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Fernanda F. Ferreira - TXI 1 Icterícia Obstrutiva • Definição – Coloração amarelada da pele e mucosas • Bilirrubina Total > 2 mg/dl , quando chega próx. De 3 começa a ter colúria e em torno de 5 começa a ter acolia! Classificação – Quanto a Fisiopatogenia : • Hemolítica ou pré-hepática(produção/captação) – derivada de doenças hemolíticas • Hepatocelular ou hepática(conjugação )- ex: hepatites • Obstrutiva ou pós-hepática(excreção) – é cirúrgica! Ex: Paciente homem de 70 anos chega no PS e relata que ficou ictérico há 1 semana. Questionar: - tem colúria ? Sim - tem acolia ? Sim BT > 5 pelo menos já - tem história de etilismo ? Não - tabagista ? Sim - relata perda de peso ? Sim, perdeu 10kg em 1 mês - dextro alterado recentemente, possivelmente desenvolvendo diabetes 2 - relata desconforto abdominal não bem caracterizado que irradia para o dorso - náuseas e vômitos ? Não - sem viagens anteriores e recentes Diag. possíveis: Hepatite entra como diag. Diferencial, mais de hepatite A, mas não bate com a queixa de 1 mês atrás e não explica o começo de diabetes Menos provável doenças hemolíticas nessa idade Colecocolitíase – cálculo dentro da via biliar principal, que pode ser primário ou secundário Tumores – hepatobiliares é o que mais bate, por levarem a bilirrubina, tem como fator de risco ambiental o tabagismo, se rel. com a perda de peso importante Colecistite aguda que pode levar a icterícia. A queixa do paciente no PS seria dor no hipocôndrio em cólica, então nesse caso já excluiríamos por não bater coma hist., pois a dor não é relatada Pancreatite crônica – que não bate muito, pela dor não ser importante, não ter histórico de etilismo e não tem comorbidade Ao exame físico na palpação do hipocôndrio direito encontrou-se uma massa! Exames laboratoriais: TGO/TGP – 60 - pouco aumentado Fosfatase alcalina – muito aumentado PRINCIPAIS EXAMES A SEREM SOLICITADOS BTF – aumentada as custas da direta GamaGT – muito aumentado Hemograma – discreta anemia, leuco nl, plaqueta nl Sorologias hepáticas Albumina – 3 diminuída Amilase – nl Marcadores tumorais Fernanda F. Ferreira - TXI 2 Fosfate alcalina e gamaGT aumentam em casos obstrutivos, aumentam em mais de 4x o valor da normalidade, se não é obstrutiva tem mais aumento das enzimas hepáticas e a FA, gamaGT aumentam, mas não em 4x! Exames de imagem: USG: pela obstrução, as vias biliares se dilatam: se só intra hepática = obstrução mais alta e intra e extra = obstrução mais baixa. Consegue ver cálculo, etc... e vai indicar se o o melhor 2° exame é a tomo ou RM, por indicar o local vendo se é intra e extra ou só uma delas, se só intra = RM e se intra e extra = TM Tomo: vai conseguimos visualizar o pâncreas procurando imagens sólidas como os tumores, que é um dos possíveis diag., mas não enxerga o desenho da arvore biliar, só a RM consegue fazer isso Quais fatores que vão levar a crer em icterícia obstrutiva ? BT, FA, GamaGT aumentados! O que possivelmente palpamos lá no hipocôndrio direito ? A vesícula biliar, pela bile estagna na vesícula pela obstrução causada pelo tumor periampular nesse caso, e isso é um sinal = vesícula palpável e não dolorosa a palpação = Vesícula Courvoisier-Terrier = esse sinal fala a favor de tumor periampular! – Quanto ao perfil da hiperbilirrubinemia: • Predominantemente não conjugada • Predominantemente conjugada Predominantemente Não conjugada: • Produção excessiva (Adquirida/congênita) – Hemólise – Eritropoiese imperfeita • Redução da captação – Drogas (sulfonidas/salicilatos) – Sepse • Redução da conjugação (Adquirida/congênita) – Síndrome de Gilbert – Síndrome de Crigler-Najjas – Doenças hepatocelulares Predominantemente Conjugada: • Alteração na excreção intra-hepática • Hereditária/familiar – Síndrome de Dubin-Johnson – Colestase intra-hepática recorrente • Adquiridas Fernanda F. Ferreira - TXI 3 – Doença hepatocelular – Colestase induzida por medicamentos – Gravidez • Obstrução biliar extra-hepática • Congênita – Atresia das vias biliares • Adquiridas – Cálculos – Estenoses – Neoplasias • Tipo I – Obstrução completa • Tipo II – Obstrução intermitente • Tipo III – Obstrução crônica incompleta • Tipo IV – Obstrução segmentar intra-hepática Tipo I – Obstrução completa: – Tumores cabeça do pâncreas – Lesões iatrogênicas das vias biliares – Colangiocarcinoma – Tumores hepáticos Tipo II – Obstrução intermitente: – Coledocolitíase – Cistos de colédoco – Parasitas intrabiliares – Hemobilia Tipo III – Obstrução crônica incompleta: – Fibrose cística – Colangite esclerosante – Estreitamentos anastomóticos – Pancreatite crônica Tipo IV – Obstrução segmentar intra-hepática: – Trauma – Litíase intra-hepática – Colangiocarcinoma Avaliação diagnóstica • História • Exame físico • Exames laboratoriais iniciais • Exames de imagem • Emergência em alguns casos – hemólise maciça, colangite, insuficiência hepatica aguda História • Medicamentos • Idade • Uso álcool Fernanda F. Ferreira - TXI 4 • Cirurgias prévias • Doenças crônicas • Febre, dor, acolia, colúria, prurido Exame físico • Dor • Hepatomegalia • Sarcopenia • Escarificações pele • Vesícula de Courvoisier-Terrier • Sinais de doença hepática crônica Manifestações da insuficiência hepática: Aranhas vasculares, eritema palmar, diminuição dos pelos, atrofia testicular, ginecomastia, distúrbios da coagulação (sangramentos), hálito hepático, encefalopatia hepática. A icterícia faz parte do quadro de insuficiência hepática. Exames laboratoriais • Testes de avaliacao de lesão hepatocelular • Testes de avaliação de fluxo biliar e lesão de via biliar • Testes para avaliação da função hepática • Bilirrubinas totais e frações • Fosfatase alcalina • AST / ALT • Tempo de protrombina • Albumina Exames de imagem • Ultra-sonografia • Tomografia computadorizada • Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada - CPRE • Ressonancia magnética do fígado e das vias biliares Ultra-sonografia • Primeiro método de imagem da investigação • Baixo custo • Fácil realização • “Triagem para próximo exame” Tomografia computadorizada • Avaliação de tumores, cálculos, cistos, doenças inflamatórias • Cálculos – sensibilidade de 75% - pede-se se a obst. É intra e extra – ou seja, mais baixa CPRE • Ideal quando se necessita de diagnóstico e intervenção • Invasivo • Risco de colangite, perfurações, sangramentos Fernanda F. Ferreira - TXI 5 Ressonância magnética • Melhor opção para obstruções altas • Associada a colangiografia – ideal para programação de tratamento - pede se alt. só intra hepática, ou seja, alt. mais alta, e dá pra ver o desenho da árvore biliar Paciente com quadro de icterícia progressiva há 20 dias, emagrecimento de 15 kg em 3 meses, mal-estar e anorexia. Queixa-se também de dor lombar e no exame de rotina, há 6 meses, observou-se aumento da glicemia. É admitido apresentando icterícia 3/4+, presença de massa palpável no hipocôndrio direito indolor, móvel a respiração e de superfície lisa. A partir desses dados responda: 1. Quais exames laboratoriais você̂ solicitaria para comprovar que o quadro ictérico é realmente obstrutivo? BTF, FA, GGT, TGO/TGP 2. Quais alterações você̂ espera encontrar nesses exames? BTL aumentada as custas da direta, FA e GGT bem alterados, com amis de 4x que o nl. E TGO/TGP até aumentados, mas não tanto. 3. Qual primeiro exame de imagem você solicitaria para a triagem desse caso? USG 4. Se nesse caso, a icterícia fosse às custas de uma neoplasia na cabeça do pâncreas, cite duas alterações que podem ser identificadas por esse exame: Vesícula de Courvoisier-Terrier e alt. intra e extra hepática, indicando uma lesão mais baixa!
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