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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
 “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
 Faculdade de Ciências e Letras
Campus de Araraquara – SP
MANEIRAS DE OBTER E PERPETUAR PODER: A COMPOSIÇÃO DA OBEDIÊNCIA
Amanda Priscila Castro da Silva
Matutino
Trabalho final do Curso de Introdução à Política
0. ARARAQUARA – S.P.
Junho de 2019
MANEIRAS DE OBTER E PERPETUAR O PODER: A COMPOSIÇÃO DA OBEDIÊNCIA
 Amanda CASTRO
RESUMO: Ao analisar as formas de perpetuação do poder, entendemos também os meios utilizados para controlar e governar uma sociedade. As republicas ou os principados devem ter características segundo cada autor para se manter no poder. Segundo o autor Maquiavel o governante tem que ter a virtú, que é a habilidade de se adaptar as circunstâncias, podendo até influenciar a fortuna a seu favor (porém nunca domina-la totalmente), além do “bem governar” que é busca ou a permanência do convívio harmônico da sociedade. Outro elemento importante citado por Bertrand de Jouvenel, é a atenção aos costumes da sociedade, por ao serem transgredidos a manutenção do poder se torna mais difícil; a coerção também é outro elemento importante, sendo essencial na obtenção da obediência. 
PALAVRAS-CHAVE: Virtú. Bem governar. Obediência civil.
Introdução
 As analise de Bertrand e Maquiavel se entrelaçam a fim de explicar a perpetuação do poder através da obediência. Maquiavel irá descrever a realidade dos governos e apontar os erros e os acertos para a manutenção do poder. Ele transforma a tripartição de Aristóteles, sendo monarquia, aristocracia e a democracia para uma bipartição de republica e principado, a república é logo descartada e ele foca nos principados, dividindo entre novos, mistos e hereditários. O texto de Bertrand de Jouvenel, “O Poder: História natural de seu crescimento” acaba por explicar o fundamento da obediência por traz de “o príncipe”, como o porquê alguns principados são mais fáceis de governar do que outros.
Formas de perpetuação do poder
 Segundo Bertrand de Jouvenel
“Longe de se obedecer principalmente porque se pesou os riscos da obediência, ou porque se identifica deliberadamente a própria vontade com a dos dirigentes, o fato é que se obedece essencialmente porque esse é o hábito da espécie” (s/d, p. 40).
 A obediência é um fato cotidiano, sendo questionada apenas quando ultrapassa seus hábitos; em “O Príncipe” Maquiavel coloca que os principados novos são mais difíceis de governar tendo que usar de todos os artifício para se manter no poder, por ser um governo novo fugindo dos costumes da comunidade.
 Maquiavel em “O Príncipe” irá tratar dos principados e da forma de perpetuar esse poder, sendo divididos entre principados novos, hereditários e misto. Focando nos principados novos em que o governador precisara de um uso maior de artifícios, sendo o principal deles a virtú. 
 A virtú é a que o príncipe dever ter para governar, sendo uma maneira de conquistar e manter um principado inteiramente novo. O príncipe deve ter a virtú, ou seja, a habilidade de governar e conseguir se manter no poder mesmo com a fortuna e a sorte não estando a seu favor, consistindo na capacidade de contorna as adversidades do destino e se adaptar ao jogo político do momento; entretanto quando a fortuna e a sorte estão a favor do governante, é possível se manter no poder sem o uso da virtú, “quer através da Virtú de um homem e de suas próprias armas, quer através da Fortuna e com forças de outros homens” (1513, s/p). 
 Maquiavel rompe com a ideia da virtú estar ligada com a capacidade moral do governante, para ele o príncipe deve ser moralmente flexível, podendo ser mal quando necessário e não precisando se preocupar com vícios desde que isso contribua com o governo; isso para Maquiavel também constitui a virtú, sendo ela precisamente a adaptação meio a fortuna. Entretanto, o príncipe deve mostrar-se para população como uma pessoa moralmente correta em suas decisões, mesmo que ao governar sua moral possa ser mundana, consistindo na teoria do “Bem governar” em o príncipe pode-se usar de todos os artifícios (sendo moralmente correta ou não) para manter a coesão social e a vida coletiva. Colocando a seguinte afirmação em seu texto.
“Não se pode honestamente satisfazer aos grandes sem injúria para os outros, mas o povo pode ser satisfeito. Porque o objetivo do povo é mais honesto que o dos poderosos; estes querem oprimir e, aquele, não ser oprimido” (1513, s/p).
 Outro fator importante para se manter um principado novo é o poder de coerção, ele servira de alicerce para faze valer as leis e as ordens, sendo exercido através das armas, “condições objetivas: boas leis e boas armas, especialmente boas armas (próprias), porque boas leis sem armas não adiantam nada” (1513, s/p). Entretanto o uso de armas não asseguram o poder, por exemplo os principados conquistados através da fortuna, em que há a coerção física, porém o governante não tem a virtú; a conquista do reino é fácil, entretanto dificilmente manterá por muito tempo baseado apenas no alicerce da fortuna.
 Por outro lado aquele que viram príncipes através do esforço detém a habilidade de governa, portanto seus governos perpetuam por um tempo prolongado. Entretanto diferente dos principados hereditários, esses governos necessitam de um de um poder maior, já que não basta apenas não abandonar a praxe, como os principados hereditários que o poder já está estabelecido e presente na memória coletiva.
 O poder de coesão física também tem sua variações, para que o uso dessa força seja usufruída a seu máximo segundo Maquiavel, o estado (governante) deve ter seu próprio exército e suas próprias armas, o uso de exército mercenário e estrangeiros são inúteis e perigosas para o governo. Existe uma necessidade de um exército próprio que esteja preparado para alguma adversidade. O planejamento em épocas de paz também é de grande importância, o príncipe deve entender sobre a arte da guerra e se preparar para possíveis conflitos.
 Segundo Bertrand de Jouvenel, o poder esta inteiramente ligado a memoria coletiva, encontrada na subjetividade da sociedade, isso denota que cada governo se adequa a cada sociedade, porém isso não quer dizer o governo é a expressão da sociedade; muito governos funcionaram mesmo tendo os poderes distintos da sociedade. No entanto esse governo deve ser legitimado pelo povo, para Maquiavel isso acontece quando o príncipe consegue manter a honra e a gloria, como parecer honesto e ter um feito algo marcante em seu governo, sendo verdadeiro ou não; um exemplo é o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, que ficou marcado por tirar milhões da pobreza.
 Em “O Príncipe” Maquiavel também diserta sobre as outras formas de conquistar reinos e como mantê-los. O crime é uma maneira de chegar ao principado, porém seu governo mesmo que seja mantido por muito tempo não terá a gloria; outra forma é o principado civil, que pode chegar ao poder pelo povo ou pela população de maior poder, de qualquer maneira o príncipe deverá ser amigável com quem te colocou no poder. 
 Existe também os principados eclesiásticos, que trará uma maior facilidade no governo, por ser sustentado pela igreja. A presença da igreja no estado facilita a governança em razão do processo de coerção social que fixou os costumes segundo Bertrand, além de se tratar de uma tradição que já não é mais questionada.
 As ações do príncipe dever ser calculadas, por exemplo o príncipe não deve ser caridoso por isso levar ele a miséria e ao fracasso, devido ao aumento dos gastos públicos, gerando ódio na população por seu governante. Isso entra no assunto mais famoso de Maquiavel, ‘é melhor ser amado ou temido’, para ele deve haver um equilíbrio entre ser amado e ser temido, deve-se saber momento para cada um, principalmente quando a unidade e a fidelidade de seus súditos estão em risco, se permitindo ter a fama de cruel; entretantoo príncipe deve ser visto como um homem piedoso e ser amado, apenas quando não é possível ser amado é preferido ser temido, em razão da coerção do estado . O príncipe também deve saber transitar ente homem e animal, sendo consequentemente a lei e a violência; com a ineficiência da lei é necessário partir pra a violência. 
 A força de um principado pode ser calculado através da capacidade do governo de defender seu domínio sem precisar de ajudas externa. Isso demanda que o estado tenha um exército próprio. Maquiavel exemplifica com o caso de Júlio II, com as forças espanholas; em que uso de forças externas trouxeram o fim do reinado.
 O reinado também pode cair por meio da suscitação do ódio e desprezo na população, isso corre devido atos como a tomada de bens, como as mulheres naquela época; ou a leviandade no governo e nas decisões políticas. O príncipe que tem o apoio do povo e não provoca desprezo e ódio, está assegurado de conspirações.
 A habilidade do príncipe em resolver questões internas no seu governo, acaba criando uma serie de exemplos da sua aptidão e sua experiencia no que diz respeito ao governo, chamada de savoir-fair, sendo uma das característica de um príncipe estimado. Outros atributos que compõe o príncipe estimado é a sua não neutralidade, se posicionando diante de outras figuras de poder e decisões política. A precaução ao fazer alianças também é importante, evitando se aliar com alguém de maior poder; mostrar- se uma homem virtuosos e de honra para a população, além de não ter um egocentrismo nas suas ações e soluções, aceitando a ideia de falhas na sua atuação. 
 Maquiavel também fala em seu livro sobre a escolha do ministro e como trata-lo para que seu governo não seja ameaçado. A escolha dos ministros reflete a inteligência de seu comandante, tendo que a escolha deve ser pautada na importância que o ministro da ao seu governo e a população. O príncipe para evitar que seu ministro seja corrompido por outros poderosos, honrando e enriquecendo o ministro, fazendo com que ele não busque por mais dinheiro e honra.
 Voltando para o terceiro capítulo de “o príncipe”, as formas de permanência dos principados mistos também são importantes para entender as conjecturas do governo. Os principados mistos consiste em membros que foram anexados em um principado hereditário, conforme o trecho de o príncipe.
“Em primeiro lugar, se não é totalmente novo mas sim como membro anexado a um estado hereditário (que, em seu conjunto, pode chamar-se “quase misto”), as suas variações resultam principalmente de uma natural dificuldade inerente a todos os principados novos”( 1513, p. 11)
 Os principados mistos podem se desenrolar em duas formas, quando a província anexada tem a mesma língua e cultura do estado, sendo mais fácil de se dominar, e a outra forma é quando o principado tem língua e cultura totalmente diferente.
 Ao dominar um principado que se assemelham a outras províncias do príncipe, deve-se manter as leis e os impostos, basta matar a elite ou linhagem do príncipe vigente.
 No caso contrário, onde os principado tem cultura e língua diferente, o príncipe deve-se mudar para a região ou mandar colônias de forma estratégica, não colonizando tudo, apenas algumas regiões. As pessoas que forem desapropriadas de sua terra, em razão da colonização não terão força politica para fazer mal ao príncipe, pois serão poucos e em regiões espalhadas, não conseguindo também o apoio da população que não foi afetada, por medo de uma coerção do estado semelhante. 
 As áreas estrategicamente escolhidas, pode a vir ser uma população da região que detinham um poder maior. Isso se relaciona com a forma de se conquistar o poder de um novo principado, deve enfraquecer os fortes e dar atenção aos mais pobres.
 Os principados mistos conquistados através da nobreza ou dos barões, são mais fáceis de conquistar, porém mais difíceis de manter; isso devido a conter pessoas mais poderosas que o próprio príncipe. Para manter esse governo o príncipe deverá ter um enorme dom de comando, para fazer o jogo politico de agradar a população e os poderosos. Por ser fácil de conquista o príncipe muita das vezes não tem a virtú necessária para governar esse tipo de principado, em virtude de não necessitar da demonstração da virtú para se conquistar esta província.
 Como tratar as cidades que antes de serem conquistadas viviam em liberdade, para Maquiavel existe três maneira: destrui-las, ir morar na cidade com intenção de controlar os impulsos de liberdade ou manter as leis e criar um governo amigável arrecadando impostos)
 Maquiavel argumenta que a única maneira de conservar esta conquista é destruindo, já que estas cidades não estão acostumadas com poder do estado e a figura de um príncipe, para ele se o príncipe tentar conservar esta sociedade pelas outras maneiras vai acabar sendo destruído por ela. Para isso ele utiliza o exemplo os espartanos e os romanos.
“Como exemplo existe os espartanos e os romanos. Os espartanos conservaram Atenas e Tebas, nelas criando um governo de poucos; todavia, perderam-nas. Os romanos, para manter a Cápua, Cartago e Numância, destruíram-nas e não as perderam; quiseram conservar a Grécia quase como o fizeram os espartanos, tornando-a livre e deixando-lhe suas próprias leis e não o conseguiram: em razão disso para conservá-la, foram obrigados a destruir muitas cidades daquela província”(1517, p. 29).
 
 Portanto, ao analisar Bertrand de Jouvenel e Maquiavel, é perceptível que a obediência ao poder se fundamenta no hábito, confirmando o pensamento de Bertrand de Jouvenel. Quando Maquiavel coloca que ao conquistar uma cidade que vive em liberdade a única opção é destruí-la, ele afirma que isso acontece por que a obediência não está no habito dessa sociedade; ou seja, o principado construído nessa região não irá prosperar, pois não existe poder sem obediência.
 Se analisarmos os aspectos e as formas de chegar ao poder descrito por Maquiavel, notamos a dificuldade de manter o poder quando foge dos costumes e da tradição, o principal deles são os principados novos e mistos. Os principados mistos encontram os mesmo problemas que os principados novos, precisando de um exército para realizar um poder de coerção físico e a virtú. Quando esse governo se estabelece, a maneira que se governa entra na subjetividade da sociedade, tornando-se um principado hereditário.
 Os principados hereditários são um exemplo da obediência ser cotidiana, Maquiavel diz que o governo de um principado hereditário pode ser mantido apenas na manutenção da praxe, enquanto os principados novos e mistos não, isso contextualiza o seguinte trecho do “poder, o - história natural de seu crescimento” de Bertrand.
“Longe de se obedecer principalmente porque se pesou os riscos da obediência, ou porque se identifica deliberadamente a própria vontade com a dos dirigentes, o fato é que se obedece essencialmente porque esse é o hábito da espécie” (s/d, p. 44).
Considerações finais
 A manutenção dos principados depende principalmente virtú de seu governante, e de como analisa as consequências e suas ações; o livro “o príncipe” se trata principalmente disso, da analise da realidade dos governos anteriores e quais foram suas decisões e como isso se repercutiu. Ao analisar os variados principados que existiram, Maquiavel chega a algumas conclusões de como a sociedade reage ao governo, como as cidades libertas que não conseguem ser domadas em razão de um aparato histórico ou as estratégias usada para dominara uma cidade de língua e cultura diferente de seu governador. 
 Por traz disso tem a questão, “Por que obedecemos ?”. segundo Bertrand obedecemos por é algo natural e cotidiano, não refletimos sobre a obediência, porem quando se muda o governo e a forma de comanda pensamos a respeito. O livro de Maquiavel se trata disso, as mudança de poder e como manter esse poder ate que ele se torne cotidiano.
 
 REFERÊNCIAS
Jouvenel de Bertrand. O Poder: História natural de seu crescimentoMaquiavel Nicolau. O príncipe

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