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WORKSHOP DA RADIOLOGIA VETERINÁRIA UNIRADIO AULA 1 – 01/02/2021 – PROF. THIAGO MULLER Indicações: Infecções: excluir pneumonia Trauma grave: excluir mediastino alargado, pneumotórax e hemotórax Dor torácica aguda: excluir pneumotórax, contusão pulmonar, fratura de costelas Asma/bronquite: quando o diagnóstico é incerto ou não responde à terapia usual Dispneia aguda: excluir insuficiência cardíaca, derrame pleural Dispneia crônica: excluir insuficiência cardíaca, derrame e doença pulmonar intersticial Hemoptise Suspeita de massa, metástase ou linfadenopatia Projeções: Incidências ortogonais, assim como no abdômen. Lateral e ventrodorsal O posicionamento do tórax tem que estar muito bom para adquirir o máximo de informações possíveis Referências anatômicas para que o feixe esteja atingindo a porção certa: a área mais cranial é o manúbrio e deve ir até o xifoide, na última costela. Todas as pontas do pulmão devem estar incluídas, assim como o diafragma e processos espinhosos das vertebras. Essa é uma projeção ventrodorsal, porém, a dorsoventral pode ser feita também. Essa é uma lateral, e o indicado é sempre fazer uma esquerda e uma direita, pois trazem informações diferentes. Na lateral direita vejo melhor o pulmão esquerdo Na lateral esquerda vejo melhor o pulmão direito Dicas: 1. Os pacientes geralmente sorem de dificuldade respiratória quando essa imagem é solicitada. Preste atenção ao nível de estresse físico do paciente ao obter esta imagem. 2. Se o paciente estiver sedado/anestesiado, observe o tipo de sedação no formulário de radiologia. 3. Recomenda-se o uso de dispositivos de posicionamento do paciente para manter o paciente na posição. Alguns exemplos incluem espuma, sacos de areia e cordas. 4. Remova a Coleira e roupas do paciente 5. O tórax é radiograficamente menor do que parece visualmente – utilize pontos de referência. 6. Se o paciente for grande, tire duas imagens sobrepostas para garantir que toda a anatomia seja capturada 7. Se possível, capture a imagem no momento de inspiração do pulmão. Qualidade do exame: As incidências padrões foram realizadas? 3 incidências para metástases Dorsoventral para dirofilária (já que traz mais informações de vasos pulmonares) Incluiu todas as estruturas? ABCD do tórax: Airways (traqueia e brônquios) Breath (Pulmões) Centro (cardiovascular) Diafragma Esqueleto e esquecidos Airways (traqueia e brônquios): Traqueia normal: tubo preenchido por ar que vai até a carina. Normalmente não vemos o esôfago (a não ser que o paciente tenha engolido um pouco de ar na radiografia ou esteja anormal). É possível observar também a árvore brônquica, que são esses caminhos que se vê no pulmão. Nessa imagem há um colapso de traqueia grau 4. Desvio dorsal de traqueia. Isso quer dizer que tem algo empurrando-a “pra cima”. Nesse caso é uma cardiomegalia (aumento do coração). Já aqui é um desvio ventral da traqueia, em um caso de megaesôfago, que empurra essa traqueia “para baixo”. Quando há um aumento do coração, mais especificamente do AE, esses brônquios caudais vão divergir e causar o que chamamos de sinal de cowboy. Breath (pulmões): O pulmão tem o aspecto radioluscente e nele conseguimos observar a maior parte dos vasos e brônquios. Critérios Opacidade: A radiografia é sensível para opacidade pulmonar. A maioria das doenças aumentam a opacidade É inespecífica, um padrão pode estar presente em várias situações Depende da gravidade/patogênese Opacidade pulmonar Insuflação pulmonar Distribuição macroscópica Padrão pulmonar alveolar, já que não se enxerga mais vasos, está tudo branco. É possível observar o broncograma aéreo (são os brônquios preenchidos por ar). Insuflação pulmonar: Hiper Consolidação Hipovolemia Enfisema Doenças imunes Hipo Atelectasia/colapso Este é um caso de atelectasia, em que o pulmão perde o volume e há um deslocamento mediastinal do coração no sentido de onde foi perdido o volume. Já esse é um caso de hiper insuflação pulmonar, sendo uma hipovolemia. O coração e veia cava caudal estão pequenos e há um pulmão bem translúcido com um padrão hipovascular. Um paciente com choque hipovolêmico, por exemplo, pode apresentar esse tipo de situação. Distribuição macroscópica: Difusa Focal Caudodorsal Cranioventral Lobar Multifocal Assimétrica Extensiva local Cada doença pode ter uma apresentação específica. Em um padrão alveolar caudodorsal se pode ter um edema pulmonar cardiogênico. Nas pneumonias, o padrão alveolar geralmente vai estar cranioventral. Essa é uma alteração multifocal ou difusa em um caso de metástase pulmonar. Centro (cardiovascular): Nessa imagem podemos observar uma silhueta cardíaca muito abaulada, dando a entender que é uma cardiomegalia. Porém, deve-se notar que esse é um paciente de tórax profundo, e nesse caso, é comum que a silhueta cardíaca tenha essa aparência mais globosa na ventrodorsal. A avaliação de vasos pulmonares é essencial. Na VD: Na imagem ventrodorsal correlacionamos a avaliação de vasos pulmonares com a nona costela. Deve-se pegar o diâmetro do vaso e comparar se ele não está maior que o diâmetro da nona costela. V= veia B= Brônquio A= artéria Na lateral: Os vasos devem ser comparados com o aspecto mais cranial das costelas, de forma que eles não põem ser maiores que o diâmetro da quarta costela. Acima é um paciente que tem aumento principalmente da veia pulmonar (ventral à quarta costela) Já esse é um paciente com dilofilariose.. A artéria está bem aumenta quando se compara com a nona costela. Diafragma: Não é observável pois ele faz sinal de silhueta com o fígado. Não é possível individualizá-lo, mas sabe-se que ele está ali. Quando vamos radiografar o tórax, buscamos esse distanciamento maior do diafragma que ocorre na inspiração, para que assim haja um maior contraste torácico. Aqui na ventro-dorsal, o diafragma forma como se fossem as duas orelhas do Mickey As cruras são as inserções do diafragma, e nessa projeção, elas se cruzam. Nesse caso há uma ruptura de diafragma em um paciente que foi atropelado. Perde-se a definição do diafragma, e as estruturas do abdômen avançam para o tórax. Esse também é um caso de hérnia/ruptura diafragmática Esqueleto e esquecidas: Aqui avaliaremos as vértebras, úmero, esternébras, costelas e os tecidos moles como mediastino, pleura etc. É o fechamento do exame e de tudo que não havia sido observado antes. Aqui há um caso de alteração vertebral. É uma hiperostose esquelética idiopática difusa (DISH), onde há um espessamento do ligamento longitudinal ventral. Alterações de conformação torácica. Esta é uma alteração esquelética onde há um osteosarcoma primário de costela. Em um gato de 9 anos. Desafio: Felino, SRD 9 anos Tosse crônica Respostas: Comentários: Incidências ortogonais do tórax foram obtidas Existe um padrão pulmonar brônquico moderado e difuso Há um padrão alveolar e sinal lobar associado ao lobo médio do pulmão direito, com perda de volume A silhueta cardíaca e a vasculatura pulmonar apresentam-se com padrão radiográfico normal Outras estruturas incluídas no estudo apresentam-se dentro da normalidade Impressão diagnóstica: Pneumopatia bronquial associada a atelectasia de lobo médio direito. Doença pulmonar inflamatória crônica (bronquite) é o principal diagnóstico diferencial Lavado traqueal/broncoalveolar é indicado para melhor avaliação do paciente. Avaliações gerais: Diafragmadeslocado e bem achatado Provavelmente uma asma felina/bronquite felina (que se apresentam de forma bem semelhante) Há um sinal lobar nessa imagem e uma atelectasia pulmonar do lobo direito
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