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ENFERMAGEM 
EM SAÚDE 
MENTAL 
Carolina Abbud
Reforma psiquiátrica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conhecer a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica.
 � Identificar as diversas modalidades de assistência ao portador de 
doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica.
 � Aplicar o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/
Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria).
Introdução
Desde a década de 1970, os sanitaristas vêm lutando em busca de uma 
assistência humanizada, o que inclui a saúde mental. Este processo de 
movimentação da saúde para mudança deu origem à Lei nº 10.216, de 6 
de abril de 2001, que trouxe uma nova visão de assistência ao paciente 
em sofrimento mental, reestruturando serviços de saúde que já existiam 
e criando novas modalidades assistenciais para atender o paciente de 
forma integral (BRASIL, 2001).
Este texto abordará as diversas modalidades de assistência ao portador 
de doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica.
Da Declaração de Caracas à Lei nº 10.216, 
de 2001: diretrizes para reestruturação da 
assistência a pessoa portadora de doença mental
A Reforma Psiquiátrica ocorreu gradativamente no Brasil, iniciando nos 
movimentos de reforma sanitária em que a população conquistou a saúde 
como um direito constitucional. Com a criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS), a saúde mental da população começou a ser pensada como política, 
em todos os níveis de atuação.
O longo processo de conquista da reforma sanitária passou de uma ne-
cessidade isolada da população brasileira, sendo discutida entre as Américas 
na Venezuela, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo o Brasil 
aceitado as propostas da Declaração de Caracas de reestruturar a assistência 
na saúde mental para garantir os direitos humanos e civis e a dignidade dos 
pacientes acometidos por transtornos mentais. 
A partir da Declaração de Caracas, os movimentos para mudança do modelo 
de assistência ao portador de doença mental ficaram muito mais evidentes, 
sendo propostas pelo governo mais ações de desinstitucionalização do portador 
de doença mental. 
Na II Conferência Nacional de Saúde Mental, que ocorreu em 1992, come-
çaram a ser regulamentadas algumas ações que já haviam se iniciado, e dado 
certo, para assistir o portador de doença mental fora do hospital, de forma que 
o paciente conseguisse viver em sociedade e pudesse buscar novas perspectivas 
de vida. Neste momento, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) começam 
a funcionar de forma regulamentada, sendo implantados em outros locais do 
país, além de São Paulo, na cidade de Santos, onde iniciaram.
Em 2002, entra em vigor a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que instaurou 
a Reforma Psiquiátrica como propósito das instituições e profissionais, para-
metrizando as ações de saúde prestadas ao paciente em sofrimento psíquico 
e promovendo que fossem seguidas ações de manutenção do direito destes 
cidadãos (BRASIL, 2001).
Neste momento começa a ser consolidada a Reforma Psiquiátrica, ide-
alizada há muitos anos, mas sem ferramentas para efetivação. A partir das 
definições descritas nesta legislação, foram criados mais serviços assisten-
ciais que apoiassem os usuários que não precisavam de internação, porém o 
acompanhamento era necessário.
O programa De Volta Para Casa foi uma iniciativa criada como alternativa para a manu-
tenção dos direitos dos usuários da assistência prestada. Sua finalidade foi reintegrar à 
sociedade o paciente que ficou internado por um período muito extenso.
Modalidades de assistência ao portador de 
doença mental a partir da Reforma Psiquiátrica
A partir da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, as legislações para definição 
da assistência ao paciente em sofrimento mental começaram a ser pensada de 
Reforma psiquiátrica2
forma mais estratégica, identificando de onde sairia a verba de manutenção 
do serviço, que serviços seriam prestados para determinada realidade de 
habitantes em um município e que serviços seriam prestados nos níveis de 
atenção primária, secundária e terciária. 
Em 2002 foi criada a Portaria nº 336 do Ministério da Saúde, definindo a 
atuação do CAPS, sendo nos seguintes moldes: 
 � CAPS I – população municipal de 20.000 a 70.000, atendimento das 8h 
às 18h, de segunda à sexta, realizando atendimento individual, em gru-
pos, realizando oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atendimento 
à família e atividades comunitárias para inserção familiar e social;
 � CAPS II – população municipal de 70.000 a 200.000, com o mesmo 
horário de atendimento do CAPS I, podendo ter um atendimento es-
tendido até às 21h e com as mesmas atividades do CAPS I.
 � CAPS III – população municipal acima de 200.000, com o horário de 
atendimento de 24 horas por dia, com as mesmas atividades do CAPS 
I, somando apenas a atividade de acolhimento noturno;
 � CAPSi II – população municipal com cerca de 200.000 ou parâmetro 
populacional definido pelo gestor local, atendimento voltado a crianças 
e adolescentes, com o mesmo horário de atendimento do CAPS II e com 
as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o desenvolvimento 
de ações intersetoriais;
 � CAPSad II – população municipal superior a 70.000, atendimento 
voltado a dependentes químicos, com o mesmo horário de atendimento 
do CAPS II e com as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o 
desenvolvimento de atendimento de desintoxicação (BRASIL, 2002b). 
As demandas de atendimento dos CAPSs podem chegar através de enca-
minhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS), do Núcleo de Apoio à Saúde 
da Família (NASF) ou da Estratégia Saúde da Família (ESF), livre-demanda 
ou busca ativa. Mesmo que encaminhem os usuários ao CAPS, as UBSs, os 
NASFs e as ESFs devem continuar a agir de forma preventiva, promovendo 
a saúde mental da população do território, evitando o aumento do índice de 
usuários de drogas e álcool e auxiliando a reduzir os danos dos já dependentes. 
Em 2011, o governo publicou a Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 
2011, que redefiniu as modalidades de assistência a partir da matriz vista no 
Quadro 1.
3Reforma psiquiátrica
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7Reforma psiquiátrica
Em conjunto, estes serviços formam a rede de atenção psicossocial e atuam 
dentro de suas especialidades na assistência ao paciente com transtorno mental 
fortalecendo os cuidados prestados com as possibilidades de serviços existentes 
para esta finalidade. 
Programa Nacional de Avaliação do Sistema 
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria)
Para que fosse possível garantir que os serviços hospitalares prestados ao 
paciente com transtorno mental não retrocedesse, voltando ao tratamento 
desumano prestado antes da Reforma Manicomial, o governo criou um ins-
trumento de avaliação dos serviços hospitalares prestados, da estrutura e do 
atendimento. 
Criado pela Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002, do Ministério da Saúde, 
o PNASH/Psiquiatria propõe um diagnóstico anual da qualidade da assistência 
dos hospitais psiquiátricos conveniados e públicos (BRASIL, 2002a).
As avaliações são publicadas pelo governo e as instituições que tiverem 
pontuação muito baixa podem perder o convênio com o governo.
São avaliados diversos fatores, que muitas vezes estão diretamente ligados 
à assistência de enfermagem, e por este motivo o enfermeiro deve compreender 
que uma boa gestão de equipe, recursos e processos de enfermagem pode 
garantir a continuidade da prestação de um serviço. 
Veja o informativo feito pelo Ministério da Saúde resu-
mindo as informações sobre o Programa Nacional de 
Avaliação dos Serviços Hospitalares, no qual se inclui 
o serviço hospitalar em psiquiatria. O informativo está 
disponível no link ou código a seguir. 
https://goo.gl/sBt2cq 
Para compreender quais são os problemas existentes no serviço, que estão 
gerando baixo desempenho da equipe ou refletindo de forma negativa, o 
enfermeiro deve atuar como líder, conversando com a equipe e, em conjunto, 
Reforma psiquiátrica8
achando soluções para melhorar a qualidade dos serviços e a satisfação do 
paciente. 
Para o diagnóstico do que deve ser melhorado, pode-se usar ferramentas 
como o diagrama de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe, no 
qual se identifica o problema traçando linha horizontal com o problema descrito 
e linhas diagonais com as principais causas do ocorrido, se aproximando de 
uma espinha de peixe, conforme a Figura 1.
Figura 1. Diagrama de Ishikawa.
Fonte: phoelixDE/Shutterstock.com
Máquina
Método
Efeito
Gerência
Materiais
Mão de obra
Para auxiliar a solucionar os problemas encontrados, pode-se usar o Brains-
torming, no qual a equipe é incentivada a dar ideias para solucionar os pro-
blemas, sem filtrar as informações que vierem, mediando os comportamentos 
que forem contrários às regras, para, no fim, identificar com a equipe o que 
é possível fazer a partir do que foi proposto. 
Para o planejamento de ações pode-se usar a ferramenta 5w2h, que tem ori-
gem das expressões em inglês: What (O que)?, Who (Quem)?, When (Quando)?, 
Where (Onde)?, Why (Por quê)?, How (Como)? E How much (Quanto)?. Para 
cada uma das perguntas é informada uma resposta, obtendo em uma planilha 
o planejamento do que fazer para solucionar determinado problema.
O papel do enfermeiro na manutenção da qualidade do serviço prestado ao 
paciente com transtornos mentais é fundamental, devendo agir de forma ética, 
garantindo ao cidadão que seja atendido com dignidade em um momento que 
ele precisa de apoio e acolhimento.
9Reforma psiquiátrica
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das 
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em 
saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 2001. Seção 1, p. 2. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 
30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002. Estabelece 
diretrizes e normas para a assistência hospitalar em psiquiatria, reclassifica os hospitais 
psiquiátricos, define e estrutura, a porta de entrada para as internações psiquiátricas 
na rede do SUS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 fev. 
2002a. Seção 1, p. 52. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3366>. 
Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece que 
os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades 
de serviços: CAPS I, II, III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e 
abrangência populacional, conforme disposto nesta portaria. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 20 fev. 2002b. Seção 1, p. 22. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html>. Acesso em: 31 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a 
Rede de Atenção Psicossocial para pessoas comsofrimento ou transtorno mental e 
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito 
do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 dez. 2011. Se-
ção 1, p. 230. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/
prt3088_23_12_2011.html>. Acesso em: 31 jul. 2017.
Reforma psiquiátrica10
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003. Institui o auxílio-reabilitação psicossocial 
para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 1 ago. 2003. Seção 1, p. 3. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.708.htm>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. PNASH: Programa Nacional de Avaliação dos Serviços 
Hospitalares. Brasília, DF, [2002]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
folder/10006002756.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Relatório final da 2ª 
Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/2conf_mental.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Reforma psiquiátrica e 
política de saúde mental no Brasil. Brasília, DF, 2005. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental no SUS: os 
Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, DF, 2004. (Série F. Comunicação e Educação 
em Saúde). Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.
pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
CARNIEL, A. C. D.; PEDRÃO, L. J. Contribuições do acompanhamento terapêutico na 
assistência ao portador de transtorno mental. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, 
v. 12, n. 1, p. 63-72, abr. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5216/ree.v12i1.9526>.
Acesso em: 30 jul. 2017. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Declaração de Caracas. [Caracas], 1990. 
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_caracas.
pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
11Reforma psiquiátrica

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