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Material para estudar a REFORMA PSIQUIÁTRICA

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Reforma Psiquiátrica
APRESENTAÇÃO
Desde a década de 70, os sanitaristas vêm lutando em busca de uma assistência humanizada, o 
que inclui a saúde mental. Este processo de movimentação da saúde para mudança deu origem à 
Lei 10.216, de 2001, que trouxe uma nova visão de assistência ao paciente em sofrimento 
mental, reestruturando serviços de saúde que já existiam e criando novas modalidades 
assistenciais para atender o paciente de forma integral.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar um conteúdo que tem como foco a legislação 
que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica e as diversas modalidades de assistência à 
pessoa com transtorno mental previstas a partir desta reforma.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conhecer a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica.•
Identificar as diversas modalidades de assistência à pessoa com transtorno mental previstas 
na Reforma Psiquiátrica.
•
Aplicar o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria 
(PNASH/Psiquiatria).
•
INFOGRÁFICO
Veja no infográfico a seguir como ocorreu a criação dos serviços de assistência à saúde mental e 
da legislação de proteção à pessoa portadora de transtornos mentais. Confira!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Acompanhe a obra "Enfermagem em Sáude Mental", no capítulo do livro Reforma Psiquiátrica, 
base teórica desta Unidade de Aprendizagem, ela aborda como ocorreu a Reforma Psiquiátrica 
que reestruturou a assistência à saúde da pessoa com transtorno mental. 
Boa leitura.
ENFERMAGEM 
EM SAÚDE 
MENTAL 
Carolina Abbud
Reforma psiquiátrica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conhecer a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica.
 � Identificar as diversas modalidades de assistência ao portador de 
doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica.
 � Aplicar o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/
Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria).
Introdução
Desde a década de 1970, os sanitaristas vêm lutando em busca de uma 
assistência humanizada, o que inclui a saúde mental. Este processo de 
movimentação da saúde para mudança deu origem à Lei nº 10.216, de 6 
de abril de 2001, que trouxe uma nova visão de assistência ao paciente 
em sofrimento mental, reestruturando serviços de saúde que já existiam 
e criando novas modalidades assistenciais para atender o paciente de 
forma integral (BRASIL, 2001).
Este texto abordará as diversas modalidades de assistência ao portador 
de doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica.
Da Declaração de Caracas à Lei nº 10.216, 
de 2001: diretrizes para reestruturação da 
assistência a pessoa portadora de doença mental
A Reforma Psiquiátrica ocorreu gradativamente no Brasil, iniciando nos 
movimentos de reforma sanitária em que a população conquistou a saúde 
como um direito constitucional. Com a criação do Sistema Único de Saúde 
(SUS), a saúde mental da população começou a ser pensada como política, 
em todos os níveis de atuação.
O longo processo de conquista da reforma sanitária passou de uma ne-
cessidade isolada da população brasileira, sendo discutida entre as Américas 
na Venezuela, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo o Brasil 
aceitado as propostas da Declaração de Caracas de reestruturar a assistência 
na saúde mental para garantir os direitos humanos e civis e a dignidade dos 
pacientes acometidos por transtornos mentais. 
A partir da Declaração de Caracas, os movimentos para mudança do modelo 
de assistência ao portador de doença mental ficaram muito mais evidentes, 
sendo propostas pelo governo mais ações de desinstitucionalização do portador 
de doença mental. 
Na II Conferência Nacional de Saúde Mental, que ocorreu em 1992, come-
çaram a ser regulamentadas algumas ações que já haviam se iniciado, e dado 
certo, para assistir o portador de doença mental fora do hospital, de forma que 
o paciente conseguisse viver em sociedade e pudesse buscar novas perspectivas 
de vida. Neste momento, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) começam 
a funcionar de forma regulamentada, sendo implantados em outros locais do 
país, além de São Paulo, na cidade de Santos, onde iniciaram.
Em 2002, entra em vigor a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que instaurou 
a Reforma Psiquiátrica como propósito das instituições e profissionais, para-
metrizando as ações de saúde prestadas ao paciente em sofrimento psíquico 
e promovendo que fossem seguidas ações de manutenção do direito destes 
cidadãos (BRASIL, 2001).
Neste momento começa a ser consolidada a Reforma Psiquiátrica, ide-
alizada há muitos anos, mas sem ferramentas para efetivação. A partir das 
definições descritas nesta legislação, foram criados mais serviços assisten-
ciais que apoiassem os usuários que não precisavam de internação, porém o 
acompanhamento era necessário.
O programa De Volta Para Casa foi uma iniciativa criada como alternativa para a manu-
tenção dos direitos dos usuários da assistência prestada. Sua finalidade foi reintegrar à 
sociedade o paciente que ficou internado por um período muito extenso.
Modalidades de assistência ao portador de 
doença mental a partir da Reforma Psiquiátrica
A partir da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, as legislações para definição 
da assistência ao paciente em sofrimento mental começaram a ser pensada de 
Reforma psiquiátrica2
forma mais estratégica, identificando de onde sairia a verba de manutenção 
do serviço, que serviços seriam prestados para determinada realidade de 
habitantes em um município e que serviços seriam prestados nos níveis de 
atenção primária, secundária e terciária. 
Em 2002 foi criada a Portaria nº 336 do Ministério da Saúde, definindo a 
atuação do CAPS, sendo nos seguintes moldes: 
 � CAPS I – população municipal de 20.000 a 70.000, atendimento das 8h 
às 18h, de segunda à sexta, realizando atendimento individual, em gru-
pos, realizando oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atendimento 
à família e atividades comunitárias para inserção familiar e social;
 � CAPS II – população municipal de 70.000 a 200.000, com o mesmo 
horário de atendimento do CAPS I, podendo ter um atendimento es-
tendido até às 21h e com as mesmas atividades do CAPS I.
 � CAPS III – população municipal acima de 200.000, com o horário de 
atendimento de 24 horas por dia, com as mesmas atividades do CAPS 
I, somando apenas a atividade de acolhimento noturno;
 � CAPSi II – população municipal com cerca de 200.000 ou parâmetro 
populacional definido pelo gestor local, atendimento voltado a crianças 
e adolescentes, com o mesmo horário de atendimento do CAPS II e com 
as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o desenvolvimento 
de ações intersetoriais;
 � CAPSad II – população municipal superior a 70.000, atendimento 
voltado a dependentes químicos, com o mesmo horário de atendimento 
do CAPS II e com as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o 
desenvolvimento de atendimento de desintoxicação (BRASIL, 2002b). 
As demandas de atendimento dos CAPSs podem chegar através de enca-
minhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS), do Núcleo de Apoio à Saúde 
da Família (NASF) ou da Estratégia Saúde da Família (ESF), livre-demanda 
ou busca ativa. Mesmo que encaminhem os usuários ao CAPS, as UBSs, os 
NASFs e as ESFs devem continuar a agir de forma preventiva, promovendo 
a saúde mental da população do território, evitando o aumento do índice de 
usuários de drogas e álcool e auxiliando a reduzir os danos dos já dependentes. 
Em 2011, o governo publicou a Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 
2011, que redefiniu as modalidades de assistência a partir da matriz vista no 
Quadro 1.
3Reforma psiquiátrica
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7Reforma psiquiátrica
Em conjunto, estes serviços formam a rede de atenção psicossocial e atuam 
dentro de suas especialidades na assistência ao paciente com transtorno mental 
fortalecendo os cuidados prestados com as possibilidades de serviços existentes 
para esta finalidade. 
Programa Nacional de Avaliação do Sistema 
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria)
Para que fosse possível garantir que os serviços hospitalares prestados ao 
paciente com transtorno mental não retrocedesse, voltando ao tratamento 
desumano prestado antes da Reforma Manicomial, o governo criou um ins-
trumento de avaliação dos serviços hospitalares prestados, da estrutura e do 
atendimento. 
Criado pela Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002, do Ministério da Saúde, 
o PNASH/Psiquiatria propõe um diagnóstico anual da qualidade da assistência 
dos hospitais psiquiátricos conveniados e públicos (BRASIL, 2002a).
As avaliações são publicadas pelo governo e as instituições que tiverem 
pontuação muito baixa podem perder o convênio com o governo.
São avaliados diversos fatores, que muitas vezes estão diretamente ligados 
à assistência de enfermagem, e por este motivo o enfermeiro deve compreender 
que uma boa gestão de equipe, recursos e processos de enfermagem pode 
garantir a continuidade da prestação de um serviço. 
Veja o informativo feito pelo Ministério da Saúde resu-
mindo as informações sobre o Programa Nacional de 
Avaliação dos Serviços Hospitalares, no qual se inclui 
o serviço hospitalar em psiquiatria. O informativo está 
disponível no link ou código a seguir. 
https://goo.gl/sBt2cq 
Para compreender quais são os problemas existentes no serviço, que estão 
gerando baixo desempenho da equipe ou refletindo de forma negativa, o 
enfermeiro deve atuar como líder, conversando com a equipe e, em conjunto, 
Reforma psiquiátrica8
achando soluções para melhorar a qualidade dos serviços e a satisfação do 
paciente. 
Para o diagnóstico do que deve ser melhorado, pode-se usar ferramentas 
como o diagrama de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe, no 
qual se identifica o problema traçando linha horizontal com o problema descrito 
e linhas diagonais com as principais causas do ocorrido, se aproximando de 
uma espinha de peixe, conforme a Figura 1.
Figura 1. Diagrama de Ishikawa.
Fonte: phoelixDE/Shutterstock.com
Máquina
Método
Efeito
Gerência
Materiais
Mão de obra
Para auxiliar a solucionar os problemas encontrados, pode-se usar o Brains-
torming, no qual a equipe é incentivada a dar ideias para solucionar os pro-
blemas, sem filtrar as informações que vierem, mediando os comportamentos 
que forem contrários às regras, para, no fim, identificar com a equipe o que 
é possível fazer a partir do que foi proposto. 
Para o planejamento de ações pode-se usar a ferramenta 5w2h, que tem ori-
gem das expressões em inglês: What (O que)?, Who (Quem)?, When (Quando)?, 
Where (Onde)?, Why (Por quê)?, How (Como)? E How much (Quanto)?. Para 
cada uma das perguntas é informada uma resposta, obtendo em uma planilha 
o planejamento do que fazer para solucionar determinado problema.
O papel do enfermeiro na manutenção da qualidade do serviço prestado ao 
paciente com transtornosmentais é fundamental, devendo agir de forma ética, 
garantindo ao cidadão que seja atendido com dignidade em um momento que 
ele precisa de apoio e acolhimento.
9Reforma psiquiátrica
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das 
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em 
saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 2001. Seção 1, p. 2. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 
30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002. Estabelece 
diretrizes e normas para a assistência hospitalar em psiquiatria, reclassifica os hospitais 
psiquiátricos, define e estrutura, a porta de entrada para as internações psiquiátricas 
na rede do SUS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 fev. 
2002a. Seção 1, p. 52. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3366>. 
Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece que 
os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades 
de serviços: CAPS I, II, III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e 
abrangência populacional, conforme disposto nesta portaria. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 20 fev. 2002b. Seção 1, p. 22. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html>. Acesso em: 31 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a 
Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e 
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito 
do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 dez. 2011. Se-
ção 1, p. 230. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/
prt3088_23_12_2011.html>. Acesso em: 31 jul. 2017.
Reforma psiquiátrica10
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003. Institui o auxílio-reabilitação psicossocial 
para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 1 ago. 2003. Seção 1, p. 3. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.708.htm>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. PNASH: Programa Nacional de Avaliação dos Serviços 
Hospitalares. Brasília, DF, [2002]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
folder/10006002756.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Relatório final da 2ª 
Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/2conf_mental.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Reforma psiquiátrica e 
política de saúde mental no Brasil. Brasília, DF, 2005. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental no SUS: os 
Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, DF, 2004. (Série F. Comunicação e Educação 
em Saúde). Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.
pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
CARNIEL, A. C. D.; PEDRÃO, L. J. Contribuições do acompanhamento terapêutico na 
assistência ao portador de transtorno mental. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, 
v. 12, n. 1, p. 63-72, abr. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5216/ree.v12i1.9526>.
Acesso em: 30 jul. 2017. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Declaração de Caracas. [Caracas], 1990. 
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_caracas.
pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017.
11Reforma psiquiátrica
DICA DO PROFESSOR
Na Dica do professor você vai ver a estratégia definida pelo governo para manter a qualidade 
dos serviços prestados, dentro do preconizado pela Lei 10.216, que reformulou a assistência na 
saúde mental.
Assista!
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) possuem papel fundamental na formação 
de rede e assistência à saúde mental. Com a finalidade de diminuir as internações e 
promover a inclusão dos pacientes que possuem transtornos mentais, o CAPS 
desenvolve atividades como:
A) Prestar cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial a portadores de transtornos severos 
e persistentes.
B) Receber pessoas com transtornos mentais durante a noite, para que possam dormir em um 
local apropriado, longe do frio e dos riscos das ruas.
C) Universalidade, equidade, integralidade e descentralização da assistência.
D) Desenvolver ações de lazer, exercício de cidadania e enfrentamento de problemas e 
divulgar a lista de pacientes usuários de medição.
E) Realizar atendimento em grupo, de forma com que este elabore o apoio sem individualizar 
o atendimento, e supervisionar as ações dos ESFs e dos serviços hospitalares.
Um usuário chegou no CAPS informando que havia se mudado para a região há 2) 
pouco tempo e gostaria de saber como poderia ser atendido para frequentar o 
serviço, pois na cidade onde ele morava já estava frequentando o CAPS e gostava 
muito, por ajudar a parar de pensar em usar drogas durante o dia. Como você 
orientaria sobre o atendimento do serviço?
A) Diria ao paciente que fica muito feliz por ele buscar o serviço e por ver os benefícios que 
traz à vida dele. Pediria para que fosse a uma sala em que pudessem conversar. Faria o 
acolhimento compreendendo melhor a necessidade deste usuário e promovendo o vínculo 
dele com o serviço. Informaria a ele que levaria à equipe as informações trazidas por ele e 
a necessidade que o trouxe para que possam pensar na melhor estratégia para ajudá-lo a 
manter-se afastado das substâncias de que é dependente.
B) Informaria ao usuário que é importante que ele frequente o CAPS e sempre que ele quiser 
pode ir ao serviço e participar das ações que estão acontecendo.
C) Pediria a ele que agendasse um horário para que fosse feito um primeiro atendimento para 
definidir o que ele precisa de estratégias para manter-se afastado das substâncias de que é 
dependente.
D) Diria a ele que primeiro deveria ir até a ESF da sua região e caso o médico o encaminhasse 
ao CAPS ele deveria voltar ao serviço com o encaminhamento.
E) Informaria ao usuário que ele deveria voltar no CAPS onde era atendido anteriormente, 
pedindo que descrevessem o planejamento que haviam feito para ele para que pudesse dar 
continuidade ao que já havia sido planejado.
As redes de atenção psicossocial atuam em conjunto para que o paciente com 
transtornos mentais possa ser atendido de forma que seja garantida sua assistência 
integral. Um usuário de crack, por exemplo, pode ser referenciado para um 
acompanhamento terapêutico transitório, no qual ficará morando na instituição por 
um período determinado. Estes serviços devem contar com o apoio do CAPS e da 
ESF para auxiliar na reinserção social deste indivíduo quando terminar o período de 
acompanhamento terapêutico transitório. Neste caso, quais dos serviços da rede de 
3) 
atenção psicossocial prestam esse serviço?
A) Unidade de Acolhimento (UA) e comunidade terapêutica.
B) Emergência hospitalar e UPA.
C) Consultório na Rua e centro de convivência.
D) Unidade Básica de Saúde e SAMU.
E) NASF e hospital psiquiátrico.
4) O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, a Estratégia da Saúde da Família e a Unidade 
Básica de Saúde possuem funções muito importantes na Rede de Atenção 
Psicossocial. Identifique nas respostas abaixo qual delas está relacionada a estas 
funções.
A) Realizar ações de promoção da saúde mental e prevenção de uso de álcool e drogas e 
prevenção de danos, prestar cuidados ao paciente e atuar em estratégias de redução de 
danos.
B) Realizar atendimento a emergências psiquiátricas,mantendo os pacientes internados caso 
seja necessário.
C) Realizar atividades terapêuticas, como oficinas e acompanhamento terapêutico transitório.
D) Realizar acolhimento dos usuários em fase aguda, medicando e orientando os familiares a 
promover os cuidados necessários e classificando os pacientes conforme risco para 
prioridade de atendimento.
E) Realizar a referência e a contrarreferência da assistência em saúde mental, promovendo a 
institucionalização dos pacientes da rede.
5) A Reforma Psiquiátrica ocorreu a partir da busca dos direitos dos pacientes com 
transtornos mentais para que fossem protegidos dos abusos que ocorriam durante as 
internações. Muitos pacientes eram esquecidos ou depositados pelas famílias nos 
manicômios, perdendo completamente o vínculo e o contato com a sociedade. A 
partir da Reforma, algumas estratégias de desinstitucionalização e manutenção das 
ações de acordo com o previsto na reforma foram criadas para que estes pacientes 
sejam reinseridos na sociedade e para que sejam tratados com dignidade durante a 
internação. Marque a resposta que se refere a essas ações.
A) Programa de Volta para Casa e Programa Nacional de Avaliação dos Serviços 
Hospitalares.
B) Programa Melhor em Casa e Projeto Olhar Brasil.
C) Consultório na Rua e Brasil Sorridente.
D) Prevenção de doenças mentais e uso de álcool e drogas.
E) Acolhimento do usuário e encaminhamento ao CAPS.
NA PRÁTICA
O enfermeiro deve atuar na assistência à saúde prestando cuidados ao paciente, organizando o 
setor em que está inserido e gerenciando processos de assistência à saúde. A partir das 
definições das diretrizes da assistência à pessoa com transtorno mental, o governo federal criou 
um programa para avaliar se os serviços estão seguindo as diretrizes governamentais e 
mantendo a qualidade do serviço prestado e os direitos do usuário deste serviço.
 
Tânia é enfermeira há sete anos no Hospital Lins. Ela sabe que a enfermagem deve atuar de 
acordo com a legislação, ajudando a instituição e a equipe a agirem de acordo com o previsto 
pela Lei 10.216 e pelo PNASH/Psiquiatria.
Ela sabe que, para isso, é importante o enfermeiro conhecer os requisitos que são avaliados no 
PNASH/Psiquiatria para manter a equipe focada em seguir estes parâmetros de qualidade 
definidos pelo governo.
 
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Leia a Lei 10.216, de 2001, que aborda o direito da pessoa portadora de doença mental e 
parametriza o novo modelo assistencial de atenção à pessoa com transtorno mental.
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