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1. Anatomia do Esófago O Esófago é um tubo muscular, com cerca de 25cm de comprimento num adulto, que conecta a Faringe e o Estômago (Drake et al., 2004). Limite superior: margem inferior da cartilagem cricóidea, à nível da vértebra C6 (Drake et al., 2004). Limite inferior: abertura do estômago (Cárdia), à nível da vértebra T11 (Drake et al., 2004). 1.1. Divisão do esófago O esófago apresenta três partes, como ilustra a figura 1: Figura 1: divisão do esófago. Fonte: Netter-2015 Durante o seu trajecto, apresenta relações com outras estruturas: Parte cervical – porção que está em contacto intimo com a traqueia, da vértebra C6 à vértebra T2. Anteriormente, tem relação com a traqueia (quando atravessa o mediastino superior) e posteriormente com a coluna vertebral (Dantas, 2011). Parte torácica – a porção mais importante, que começa na vértebra T2 e termina na vértebra T10 (Dantas, 2011). Anteriormente – tem relação com a traqueia na sua bifurcação e o átrio esquerdo que é separado do esófago apenas pelo pericárdio, abaixo do nível da bifurcação da traqueia, há a artéria pulmonar direita e o brônquio principal esquerdo (Dantas, 2011); Posteriormente – tem relação com a coluna vertebral, o ducto torácico está no lado direito (Dantas, 2011) ; Lateralmente - Direita: a nível da quarta vértebra torácica o esófago cruza-se com o arco da veia ázigos. O nervo vago direito aborda o esófago inferiormente ao arco da veia ázigos. Superior e inferiormente a esta estabelece relação com a pleura e pulmão direito. (GRAY,2011). Esquerda: a nível da quarta vértebra torácica, o esófago cruza-se com o arco aórtico. Superiormente a esta, esta separado da pleura e pulmão esquerdo pela artéria subclávia esquerda e pelo ducto torácico. Inferiormente ao arco da aorta esta também separado pela aorta torácica descendente. O nervo vago esquerdo alcança o lado esquerdo do esófago inferiormente ao brônquio principal esquerdo e descendo depois pela sua face anterior. (GRAY,2011) Parte abdominal – é a porção que no diafragma, a nível da T10, passando pelo hiato esofágico do diafragma, terminando na cárdia do estômago (Dantas, 2011). Anteriormente: A parte abdominal do esófago se encontra posterior ao lobo esquerdo do fígado, no qual ela provoca um ligeiro sulco anterior ao pilar esquerdo, a impressão esofágica (GRAY,2011). Posteriormente: tem relação com a aorta abdominal, apoia-se ao pilar esquerdo do diafragma, sem interposição peritoneu (GRAY,2011). A parte abdominal do esófago está efectivamente fixada ao diafragma por tecido conjuntivo o ligamento frenicoesofágico; tem relação com a aorta abdominal (GRAY,2011). 1.2. Constrições esofágicas o esófago é um tubo muscular flexível que pode ser comprimido ou limitado, recebem o nome de constrições, pelas estruturas à sua volta em quatro locais (Drake et al., 2004) : Constrição Crico-faringea: a nível da sua origem na vértebra C6 junção do esófago com a faringe no pescoço; Constrição Aórtica: cruzada pela Arco da Aorta no mediastino superior, vértebra T4; Constrição Brônquica : cruzada e comprimido pelo Brônquio principal esquerdo no mediastino posterior, vértebra T5 e Constrição Diafragmática: à nível da Diafragma no local do hiato esofágico vértebra T10. Figura 2: topografia e constrições do esófago. Fonte: Netter- 2015 1.3. Esfíncteres esofágicos A passagem do bolo alimentar através destas junções é regulada por esfíncteres de controle involuntário. A constrição cricofaringea é cercada pelo esfíncter esofágico superior, também conhecido como musculo cricofaringeo, que é a parte mais interior do constritor da faringe. A musculatura diafragmática que forma o hiato esofágico funciona como o esfíncter esofágico inferior que se contrai e relaxa. 1.4. Camadas do esófago Mucosa – epitélio escamoso estratificado não queratinizado, lamina própria, camadas musculares lisas. A linha Z marca a transição entre a mucosa esofágica e gástrica. Submucosa – Com plexos venosos e nervosos. Tem o plexo de Meissner responsável pelo controle das secreções gastrointestinais e do fluxo sanguíneo local; glândulas esofágicas e papilas. Muscular – Fibras longitudinais mais externas e circulares mais internas. Entre a camada externa e interna tem o plexo nervoso de Auerbach, que coordena a actividade motora do esófago. Em seu terço superior, a lamina externa consiste em musculo estriado voluntario; o terço inferior é formado por musculo liso e o terço médio tem os dois tipos de musculo. Adventícia – Tecido conjuntivo. Figura 3: Camadas macroscópicas do esófago e Figura 4: padrão mural do esófago ao nível cervical, coloração HE. Fontes: Netter- 2015 e Pinterest. 1.5. Irrigação do esófago Parte cervical – é irrigada pela artéria tireoidea inferior que é ramo do troco tireocervical. A parte torácica – é suprido por ramos bronquiais e esofágicos da parte torácica da aorta e das artérias intercostais; e abaixo com os ramos ascendentes derivados das artérias frénicas e gástricas esquerdas. A parte abdominal – suprida por ramos esofágicos da artéria gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco) e das artérias frénicas inferiores. Figura 5: Irrigação do esófago. Fonte: Netter- 2015 1.6. Drenagem venosa do esófago O sangue derivado do esófago é drenado para um plexo submucoso e daí para um plexo venoso periesofágico, a partir do qual veias esofágicas se originam. Parte cervical – as veias desta porção do esófago drenam para a veia esofágica inferior na abertura esofágica na curvatura menor, que em seguida drena para a veia porta. (GRAY,2011). Parte torácica – estas drenam predominantemente para a veia ázigos e, em um grau menor, para as veias hemiázigos, intercostais e bronquiais (GRAY,2011). Parte abdominal – drenam por meio de plexos para a veia gástrica esquerda e as veias gástricas curtas superiores. (GRAY,2011). Figura 6: Drenagem Venosa do esófago. Fonte: Netter- 2015 1.7. Drenagem linfática do esófago Parte cervical – os vasos linfáticos desembocam nos linfonodos cervicais laterais profundos. Parte torácica – estes dirigem-se aos linfonodos paratraqueais, traqueobronquiais inferiores e mediastínicos posteriores. Parte abdominal – estes desembocam nos linfonodos gástricos esquerdos (GRAY,2011). Figura 7: Vasos linfáticos e linfonodos do esófago. Fonte: Netter-2015 1.8. Inervação do esófago Os nervos procedem do tronco simpático e dos nervos vagos por meio do plexo esofágico. A inervação intrínseca é formada pelos plexos de Meissner e de Auerbarch, localizados, respectivamente, na submucosa e entre as camadas musculares do esófago. A inervação extrínseca é derivada do IX, X e XI pares de nervos cranianos com actividade simpática e parassimpática. Os nervos vagos direito e esquerdo formam o plexo paraesofágico abaixo da Carina (saliência Antero-posterior da bifurcação da traqueia). Este plexo forma os troncos vagais anteriores e posteriores do esófago, que se dirigem ao hiato esofágico. O plexo vagal conecta-se aos ramos cervicais, mediastinais e abdominais superiores de origem simpática. Nervos esplénicos suprem a extremidade distal do esófago. Figura 8: inervação do esófago. Fonte: Kenhub 2. Referencias bibliográficas Livros: Netter, Frank., (2015), Atlas de Anatomia Humana. , 6ª Edição Elsevier editora Ltda.,Rio de Janeiro; Gray, Henry (2011), Anatomia, 40 ª Edição, Elsevier editora Ltda, Rio de Janeiro; Drake, Richard L.; Vogl, Wayne; Mitchell, Adam W. M.W; (2004), Anatomia para estudantes, Elsevier editora Ltda.,Rio de Janeiro. Páginas da Internet: Dantas, Heitor Abreu de Oliveira, (2011), Morfologia – Sistema gastrointestinal,disponível em [https://www.ultra-to.br/morfologia-sistemagastrointestinal.com], São Paulo, consultado no dia 13/02/21 às 18h45.
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