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Eficácia da higiene oral no controle do biofilme

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Eficácia da higiene caseira no controle da gengivite e remoção de placa em adultos
A higiene bucal pode e deve ser diariamente executada devidamente com auxílio de uma escova de dente, seja ela manual ou elétrica, dentifrícios e outros dispositivos interdentais, como o fio dental. Essa higiene difere da limpeza e profilaxia feita em consultório odontológico por um profissional, que é realizada com produtos de uso restrito ao dentista e técnicas específicas. A fim de analisar a eficácia dos métodos de higiene usados diariamente, devem ser considerados os principais parâmetros obtidos em seu uso, que são remoção de placa bacteriana e controle da gengivite. 
A placa bacteriana se trata de uma película composta por restos alimentares e bactérias, formada sobre as superfícies do dente. Com isso a placa é um dos fatores principais que desencadeia tanto a gengivite como a doença cárie e se não resolvida pode evoluir para um quadro de periodontite. Atualmente a combinação de escovas dentais e dentifrícios fluoretados na higienização mecânica têm sido o principal meio de prevenção de doenças periodontais. O principal fator é que o design da escova de dente permite a remoção de placa das faces vestibular, lingual e oclusal dos dentes, prevenindo o acúmulo de agentes microbianos sobre o dente e gengiva. 
Em uma revisão sistemática foi obtida a eficácia dos fatores que interferem diretamente na higiene bucal. Dentro os estudos foram escolhidos estudos com pacientes maiores de 18 anos e em bom estado geral de saúde e excluídos os pacientes em tratamento ortodôntico devido sua susceptibilidade ao acúmulo de placa e gengivite. Dessa forma foi estabelecido um grupo de controle com pessoas que faziam uso de escovas de dente manual e creme dental fluoretado. 
Primeiramente foi analisada a disposição das cerdas das escovas (retas, multinível e anguladas), o resultado foi que cerdas anguladas eram mais eficazes na remoção de placa e as cerdas retas se mostraram menos eficazes. Foi comparada a eficácia de escovas elétricas, mostrou uma redução significativa na redução de placa, mas que pode variar de acordo com o modo de ação, duração da escovação e tipo de instruções de escovação. Quando comparadas as escovas elétricas com escovas manuais, as elétricas com movimento oscilação rotatórias obtiveram alta eficácia na redução do sangramento gengival e inflamação, esse resultado se deve a redução significativa de placa e consequentemente de gengivite. Ambas as escovas não apresentam preocupações clínicas com relação aos tecidos moles e duros, porém devemos estar atentos a possíveis traumas sobre os tecidos dentários e moles que podem decorrer de duração inadequada de escovação, aumento da força de escovação, frequência de troca de escovas, cerdas duras e técnicas de escovação.
 A técnica de escovação está diretamente relacionada com a eficácia na remoção da placa, sendo a Técnica Modificada de Bass a mais recomendada para adultos. O tempo de escovação é diretamente proporcional à eficácia de remoção de placa. A força aplicada na escovação também deve ser correta para obter remoção de placa adequada, estudos mostraram que ao passar de um limiar de força os filamentos da escova sofrem distorção e perdem sua capacidade de limpeza, além de possivelmente lesar os tecidos duros e moles, gerando traumas. A American Dental Association (ADA) recomenda a troca das escovas de 3-4 meses ou assim que cerdas se apresentarem irregulares e gastas. Outro ponto importante é salientar o papel dos dentifrícios na escovação, que é facilitar a remoção de placa sobre a superfície do dente, porém, a abrasividade está minimamente relacionada com a remoção de placa e sim do acesso dos filamentos da escova de dente.
As técnicas interdentais mais consolidadas no mercado consistem no uso de escovas interdentais, fios dentais e irrigadores orais. Essas técnicas devem ser combinadas com o uso de escovas dentais, já que não substituem seu uso, mas complementam. A higiene interdental facilita a limpeza de áreas entre os dentes em que as escovas dentais não alcançam, mesmo com os dentes em posição normal. A área interdental quando exposta à inflamação inicial da papila permite o estabelecimento e maturação da placa bacteriana, favorecendo a doença periodontal, por isso a higiene interdental é essencial para reduzir a extensão e a severidade da doença. O método universalmente difundido e conhecido é o uso dos fios dentais. 
Um dispositivo de limpeza interdental considerado ideal deve ser fácil de usar, remover a placa de forma eficaz e não causar efeitos deletérios sobre tecidos moles ou tecidos duros da cavidade bucal, entretanto, nem todos os dispositivos de limpeza interdental são adequados para todos os pacientes, todos os tipos de dentição nem mesmo para todos os espaços interdentais, sendo o momento de escolha difícil tanto para o paciente quanto para o dentista, visto, além disso, atualmente existem diversos produtos disponíveis no mercado.
Evidências sugerem que a escova interdental é o método interdental mais efetivo na remoção de placa. O irrigador oral em conjunto com a escovação contribui positivamente com a saúde da gengiva, apesar de não ter fortes evidências na remoção de placa. Existem poucas evidências de que o uso do fio dental e a escovação em comparação à escovação isolada tenha um efeito pequeno, porém significativo na redução da gengivite, entretanto, há uma falta de evidência para uma redução concomitante nos níveis de placa.
Para obter uma higiene bucal adequada com remoção de placa e controle da gengivite os dispositivos de limpezas são tão essenciais quanto às instruções de uso, já que a eficácia é diretamente relacionada a diversos fatores envolvendo o dispositivo. Dessa forma o papel do cirurgião dentista é imprescindível para esclarecer o uso de cada dispositivo de higiene e sua indicação para cada paciente segundo suas necessidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- Van der Weijden FA, Slot DE. Efficacy of homecare regimens for mechanical plaque removal in managing gingivitis -a meta review- J Clin Periodontol 2015; 42 (Suppl. 16): S77–S91. doi: 10.1111/jcpe.12359
2- Salzer S, Slot DE, Van der Weijden FA, D€orfer CE. Efficacy of inter-dental mechanical plaque control in managing gingivitis – a meta-review. J Clin Periodontol 2015; 42 (Suppl. 16): S92–S105. doi: 10.1111/jcpe.12363.

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