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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ RICARDO GUILHERME GONÇALVES MANUAL DE ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Maringá - PR 2020 RICARDO GUILHERME GONÇALVES MANUAL DE ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Maringá - PR 2020 Trabalho apresentado à disciplina de Organização do Trabalho – Turma 34 como parte das exigências para obtenção de nota semestral. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4 2. MANUAL DE ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................ 4 2.1. O PRÍNCIPE ........................................................................................................................... 4 2.2. A ARTE DA GUERRA ........................................................................................................... 5 2.3. RELAÇÃO ENTRE AS OBRAS ........................................................................................... 5 2.4. RELAÇÃO COM A ATUALIDADE .................................................................................... 6 3. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 7 1. INTRODUÇÃO Ao se tratar das obras A Arte da Guerra (Sun Tzu) e O Príncipe (Nicolau Maquiavel), ambas as leituras aparentam estar focalizadas e contextualizadas em seus próprios objetivos considerando a época em que foram feitas. A Arte da Guerra, evidente pelo nome, remete à guerra e suas nuances, além de estratégias e pensamentos sobre como, não só vencê-la, mas também como dominá-la. O Príncipe trata-se de um conceito diferente, elaborando uma análise sobre o governo e a política, apresentando ideias sobre hierarquia e ordem como um guia para o governante. Colocando as obras lado a lado um questionamento surge: Como um livro estratégico sobre guerra escrito nos anos 500 A.C e um guia para governar e gerir a política publicado em 1532 D.C se relacionam? E ainda mais importante, como obras aparentemente tão diferentes podem ser relacionadas à gestão e organização atual de empresas e mercados? A relação das obras com o cotidiano empresarial atual, não somente, é de fato contemporânea e importante para o gerenciamento de empresas, mas ainda pode ser aplicada em quase todos os quesitos sociais formais da nossa sociedade. Essa relação é o objetivo deste trabalho e será apresentada com mais detalhes. 2. MANUAL DE ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Para apresentar estratégias de organização do trabalho, a fim de orientar gestores de projetos organizacionais, devemos primeiro entender a relação entre as obras A Arte da Guerra e O Príncipe, este orienta um governante para com seu povo de forma a manter e administrar seu poder e influência, introduzindo frases conhecidas como "Os fins justificam os meios..." e "É melhor ser temido que amado...", enquanto aquele orienta um general e/ou governante de forma a vencer e conquistar batalhas e guerras, administrando seus recursos, exércitos e terrenos, usando de frases como "Conheça a si mesmo e ao inimigo, e nunca correrá perigo...", para entender mais sobre cada obra, faremos uma análise individual das mesmas. 2.1. O PRÍNCIPE A obra foi desenvolvida para mostrar ao príncipe Leonardo de Médici formas de governar e de se manter no poder. O Estado é dividido em dois tipos: herdados, que possuem maior facilidade da manutenção de poder e ordem; E o conquistado, que em contra partida possui uma maior dificuldade nesta manutenção. Os quesitos culturais e linguísticos também possuem grande influência no governo, povos que compartilham a mesma cultura e idioma são mais propensos a ter boas relações com o estado, entretanto, povos de diferentes culturas e línguas são mais difíceis de comandar. Para Maquiavel, o príncipe deveria ser uma pessoa de bons princípios e equilibrada, apresentando piedade, fidelidade, humanidade, integridade, coragem e esperança, porém, não sendo benevolente em excesso e sabendo também o momento de se impor e ser mau quando necessário, o que gerou a ideia de que um líder deve buscar ser amado e temido, mas caso tenha que escolher, ele deverá se fazer temido, e jamais odiado. A capacidade de tomar decisões difíceis em momentos ainda piores faz com que o líder se mantenha, desde que em boas intenções, o que reflete na ideia que o bem comum é mais valioso que o bem individual e que o governante deve fazer de tudo para atingir seus fins. 2.2. A ARTE DA GUERRA Um manual estratégico de como pensar, se portar e lutar em guerras e batalhas, guiando um general à vitória. Em síntese, podemos afirmar que o general deve ter conhecimento de três coisas fundamentais: seu próprio exército; o exército inimigo e o ambiente/terreno onde se encontra. O general deve estar sempre preparado para poder analisar e se adaptar às mudanças. A Arte da Guerra se baseia no engano, fazendo-se necessário induzir o inimigo aos erros a fim de se colocar em situações favoráveis e obter a vitória com o menor esforço possível, assim tendo menos gastos de recursos. Primeiro é preciso se fortalecer, se tornar imbatível, depois, atacar seus inimigos, em momentos de fraqueza, deve se defender e em momentos de abundância, atacar. Para Sun Tzu, o general deve ser ponderado e equilibrado, tomando decisões sensatas e cuidando de seu exército como filhos, para que este não o deixe na mão. É necessário saber a hora de atacar e de se defender, ter a coragem e determinação, evitando arrogância, impulsividade e orgulho. O general também precisa obter e usar informações inimigas, sempre tomando cuidado para não dar informações suas para o inimigo. A surpresa é o elemento mais importante da guerra, portanto, finja estar fraco quando estiver forte e, principalmente, finja estar forte quando estiver fraco. 2.3. RELAÇÃO ENTRE AS OBRAS Em primeira mão, podemos observar um consenso entre os autores sobre as características desejadas em um líder: coragem, prudência, sensatez, determinação e integridade, também concordam que um líder deve inspirar seus seguidores, e não ser piedosos em excesso. Há um intervalo de tempo de mais de 1500 anos entre um livro e o outro, e mesmo com essa diferença, conseguimos encontrar na escrita de Maquiavel elementos parecidos com as estratégias de guerra de Sun Tzu, adaptados para o cenário geopolítico apresentado. Assim, podemos ver A Arte da Guerra como, não uma aula sobre guerra, mas, um compilado de ensinamentos que saem de seu propósito inicial para a vida, independente de época ou local, adaptando-se, é claro. O Príncipe reproduz a mesma ideia, ensinamentos aplicáveis (em certos casos controversos e considerados "imorais", dado as diferenças de costumes e ideias de cada época) até hoje. Descontextualizando as obras, fica mais fácil entender como acontece esta aplicação, de que forma preparo e conhecimento, perspicácia e paciência, são características que potencializam as pessoas a serem uma versão melhor de si mesmas. Porém, é importante entender que esses ensinamentos vêm de um contexto conflituoso, como guerra ou política, situações que, em diferentes graus de esporadicidade, precisam da tomada de decisões difíceis. 2.4. RELAÇÃO COM A ATUALIDADE Mercado, empresas e processos, não precisamos ir longe para comparar este cenário com uma guerra, ou com um jogo de poder. Para o sucesso do gestor de uma empresa, é imprescindível o conhecimento e domínio de elementos apresentados em ambas as obras, mesmo que ele tenha adquirido esse conhecimento de uma forma indireta aos livros. A obra de Maquiavel em sua grande parte ajudariao gestor a lidar com a política interna da empresa, como funcionários, operadores, gerentes e maquinário, tratando a empresa como um pequeno Estado e seu gestor como governante, enquanto A Arte da Guerra ajudaria nas relações exteriores da empresa, como alianças comerciais, patrocínios, investimentos, relações interempresariais, concorrência e a necessidade de inovação e preparo. Um gestor deve apresentar características que ambos os livros retratam como essenciais a um líder. O administrador deve ter humanidade, fidelidade, integridade, coragem e esperança para com sua empresa e equipe, deve saber a hora de ser piedoso e a hora de tomar decisões difíceis, um chefe que é benevolente em excesso fracassa em se manter, enquanto um gestor cruel demais, se tornará odiado e fracassará. É necessário ser equilibrado, referenciadas na fala popular "tem hora de ser amigo e tem hora se ser chefe". Do ponto de vista interno, a empresa é uma junção de diversas áreas, especialidades, pessoas, costumes, ideias e objetivos, e cabe ao gerente organizar essa empresa. No momento em que a parte interna da empresa estiver equilibrada e estável, conhecendo os seus limites e princípios (como um general que conhece e respeita seu exército, recebendo essa mesma aceitação por parte de seu exército, ou um governante que é respeitado por seus súditos e possui a confiança deles), a empresa terá um dos fatores de sucesso para vencer a batalha: Conheça a si mesmo. Com os problemas internos em ordem e resolvidos, a empresa deve agir como uma só entidade, com confiança e objetivos definidos. Assim, se torna necessário conhecer os seus inimigos, que neste contexto são: a concorrência, os perigos do mercado e os requisitos para uma empresa funcionar; Sempre estando um passo à frente dos concorrentes e assim gerando o elemento de surpresa (inovação) e vencendo as batalhas comerciais. Quando a empresa entender os planos e objetivos do concorrente, ela terá o conhecimento necessário e poderá se preparar de acordo. Outro fator recorrente em A Arte da Guerra é o conhecimento do ambiente e do terreno em que ocorre a batalha, novamente neste contexto, o mercado como um todo deve entender o que o seu público alvo quer, qual será a reação com base no que é oferecido e se adaptar às mudanças de uma forma resiliente e inteligente. A ordem e hierarquia dentro da equipe fornecem forças para se defender em momentos de escassez, e, após fortalecida, apresentam a demanda necessária para aproveitar as oportunidades. Diferente da guerra, o mercado e a concorrência não travam um confronto direto, trata-se de quem irá conquistar o mercado da melhor forma, assim retomamos a frase de Sun Tzu que se encaixa bem nesse contexto: "A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.” - A Arte da Guerra. 3. CONCLUSÃO Com toda a análise feita sobre as obras e seu contexto atual, fica evidente que para uma boa gestão de pessoas, empresas e mercado, é extremamente necessário o domínio de diversas ideias apresentadas por Sun Tzu e Maquiavel, sendo quase obrigatório essas leituras para um gestor compreender o meio em que está inserido. Contudo, visto que esses ensinamentos já existem há muito tempo, é importante entender o contexto no qual foram feitos, necessitando de um pensamento crítico sobre o que deve ser adotado. Hoje, felizmente, existem mais regras e leis que impedem ações mais agressivas sobre pessoas e empresas, e, mesmo que seja uma espécie de guerra entre participantes do mercado pela procura de influência e lucro, temos que reafirmar algumas das características mais importantes para um líder, humanidade, piedade e humildade. É possível atingir seus fins sem ser "Maquiavélico" e o mais importante é enfrentar as adversidades com uma abordagem mais flexível, pois "Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando não." - A Arte da Guerra.
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