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Mycobacterium Bacilos anaeróbios imóveis, não formadores de esporos. Crescimento lento (12-24 horas para mitose). Estruturas da parede celular: • Membrana interna • Espessa camada de peptidoglicano • Ausência de membrana externa • Camada hidrofóbica de polipeptídeos e ácido micólico: acidorresistência, crescimento lento, resistência a detergentes, resistência a antibacterianos comuns, fator corda de agregação que dificulta a morte dessas bactérias por ação de macrófagos 1. Mycobacterium tuberculosis Síndromes clínicas: • Tuberculose pulmonar: a bactéria entra pelas vias aéreas e atinge os bronquíolos através de aerossóis. O micro-organismo impede a fusão do fagossomo com o lisossomo, porém o fagossomo pode se ligar a outras vesículas intracelulares, o que permite replicação no interior do vacúolo. Em resposta à infecção, os macrófagos secretam IL-12 e TNF-α, responsáveis por recrutar células T e NK, induzindo-se resposta Th1. Desse modo, há secreção de IFN-γ, que ativa macrófagos e intensifica a ligação fagossomo-lisossomo. O ciclo de inflamação e destruição tecidual gera um acúmulo de macrófagos alveolares, células epitelioides, células gigantes de Langhans, células T CD4, CD8 e NK, com proliferação de fibroblastos. Forma-se então o granuloma tuberculóide com centros de necrose caseosa (futuras cavernas). Pode haver evolução para a forma disseminada quando as bactérias atingem a corrente linfática ou sanguínea. Os pacientes relatam mal-estar, perda ponderal, tosse seca persistente, sudorese noturna e febrícula. Manifestações típicas são hemoptoicos e hemoptise. EPIDEMIOLOGIA: 1/3 da humanidade está infectado, com destaque para os habitantes de países subdesenvolvidos. Populações de risco são pacientes com AIDS, toxicômanos (álcool e outras drogas), diabéticos, idosos, crianças não vacinadas e imunodeprimidos DIAGNÓSTICO: Alterações radiológicas, pesquisa de BAAR no escarro ou lavado broncoalveolar, cultura do escarro em meio de Löwenstein- Jensen, reatividade ao teste cutâneo do PPD, teste do PPD ou Reação de Mantoux. TRATAMENTO: Tratamento por 6 a 9 meses com associação de fármacos: isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. Profilaxia pósexposição é com isoniazida por 6 a 9 meses. Vacinação com BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) previne as formas graves da doença. Isolamento respiratório dos pacientes bacilíferos e com tuberculose resistente • Tuberculose extrapulmonar (hematogênica, miliar, disseminada) 2. Mycobacterium leprae Bacilos fracamente Gram-positivos. Fortemente ácido resistentes. Não crescem em meios de cultura artificiais. Síndromes clínicas: • Lepra tuberculoide: disseminada por contato pessoa-pessoa (inalação de aerossóis, contato da pele com secreções ou exsudato de feridas). A micobactéria afeta macrófagos e desencadeia resposta Th1 efetiva, o que gera uma carga bacteriana reduzida e baixa infectividade. A doença origina manchas na pele e placas eritematosas ou hipopigmentadas. Os nervos periféricos são envolvidos por reação inflamatória granulomatosa, que gera anestesia da pele e atrofia muscular. Já que não há crescimento em meios de cultura, utiliza-se a reação de Mitsuda (no caso de infecção, o teste é positivo) • Lepra lepromatosa: associa-se a fraca resposta Th1 e aumento de resposta Th2, o que gera inabilidade em controlar o micro-organismo (alta carga bacteriana e alta infectividade). Trata-se de uma doença mais grave, em que há máculas e pápulas eritematosas que coalescem e originam fácies leonina e espessamento da derme. Pode haver acometimento e necrose da cartilagem nasal, cartilagem auricular, mucosa nasal e ossos. Os nervos periféricos são invadidos pelas bactérias, causando anestesia e alterações tróficas. Reação de Mitsuda negativa! Diagnóstico: ● Microscopia: pesquisa de BAAR (Ziehl-Neelson ou Kinyoun) nos casos de lepra lepromatosa. ● Reação intra-dérmica com lepromina (Reação de Mitsuda) para os casos de lepra tuberculóide que se positiva em 3 a 4 semanas após a infecção do M. leprae inativado. Tratamento, Prevenção e controle: ● Lepra tuberculóide: dapsona com ou sem rifampicina; ● Lepra lepromatosa : poliquimioterapia ( dapsona, rifampicina, clofazimina); ● Tempo de tratamento prolongado; ● Doença prevenida com o diagnóstico e tratamento. Não existem vacinas. 3. Complexo Mycobacterium avium Esses micro-organismos são adquiridos por meio do consumo de água e alimentos contaminados. As doenças causadas por Mycobacterium avium possuem ampla distribuição mundial. Síndromes clínicas: • Colonização assintomática • Doença pulmonar crônica localizada: • Doença disseminada: mais frequente em pacientes com AIDS, afetando quase todos os órgãos. A disseminação da bactéria se inicia por replicação nos linfonodos Outras microbactérias Bactérias de crescimento lento: ● M. bovis → Doença pulmonar ● M.kansasil → Doença pulmonar ● M. scrofulaceum → Doença linfática ● M. ilcerans → Doença cutânea Bactérias de crescimento rápido: ● M.fortuitum ● M. chelonae ● M. abscessus Infecções associadas a catéteres, próteses como de silicone, válvulas biológicas e procedimentos como diálise peritoneal, lipoaspiração, cirurgias videolaparoscópicas.
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