido seguindo uma linha de pesquisa bibliográfica pré-elaborada, conforme desposto na emenda desta unidade curricular disponibilizada pela instituição, atendendo os requisitos básicos da Resolução nº. 168, de 14 de dezembro de 2004. Assim, o presente autor buscou de forma semântica analisar o maior número de materiais públicos e de fontes confiáveis para a elaboração do mesmo, tendo em vista a falta de uma bibliografia voltada para tal tema. O material foi disposto em uma parte introdutora e módulos avançados com o foco de apresentar cada tópico com o maior número de informações e conhecimento na área em estudo, de forma clara e objetiva permitindo assim um aprendizado mais dinâmico e atualizado por parte do aluno. Contudo, o mesmo foi desenvolvido de forma holística e atual dentro do tema, buscando maximizar o maior número de conhecimento possível, claro e dinâmico. Espero que o mesmo possa ser ferramenta de aprendizado e desenvolvimento de novos profissionais no setor de logística de carga. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..........................................................................................7 OBJETIVOS ....................................................................................................8 CAPÍTULO I - LEGISLAÇÃO GERAL SOBRE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA..........................................................................................9 1.1. TERMOS TÉCNICOS ............................................................................10 1.2. LIMITES LEGAIS X LIMITES TÉCNICOS .............................................11 1.3. IDENTIFICAR ESSES VALORES NOS CATÁLOGOS DOS CAMINHÕES .............................................................................................................12 1.4. TRANSPORTE DE CARGAS ................................................................13 1.4..1. DEFINIÇÕES DE CARGAS ...............................................................13 1.4..2. CARGAS ESPECIAIS ........................................................................13 1.4..3. CARGA VIVA .....................................................................................13 1.4..4. CARGA SECA ...................................................................................14 1.4..5. CARGA A GRANEL ...........................................................................14 1.4..5.1. Granel sólido ...................................................................................14 1.4..5.2. Granel líquido .................................................................................14 1.4..6. VEÍCULOS .........................................................................................15 1.4..7. CARGAS FRÁGEIS ...........................................................................15 CAPÍTULO II – CARGA: INDIVISÍVEL OU PERIGOSA ..............................16 2.1. CARGA INDIVISÍVEL.............................................................................16 2.1.1. O que é transporte de cargas indivisíveis? .........................................16 2.1.2. Os conceitos legais .............................................................................17 2.1.3 Carga indivisível segundo a Resolução 01/2016 do DNIT ..................17 2.2. CARGA PERIGOSA ..............................................................................19 2.2.1. Identificação dos produtos perigosos .................................................19 2.2.2. Número de risco .................................................................................20 2.2.3. Classificação das classes e subclasses de risco ...............................21 2.2.3.1. Classe – 1 ........................................................................................22 2.2.3.2. Classe – 2 ........................................................................................23 2.2.3.3. Classe – 3 ........................................................................................24 2.2.3.4. Classe – 4 ........................................................................................24 2.2.3.5. Classe – 5 ........................................................................................25 2.2.3.6. Classe – 6 ........................................................................................26 2.2.3.7. Classes – 7, 8 e 9 ............................................................................27 2.2.4. Papel da ANTT ...................................................................................28 2.2.5. Tipos de veículo mais indicados para o transporte de cargas perigosas....................................................................................................................29 2.2.5.1. Sinalização das unidades de transporte ..........................................29 2.2.6. Documentos obrigatórios para a circulação de produtos perigosos....................................................................................................................30 2.3. EFEITOS OU CONSEQUÊNCIAS NO TRÁFEGO URBANO OU RURAL....................................................................................................... ................31 2.4. AUTORIZAÇÃO ESPECIAL DE TRANSPORTE (AET) ........................32 Curso | Motorista de Transporte de Cargas 4 2.4.1. AET – Informações Obrigatórias ........................................................33 2.4.2. Adequação do veículo ........................................................................33 2.4.3. Dimensões máximas permitidas (RES. 211) ......................................34 2.4.4. Adequação do veículo ........................................................................34 2.4.5. Pesos máximos permitido....................................................................35 2.4.6. Tipos de eixo ......................................................................................36 2.4.6.1. Eixos simples ...................................................................................36 2.4.6.2. Eixos duplos ....................................................................................36 2.4.6.3. Eixos triplos .....................................................................................37 2.5. VEÍCULOS DEPOIS DA RESOLUÇÃO 210 DO CONTRAN ................38 2.6. PESOS PERMITIDOS PARA OS CONJUNTOS DE VEÍCULOS .........38 2.6.1. Pesos máximos permitidos (Res. 210) - Art. 2º Os limites máximos de PBT ....................................................................................................... .....................39 2.7. CONJUNTO DE VEÍCULOS DEPOIS DA RESOLUÇÃO 210/06 DO CONTRAN..................................................................................................................40 2.7.1. BITREM - CVC com PBTC até 57 ton – Resolução 210/06 - Art. 2º Os limites máximos de PBT ............................................................................................42 2.7.2. RODOTREM - CVC com PBTC acima de 57 ton – Resolução 211/06....................................................................................................................... ..42 2.7.3. BITRENZÃO - CVC com PBTC acima de 57 ton – Resolução 211/06.........................................................................................................................44 2.7.4. TITREM - Veículos depois da Resolução 210 e 211/06 DO CONTRAN..................................................................................................................44 2.8. PLANO DE CONTINGÊNCIA EM CASO DE ACIDENTES ...................45 2.9. PAGAMENTO DE TARIFA DE UTILIZAÇÃO DA VIA (TUV) ................45 2.10. SINALIZAÇÃO DOS VEÍCULOS .........................................................45 2.11. NECESSIDADE DE ESCOLTA ...........................................................45 2.12. PENALIDADES NO TRANSPORTE DE CARGAS INDIVISÍVEIS ......46 2.12.1. Advertência .......................................................................................46 2.12.2. Multa administrativa ..........................................................................46 2.12.3. Suspensão do fornecimento de AET por até 3 meses .....................47 2.13. CUIDADOS EXTRAS EM GERAL .......................................................47 2.13.1. inspeção de pré-viagem ...................................................................47 2.13.2. Check-list de pré-viagem ..................................................................47 2.13.3. Inspecione o(s) veículo(s)-trator(es) .................................................48 2.13.4. Inspecione as unidades rebocadas ..................................................48 2.13.5. Inspecione as unidades rebocadas (carreta e dolly).........................48 2.13.6. Inspecione a parte traseira da unidade rebocada.............................49 2.13.7. Inspecione a placa traseira – Dimensão Excedente (RES. 520).......49 2.13.8. Inspecione o veículo carregado e verifique os dados da AET...........49 2.13.9. E quando necessário inspecione os veículos de escolta: itens obrigatórios ................................................................................................................50 2.13.10. Planeje a viagem ............................................................................50 2.13.11. Verifique a condição da carga ........................................................50 2.13.12. Durante a viagem ...........................................................................51 CAPÍTULO III - CARGA – BLOCO DE ROCHAS .......................................52 3.1. CONCEITUAÇÃO ..................................................................................52 3.2. CLASSES DE ROCHAS E SUAS DIMENSÕES ...................................52 Curso | Motorista de Transporte de Cargas 5 3.3. REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA - Resolução CONTRAN nº 354 de 24/06/2010 .................................................................................................................53 3.4. TRANSPORTE DE BLOCOS DE ROCHA ............................................54 3.5. REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA PARA AFIXAR A CARGA ................55 3.6. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR .........................61 3.7. PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGÊNCIA .............................62 3.8. ERROS NO TRANSPORTE DE ROCHAS ............................................62 CAPÍTULO IV - CARGA – MÁQUINAS OU EQUIPAMENTOS DE GRANDES DIMENSÕES...........................................................................................63 4.1. CONCEITUAÇÃO...................................................................................63 4.2. DIMENSÕES PERMITIDAS...................................................................63 4.3. ESCOLHA DOS VEÍCULOS ..................................................................64 4.3.1. Dados Técnicos – Cuidado com as inscrições ...................................64 4.3.2. Definir a lotação ..................................................................................65 4.4. Considerações .......................................................................................66 4.5. TIPO DE CARGA DEVE SER ADEQUADA AO TIPO DE VEÍCULO.....66 4.6. PLANO DE AMARRAÇÃO DE CARGA .................................................67 4.6.1. Amarração de carga ...........................................................................68 4.7. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR ........................69 4.8. PROCEDIMENTO EM CASO DE EMERGÊNCIA .................................69 CAPÍTULO V - CARGA – TORAS, TUBOS E OUTRAS CARGAS............70 5.1. CLASSES E CONCEITUAÇÕES...........................................................70 5.2. TRANSPORTE DE TORAS ...................................................................70 5.3. DIMENSÕES PERMITIDAS – TUBOS ..................................................72 5.4. DIMENSÕES PERMITIDAS – BOBINAS ..............................................73 5.5. BOBINAS ........................................................................................... ....74 5.5.1. Transporte de bobinas em pé .............................................................74 5.5.2. Transporte de bobinas deitada ...........................................................75 5.6. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR .........................76 5.7. PROCEDIMENTO EM CASO DE EMERGÊNCIA .................................76 CAPÍTULO VI – CARGA – OUTRAS CARGAS REGULAMENTADAS PELO CONTRAN .................................................................................................................77 6.1. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR .........................77 6.2. PROCEDIMENTO EM CASO DE EMERGÊNCIA .................................78 CAPÍTULO VII – CARGA – RISCOS MÚLTIPLOS E RESÍDUOS. .............79 7.1 CONCEITUAÇÃO E RISCOS AMBIENTAIS ..........................................79 7.2. IMPORTÂNCIA do uso de RÓTULOS DE RISCO ................................79 7.3. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O TRANSPORTE DE RESÍDUOS PERIGOSOS .........................................................................................80 7.4. COMPORTAMENTO PREVENTIVO DO CONDUTOR .........................81 7.4.1. Durante a Viagem ...............................................................................81 7.5. PROCEDIMENTO EM CASO DE EMERGÊNCIA .................................82 CAPÍTULO VIII - INFRAÇÕES DE TRÂNSITO ...........................................83 8.1. LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 ....................................83 Curso | Motorista de Transporte de Cargas 6 8.2. DECRETO Nº 96.044 DE 18 DE MAIO DE 1988 ..................................90 REFERÊNCIAS ............................................................................................93 Curso | Motorista de Transporte de Cargas 7 APRESENTAÇÃO O transporte de cargas é muito importante para a movimentação da economia mundial. Por isso, as empresas precisam investir em uma logística eficiente para atender as demandas do mercado global. As diversas formas de transportar produtos e serviços para melhor atender ao consumidor podem despertar a competitividade, mantendo a economia em movimento. A globalização facilitou muito esse processo. Com a constante queda das fronteiras no mundo, os transportes de mercadorias tiveram que ficar mais rápidos, eficientes e baratos. O transporte a ser usado tem que atender à necessidade do consumidor, superar a distância e utilizar o meio mais conveniente, sejam elas para abastecer grandes centros logísticos, clientes, revendas, estoque ou até mesmo para consumo ou matéria prima. Todo esse material precisa ser destinado e transportado constantemente e de maneira correta. Para esse processo é necessário a logística de carga, primordial para a funcionalidade diária do país. A colaboração da logística está ligada diretamente na diminuição dos custos logísticos e ao cumprimento de prazos, influenciando toda uma cadeia de suprimentos. O grande desafio do setor traz também uma preocupação na gestão de transporte de carga, sendo um fator crucial para o diferencial de umaempresa de transporte e auxiliar a empresa a fazer a diferença no mercado, satisfazendo às necessidades dos clientes e gerando os melhores resultados. De maneira objetiva, define-se a logística de carga como o ramo que abrange a escolha do melhor modal de transporte para levar o maior número de mercadoria e com o menor custo e tempo possível. Ou seja, transportar com a garantia de integridade da carga, no prazo combinado e com os menores custos. É um dos principais pilares na tomada de decisão de grandes projetos. Porém, com relação as vantagens e desvantagens do transporte de carga, esses requisitos irão variar de acordo com o tipo de meio de transporte escolhido para a realização do transporte da mercadoria. Contudo, esta unidade trata da movimentação de cargas, peças, equipamentos e outros objetos que exigem cuidado especial em seu carregamento, manuseio e descarregamento por se tratarem de objetos de grandes dimensões, que requerem cuidados especiais devido ao seu acentuado grau de risco. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 8 OBJETIVOS • Apresentar a definição de carga perigosa ou indivisível; • Conhecer os efeitos ou consequências no tráfego de cargas indivisíveis; • Entender quando é necessária a Autorização Especial de Trânsito (AET); • Apresentar e conceituar Blocos de Rochas; • Entender conceitos e classes de rochas e dimensões; • Compreender regulamentação especifica sobre blocos de rochas e procedimentos de emergência; • Estudar sobre Máquinas ou equipamentos de grandes dimensões e indivisíveis; • Entender conceitos, dimensões usuais/permitidas; comprimento, altura e largura da carga e Comportamento preventivo do condutor; • Analisar comportamento preventivo do condutor e procedimentos em casos de emergência; • Estudar outras cargas cujo transporte seja regulamentado pelo CONTRAN; • Analisar comportamento preventivo do condutor e procedimentos em casos de emergência; • Compreender sobre riscos múltiplos e resíduos; • Analisar comportamento preventivo do condutor e procedimentos em casos de emergência; e • Estudar legislação específica; Curso | Motorista de Transporte de Cargas 9 CAPÍTULO I - LEGISLAÇÃO GERAL SOBRE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA ➢ CONTRAN 210/06 E 211/06 - Estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitem por vias terrestres e dá outras providências.; ➢ Resolução 258/07 – Verificação dos pesos e 526/15 sobre as Tolerâncias; ➢ Portaria DENATRAN 63/2009 – Homologa os veículos e as combinações de veículos de transporte de carga e de passageiros, com seus respectivos limites de comprimento, Peso Bruto Total - PBT e Peso Bruto Total Combinado - PBTC; ➢ Resolução 290/2008 - Disciplina a inscrição de pesos e capacidades em veículos de tração, de carga e de transporte coletivo de passageiros, de acordo com os artigos 117, 230-XXI, 231-V e X, do Código de Trânsito Brasileiro; ➢ Resolução Nº 1, de 6 de janeiro de 2020 - Regulamenta o uso de rodovias federais por veículos ou combinações de veículos e equipamentos, destinados ao transporte de cargas indivisíveis e excedentes em peso ou dimensões ao limite estabelecido nas legislações vigentes, para o conjunto de veículo e carga transportada; ➢ Resolução ANTT nº 1.644 de 26/09/2006 - Altera o Anexo à Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; ➢ Resolução nº 1 de 14/01/2016 / DNIT - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - Transporte de cargas indivisíveis e excedentes em peso e/ou dimensões; ➢ Resolução CONTRAN nº 354 de 24/06/2010 - Estabelece requisitos de segurança para o transporte de blocos e chapas serradas de rochas ornamentais; ➢ Resolução CONTRAN nº 354 de 24/06/2010 - Estabelece requisitos de segurança para o transporte de blocos e chapas serradas de rochas ornamentais; ➢ RESOLUÇÃO Nº 196 DE 25 DE JULHO DE 2006 - Transporte de toras e de madeira bruta por veículo rodoviário de carga; e ➢ Código de Trânsito Brasileiro – CTB - LEI Nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. https://www.normasbrasil.com.br/norma/resolucao-420-2004_100042.html https://www.normasbrasil.com.br/norma/resolucao-420-2004_100042.html Curso | Motorista de Transporte de Cargas 10 1.1. TERMOS TÉCNICOS Tara: Peso próprio do veículo em ordem de marcha; Lotação: Capacidade de Carga (peso da carga possível de transportar no veículo); Peso Bruto Total (PBT): Soma da Tara + Lotação (ou seja: caminhão + carroceria + carga); – para Veículos simples; Peso Bruto Total Combinado (PBTC): similar ao PBT, só que para conjuntos de veículos: soma da Tara + Lotação (ou seja: trator + reboque(s)+carga); Capacidade Máxima de Tração (CMT): Peso máximo que o veículo pode tracionar. Exemplo: Peso Bruto Total (PBT) = TARA + LOTAÇÃO 10.000 Kg Tara 15.000 Kg Lotação 25.000 Kg Peso Bruto Total Curso | Motorista de Transporte de Cargas 11 Outro Exemplo: Conjunto de Veículos Peso Bruto Total Combinado (PBTC) = TARA + LOTAÇÃO 1.2. LIMITES LEGAIS X LIMITES TÉCNICOS: Peso Bruto Total (PBT): Soma da Tara + Lotação. Peso Bruto Técnico: leva em consideração a capacidade técnica do veículo e não os limites legais. Mas atenção: o Limite Técnico é utilizado apenas para uso “fora de estrada” e cargas especiais indivisíveis (ver Res. 11/2004 do DNIT). Assim, para cargas normais em rodovias públicas: valem os Limites Legais*. Cuidado: alguns caminhões antigos possuem o Limite Técnico MENOR que o Limite Legal que está em vigor. E nesse caso prevalece o menor valor entre eles. Ou seja: quando o limite técnico garantido pelo fabricante é menor que o limite legal, devo obedecer ao limite técnico. Já vamos ver alguns exemplos para entender. 15.000 Kg Tara 35.000 Kg Lotação 50.000 Kg Peso Bruto Total Combinado Capacidade Máxima de Tração (CMT) > = Peso Bruto Total Combinado (PBTC) Curso | Motorista de Transporte de Cargas 12 1.3. IDENTIFICAR ESSES VALORES NOS CATÁLOGOS DOS CAMINHÕES. Exemplo: Trem de Força Motor ✓ Cilindrada do Motor – 12 litros ✓ Nível de Emissões – CONAMA fase P5 ✓ Controle do Freio Motor: ▪ Automático ▪ Manual e Automático ✓ Controle do Ventilador o Elétrico o Mecânico o Relação do Ventilador do motor – 1:1 ✓ Transferência de Carga – Max 13.600Kg INFORMAÇÕES DE PESO E CARGA ➢ Carga do eixo Dianteiro – 7.100 Kg ➢ Capacidade Técnica do bogie – 19.000 KG (10,500 + 8.500) ➢ Peso Bruto Total Técnico (PBT) – 26.100 KG ➢ Capacidade Máxima de Tração (CMT) – 66.000 KG ➢ Peso Bruto Total Combinado Legal (PBTC) – 57.000 KG ➢ Peso Bruto Total Legal (PBT) – 23.000 KG Técnico Técnico Legal Curso | Motorista de Transporte de Cargas 13 1.4. TRANSPORTE DE CRAGAS 1.4.1. DEFINIÇÕES DE CARGAS I – Carga indivisível é a carga constituída por uma única peça, máquina, equipamento ou conjunto estrutural, ou ainda parte pré-montada destes elementos. Carga indivisível é a carga com peso e/ou dimensões excedentes aos limites regulamentares, cujo transporte requeira o uso de veículos especiais com lotação (capacidade de carga), dimensões, estrutura, suspensão e direção apropriadas. São exemplos de carga indivisível, entre outras: máquinas, equipamentos, peças, pás eólicas, vagões; transformadores, reatores, guindastes, máquinas de uso na construção e máquinas agrícolas; estruturas metálicas, silos. II – Carga composta de mais de uma unidade indivisível é a carga constituída de duas ou mais unidades de cargas indivisíveis, excedentes emuma ou mais dimensões. III – Carga indivisível unitizada é a carga constituída de mais de uma unidade indivisível arranjada e acondicionada de modo a possibilitar a movimentação e o transporte como uma única unidade. 1.4.2. CARGAS ESPECIAIS Cargas Especiais, Excedentes ou de projeto são aquelas consideradas Indivisíveis, com excesso de peso e/ou dimensões. Ou seja, aquelas que não podemos separar em partes para transportar em diversos veículos. Essas cargas são previstas no Art. 101 do Código de Trânsito, que diz: Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias. 1.4.3. CARGA VIVA Um dos transportes que mais demandam atenção, também exige um tipo específico de caminhão para frete. Ele deve ter uma carroceria que permita a ventilação interna para que os animais consigam respirar. http://https/blog.rodojacto.com.br/frete-de-retorno-como-evitar-que-seu-caminhao-viaje-sem-carga/ https://blog.rodojacto.com.br/como-conseguir-frete-com-lucro-saiba-calcular-o-valor-do-seu-trabalho/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 14 Para animais de grande porte, como bovinos e equinos, o correto é utilizar a carroceria boiadeiro. Para animais menores, como frangos, a carroceria recomendada é a gaiola. Os modelos mais utilizados são o truck e a carreta. 1.4.4. CARGA SECA Essa carga é uma das mais comuns. Trata-se de mercadorias que não demandam refrigeração ou outros cuidados com acondicionamento. Já têm suas próprias embalagens e, normalmente, estão organizadas em paletes ou fardos. O ideal é que o caminhão para frete de cargas secas tenha carroceria baú. Quanto ao tamanho do veículo, depende das áreas de circulação, do volume da carga a ser transportada e da distância a ser percorrida. 1.4.5. CARGA A GRANEL Quando se fala em carga a granel, refere-se a produtos não embalados, ensacados ou encaixotados. Na maioria das vezes, são matérias-primas para a fabricação de outros produtos e se dividem em a granel sólido e líquido. 1.4.5.1. Granel sólido São exemplos de cargas a granel sólido a soja, o trigo e o milho. O caminhão para frete dessas mercadorias é o que tem carroceria aberta, do modelo graneleiro ou grade alta. Como são cargas de grande volume e peso, os veículos mais indicados são o truck ou a carreta de cavalo simples ou LS. Existem outras duas possibilidades para o transporte de carga a granel sólido. Uma é utilizando containers. Nesse caso, o mais comum são carretas, Bitrem e Rodotrem. A outra é com carrocerias basculantes, quando é necessário transportar areia ou brita, por exemplo. 1.4.5.2. Granel líquido Para o transporte de líquidos é necessário carroceria específica, como tanque de aço, por exemplo. Além disso, o ideal é preencher todo o reservatório. Assim, a dirigibilidade do caminhão melhora. https://blog.rodojacto.com.br/checklist-para-manter-a-seguranca-no-transporte-de-carga/ https://blog.rodojacto.com.br/voce-conhece-os-principais-tipos-de-frete https://blog.rodojacto.com.br/afinal-como-conseguir-dinheiro-para-comprar-ou-trocar-seu-caminhao/ https://blog.rodojacto.com.br/cuidados-essenciais-no-transporte-de-bebidas-confira/ https://blog.rodojacto.com.br/acessorios-proibidos-para-caminhao-que-comprometem-a-seguranca/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 15 São exemplos de tipos de caminhão para frete de líquidos o caminhão-pipa, o de transporte de combustíveis e o caminhão cisterna. Os veículos mais utilizados são o truck e a carreta. 1.4.6. VEÍCULOS Outra carga que exige um caminhão específico para transportá-la são os veículos. As motocicletas podem ser levadas em carrocerias baú ou sider. Já os automóveis demandam as chamadas cegonheiras. Para veículos de maior peso, como máquinas agrícolas, é necessário utilizar a carroceria do tipo prancha. Novamente, os modelos mais frequentes são o truck e a carreta. 1.4.7. CARGAS FRÁGEIS Transportar mercadorias frágeis, como vidros, espelhos e cristais, não é brincadeira. São necessários muitos cuidados, principalmente nas operações de carga e descarga e na condução suave do veículo. Caso os produtos estejam acondicionados em caixas, o ideal é utilizar o caminhão-baú. Por outro lado, caso transporte itens que podem molhar, como os vidros, o melhor é transportar em carroceria aberta. Dessa maneira, há mais espaço para carregar e descarregar sem danificar a carga. http://https/blog.rodojacto.com.br/9-dicas-para-economizar-combustivel-em-suas-viagens-de-frete/ https://blog.rodojacto.com.br/cuidados-essenciais-no-transporte-de-bebidas-confira/ https://blog.rodojacto.com.br/saiba-como-otimizar-e-descomplicar-o-processo-de-carga-e-descarga/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 16 CAPÍTULO II – CARGA: INDIVISÍVEL OU PERIGOSA 2.1. CARGA INDIVISÍVEL O transporte de cargas indivisíveis é complexo e exige alguns cuidados especiais. Todo caminhoneiro que deseja se destacar em sua profissão e ser reconhecido pela qualidade e segurança do serviço prestado deve entender essas peculiaridades. Já imaginou ser contratado para realizar esse transporte e não ser capaz de executá-lo? Isso, certamente, prejudicaria sua rentabilidade e reputação no mercado. Por isso, buscar conhecimentos é o primeiro passo. Como nós sabemos da dificuldade em encontrar informações confiáveis e precisas sobre o tema, preparamos este post. A seguir, você terá acesso a tudo o que precisa para se informar e conseguir realizar o transporte de cargas indivisíveis com segurança e eficiência. 2.1.1. O que é transporte de cargas indivisíveis? A carga indivisível, como o nome sugere, não pode ser dividida. Explicando melhor: estamos falando de peças unitárias, que costumam ser grandes e pesadas e que exigem um cuidado maior durante o transporte. Alguns exemplos clássicos são: • Guindastes; • Blocos de rochas; • Grandes toras de madeira; • Asas de avião; • Pás eólicas. Perceba que a principal característica desses materiais é que eles não podem ser divididos na etapa de transporte. Pelo contrário, eles são acomodados no compartimento de carga e deslocados por inteiro. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 17 2.1.2. Os conceitos legais É interessante apontarmos como as nossas leis conceituam uma carga indivisível. Afinal, tais orientações legais são fundamentais para o desempenho de um serviço dentro das normas e longe de problemas com os órgãos fiscalizatórios. O artigo 101 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) cita a carga indivisível, mas não a conceitua. Essa missão foi deixada para normas complementares. 2.1.3 Carga indivisível segundo a Resolução 01/2016 do DNIT O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) editou a Resolução 01/2016 que tem a função de disciplinar a utilização das rodovias brasileiras para o transporte de cargas indivisíveis. Assim, ela traz o seguinte conceito: Carga indivisível é a carga unitária com peso e/ou dimensões excedentes aos limites regulamentares, cujo transporte requeira o uso de veículos especiais com lotação (capacidade de carga), dimensões, estrutura, suspensão e direção apropriadas. Além da definição apresentada, a Resolução apresenta alguns exemplos para facilitar a compreensão, como: • Máquinas; • Equipamentos; • Peças de grandes dimensões; • Transformadores; • Reatores; • Máquinas de uso industrial; • Estruturas metálicas; • Silos As cargas indivisíveis, para fins de transporte é a carga que não pode, sem custos indevidos ou risco de danos, ser divididaem duas ou mais partes. De acordo com o Artigo 101 do Código de Trânsito Brasileiro, combinado com a Resolução 210/06 do CONTRAN, é a carga cujo peso e/ou dimensões ultrapassam os limites regulamentares. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503.htm http://www.dnit.gov.br/rodovias/operacoes-rodoviarias/sistema-de-gerenciamento-de-autorizacao-especial-de-transito-siaet/RESOLUO012016DNITCargasIndivisveis.pdf Curso | Motorista de Transporte de Cargas 18 A Resolução 210 de 2006 é a norma que traz o conceito da carga indivisível. Para ela, é classificado como tal o elemento que ultrapassa os limites regulamentares. E quais seriam esses limites? O texto legal apresenta as seguintes medidas: • Largura máxima — 2,60 metros; • Altura máxima — 4,40 metros; • Comprimento total: ➢ 14 metros — veículos não articulados; ➢ 15 metros — veículos não articulados de transporte coletivo de passageiros; ➢ 18,6 metros — veículos articulados de transporte coletivo de passageiros; ➢ 18,6 metros — veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator ou semirreboque; ➢ 19,8 metros — veículos articulados com duas unidades do tipo caminhão, ônibus ou reboque; ➢ 19,8 metros — veículos articulados com mais de duas unidades. O transporte de cargas indivisíveis requer condições especiais de trânsito, quanto à horários, velocidade, sinalização do veículo e da carga, acompanhamento por batedores, e outras medidas específicas de segurança nas estradas, bem como para segurança de propriedade de terceiros e da própria rodovia. Cargas Indivisíveis NÃO são, necessariamente, produtos perigosos, mas o seu transporte pode ser considerado perigoso. Estas cargas exigem cuidados especiais por apresentarem peso e dimensão superiores àqueles pré-determinados pelo CTB e, em alguns casos, necessitam de escolta durante o traslado. https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-48-34-2006-11-13-210 https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/primeiro-onibus-com-avancado-sistema-de-seguranca/ https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/primeiro-onibus-com-avancado-sistema-de-seguranca/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 19 2.2. CARGA PERIGOSA É a carga que, em virtude de sua natureza, pode provocar acidentes, danificando outras cargas ou os meios de transporte e colocando em risco as pessoas que a manipulam. As Recomendações para o Transporte de Produtos Perigosos com base no tipo de risco que apresentam, dividem esse tipo de carga nas seguintes classes: explosivos, gases, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis e semelhantes, substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos, substâncias tóxicas (venenosas) e substâncias infectantes, materiais radioativos, corrosivos e variedades de substâncias perigosas diversas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela infraestrutura de transportes no país, determina que os produtos de natureza perigosa são todos aqueles de origem química, biológica ou radiológica que são nocivos ao meio ambiente, à população e aos seus bens. As regras em relação aos tipos de transporte de cargas perigosas foram alteradas por meio da Resolução 5.232/16, que expõe os produtos caracterizados como aqueles que produzem certos tipos de riscos. Na nova norma, são apontadas mais de 3 mil mercadorias que podem gerar riscos à saúde, à segurança pública e ao meio ambiente. Antes dessa alteração, somente 90 produtos tinham essa sinalização. Dessa forma, a finalidade da instituição foi tornar o transporte desse tipo mais organizado e seguro. 2.2.1. Identificação dos produtos perigosos Existem símbolos e placas que devem ser afixados nas embalagens e nos veículos que transportam materiais químicos. O painel de segurança é caracterizado por um quadrado na cor laranja que descreve o número de risco e o código ONU. Já o rótulo de risco é composto por um losango na cor vermelha, informando o símbolo de risco e a classe/subclasse de risco. Tais como: http://www.abtlp.org.br/index.php/resolucao-antt-5-23216/ https://bsoft.com.br/blog/numero-onu-entenda-o-que-isso-representa-para-uma-transportadora Curso | Motorista de Transporte de Cargas 20 2.2.2. Número de risco O número de risco é muito usado na Europa para identificar cargas perigosas, mas também é exigido em alguns países da América do Sul. Essa numeração fica localizada na parte de cima do painel laranja, que é colocado em contentores para granel intermodais. Esse número é formado, na maioria das vezes, por dois ou três dígitos, que indicam diferentes tipos de riscos. Entre eles, podemos destacar: • Emissão de gás devido a reação química ou pressão; • Inflamabilidade de líquidos e gases (ou de líquidos suscetíveis de auto aquecimento); • Inflamabilidade de sólidos (ou de sólidos suscetíveis de auto aquecimento); • Efeito oxidante (ou seja, que facilita incêndios); • Toxicidade; • Radioatividade; • Corrosividade; • Reação violenta espontânea (como explosões e desintegrações). Quando o dígito é duplicado indica que o risco é mais intensificado. Se o risco estiver associado a uma substância, a indicação pode ser feita por meio de um dígito seguido de zero. Números de risco precedidos pela letra X designam produtos que reagem de forma perigosa com a água. https://www.bsoft.com.br/transporte-de-produtos-perigosos/ https://www.bsoft.com.br/transporte-de-produtos-perigosos/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 21 2.2.3. Classificação das classes e subclasses de risco É indispensável conhecer cada um dos tipos de cargas perigosas para facilitar o gerenciamento de risco no transporte de cargas perigosas. E, claro, compreender como agir em cada caso. Ao todo, existem nove classes, quase todas subdivididas em subclasses. https://maplink.global/blog/gerenciamento-risco-transporte-cargas-perigosas/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 22 2.2.3.1. Classe - 1 Envolve os explosivos e é composta pelas seguintes subclasses: ✓ Explosão em massa; ✓ Projeção; ✓ Predominante NA CAUSA DE INCÊNDIO; ✓ NENHUM perigo de explosão relevante. ✓ Ainda existem outras duas subclasses: a dos explosivos bem insensíveis com risco de explosão em massa e a dos produtos extremamente insensíveis. Normalmente referem-se a insumos para produtos como dinamite e granada. Os mais comuns são azida de chumbo, fulminato de mercúrio e nitroglicerina, e podem ser transportados em estado líquido ou gasoso. São considerados explosivos pela capacidade de gerar muito gás e calor quando submetido a uma transformação química. E, nestes casos. podem causar grandes impactos. O grau de risco de explosão deve ser sinalizado no próprio veículo de transporte. A categoria de tipos de cargas perigosas 1 é subdividida em 6 grupos: • 1.1 – Substâncias e artigos com risco de explosão em massa; • 1.2 – Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa; • 1.3 – Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa; • 1.4 – Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo; • 1.5 – Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em massa; • 1.6 – Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 23 2.2.3.2. Classe - 2 Esta classe engloba os gases e está dividida em três subclasses: ✓ Inflamáveis; ✓ Não inflamáveis e não tóxicos; ✓ Tóxicos. Segundo a ONU, gases inflamáveis são aqueles que a 20 °C e à pressão normal são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar. Ou que apresentem faixa de inflamabilidade com o ar de, no mínimo 12%, independente do limite inferior de inflamabilidade. Ou seja, são gases que misturados com o ar sob a influênciade calor entram em combustão. Acetileno e amoníaco são alguns dos tipos de cargas perigosas inclusos na categoria de gases inflamáveis Gases não-Inflamáveis e não-tóxicos Os tipos de cargas perigosas categorizados como não-inflamáveis, como o próprio nome sugere, são aqueles que não entram em combustão naturalmente. Mas, são considerados tipos de cargas perigosas por serem asfixiantes ou oxidantes. Também são incluídos nesta categoria gases que não se enquadram nas demais. Exemplos: gás hidrogênio e o monóxido de carbono. Gases Tóxicos Curso | Motorista de Transporte de Cargas 24 Ainda nos tipos de cargas perigosas relacionadas a gases temos os tóxicos. São aqueles que supostamente, ou comprovadamente, são corrosivos ou apresentam risco à saúde. Amônia, Sulfeto de Hidrogênio e Cianeto de Hidrogênio são alguns dos exemplos categorizados como gases tóxicos. 2.2.3.3. Classe - 3 A terceira classe inclui os líquidos inflamáveis (ou combustíveis líquidos). Nestes tipos de cargas perigosas temos todos os líquidos, ou misturas de/com líquidos, que possam gerar vapor inflamável, em local fechado, ou aberto, em determinadas condições de pressão e temperatura. Além de explosivos líquidos e outras substâncias inflamáveis neste estado. Ou seja, são substâncias líquidas com alta propensão a combustão. Exemplos: acetileno, solvente, gasolina, benzeno. 2.2.3.4. Classe - 4 Nesta classe estão os sólidos inflamáveis: ✓ Sólidos inflamáveis; ✓ Materiais espontaneamente inflamáveis; ✓ Materiais que emitem gases inflamáveis em contato com a água. São aqueles que, em transporte, funcionam como combustíveis, podem pegar fogo devido ao atrito ou contribuir para tal. Exemplos: magnésio metálico e liga de magnésio, celuloide e borneol. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 25 Substâncias sujeitas a combustão espontânea Substâncias que podem inflamar devido ao aquecimento espontâneo durante o transporte, ou quando em contato com o ar. Algodão não processado, carvão e pirita são alguns dos tipos de cargas perigosas que podem apresentar combustão espontânea em determinadas circunstâncias. Substâncias que em contato com água emitem gases inflamáveis Como o nome sugere, são tipos de cargas perigosas que em contato com a água interagem de forma a produzir gases tóxicos ou inflamáveis. Como o sódio metálico e o carbureto de cálcio, por exemplo. 2.2.3.5. Classe - 5 A quinta classe envolve as substâncias oxidantes e os peróxidos orgânicos. E eles estão divididos nas seguintes subclasses: ✓ Substâncias oxidantes; ✓ Peróxidos orgânicos. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 26 Oxidantes são tipos de cargas perigosas termicamente instáveis que podem causar, ou potencializar, uma combustão ao fornecer oxigênio. Como o peróxido de hidrogênio e permanganato de potássio. Peróxidos Orgânicos Os peróxidos orgânicos também são substâncias termicamente instáveis e podem facilmente sofrer decomposição exotérmica e auto-acelerável. Além de serem sensíveis a choque e atritos. Com alto poder oxidante, estes tipos de cargas perigosas são extremamente incômodos para nós, podendo causar irritação nas mucosas, olhos e pele. Exemplos: peróxido orgânico, de butila e de benzoíla. 2.2.3.6. Classe - 6 A classe 6 engloba as substâncias tóxicas e infecciosas: ✓ Substâncias tóxicas (venenosas); ✓ Substâncias infecciosas. Sustâncias Tóxicas Um dos tipos de cargas perigosas de maior preocupação são as substâncias tóxicas. Afinal, em qualquer estado físico, ou quantidade, podem ser extremamente nocivas. Seja por inalação, contato ou ingestão, elas podem causar sérios danos, lesões e, em alguns casos, provocar a morte. Exemplos: atropina, ricina, sarin, tálio. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 27 Substâncias Infectantes Tipos de cargas perigosas categorizadas como infectantes são aquelas que carregam algum tipo de patologia infecciosa. Essas substâncias podem ser prejudiciais ao meio ambiente, animais ou humanos. O exemplo mais comum é o carregamento de lixo hospitalar. 2.2.3.7. Classes - 7, 8 e 9 As classes 7, 8 e 9 não estão divididas em subclasses: Classe 7: Materiais radioativos; Classe 8: Substâncias corrosivas; Classe 9: Substâncias perigosas diversas. Material Radioativo Este é um tipo de carga perigosa fisicamente instável que pode se alterar liberando energia sob forma de radiação. Exemplos: Urânio 235, Césio 137, Cobalto 60. Substâncias corrosivas Tipos de cargas perigosas que, sem a devida proteção, podem corroer tecidos vivos e até mesmo aço. Além destes perigos, muitos também eliminam vapores tóxicos. Os corrosivos podem ser subdivididos em bases e ácidos, tais como: Curso | Motorista de Transporte de Cargas 28 • Ácido sulfúrico; • Ácido clorídrico; • Ácido nítrico; • Hidróxido de sódio e • Hidróxido de potássio. Substâncias Perigosas diversas ou matérias que podem causar diversos perigos Na categoria 9 temos tipos de cargas perigosas que não podem ser enquadradas nos itens anteriores. Mas que, de alguma forma, representam riscos no seu transporte. Exemplo: óleos combustíveis, dióxido de carbono sólido e baterias de lítio. Os riscos dos tipos de cargas são potencializados com falta de gestão de manutenção de frota, definição de rotas em pior estado e falta de capacitação dos motoristas. Por isso que é aconselhado ter boas ferramentas de logística. 2.2.4. Papel da ANTT A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é o principal órgão regulador do transporte rodoviário no Brasil. Por isso, toda movimentação por esse modal deve seguir as regras previstas pela agência. No caso do transporte de cargas perigosas, isso é ainda mais importante. É a ANTT a responsável por classificar os produtos dessa forma, bem como por definir a documentação necessária ou como acontecerá a regulamentação. Todas as definições são feitas com bases em estudos técnicos, com o objetivo de proteger os motoristas e o meio ambiente. Se o transporte não estiver em conformidade com as regras, a fiscalização poderá multar a transportadora e até apreender a carga. Além disso, é indispensável ficar atento a todas as atualizações e mudanças. Para abranger e atender a todas as necessidades e mudanças, a https://maplink.global/blog/ferramentas-logistica/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 29 agência costuma realizar alterações ou lançar regulamentos específicos. Foi assim com a nova classificação de produtos perigosos, por exemplo. Para atuar corretamente, de acordo com o que manda a lei, a sua empresa deve acompanhar de perto todas as alterações de exigências. Em geral, a agência determina um prazo de adaptação, mas quanto antes você fizer a alteração, melhor será para os processos de transporte. 2.2.5. Tipos de veículo mais indicados para o transporte de cargas perigosas Uma das regras mais importantes tem a ver com a “acomodação” adequada dessas cargas para garantir que o transporte seja seguro. Nesse sentido, é preciso escolher corretamente o veículo, que servirá como a “embalagem” da carga completa. O caminhão-tanque é um dos tipos mais famosos e usados, especialmente para as cargas que exigem atenção especial. Como seu corpo é metálico de alta integridade, permite o transporte de líquidos inflamáveis com total segurança. Dependendo do caso, também pode ser usado para transportar gases, inflamáveis ou não. Ao funcionar como um vaso de pressão, evita reações indesejadas e, com isso, vazamentos ou acidentes. 2.2.5.1. Sinalização das Unidades de Transporte • Rótulos de Risco: afixados na unidade de transporte para indicar o risco apresentado pelo produto perigoso transportado. • Painéis de Segurança: afixados na unidade de transporte para indicar o número de risco e o númeroONU do produto perigoso transportado. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 30 2.2.6. Documentos obrigatórios para a circulação de produtos perigosos Ao planejar a movimentação de produtos de natureza perigosa, é preciso verificar e providenciar os documentos certos. Veja quais são! Item Descrição Fundamento Técnico/Legal 1 CRLV – Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo Código de Trânsito Brasileiro - CTB e Lei Nº 9.503, de 23/09/97, art.120, art. 133. 2 C.N.H – categoria correspondente ao veículo Código de Trânsito Brasileiro - CTB e Lei Nº 9.503, de 23/09/97, art.159, . 3 Treinamento específico para condutores de veículos transportadores de PP - Curso MOPP Art. 15 do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; Resolução CONTRAN nº 168/04. 4 Certificado de Capacitação para o transporte rodoviário de produtos perigosos a granel, expedido pelo INMETRO Art. 22, I do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; Portaria nº 197/04 do INMETRO. 5 Documento fiscal do produto transportado Art. 22, II do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. 6 Ficha de emergência e envelope para o transporte terrestre de produtos perigosos - Características, dimensões e preenchimento Art. 22, III, alíneas “a” e “b” do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; NBR 7503. 7 Tacógrafo Art. 5º do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. 8 Simbologia - rótulos de risco e painel de segurança Art. 2º do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; NBR 7500. 9 Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos Art. 3º do Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, NBR-9735. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 31 2.3. EFEITOS OU CONSEQUÊNCIAS NO TRÁFEGO URBANO OU RURAL Nos trechos em regime de concessão, os deslocamentos que exigirem operações especiais PODERÃO contar com a colaboração da concessionária, porém sob o comando do Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Para o tráfego de veículos de transporte de carga indivisível possivelmente será necessário tomar medidas de controle e interrupção de tráfego, tais como: inversão de pista, bloqueio de acessos, tráfego na contramão, remoção de balizas etc. Por determinação do DNIT, o horário de trânsito de veículos transportando cargas indivisíveis será do amanhecer ao pôr do sol, inclusive sábados, domingos e feriados, atendidos às condições favoráveis de trânsito e visibilidade e reduzindo as consequências para o tráfego local. Nos trechos rodoviários de pistas múltiplas, com separação física, será permitido o trânsito noturno de conjuntos que não excedam as seguintes dimensões: • Largura de 3,20 m • Comprimento de 25,00 m • Altura de 4,40 m • Peso Bruto Total Combinado (PBTC) de 57 T. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 32 O trânsito destes veículos PODERÁ se estender ao período noturno, atendendo às limitações locais, até que os mesmos possam alcançar um local seguro e adequado para seu ESTACIONAMENTO. Não devendo ser estacionados ou parados nos acostamentos das rodovias, mas em áreas próximas que ofereçam condições para tal. 2.4. AUTORIZAÇÃO ESPECIAL DE TRANSPORTE (AET) A primeira providência a ser tomada diante da necessidade de transportar uma carga indivisível é a obtenção da Autorização Especial de Transporte (AET). Isso porque o transportador é obrigado a portar esse documento durante todo o trajeto. No caso de veículos especiais, a autorização possui validade de 90 dias. Porém, só pode ser utilizada para uma viagem com rota já definida e informada ao DNIT, incluindo o retorno do caminhão vazio ao local de origem. Caso seja necessário, é possível solicitar a prorrogação desse prazo por igual período. Nesse caso, deve-se apresentar a justificativa para a conclusão do transporte em tempo excedente. Já os veículos transportadores de carga indivisível podem receber uma autorização de até 1 ano. Com isso, eles ficam livres para transitar do amanhecer ao pôr do sol, em qualquer rodovia federal, desde que respeitem os seguintes limites: • Comprimento total — 30 metros; • Largura total — 3,20 metros; • Altura total — 4,40 metros; • Peso bruto total combinado — 57 toneladas. https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/conheca-os-principais-tipos-de-caminhoes-e-suas-capacidades/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 33 E onde você pode conseguir essa autorização? É bem simples! Basta que transportadores e embarcadores acessem o formulário no site do DNIT. Caso não seja possível, basta fazer a solicitação na unidade física do órgão do local em que o transporte será iniciado. O artigo 101 (CTB) preve: Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões estabelecidos pelo Contran, poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, Autorização Especial de Trânsito (AET), com prazo certo, válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias. § 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especificará as características do veículo ou combinação de veículos e de carga, o percurso, a data e o horário do deslocamento inicial. § 2º A autorização NÃO exime o beneficiário da responsabilidade por eventuais danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a terceiros. § 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões, poderá ser concedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, AET com prazo de seis meses, atendidas as medidas de segurança consideradas necessárias. 2.4.1. AET – Informações Obrigatórias a) Identificação do órgão emissor; b) Número de identificação; c) Identificação e características do veículo; d) Peso e dimensões autorizadas; e) Prazo de validade; f) Percurso; g) Identificação em se tratando de carga indivisível. 2.4.2. Horários em que o transporte pode ser executado Esse tipo de transporte pode ser realizado do amanhecer ao pôr do sol, incluindo sábados, domingos e feriados, desde que haja condições favoráveis de tráfego. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 34 No entanto, em rodovias com diversas pistas e com separação física entre elas, é autorizado o transporte noturno para os veículos que não excedam os limites da AET. Da mesma forma, quando o transporte no período diurno representa transtorno ou interrupção do fluxo normal de veículos, é possível que o DNIT conceda a autorização para o transporte noturno depois de ouvir o parecer da PRF (Polícia Rodoviária Federal). 2.4.3. Dimensões máximas permitidas (RES. 211) CVC: PBTC maior 57 T até 74 T Comprimento min. de 25 m e no máximo 30 metros* Rodotrem: necessita “AET”) ✓ Comprimento mínimo para preservação das pontes. ✓ CVCs fabricadas menores que 25 metros licenciadas até fev/2006 – estão liberadas com AET até o sucateamento. 2.4.4. Adequação do veículo O veículo utilizado no transporte de cargas indivisíveis deverá ser adaptado para a tarefa. Ele deve ter estruturas e potência motora suficientes, com a força de tração necessária para se deslocar. Além disso, deve estar em bom estado de conservação e dispor de uma configuração de eixos adequada, capaz de assegurar que o peso bruto em cada eixo não ultrapasse os limites máximos informados na lei, pelo Inmetro e também pelo fabricante do veículo. Vale a pena mencionar que o DNIT está autorizado a fazer inspeções prévias a fim de conferir os pesos e dimensões tanto da carga quanto do veículo que solicita a Autorização Especial de Trânsito (AET). https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/8-dicas-essenciais-para-dirigir-a-noite-com-seguranca/https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/conheca-nova-fabrica-da-scania-no-brasil-onde-quem-manda-sao-os-robos/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 35 6 Ton 10 Ton PBT = 16 Ton 2.4.5. Pesos máximos permitido Finalmente chegamos nos limites de peso. Vamos entender os Limites Legais por tipo de veículo. Os valores indicados nas caixas azuis são os limites para os pesos para cada eixo, e o somatório deles é o Peso Bruto (PBT). Caminhão do tipo 4x2: PBT = 16 ton. Capacidade de carga: +ou- 9,5 ton. (+ou- porque depende da Tara: quanto mais pesado menos carga leva) Vamos entender o que significa “4x2”. São 4 pontos de apoio no piso, com tração em 2. Por isso é dito 4x2. Caminhão do tipo 6x2 ou 6x4. PBT: 23 ton. Capacidade de carga ~ 15 ton. Agora você sabe o que significa “6x2”. São 6 pontos de apoio no piso, com tração em 2. Por isso 6x2. Ou ainda: 6x4 quanto tem tração nos dois eixos traseiros (conhecido como “traçado”): 6 pontos de apoio e 4 com tração. 17 Ton 6 Ton PBT = 23 Ton Curso | Motorista de Transporte de Cargas 36 2.4.6. Tipos de eixo O eixo é o local onde são instaladas as rodas dele. É esse eixo que liga os pneus de uma lateral a outra do caminhão. Os eixos podem ser simples, duplos ou triplos e suportam um peso máximo que varia entre 6 e 30 toneladas de carga. 2.4.6.1. Eixos simples Os eixos simples são indicados para transportes mais leves e fracionados e, geralmente, estão presentes nos veículos urbanos de cargas. Normalmente são destinados para mudanças e para entregas de comércio varejistas em geral. Os eixos simples se dividem dois tipos: ➢ Rodagem simples – tem um pneu em cada ponta do eixo e pode suportar até 6 toneladas de carga. ➢ Rodagem dupla – possuem dois pneus em cada ponta, sendo que esse tipo de eixo pode aguentar até 10 toneladas. 2.4.6.2. Eixos duplos Os eixos duplos também são divididos em diferentes especificações. Os eixos tandem que são aqueles de rodas duplas, compostos por dois ou mais eixos seguidos. Eles podem ser duplos (com 2 eixos e 2 rodas em cada extremidade), somando 8 pneus. Os eixos tandem também pode ser triplos, apresentando 3 eixos e 2 rodas em cada extremidade, somando 12 pneus. Já o outro tipo são os eixos duplos não em “tandem”, que são vistos nos caminhões com rodas duplas e com espaçamento maior de 2m entre elas. Os eixos podem ter um espaçamento menor ou estar mais distantes. Geralmente, no caso do menor espaçamento, os centros dos eixos estão a uma distância de 1,20m e no caso do maior espaçamento de até 2,40m. Há ainda eixos com distância maior do que 2,40m. Assim sendo, os eixos duplos podem possuir um eixo de rodagem simples (2 pneus) e um de rodagem dupla (4 pneus). Quando o tandem for menor, o limite de carga é de 9 toneladas, no caso de um tandem maior, o volume vai a 13,5 toneladas. https://blog.cargobr.com/fatos-curiosos-sobre-o-mundo-dos-pneus-cargobr/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 37 Quando os dois eixos tiverem rodagem dupla, os pesos máximos serão de 15, 17 e 20 toneladas, respectivamente, para tandens de até 1,20m, de 1,20m a 2,40m e de mais de 2,40m de distância entre eixos. 2.4.6.3. Eixos triplos Aqui se enquadram os caminhões grandes que rodam em baixa velocidade e geralmente transportam cereais a granel em suas carrocerias. Esse tipo de eixo, o triplo, sempre possui três composições de rodagem dupla, totalizando 12 pneus. O que varia é a distância entre os eixos: na primeira faixa de tandem, o peso máximo comportado é de 25,5 toneladas, passando para 27 toneladas e 30 toneladas, respectivamente, nas outras duas faixas de distanciamento entre eixos. De forma sintetizada, é possível compreender todos os tipos de eixo no infográfico abaixo: https://blog.cargobr.com/granel-sem-lona-nem-pensar/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 38 2.5. VEÍCULOS DEPOIS DA RESOLUÇÃO 210 DO CONTRAN Art. 2º Os limites máximos de Peso Bruto Total - PBT a) PBT para veículo NÃO articulado: 29 T Caminhão 8x2 ou 8x4 Caminhão com 2 eixos dianteiros – Peso Bruto Total – PBT de 29 toneladas. (2ª eixo dianteiro direcional ou auto direcional). 2.6. PESOS PERMITIDOS PARA OS CONJUNTOS DE VEÍCULOS Art. 2º Os limites máximos de PBT b) Veículos com reboque ou semirreboque: 39,5 T c) PBTC para combinações de veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque, e comprimento total INFERIOR a 16 m: 45 Toneladas Agora são 2 veículos: caminhão-trator + semi-reboque. Conjunto Caminhão-trator 4x2 + Semi-reboque 3 Eixos juntos. PBTC*: 41,5 ton. Capacidade: ~27 ton. Observe que agora é PBTC e não PBT 17 Ton 12 Ton PBT = 29 Ton 25,5 Ton 10Ton PBT = 41,5 Ton 6 Ton Curso | Motorista de Transporte de Cargas 39 2.6.1. Pesos máximos permitidos (Res. 210) - Art. 2º Os limites máximos de PBT d) PBTC para combinações de veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboque com eixos em tandem triplo e comprimento total SUPERIOR a 16 m: Peso Bruto Total Combinado depende do Comprimento Conjunto Caminhão-trator 6x2 ou 6x4 + Semi-reboque 3 Eixos juntos. PBTC máx. 45 ton – para comprimento menor que 16 m (especialm. Basculante). PTBC máx. 48,5 ton – para comprimento = ou maior que 16 m 25,5 Ton 17Ton PTBC = 48,5 Ton 6 Ton TRATOR 4X2 (TOCO) TRATOR 6X2 (LS OU TRUCADO) Curso | Motorista de Transporte de Cargas 40 2.7. CONJUNTO DE VEÍCULOS DEPOIS DA RESOLUÇÃO 210/06 DO CONTRAN Conjunto do Caminhão-trator + semi-reboque c/ 1 eixo distanciado (2+1) - PBTC de 50 ton. Capacidade ~ 33 ton. Autorizando PBTC maior em conjunto (pela Res. 184) de: “COM MAIS DE DUAS UNIDADES” para “COM DUAS OU MAIS UNIDADES” surgiram as famosas “CARRETAS WANDERLÉIAS”: Obrigatório para o eixo distanciado: Suspensão pneumática e eixo auto direcional de acordo com Resolução 210/2006, Art. 9º §1. e) Peso bruto total combinado para combinações de veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão-trator e semirreboques com eixos distanciados, e comprimento total IGUAL ou superior a 16 m: 53 Toneladas Conjunto do Caminhão-trator + semi-reboque c/ 3 eixos distanciados - PBTC de 53 ton. Capacidade ~ 36 ton. (Carreta “Wanderléia”) Obrigatório pelo menos 1 eixo distanciado ter: Suspensão pneumática e eixo auto-direcional de acordo com Resolução 210/2006, Art. 9º §1º. 10 T 17 T 17 Ton 17Ton PBTC = 50 Ton 6 Ton 10 Ton PBTC = 53 Ton 6 T 10 T 10 T Curso | Motorista de Transporte de Cargas 41 f) Peso bruto total combinado para combinações de veículos com duas unidades, do tipo caminhão e reboque, e comprimento INFERIOR a 17,50 m: 45 T Conjunto do Caminhão-trator 8X2 + semi-reboque c/ 3 eixos juntos - PBTC de 54,5 ton. Capacidade ~ 36 ton. Atenção: a carreta é especialmente construída para esse veículo trator. Observe a posição dos eixos da carreta deslocados para a traseira g) Peso bruto total combinado para combinações de veículos articulados com duas unidades, do tipo caminhão e reboque, e comprimento IGUAL ou superior a 17,50 m: 57 T Conjunto do Caminhão-Carroceria + Reboque 4 eixos - PBTC de 57 ton. Capacidade ~ 37 ton. Conhecido como “Romeu e Julieta”. A diferença que o veículo-trator não é um cavalo-mecânico, mas um caminhão com carroceria convencional. Usado basicamente no transporte agrícola: cana-de-açucar e toras. 17 T 12 T 17 T 6 T PBTC = 57 Ton 17 T 17 T 25,5 T PBTC = 54,5 Ton Curso | Motorista de Transporte de Cargas 42 2.7.1. BITREM - CVC com PBTC até 57 ton – Resolução 210/06- Art. 2º Os limites máximos de PBT h) Peso bruto total combinado para combinações de veículos articulados com MAIS de duas unidades e comprimento INFERIOR a 17,50 m: 45 T; i) Para a combinação de veículos de carga – CVC, com MAIS de duas unidades, incluída a unidade tratora, o PBT poderá ser de até 57 T CVC = conjuntos de veículos de carga, com + de 2 veículos Conjunto do Tipo Bitrem - 3 veículos, 7 eixos, 2 articulações (engate do tipo “B” – por isso chama-se “B-TRAIN” ou trem do tipo “B”, aportuguesado para Bitrem) e PBTC de 57 ton. Capacidade de Carga ~ 38 ton. Se o caminhão-trator for 2011 ou mais novo – obrigatório ser 6x4. Tratores mais antigos podem ser 6x2 para bitrem (não importa o ano das carretas) 2.7.2. RODOTREM - CVC com PBTC acima de 57 ton – Resolução 211/06 - (entre 57 e 74 tons – observar a Res. 211) Conjunto do Tipo Rodotrem, 4 veículos, 9 eixos, 3 articulações e PBTC de 74 ton). Capacidade ~ 50 ton. 17 T 6 T PBTC = 57 Ton 17 T 17 T 6 T PBTC = 74 Ton 17 T 17 T 17 T 17 T Curso | Motorista de Transporte de Cargas 43 Nesse caso, é obrigatório sempre caminhão-trator 6x4 (duplo diferencial ou 6x4). Pela 211/06, comprimento no mínimo 25m e no máximo 30m. O motivo do comprimento mínimo é para preservar as pontes (distribuir melhor o peso sobre elas) OBSERVAÇÃO DIFERENÇA ENTRE BITREM E RODOTREM Bitrem (vide figura abaixo) é uma combinação de veículos de carga composta por um total de sete eixos, que permite o transporte de um peso bruto total combinado PBTC de 57 toneladas. Os semi-reboques dessa combinação são interligados por um engate do tipo B (quinta-roda) e podem ser tracionados por um cavalo-mecânico 6x2 (trucado). Já o rodotrem (vide figura abaixo) é um combinação de veículos de carga (dois semi-reboques) composta por um total de 9 eixos que permite o transporte de um peso bruto total combinado (PBTC) de 74 toneladas. Os dois semi-reboques dessa combinação são interligados por um veículo intermediário denominado dolly, que possui a característica de acoplar no semi-reboque dianteiro por um engate do tipo A (engate automático e com cambão) e fazer a ligação com o semi-reboque traseiro através de um engate do tipo B (quinta-roda)> essa combinação só pode ser tracionada por um cavalo-mecânico 6x4 (traçado) e necessita de um trajeto definido para obter Autorização Especial de Trânsito (AET). Por definição o bitrem é um conjunto que possui duas articulações (quinta- roda do caminhão e a quinta-roda do semi-reboque dianteiro) e o rodotrem é um conjunto que possui três articulações (quinta-roda do caminhão, engate dianteiro do dolly e quinta-roda do dolly). Curso | Motorista de Transporte de Cargas 44 2.7.3. BITRENZÃO - CVC com PBTC acima de 57 ton – Resolução 211/06 Conjunto do Tipo Bitrem 3 eixos ou “Bitrenzão” - 3 veículos, 9 eixos, 2 articulações e PBTC de 74 ton. Capacidade ~ 52 ton. Nesse caso, é obrigatório sempre caminhão-trator 6x4 (duplo diferencial ou 6x4). Pela 211/06, comprimento no mínimo 25m e no máximo 30m. 2.7.4. TITREM - Veículos depois da Resolução 210 e 211/06 DO CONTRAN É uma combinação de veículo de carga - CVC - formada por três semi- reboques interligados através de quinta roda, ou seja com engates do tipo B, como acontece na combinação bi-trem. Esta CVC possbilita um PBTC de 74 toneladas, a mesma do rodotrem, mas, devido às características específicas, são desenvolvidas especialmente para o transporte florestal e canavieiro. Esse é o TRITREM (é um “BITREM” mas com 3 carretas) – ele tem 9 Eixos, 3 articulações, 4 veículos e PESO BRUTO TOTAL COMBINADO – PBTC de 74 toneladas. Obrigatório caminhão-trator 6x4 (sempre). 6 T PBTC = 74 Ton 17 T 25,5 T 25,5 T 6 T PBTC = 74 Ton 17 T 17 T 17 T 17 T Curso | Motorista de Transporte de Cargas 45 2.8. PLANO DE CONTINGÊNCIA EM CASO DE ACIDENTES Caso ocorra algum acidente durante o trajeto, o transportador deve sinalizar a via e remover a carga em tempo razoável, evitando gerar ainda mais problemas ao fluxo normal de veículos. Para isso, é importante que ela tenha um plano de contingência. Caso o tráfego não tenha sido normalizado em até 24 horas e o transportador não apresente o plano ao DNIT ou à ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), poderá ser aplicada uma advertência. 2.9. PAGAMENTO DE TARIFA DE UTILIZAÇÃO DA VIA (TUV) Os veículos destinados ao transporte de cargas indivisíveis, bem como aqueles especiais que têm peso bruto total combinado superior a 74 toneladas, devem arcar com uma taxa. A Tarifa de Utilização da Via (TUV) é calculada levando em consideração a distância a ser percorrida, incluindo o percurso de volta — mesmo que o caminhão retorne vazio. Sobre isso, é relevante destacar que a quitação desse valor isenta o transportador de multas por excesso de peso, desde que a carga transportada esteja de acordo com a autorização de transporte especial emitida. 2.10. SINALIZAÇÃO DOS VEÍCULOS Quem atua com o transporte de cargas indivisíveis precisa adotar certas precauções em relação à sinalização. Em geral, os veículos devem ter uma placa traseira de advertência visível e clara. A intenção é que os demais motoristas fiquem mais atentos quando cruzarem com esses caminhões na estrada, evitando acidentes. 2.11. NECESSIDADE DE ESCOLTA O próximo detalhe a ser destacado é a necessidade de escolta ou “batedores” durante o transporte da carga. É comum observarmos a presença desses veículos auxiliares, sinalizando o transporte e garantindo que o processo ocorra da melhor maneira possível. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 46 A necessidade (ou não) da escolta é definida pela autoridade competente para emitir a AET e observa critérios, como altura, largura, peso e comprimento total do veículo. 2.12. PENALIDADES NO TRANSPORTE DE CARGAS INDIVISÍVEIS Descumprir com alguma das regras do transporte de cargas indivisíveis é capaz de gerar transtornos para o condutor. Afinal, essas normas foram editadas com o objetivo de tornar esse processo mais seguro para todos os envolvidos. A Resolução do Contran traz uma série de infrações que podem ser cometidas e suas respectivas penalidades. Observe alguns exemplos importantes a seguir. 2.12.1. Advertência Em alguns casos, o cometimento de certas faltas é considerado leve e, por isso, recebem como punição a advertência. As principais são: • Transportar com peso superior ao descrito no AET; • Transitar sem a AET ou com o documento vencido; • Obstruir a estrada por mais 24 horas após acidentes; • Executar o transporte em itinerário diferente do autorizado; • Trafegar em horário não permitido; • Danificar patrimônio público ou particular durante o transporte; • Evadir vistoria para aferição do peso da carga; • Adulterar dados da AET. 2.12.2. Multa administrativa Além da simples advertência, em casos de reincidência ou infrações mais graves, a norma prevê a aplicação de multa administrativa. Aqui temos exemplos de situações que causarão prejuízo ao transportador, além de todos os impedimentos relacionados à emissão do CRV do ano seguinte. Alguns exemplos merecem ser destacados. Confira: • Transportar com peso superior ao autorizado — infração grave com multa de R$195,23 e apreensão do veículo; https://blogwlmscania.itaipumg.com.br/dpvat-como-acionar-em-caso-de-acidentes/ Curso | Motorista de Transporte de Cargas 47 • Transportar carga incompatível — infração grave, com multa de R$195,23 e apreensão do veículo; • Transitar em trecho de responsabilidade de concessionária sem autorização prévia — infração média, com aplicação de multa de R$130,16; • Obstruir a rodovia — infração média, com aplicação de multa de R$130,16. 2.12.3. Suspensãodo fornecimento de AET por até 3 meses Por fim, o motorista que reincidir no cometimento de uma infração punida com advertência no período de um ano será punido com a suspensão do fornecimento de novas autorizações especiais de transporte. 2.13. CUIDADOS EXTRAS EM GERAL Transporte de Cargas indivisíveis é um transporte especial, requer além da Autorização Especial de Trânsito - AET, e cuidados extras do condutor: 2.13.1. Inspeção de pré-viagem ✓ O veículo deve ser adequado ao tipo de carga; ✓ Você deve fazer o check-list completo antes de cada partida. ✓ Confira se está de posse de todos os documentos e todos os EPI´s e comunicadores. ✓ Confira se você conhece o trajeto a ser feito, as condições das vias, pontos perigosos, etc. 2.13.2. Check-list de pré-viagem Estacione em local seguro, acione o freio de estacionamento, coloque calços nos pneus, ligue todas as luzes (inclusive o pisca-alerta) e inicie a inspeção. ✓ Confira os documentos de porte-obrigatório: CRLV(s) de todos os veículos, AET, Nota Fiscal da Carga e Formulário de Vistoria. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 48 2.13.3. Inspecione o(s) veículo(s)-trator(es) 1.13.4. Inspecione as unidades rebocadas 2.13.5. Inspecione as unidades rebocadas (carreta e dolly) Curso | Motorista de Transporte de Cargas 49 2.13.6. Inspecione a parte traseira da unidade rebocada 2.13.7. Inspecione a placa traseira – Dimensão Excedente (RES. 520) 2.13.8. Inspecione o veículo carregado e verifique os dados da AET Curso | Motorista de Transporte de Cargas 50 2.13.9. E quando necessário inspecione os veículos de escolta: itens obrigatórios 2.13.10. Planeje a viagem - Identifique a rota adequada e os horários permitidos. - Identifique os locais seguros para paradas. - Identifique os pontos críticos (alças, rotatórias, curvas). Cuidado especial com as passagens urbanas (mobiliário). - Cuidado com as obras rodoviárias (pontes, passarelas) e passagem de nível. - Cuidado com a inclinação da via e a largura da via. - Revise os veículos, os equipamentos e itens de segurança. - Tenha um plano de contingência (emergências). 2.13.11. Verifique a condição da carga - Confira se está apoiada corretamente na carreta e se não há risco de danos a peça; - Certifique que a distribuição de peso está correta; - Confira se a carga está bem amarrada no veículo; - Não improvise - Haja com segurança. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 51 2.13.12. Durante a viagem - Pare em locais programados e seguros (com piso plano!); - Inclinações laterais, mesmo pequenas, tombam a carreta; - Não esqueça de reapertar as cintas de amarração; - Antes de retornar à viagem: faça uma vistoria no veículo; - Verifique se está tudo em ordem e não há ninguém próximo ou embaixo do veículo. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 52 CAPÍTULO III - CARGA – BLOCO DE ROCHAS 3.1. CONCEITUAÇÃO Os blocos de rocha ou volumes de pedra em estado bruto são considerados cargas indivisíveis de grandes dimensões e de grande peso. São transportados em formato de bloco, pois seu manuseio e fragmentação exigem cuidados e equipamentos especiais. Portanto, eles NÃO podem ser divididos ou laminados no seu local de extração. 3.2. CLASSES DE ROCHAS E SUAS DIMENSÕES Alguns tipos de materiais possuem o peso específico mais elevado que outros. Assim, podemos dizer que o material quando é mais “fechado” (os seus componentes estão mais agrupados) tem o peso maior e, quando mais “aberto” (os seus componentes estão mais afastados uns dos outros) o peso é menor. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 53 Veja as classes de materiais que compõem os blocos de rochas e seu peso específico: Tipo de Material Peso Especifico (Média) Kg/m³ Fechado 2.900 Aberto 2.650 Mármore 2.800 3.3. REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA - Resolução CONTRAN nº 354 de 24/06/2010 Art. 1º (Res. 354 CONTRAN) - O transporte de rochas ornamentais e de chapas serradas deverá observar às seguintes normas gerais: I – A amarração dos blocos de rochas em combinações de veículos de carga ou veículos unitários deve obedecer ao disposto nos Artigos 4o e 5o e 6º desta Resolução. II - O transporte de chapas serradas de rochas deve obedecer ao disposto no art. 9o desta Resolução, exceto quando transportadas em contêineres. III - O transporte de blocos ou chapas serradas de rochas em contêineres deve obedecer ao disposto no artigo 10 desta Resolução. IV – O transporte de blocos de rochas em caçambas metálicas deve atender ao artigo 11 desta Resolução. V - Em nenhuma hipótese pode haver sobreposição dos blocos de rochas ornamentais. Parágrafo único. Para efeito desta Resolução: a) Comprimento é sempre a maior dimensão do bloco de rocha, a largura, a dimensão intermediaria, e a altura, a menor dimensão; b) Consideram-se rochas ornamentais, para efeito desta Resolução, blocos de mármore e granito, em forma de paralelepípedos, de quaisquer dimensões, destinados à indústria de transformação; c) Considera-se chapa serrada, para efeito desta Resolução, o produto resultante do processamento dos blocos pelos teares, já pronto para aplicação na construção civil. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 54 Art. 2º Os veículos ou combinações de veículos de carga utilizados no transporte de blocos de rochas ornamentais devem obedecer aos limites de pesos, dimensões e tolerâncias aprovados pelas Resoluções nºs 210, de 13 de novembro de 2006 e 258, de 30 de novembro de 2007, do CONTRAN e pela Portaria nº 63, de 1º de abril de 2009 do Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, ou outras que venham a substituí-las. 3.4. TRANSPORTE DE BLOCOS DE ROCHA Caminhões traçados de alta potência, motoristas experientes e bem preparados são características necessárias para o transporte de blocos de rocha, que tornou-se muito mais seguro após ser regulamentado. Art. 3º (Res. 354 CONTRAN) - As combinações de veículos de carga com mais de 54,5 t (PBTC máximo para composição de veículo de carga dotado de articulação única) utilizadas no transporte de um único bloco de rocha ornamental, devem ser obrigatoriamente do tipo caminhão trator 6x2 ou 6x4, um semirreboque dianteiro para distribuição do peso (dolly) e um semirreboque traseiro destinado ao carregamento de cargas indivisíveis de até 6 m, inclusive quanto às dimensões e distâncias entre eixos. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 55 3.5. REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA PARA AFIXAR A CARGA O transporte de bloco de rocha tem de ser feito conforme determinação técnica que leva em conta as medidas do bloco, utilizando ganchos e correntes com especificações determinadas. É especificado para o transporte conjunto mínimo de oito travas de segurança, sendo duas em cada lateral da carroceria, duas frontais e duas traseiras. Cada trava de segurança deve ser posicionada de forma que cada uma de suas faces tangencie o bloco em pelo menos um ponto. As rochas menores – chamadas enteras – devem ser transportadas em caçambas, desde que devidamente travadas. O transporte de rochas, inteiras ou em chapas serradas – como granito e mármore – pode ser feito também dentro de contêineres. Além disso, todos os equipamentos têm de passar por uma verificação da qualidade do material para obter a certificação de segurança veicular. Curso | Motorista de Transporte de Cargas 56 Art. 4º (Res. 354 CONTRAN) - O transporte de bloco de rocha ornamental com amarração longitudinal e transversal (Anexo IV) só é permitido com a
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