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Reforma Psiquiátrica APRESENTAÇÃO Desde a década de 70, os sanitaristas vêm lutando em busca de uma assistência humanizada, o que inclui a saúde mental. Este processo de movimentação da saúde para mudança deu origem à Lei 10.216, de 2001, que trouxe uma nova visão de assistência ao paciente em sofrimento mental, reestruturando serviços de saúde que já existiam e criando novas modalidades assistenciais para atender o paciente de forma integral. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar um conteúdo que tem como foco a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica e as diversas modalidades de assistência à pessoa com transtorno mental previstas a partir desta reforma. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conhecer a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica.• Identificar as diversas modalidades de assistência à pessoa com transtorno mental previstas na Reforma Psiquiátrica. • Aplicar o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria). • INFOGRÁFICO Veja no infográfico a seguir como ocorreu a criação dos serviços de assistência à saúde mental e da legislação de proteção à pessoa portadora de transtornos mentais. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO Acompanhe a obra "Enfermagem em Sáude Mental", no capítulo do livro Reforma Psiquiátrica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, ela aborda como ocorreu a Reforma Psiquiátrica que reestruturou a assistência à saúde da pessoa com transtorno mental. Boa leitura. ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL Carolina Abbud Reforma psiquiátrica Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Conhecer a legislação que definiu as diretrizes da Reforma Psiquiátrica. � Identificar as diversas modalidades de assistência ao portador de doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica. � Aplicar o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/ Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria). Introdução Desde a década de 1970, os sanitaristas vêm lutando em busca de uma assistência humanizada, o que inclui a saúde mental. Este processo de movimentação da saúde para mudança deu origem à Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que trouxe uma nova visão de assistência ao paciente em sofrimento mental, reestruturando serviços de saúde que já existiam e criando novas modalidades assistenciais para atender o paciente de forma integral (BRASIL, 2001). Este texto abordará as diversas modalidades de assistência ao portador de doença mental previstas na Reforma Psiquiátrica. Da Declaração de Caracas à Lei nº 10.216, de 2001: diretrizes para reestruturação da assistência a pessoa portadora de doença mental A Reforma Psiquiátrica ocorreu gradativamente no Brasil, iniciando nos movimentos de reforma sanitária em que a população conquistou a saúde como um direito constitucional. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), a saúde mental da população começou a ser pensada como política, em todos os níveis de atuação. O longo processo de conquista da reforma sanitária passou de uma ne- cessidade isolada da população brasileira, sendo discutida entre as Américas na Venezuela, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo o Brasil aceitado as propostas da Declaração de Caracas de reestruturar a assistência na saúde mental para garantir os direitos humanos e civis e a dignidade dos pacientes acometidos por transtornos mentais. A partir da Declaração de Caracas, os movimentos para mudança do modelo de assistência ao portador de doença mental ficaram muito mais evidentes, sendo propostas pelo governo mais ações de desinstitucionalização do portador de doença mental. Na II Conferência Nacional de Saúde Mental, que ocorreu em 1992, come- çaram a ser regulamentadas algumas ações que já haviam se iniciado, e dado certo, para assistir o portador de doença mental fora do hospital, de forma que o paciente conseguisse viver em sociedade e pudesse buscar novas perspectivas de vida. Neste momento, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) começam a funcionar de forma regulamentada, sendo implantados em outros locais do país, além de São Paulo, na cidade de Santos, onde iniciaram. Em 2002, entra em vigor a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que instaurou a Reforma Psiquiátrica como propósito das instituições e profissionais, para- metrizando as ações de saúde prestadas ao paciente em sofrimento psíquico e promovendo que fossem seguidas ações de manutenção do direito destes cidadãos (BRASIL, 2001). Neste momento começa a ser consolidada a Reforma Psiquiátrica, ide- alizada há muitos anos, mas sem ferramentas para efetivação. A partir das definições descritas nesta legislação, foram criados mais serviços assisten- ciais que apoiassem os usuários que não precisavam de internação, porém o acompanhamento era necessário. O programa De Volta Para Casa foi uma iniciativa criada como alternativa para a manu- tenção dos direitos dos usuários da assistência prestada. Sua finalidade foi reintegrar à sociedade o paciente que ficou internado por um período muito extenso. Modalidades de assistência ao portador de doença mental a partir da Reforma Psiquiátrica A partir da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, as legislações para definição da assistência ao paciente em sofrimento mental começaram a ser pensada de Reforma psiquiátrica2 forma mais estratégica, identificando de onde sairia a verba de manutenção do serviço, que serviços seriam prestados para determinada realidade de habitantes em um município e que serviços seriam prestados nos níveis de atenção primária, secundária e terciária. Em 2002 foi criada a Portaria nº 336 do Ministério da Saúde, definindo a atuação do CAPS, sendo nos seguintes moldes: � CAPS I – população municipal de 20.000 a 70.000, atendimento das 8h às 18h, de segunda à sexta, realizando atendimento individual, em gru- pos, realizando oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, atendimento à família e atividades comunitárias para inserção familiar e social; � CAPS II – população municipal de 70.000 a 200.000, com o mesmo horário de atendimento do CAPS I, podendo ter um atendimento es- tendido até às 21h e com as mesmas atividades do CAPS I. � CAPS III – população municipal acima de 200.000, com o horário de atendimento de 24 horas por dia, com as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas a atividade de acolhimento noturno; � CAPSi II – população municipal com cerca de 200.000 ou parâmetro populacional definido pelo gestor local, atendimento voltado a crianças e adolescentes, com o mesmo horário de atendimento do CAPS II e com as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o desenvolvimento de ações intersetoriais; � CAPSad II – população municipal superior a 70.000, atendimento voltado a dependentes químicos, com o mesmo horário de atendimento do CAPS II e com as mesmas atividades do CAPS I, somando apenas o desenvolvimento de atendimento de desintoxicação (BRASIL, 2002b). As demandas de atendimento dos CAPSs podem chegar através de enca- minhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS), do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ou da Estratégia Saúde da Família (ESF), livre-demanda ou busca ativa. Mesmo que encaminhem os usuários ao CAPS, as UBSs, os NASFs e as ESFs devem continuar a agir de forma preventiva, promovendo a saúde mental da população do território, evitando o aumento do índice de usuários de drogas e álcool e auxiliando a reduzir os danos dos já dependentes. Em 2011, o governo publicou a Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011, que redefiniu as modalidades de assistência a partir da matriz vista no Quadro 1. 3Reforma psiquiátrica CO M PO N EN TE Po nt o de A te nç ão N ec es si da de Ex is te nt es D ef ic it Pa râ m et ro I. At en çã o Bá sic a em S aú de U ni da deB ás ic a de S aú de Co nf or m e or ie nt aç õe s d a Po lít ic a N ac io na l d e At en çã o Bá sic a, d e 21 d e ou tu br o de 2 01 1 Eq ui pe s d e At en çã o Bá sic a pa ra p op ul aç õe s em si tu aç õe s es pe cí fic as Co ns ul tó rio n a Ru a – Po rt ar ia q ue d ef in e as di re tr iz es d e or ga ni za çã o e fu nc io na m en to da s E qu ip es d e Co ns ul tó rio n a Ru a Eq ui pe d e ap oi o ao s s er vi ço s d o co m po ne nt e At en çã o Re sid en ci al d e Ca rá te r T ra ns itó rio 1 - M un ic íp io s c om 3 o u m ai s C T: 1 eq ui pe p ar a ca da 3 C Ts . 2 - M un ic íp io s c om m en os d e 3 C T (m en os d e 80 p es so as ): a at en çã o in te gr al fi ca po r c on ta d as e qu ip es d e AB d o m un ic íp io . N úc le o de A po io à Sa úd e da F am íli a Co nf or m e or ie nt aç õe s d a Po lít ic a N ac io na l d e At en çã o Bá sic a – 20 11 Ce nt ro d e Co nv iv ên ci a Q ua dr o 1. M at riz d e m od al id ad es d e as sis tê nc ia à s aú de m en ta l. (C on tin ua ) Reforma psiquiátrica4 CO M PO N EN TE Po nt o de A te nç ão N ec es si da de Ex is te nt es D ef ic it Pa râ m et ro II. A te nç ão Ps ic os so ci al Es pe ci al iz ad a Ce nt ro d e At en çã o Ps ic os so ci al CA PS I M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 2 0 m il ha bi ta nt es CA PS II M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 7 0 m il ha bi ta nt es CA PS II I M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 2 00 m il ha bi ta nt es CA PS A D M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 7 0 m il ha bi ta nt es CA PS A D III M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 2 00 m il ha bi ta nt es CA PS i M un ic íp io s o u re gi õe s c om p op ul aç ão ac im a de 1 50 m il ha bi ta nt es III . A te nç ão de U rg ên ci a e Em er gê nc ia U PA /S A M U Co nf or m e or ie nt aç õe s d a Po rt ar ia d a Re de d e At en çã o às U rg ên ci as , d e 7 de ju lh o de 2 01 1 Q ua dr o 1. M at riz d e m od al id ad es d e as sis tê nc ia à s aú de m en ta l. (C on tin ua çã o) (C on tin ua ) 5Reforma psiquiátrica CO M PO N EN TE Po nt o de A te nç ão N ec es si da de Ex is te nt es D ef ic it Pa râ m et ro IV . A te nç ão Re sid en ci al d e Ca rá te r T ra ns itó rio U A AD U LT O 1 U A (c om 1 5 va ga s) p ar a ca da 1 0 le ito s d e en fe rm ar ia s e sp ec ia liz ad as em h os pi ta l g er al p or m un ic íp io U A IN FA N TO -J U VE N IL M un ic íp io s c om m ai s d e 10 0 m il ha bi ta nt es e co m m ai s d e 2. 50 0 cr ia nç as e a do le sc en te s em p ot en ci al p ar a us o de d ro ga s i líc ita s (U N O D C, 20 11 ). M un ic íp io s c om 2 .5 00 a 5. 00 0 cr ia nç as e a do le sc en te s e m p ot en ci al pa ra u so d e dr og as il íc ita s: 1 U ni da de M un ic íp io s c om m ai s d e 5. 00 0 cr ia nç as e ad ol es ce nt es e m p ot en ci al p ar a us o de d ro ga s i líc ita s: 1 U ni da de p ar a ca da 5. 00 0 cr ia nç as e a do le sc en te s CO M U N ID AD E TE RA PÊ U TC A V. A te nç ão H os pi ta la r LE IT O S 1 le ito p ar a ca da 2 3 m il ha bi ta nt es – Po rt ar ia 1 .10 1/ 02 EN FE RM AR IA ES PE CI AL IZ AD A Q ua dr o 1. M at riz d e m od al id ad es d e as sis tê nc ia à s aú de m en ta l. (C on tin ua çã o) (C on tin ua ) Reforma psiquiátrica6 CO M PO N EN TE Po nt o de A te nç ão N ec es si da de Ex is te nt es D ef ic it Pa râ m et ro VI . E st ra té gi as d e D es in st itu ci on al iz aç ão SR T A de pe nd er d o nú m er o de m un íc ip es lo ng am en te in te rn ad os PV C A de pe nd er d o nú m er o de m un íc ip es lo ng am en te in te rn ad os VI I. Re ab ili ta çã o Ps ic os so ci al CO O PE RA TI VA S Fo nt e: B ra sil (2 01 1) . Q ua dr o 1. M at riz d e m od al id ad es d e as sis tê nc ia à s aú de m en ta l. (C on tin ua çã o) 7Reforma psiquiátrica Em conjunto, estes serviços formam a rede de atenção psicossocial e atuam dentro de suas especialidades na assistência ao paciente com transtorno mental fortalecendo os cuidados prestados com as possibilidades de serviços existentes para esta finalidade. Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria) Para que fosse possível garantir que os serviços hospitalares prestados ao paciente com transtorno mental não retrocedesse, voltando ao tratamento desumano prestado antes da Reforma Manicomial, o governo criou um ins- trumento de avaliação dos serviços hospitalares prestados, da estrutura e do atendimento. Criado pela Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002, do Ministério da Saúde, o PNASH/Psiquiatria propõe um diagnóstico anual da qualidade da assistência dos hospitais psiquiátricos conveniados e públicos (BRASIL, 2002a). As avaliações são publicadas pelo governo e as instituições que tiverem pontuação muito baixa podem perder o convênio com o governo. São avaliados diversos fatores, que muitas vezes estão diretamente ligados à assistência de enfermagem, e por este motivo o enfermeiro deve compreender que uma boa gestão de equipe, recursos e processos de enfermagem pode garantir a continuidade da prestação de um serviço. Veja o informativo feito pelo Ministério da Saúde resu- mindo as informações sobre o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares, no qual se inclui o serviço hospitalar em psiquiatria. O informativo está disponível no link ou código a seguir. https://goo.gl/sBt2cq Para compreender quais são os problemas existentes no serviço, que estão gerando baixo desempenho da equipe ou refletindo de forma negativa, o enfermeiro deve atuar como líder, conversando com a equipe e, em conjunto, Reforma psiquiátrica8 achando soluções para melhorar a qualidade dos serviços e a satisfação do paciente. Para o diagnóstico do que deve ser melhorado, pode-se usar ferramentas como o diagrama de Ishikawa, também conhecido como espinha de peixe, no qual se identifica o problema traçando linha horizontal com o problema descrito e linhas diagonais com as principais causas do ocorrido, se aproximando de uma espinha de peixe, conforme a Figura 1. Figura 1. Diagrama de Ishikawa. Fonte: phoelixDE/Shutterstock.com Máquina Método Efeito Gerência Materiais Mão de obra Para auxiliar a solucionar os problemas encontrados, pode-se usar o Brains- torming, no qual a equipe é incentivada a dar ideias para solucionar os pro- blemas, sem filtrar as informações que vierem, mediando os comportamentos que forem contrários às regras, para, no fim, identificar com a equipe o que é possível fazer a partir do que foi proposto. Para o planejamento de ações pode-se usar a ferramenta 5w2h, que tem ori- gem das expressões em inglês: What (O que)?, Who (Quem)?, When (Quando)?, Where (Onde)?, Why (Por quê)?, How (Como)? E How much (Quanto)?. Para cada uma das perguntas é informada uma resposta, obtendo em uma planilha o planejamento do que fazer para solucionar determinado problema. O papel do enfermeiro na manutenção da qualidade do serviço prestado ao paciente com transtornosmentais é fundamental, devendo agir de forma ética, garantindo ao cidadão que seja atendido com dignidade em um momento que ele precisa de apoio e acolhimento. 9Reforma psiquiátrica BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 abr. 2001. Seção 1, p. 2. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 30 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 251, de 31 de janeiro de 2002. Estabelece diretrizes e normas para a assistência hospitalar em psiquiatria, reclassifica os hospitais psiquiátricos, define e estrutura, a porta de entrada para as internações psiquiátricas na rede do SUS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 4 fev. 2002a. Seção 1, p. 52. Disponível em: <https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3366>. Acesso em: 30 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Estabelece que os Centros de Atenção Psicossocial poderão constituir-se nas seguintes modalidades de serviços: CAPS I, II, III, definidos por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional, conforme disposto nesta portaria. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 fev. 2002b. Seção 1, p. 22. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov. br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html>. Acesso em: 31 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 dez. 2011. Se- ção 1, p. 230. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/ prt3088_23_12_2011.html>. Acesso em: 31 jul. 2017. Reforma psiquiátrica10 Leituras recomendadas BRASIL. Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003. Institui o auxílio-reabilitação psicossocial para pacientes acometidos de transtornos mentais egressos de internações. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 ago. 2003. Seção 1, p. 3. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.708.htm>. Acesso em: 1 ago. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. PNASH: Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares. Brasília, DF, [2002]. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ folder/10006002756.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Relatório final da 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/2conf_mental.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Brasília, DF, 2005. Disponível em: <http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, DF, 2004. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde). Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus. pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017. CARNIEL, A. C. D.; PEDRÃO, L. J. Contribuições do acompanhamento terapêutico na assistência ao portador de transtorno mental. Revista Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, v. 12, n. 1, p. 63-72, abr. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5216/ree.v12i1.9526>. Acesso em: 30 jul. 2017. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Declaração de Caracas. [Caracas], 1990. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_caracas. pdf>. Acesso em: 30 jul. 2017. 11Reforma psiquiátrica DICA DO PROFESSOR Na Dica do professor você vai ver a estratégia definida pelo governo para manter a qualidade dos serviços prestados, dentro do preconizado pela Lei 10.216, que reformulou a assistência na saúde mental. Assista! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) possuem papel fundamental na formação de rede e assistência à saúde mental. Com a finalidade de diminuir as internações e promover a inclusão dos pacientes que possuem transtornos mentais, o CAPS desenvolve atividades como: A) Prestar cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial a portadores de transtornos severos e persistentes. B) Receber pessoas com transtornos mentais durante a noite, para que possam dormir em um local apropriado, longe do frio e dos riscos das ruas. C) Universalidade, equidade, integralidade e descentralização da assistência. D) Desenvolver ações de lazer, exercício de cidadania e enfrentamento de problemas e divulgar a lista de pacientes usuários de medição. E) Realizar atendimento em grupo, de forma com que este elabore o apoio sem individualizar o atendimento, e supervisionar as ações dos ESFs e dos serviços hospitalares. Um usuário chegou no CAPS informando que havia se mudado para a região há 2) pouco tempo e gostaria de saber como poderia ser atendido para frequentar o serviço, pois na cidade onde ele morava já estava frequentando o CAPS e gostava muito, por ajudar a parar de pensar em usar drogas durante o dia. Como você orientaria sobre o atendimento do serviço? A) Diria ao paciente que fica muito feliz por ele buscar o serviço e por ver os benefícios que traz à vida dele. Pediria para que fosse a uma sala em que pudessem conversar. Faria o acolhimento compreendendo melhor a necessidade deste usuário e promovendo o vínculo dele com o serviço. Informaria a ele que levaria à equipe as informações trazidas por ele e a necessidade que o trouxe para que possam pensar na melhor estratégia para ajudá-lo a manter-se afastado das substâncias de que é dependente. B) Informaria ao usuário que é importante que ele frequente o CAPS e sempre que ele quiser pode ir ao serviço e participar das ações que estão acontecendo. C) Pediria a ele que agendasse um horário para que fosse feito um primeiro atendimento para definidir o que ele precisa de estratégias para manter-se afastado das substâncias de que é dependente. D) Diria a ele que primeiro deveria ir até a ESF da sua região e caso o médico o encaminhasse ao CAPS ele deveria voltar ao serviço com o encaminhamento. E) Informaria ao usuário que ele deveria voltar no CAPS onde era atendido anteriormente, pedindo que descrevessem o planejamento que haviam feito para ele para que pudesse dar continuidade ao que já havia sido planejado. As redes de atenção psicossocial atuam em conjunto para que o paciente com transtornos mentais possa ser atendido de forma que seja garantida sua assistência integral. Um usuário de crack, por exemplo, pode ser referenciado para um acompanhamento terapêutico transitório, no qual ficará morando na instituição por um período determinado. Estes serviços devem contar com o apoio do CAPS e da ESF para auxiliar na reinserção social deste indivíduo quando terminar o período de acompanhamento terapêutico transitório. Neste caso, quais dos serviços da rede de 3) atenção psicossocial prestam esse serviço? A) Unidade de Acolhimento (UA) e comunidade terapêutica. B) Emergência hospitalar e UPA. C) Consultório na Rua e centro de convivência. D) Unidade Básica de Saúde e SAMU. E) NASF e hospital psiquiátrico. 4) O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, a Estratégia da Saúde da Família e a Unidade Básica de Saúde possuem funções muito importantes na Rede de Atenção Psicossocial. Identifique nas respostas abaixo qual delas está relacionada a estas funções. A) Realizar ações de promoção da saúde mental e prevenção de uso de álcool e drogas e prevenção de danos, prestar cuidados ao paciente e atuar em estratégias de redução de danos. B) Realizar atendimento a emergências psiquiátricas,mantendo os pacientes internados caso seja necessário. C) Realizar atividades terapêuticas, como oficinas e acompanhamento terapêutico transitório. D) Realizar acolhimento dos usuários em fase aguda, medicando e orientando os familiares a promover os cuidados necessários e classificando os pacientes conforme risco para prioridade de atendimento. E) Realizar a referência e a contrarreferência da assistência em saúde mental, promovendo a institucionalização dos pacientes da rede. 5) A Reforma Psiquiátrica ocorreu a partir da busca dos direitos dos pacientes com transtornos mentais para que fossem protegidos dos abusos que ocorriam durante as internações. Muitos pacientes eram esquecidos ou depositados pelas famílias nos manicômios, perdendo completamente o vínculo e o contato com a sociedade. A partir da Reforma, algumas estratégias de desinstitucionalização e manutenção das ações de acordo com o previsto na reforma foram criadas para que estes pacientes sejam reinseridos na sociedade e para que sejam tratados com dignidade durante a internação. Marque a resposta que se refere a essas ações. A) Programa de Volta para Casa e Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares. B) Programa Melhor em Casa e Projeto Olhar Brasil. C) Consultório na Rua e Brasil Sorridente. D) Prevenção de doenças mentais e uso de álcool e drogas. E) Acolhimento do usuário e encaminhamento ao CAPS. NA PRÁTICA O enfermeiro deve atuar na assistência à saúde prestando cuidados ao paciente, organizando o setor em que está inserido e gerenciando processos de assistência à saúde. A partir das definições das diretrizes da assistência à pessoa com transtorno mental, o governo federal criou um programa para avaliar se os serviços estão seguindo as diretrizes governamentais e mantendo a qualidade do serviço prestado e os direitos do usuário deste serviço. Tânia é enfermeira há sete anos no Hospital Lins. Ela sabe que a enfermagem deve atuar de acordo com a legislação, ajudando a instituição e a equipe a agirem de acordo com o previsto pela Lei 10.216 e pelo PNASH/Psiquiatria. Ela sabe que, para isso, é importante o enfermeiro conhecer os requisitos que são avaliados no PNASH/Psiquiatria para manter a equipe focada em seguir estes parâmetros de qualidade definidos pelo governo. SAIBA + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Leia a Lei 10.216, de 2001, que aborda o direito da pessoa portadora de doença mental e parametriza o novo modelo assistencial de atenção à pessoa com transtorno mental. 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