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E-book do Módulo 2 DESPACHANTE ADUANEIRO ABRACOMEX

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Página 1
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Página 2
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
SOBRE ESTE CONTEÚDO
Todos os direitos reservados a Abracomex - Associação Brasileira
de Consultoria e Assessoria em Comércio Exterior.
Material teórico didático para subsídio no processo de ensino e aprendizagem.
Professor: João Alfredo Lopes Nyegray.
Coordenador do Curso: João Marcos Andrade
Direção por: Marcus Vinícius Franquine Tatagiba.
 Página 3
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
SUMÁRIO
CONCEITOS GERAIS DE COMÉRCIO EXTERIOR ........................................... 4
Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro ............................................................... 4
Os principais intervenientes privados no Comércio Exterior ................................ 13
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS .................................................. 14
Classificação Fiscal de Mercadorias ............................................................................ 14
Tributação no Comércio Exterior ................................................................................. 19
Despesas Eventuais ....................................................................................................... 27
Valoração Aduaneira ................................................................................................... 27
LEGISLAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR .......................................................... 32
Legislação Aduaneira .................................................................................................... 32
Leis Aduaneiras ......................................................................................................... 46
Outros tópicos relevantes ............................................................................................. 48
MODALIDADES DE PAGAMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR ...................... 51
Pagamentos Internacionais ......................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 59
Página 4
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
CONCEITOS GERAIS DE COMÉRCIO EXTERIOR
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
Qual o atual estado do comércio exterior brasileiro?
O Brasil é um grande exportador?
 Página 5
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Onde está o Brasil no ranking abaixo?
No ranking dos maiores exportadores o Brasil está em 27º lugar. Dentre as razões, está
o desconhecimento da área internacional e a grande burocracia:
+ de 3600 regras diferentes;
+ de 20 instituições intervenientes;
Página 6
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Pode-se afirmar que o Comércio Exterior brasileiro inicia-se com o descobrimento, mas
de forma extrativista: apenas se retiravam as coisas daqui, como pau-brasil, pedras
preciosas e nossas riquezas naturais. Esse foi o primeiro ciclo.
A partir da colonização, o Brasil apenas poderia comercializar com Portugal, sendo
proibido de comprar e vender de outros países e para outros países.
De forma oficial, o Comércio Exterior brasileiro inicia-se em 1808 com a abertura dos
portos realizada por Dom João VI.
Até então, todo o Comércio Exterior era realizado com Portugal ou através de Portugal.
 De 1808 até 1930 o Comex seguiu os ciclos econômicos do país exportando
commodities;
 De 1930 até 1950 o Comex teve caráter regulatório;
 De 1950 até 1990 o Comex teve caráter protecionista;
 De 1990 em diante deveria ser aberto;
 1992 - ano da abertura comercial;
 Até então: cotas e restrições quantitativas;
 Dali para frente: comércio livre com a anuência de alguns órgãos governamentais em
casos específicos.
 Página 7
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A estrutura do COMEX era:
Página 8
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A partir de 2019 a estrutura do COMEX tornou-se:
Fonte: https://www.gov.br/economia/pt-br/imagens/organograma_v11.pdf/
 Continua havendo a CAMEX ligada à presidência;
 O Ministério da Economia (ME) é a junção do antigo Ministério da Fazenda (MF) com o
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC);
 Continuam havendo órgãos anuentes, mas ligados ao ME.
 Página 9
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
O que faz cada órgão?
CAMEX - Câmara de Comércio Exterior
SECEX - Secretaria de Comércio Exterior
 Secretaria encarregada de formular, implementar e administrar a política de Comércio
Exterior brasileira. Ligada ao antigo MDIC, hoje Ministério da Economia.
A SECEX possui 5 subsecretarias:
 Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior – SUEXT;
 Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público – SDECOM;
 Subsecretaria de Negociações Internacionais – SEINT;
 Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior – SUFAC;
 Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior – SITEC.
Página 10
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A Subsecretaria de Operações de Comércio Exterior (SUEXT) compete:
 Desenvolver, executar e acompanhar políticas e programas de gestão operacionalização
do Comex;
 Acompanhar, participar de atividades e implementar ações de Comex relacionadas a
acordos internacionais que envolvam setores específicos ou a comercialização de
produtos;
 Desenvolver, executar, administrar e acompanhar mecanismos de operacionalização
do Comex e seus sistemas.
A Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDECOM) compete:
 Investigar práticas de comércio desleal que afetem as exportações ou importações
brasileiras;
 Investigações de subsídios;
 Investigações de salvaguardas;
 Apoio ao exportador brasileiro investigado por autoridades de defesa comercial no
exterior.
A Subsecretaria de Negociações Internacionais (SEINT) compete:
 Participar das negociações de tratados internacionais de comércio;
 Promover estudos e iniciativas internas destinados ao apoio, informação e orientação
da participação brasileira em negociações internacionais relativas ao comércio exterior;
 Desenvolver atividades relacionadas ao comércio exterior e participar das negociações.
A Subsecretaria de Facilitação de Comércio Exterior (SUFAC) compete:
 Aumentar a competitividade do Brasil no exterior e facilitar o Comex;
A Subsecretaria de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior (SITEC) compete:
 Garantir a qualidade da informação divulgada e a transparência dos processos de
compilação das estatísticas sobre o Comex.
Receita Federal do Brasil - RFB
 Possui competências tributárias e aduaneiras;
 É responsável pela administração dos tributos de competência da União, inclusive os
previdenciários, e aqueles incidentes sobre o Comércio Exterior, abrangendo parte
significativa das contribuições sociais do País.
 Página 11
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 Possui competências tributárias e aduaneiras;
 Efetua o controle aduaneiro de pessoas, mercadorias e veículos indo ou vindo do exterior;
busca coletar tributos e evitar sonegação, contrabando e descaminho.
Banco Central do Brasil - BC/Bacen
 Instituição financeira ligada ao ME que atua no cenário monetário do país;
Na área do Comex fiscaliza o envio e recebimento de recursos em moeda estrangeira
do exterior e para o exterior, realiza o controle de capital estrangeiro e controla as reservas
de moeda.
Página 12
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Além desses, há mais algum?
 Existem também os órgãos anuentes, que são aqueles que analisam algumas
importações e exportações dentro de sua área de competência;
Por exemplo: importação de remédios passa pela ANVISA.
1. Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.
3. Agência Nacional do Cinema – ANCINE.
4. Comando do Exército – COMEXE.
5. Departamento de Operações de Comércio Exterior – DECEX.
6. Departamento de Polícia Federal – DPF.
7. Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.
8. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
9. Agência Nacional do Petróleo, Gás Naturale Biocombustíveis – ANP.
10. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.
11. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBC.
12. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO.
13. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.
14. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
15. Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA.
Os anuentes expressam ou não sua anuência para as importações ou exportações
através do SISCOMEX.
 De acordo com a Receita Federal, o Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex
é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento
e controle das operações de Comércio Exterior.
 Página 13
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
OS PRINCIPAIS INTERVENIENTES PRIVADOS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Intervenientes
Ao contrário dos anuentes, que dão permissão para algo, os intervenientes atuam no
Comércio Exterior – muitos através do Siscomex.
“Considera-se interveniente do Comércio Exterior, o importador, o exportador, o
beneficiário de regime aduaneiro ou de procedimento simplificado, o despachante aduaneiro
e seus ajudantes, o transportador, o agente de carga, o operador de transporte multimodal
(OTM), o operador portuário, o depositário, o administrador de recinto alfandegado, o perito,
o assistente técnico, ou qualquer outra pessoa que tenha relação, direta ou indireta, com a
operação de Comércio Exterior”.
Página 14
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Intervenientes – Despachante Aduaneiro
Esse profissional representa os importadores e exportadores perante os diversos órgãos
governamentais e demais intervenientes do Comércio Exterior, tais como: Receita Federal,
empresas de logística, bancos e portos.
Entre as responsabilidades do Despachante Aduaneiro estão: registro de operações
no Siscomex; análise de documentos; conferência de mercadorias; administração de
questões fiscais, logísticas, cambiais e aduaneiras.
RESUMO FINAL
O Comércio Exterior brasileiro inicia-se oficialmente com a abertura dos portos em 1808.
O Brasil é pouco representativo no comércio global devido à sua alta burocracia, e milhares
de leis distintas. A estrutura do Comércio Exterior brasileiro mudou a partir de 2019, mas o
órgão mais importante continua sendo a CAMEX.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS
CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS
Como visto no tópico anterior é no ambiente virtual do SISCOMEX que iniciam-
se as operações de importação ou exportação:
 O importador ou exportador coloca no sistema a origem ou destino do bem, o valor, a
forma de pagamento, o INCOTERM, o transporte e a mercadoria.
 Mas, como colocar a mercadoria? Em inglês? Português? No idioma do comprador?
 Toda mercadoria possui um código universal de classificação!
Durante muitos anos cada país usou sua própria maneira de classificar
mercadorias.
Depois de mais de uma década de estudo a OMA (Organização Mundial das
Alfândegas) elaborou um código harmonizado para todo o mundo que foi
denominado de Sistema Harmonizado (SH).
E como as mercadorias são classificadas?
 Página 15
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Em ordem alfabética? Não, pois cada vez que um novo item fosse inventado e colocado,
digamos, no meio da tabela, seria necessário reclassificar tudo o que estivesse na sequência.
Mercealogia
“as mercadorias foram classificadas no SH em ordem crescente da participação
humana na criação do bem. Por esse motivo, o primeiro capítulo é o de animais
vivos e o último, obras de arte”.
A classificação do Sistema Harmonizado foi aprovada em 1983 na Convenção
Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de
Mercadorias.
“No Brasil, o SH passou a vigorar a partir de 1988, por meio do Decreto nº 97.409 de 22
de dezembro de 1988” (NYEGRAY, 2016, p. 260).
Página 16
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
“Atualmente, mais de 200 países utilizam o SH, e 98% do comércio mundial adota seus
códigos” (NYEGRAY, 2016, p. 261).
Compõe-se de 99 capítulos, e “toda mercadoria deve ser expressa em seis dígitos; os
dois primeiros correspondem ao número do capítulo no qual a mercadoria está inserida”
(idem).
O Brasil usa a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que tem o SH por base. A
diferença entre o NCM e o SH é que o NCM tem mais dois dígitos e a tabela possui mais
uma coluna, a coluna da Tarifa Externa Comum (TEC). O valor ali expresso é a base para a
tributação das importações:
A NCM foi adotada em 1995 e um de seus objetivos foi o de intensificar as trocas
comerciais entre os países membro do Mercosul: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
No caso da NCM a classificação obedece às mesmas regras do SH:
 Página 17
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Como encontrar um NCM?
 www.qualncm.com.br
 http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/
 Site Receita Federal - https://receita.economia.gov.br/
Além do NCM existe o Detalhamento Brasileiro de Nomenclatura (DBN), que usa o
mesmo código do NCM e é utilizado para a criação de estatísticas sobre o comércio
brasileiro.
Regras de Interpretação
Para dirimir eventuais dúvidas sobre o enquadramento de uma determinada mercadoria
ao SH/NCM existem as chamadas “regras de interpretação”.
A 1ª regra diz: “a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas de
seção e de capítulo”, conforme abaixo:
Página 18
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A 2ª regra diz: “qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse
artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra
as características essenciais do artigo completo ou acabado”. Ou seja:
A 3ª regra diz: “quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais
posições (...) a posição específica prevalece sobre as mais genéricas”. Exemplo:
A 4ª regra diz: “as mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das
regras acima enunciadas classificam-se na posição correspondente aos artigos mais
semelhantes”. Exemplo:
 
 Página 19
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
A 5ª regra explica que estojos para câmeras, instrumentos musicais, armas ou afins
classificam-se com o item principal. Só se classifica um estojo quando este é o objeto da
venda. Exemplo:
A 6ª regra e última regra explica que a classificação das mercadorias é determinada
pelos textos das subposições:
 
TRIBUTAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR
Uma das razões para a conferência da Receita Federal em relação às mercadorias
que entram e saem do país relaciona-se a sua atribuição de arrecadar os tributos da
União.
De acordo com o art. 3º do Código Tributário Nacional:
“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda
ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada”.
Página 20
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Tributação das exportações
 Existe previsão legal para a cobrança dos seguintes tributos na exportação:
 Imposto de Exportação (IE).
 Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).
 PIS/COFINS.
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
 Adicional sobre o Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).
 No entanto, a maior parte das mercadorias não é tributada quando de sua saída do país,
e as exportações são isentas.
Ainda que a tributação das exportações esteja prevista na lei, tributar exportações
equivaleria a internacionalizar um imposto e deixar mais caro o produto nacional. Por isso,
raramente produtos exportados são tributados. Apenas algumas mercadorias como produtos
fumígenos e peles animais são tributados na exportação, como forma de desestimular essas
atividades econômicas.
Tributação das exportações
Tributação e precificação das exportações
Há um simulador de preço das exportações na internet que tem por base o valor da
mercadoria:
 Página 21
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Imagine uma exportação FOB de R$ 10 mil:Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Página 22
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Deve-se retirar o valor dos tributos incidentes no mercado interno:
 
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Depois, acrescente as despesas da exportação, como embalagem, container, despesas
portuárias e desembaraço:
 
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
 Página 23
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Por fim, aponte o percentual de lucro e a taxa cambial:
 
 
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Assim, tem-se o valor final em moeda nacional e estrangeira:
 
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Página 24
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Tributação das exportações - EXEMPLO
 Imagine que você exportará um produto cujo valor no mercado interno é de R$ 4.000,00;
 O preço de exportação deverá retirar os seguintes tributos:
 10% de IPI (R$ 400);
 18% de ICMS (R$ 720);
 7,6% de COFINS (R$ 304);
 1,65% de PIS (R$ 66)
 TOTAL: R$ 1.490,00 de tributos.
 Dos R$ 4.000,00 iniciais, retiram-se o valor dos tributos (R$ 1.490,00) o que dá R$
2.510,00.
Há outro valor a retirar?
 Qualquer um que incida no mercado interno. No caso do exemplo R$ 10,00 de embalagem.
Ficamos com o valor de R$ 2.500.
E quais valores inserir?
 Do valor de R$ 2.500,00 inserimos:
 O lucro desejado da operação. Nesse caso 20%, ou seja, R$ 500,00;
 R$ 100 de embalagens;
 R$ 200 de transporte;
 R$ 200 de aluguel do container;
 R$ 300 de capatazia.
 Como os acréscimos o valor fica em R$ 2.500 + R$ 1.300.
 TOTAL: R$ 3.800!!
Site: http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
Tributação das importações
 Existe previsão legal para a cobrança dos seguintes tributos na importação:
 Imposto de Importação (II);
 Imposto sobre Produto Industrializado (IPI);
 PIS/COFINS;
 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
 Adicional sobre o Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM);
 Página 25
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 O cálculo inicia-se pela porcentagem do Imposto de Importação da TEC disponível na
terceira coluna da tabela da NCM.
Onde encontrar as alíquotas?
 IPI – Tabela de Incidência do IPI (TIPI).
Veja em: https://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-
assunto/tipi-tabela-de-incidencia-do-imposto-sobre-produtos-industrializados
 PIS/COFINS – 1,65% e 7,6%, respectivamente;
 ICMS – tributo estadual, que varia conforme a Unidade da Federação (UF). Verifique
com a Secretaria da Fazenda do seu estado;
 IOF – é 1,1% para compra de moeda estrangeira ou remessa de valores ao exterior.
A base de cálculo dos tributos incidentes nas importações é o valor aduaneiro da
mercadoria, que será visto adiante. Tal qual ocorre com as exportações que existe um
simulador de tributos, conforme imagem abaixo:
Site: http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/
Nas importações, o recolhimento dos tributos ocorre com o registo da DI, diretamente
via SISCOMEX. No caso das exportações onde há tributação o procedimento é o mesmo:
recolhimento com o registro da DU-E.
Página 26
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
As alíquotas variam conforme a mercadoria.
O fato gerador do tributo de Imposto de Importação é a entrada de mercadoria estrangeira
em território nacional.
Tanto na importação quanto na exportação há incentivos!
Incentivos às exportações
 Isenção dos tributos;
 Incentivos bancários como Adiantamento de Contrato de Câmbio;
 Incentivos via BNDES;
 Financiamentos à produção;
 Financiamentos à comercialização no exterior.
Veja mais em:
https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/onde-atuamos/exportacao/como-funciona-
apoio-exportacao
Incentivos às importações
 Quando a empresa importa uma matéria prima e o utiliza na manufatura de um produto
que será exportado o insumo importado pode ser suspenso ou isento de impostos através
do drawback.
 Finimp: financiamento às importadoras concedido pelo Banco do Brasil para múltiplos
fins. Veja mais em: https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/empresas/produtos-e-
servicos/comercio-exterior/compras-do-exterior/financiamento-a-importacao-(finimp)-
repasse#/
 Áreas específicas como maquinário ou itens de informática podem ter incentivos próprios.
Estados podem também incentivar as importações de itens específicos.
 Página 27
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 Veja mais em: http://www.apexbrasil.com.br/incentivos-federais
DESPESAS EVENTUAIS
Outras despesas que podem incidir nas operações internacionais:
 Demurrage: valor extra a ser pago ao transportador quando o importador permanece
com o container por mais tempo do que o contratado;
 Armazenagem: período pago para a mercadoria ficar no porto, em recintos alfandegados
ou armazéns de terceiros;
 TUS: Taxa de Utilização do Siscomex, cuja constitucionalidade está sendo questionada
no STF.
VALORAÇÃO ADUANEIRA
Sobre qual valor incidem os tributos na importação?
 Sobre o valor efetivamente pago pelas mercadorias;
 A valoração aduaneira deriva do acordo do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio)
que é uma norma internacional.
Página 28
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Para se chegar ao valor aduaneiro da mercadoria, deve-se somar:
Exemplo:
Valor US$ 30.000,00 
Frete Internacional US$ 2.500,00 
Seguro Internacional US$ 150,00 
Capatazias Marítima US$ 100,00 
Valor Aduaneiro (VA) US$ 32.750,00 
Valor Aduaneiro x Taxa Fiscal de Conversão 
(US$ 1,00 = R$ 4,00) R$ 131.000,00 
Exemplo 1:
Uma empresa importou uma máquina de valor FOB mercadoria é EUR 45.000,00. O
frete internacional de Lisboa para Paranaguá é de US$ 2.500,00. O valor do seguro é de
R$ 1.200,00. Qual o valor a ser pago dos impostos (II, IPI e ICMS)?
II = 14 %, IPI = 8%, ICMS 12%, PIS 1,65% e COFINS 7,6%.
Considerando dólar a R$ 4 e Euro a R$ 5:
 Página 29
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Mercadoria = 45.000 Euros = R$ 225.000,00
Frete = US$ 2500 = R$ 10.000
Seguro = R$ 1200.
Somando tudo, o valor aduaneiro é R$ 236.200,00. Sobre esse valor, incidem os
impostos.
II = 14% = R$ 33.068,00 = R$ 269.268,00
Para acrescentar o IPI efetua-se o cálculo em cascata, considerando 8% do imposto
sobre o valor aduaneiro MAIS o Imposto de Importação.
II = 14% = R$ 33.068,00 = R$ 269.268,00
IPI = 8% de R$ 269.268,00 = R$ 21.541,44.
Total com II e IPI: R$ 290.809,44
Em geral, a alíquota aplicável ao PIS/PASEP - Importação é de 1,65%, enquanto a alíquota
aplicável à COFINS - Importação é de 7,6%.
Para o cálculo do PIS e COFINS, “nova” base de cálculo da Contribuição do PIS/Pasep
– Importação e Cofins – Importação, definida no art. 26 da Lei nº 12.865, publicada em 10
de outubro de 2013 no Diário Oficial da União, tendo seu cálculo definido pela Instrução
Normativa nº 1.911, de 19 de outubro de 2019, art. 252.
Isso significa que o valor do PIS/COFINS deve ser calculado tomando por base o valor
aduaneiro de R$ 236.200,00.
A partir do valor aduaneiro de R$ 236.200,00, tem-se:
PIS de 1,65% = R$ 3.897,30
COFINS de 7,60% = R$ 17.951,20
Esse método pode ser confirmado no simulador da Receita Federal.
Página 30
ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Dessa forma, temos o valor total com II e IPI: R$ 290.809,44 ao qual devemos somar o
valor do PIS de 1,65% = R$ 3.897,30 e o valor do COFINS de 7,60% = R$ 17.951,20.
Total com PIS e COFINS: R$ 312.657,94.
Então, passamos ao cálculo do ICMS.
Referente ao ICMS, o cálculo é custo da mercadoria + frete + seguro + Imposto de
Importação + IPI + PIS + COFINS + AFRMM + Taxa Utilização do Siscomex + ele próprio.
O AFRMM é o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante, e trata-se de
uma taxa que incide sobre o valor do frete cobrado pelas empresas brasileiras e estrangeiras
de navegação que operam em portos brasileiros.
Para as navegações de longo curso, é de 25% sobre o valor do frete.
Ou seja, 25% sobre R$ 10.000,00 = R$ 2.500,00.
Para calcular o ICMS é necessário considerar a Taxa de Utilização do SISCOMEX (TUS).
A TUS está regulada pelo artigo 13 da Instrução Normativa SRF nº 680, de 02 de outubro
de 2006 e regulamentadapelo Artigo 306 do Regulamento Aduaneiro baixado com o Decreto
nº 6.759, de 05 de fevereiro de 2009:
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
“Art. 13. A Taxa de Utilização do Siscomex será devida no ato do registro da DI à razão
de:
I – R$ 185,00 por D.I.
II – R$ 29,50 para cada adição de mercadoria à DI, observados os seguintes limites:
a) até a 2ª adição R$ 29,50 (...)”
Para a TUS temos, então, os R$ 185,00 da DUI e mais R$ 29,50 da adição de uma
única mercadoria.
Total: R$ 214,50.
Você pode encontrar uma tabela da TUS no link:
https://idlexpress.com.br/download/Taxa-Siscomex.pdf
Voltando ao cálculo do ICMS, pegamos o valor total com PIS e COFINS: R$ 312.657,94;
acrescentamos os R$ 2500 do AFRMM e mais os R$ 214,50 do TUS e temos o valor de R$
315.372,44.
Como colocado anteriormente, o cálculo do ICMS é custo da mercadoria + frete + seguro
+ Imposto de Importação + IPI + PIS + COFINS + AFRMM + Taxa Utilização do Siscomex +
ele próprio.
Para calcular o ICMS, divide-se R$ 315.372,44 por 0,88 e multiplica-se por 0,12 (12%)
o que dá R$ 43.005,33.
 
Lembre-se: isso ocorre por ser a chamada
incidência em cascata!
Valor do ICMS = 43.005,33.
Valor da mercadoria com ICMS = R$ 358.377,77.
Lembre-se: ICMS é um tributo estadual, e por isso as alíquotas podem variar de
estado para estado.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Métodos de Valoração Aduaneira
 1º Método: valor da transação;
 2º Método: valor de mercadoria idêntica;
 3º Método: valor de mercadoria semelhante;
 4º Método: valor de revenda;
 5º Método: valor computado;
 6º Método: valor baseado em critério razoável.
RESUMO FINAL
As mercadorias trocadas globalmente são classificadas de acordo com o código do
SH, base para o NCM. O SH e o NCM possuem 6 regras de interpretação que dirimem
eventuais dúvidas a respeito. Importações são tributadas, exportações raramente são
tributadas e ambas as modalidades possuem incentivos. A base para tributação das
importações é seu valor aduaneiro, ou seja, o valor efetivamente pago ou a pagar pela
mercadoria.
LEGISLAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
Aduana
A Legislação e o Direito Aduaneiro consistem “conjunto de normas e princípios que
disciplinam juridicamente a política aduaneira, entendida esta como a intervenção pública
no intercâmbio internacional de mercadorias” (CARLUCCI, 2001).
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Assim, as principais fontes de legislação sobre o Comércio Exterior são:
 A Constituição Federal, o Regulamento Aduaneiro e aquelas que dão as atribuições da
Receita e dos órgãos como SECEX;
 O Código Tributário Nacional;
 As leis que regulam o funcionamento de órgãos públicos.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
“Aduana tem sentido mais abrangente que Alfândega. Aduana denota mais do que uma
repartição, órgão administrativo ou estação arrecadadora: designa a instituição jurídica, a
organização ou entidade na totalidade dos seus aspectos e funções e seus múltiplos fins”.
Regulamento Aduaneiro
Uma das normas mais importantes sobre as questões aduaneiras é o Decreto nº 6.759,
de 5 de fevereiro de 2009, que regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e
a fiscalização, o controle e a tributação das operações de comércio exterior.
É também chamado de Regulamento Aduaneiro.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
O primeiro ponto importante do RA diz:
Art. 2º - O território aduaneiro compreende todo o território nacional.
O território aduaneiro divide-se em duas partes:
Art. 3º A jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o território aduaneiro e
abrange:
I - a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade
aduaneira local:
a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados;
b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e
II - a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela
incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Recinto Alfandegado
Áreas demarcadas pela autoridade aduaneira competente, na zona primária dos portos
organizados ou na zona secundária a estes vinculada, a fim de que nelas possam ocorrer,
sob controle aduaneiro pela Receita Federal, movimentação, armazenagem e despacho
aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime
aduaneiro especial.
Regulamento Aduaneiro:
Art. 5º - Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão alfandegados por ato
declaratório da autoridade aduaneira competente, para que neles possam, sob controle
aduaneiro:
I - estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior ou a ele destinados;
II - ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem ou passagem de
mercadorias procedentes do exterior ou a ele destinadas; e
III - embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados.
 Podem haver recintos alfandegados em áreas primárias, perto de portos, aeroportos ou
pontos de fronteira, através dos quais escoará a mercadoria para o exterior.
 Para evitar as filas em portos, aeroportos ou pontos fronteiriços e, consequentemente,
evitar os gargalos logísticos, criou-se a possibilidade de recintos alfandegados em zonas
secundárias.
 São os chamados Portos Secos.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Recinto Alfandegado - Portos Secos e Terminais Alfandegados
“Os terminais alfandegados são áreas situadas nas zonas secundárias destinadas ao
recebimento de carga de importação ou de exportação controladas pela Alfândega. Portanto
devem ser dotadas de áreas para armazenagem, pátio de containers, perfeito controle de
entrada e saída da carga e local para os serviços aduaneiros”.
“Porto seco ou Estação Aduaneira Interior (EADI) ou ainda Dry Port é um terminal
intermodal terrestre diretamente ligado por estrada e/ou via férrea e/ou até aérea, sendo
um depósito alfandegado localizado na zona secundária (fora do porto organizado),
geralmente no interior”.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Controle Aduaneiro
Como vimos anteriormente, cabe à Receita Federal do Brasil (RFB) realizar a fiscalização
e controle aduaneiro. Essa norma vem do RA:
Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle
sobre o Comércio Exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em
todo o território aduaneiro.
Qual a importância do Controle Aduaneiro?
 Segurança: drogas e armas;
 Produtos falsificados;
 Proteção da indústria nacional;
 Tributação.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Exerce-se também o controle de veículos, que, segundo o RA:
Art. 26. A entrada ou a saída de veículos procedentes do exterior ou a ele destinados só
poderá ocorrer em porto, aeroporto ou ponto de fronteira alfandegado.
§ 1º O controle aduaneiro do veículo será exercido desde o seu ingresso no território
aduaneiro até a sua efetiva saída, e será estendido a mercadorias e a outros bens existentes
a bordo, inclusive a bagagens de viajantes.
 Internamente, só se pode transportar mercadoria com Nota Fiscal.
 E externamente:
Commercial Invoice e Conhecimento de Carga.
Conhecimento de carga é um documento emitido pelo transportador, que comprova o
recebimento da mercadoria na origem e sua obrigação de entregá-la no destino.
Um navio: dezenas de conhecimentos. Vários conhecimentos compõe um manifesto de
carga.
Chama-se de Bill of Lading (ou B/L ou BOL) o conhecimento de embarque marítimo;
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
O Bill of Lading deve conter:
 Quem é embarcador, o consignatário, os portos de embarque e descarga, o nome do
navio, transportador e o valor do frete.
O Bill of Lading deve conter:
 Denominação da empresa emissora;
 Número do conhecimento;
 Data da emissão;
 Nome e viagem do navio;
 Embarcador;
 Consignatário; Notificado,
 Portos ou pontos de embarque,
 Destino e transbordo;
 Tipo da mercadoria e suas características gerais como: quantidade, peso bruto,
embalagem, volume, marcas etc.;
 Container e suas características ou o pallet, conforme o caso, frete e local de pagamento;
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Chama-se de Airway Bill (ou AWB) o conhecimento de embarque aéreo.
O Airway Bill deve conter:
 Nome e endereço do exportador e do importador;
 Local de embarque e de desembarque;
 Quantidade de volumes;
 Tipo de embalagem;
 Descrição da mercadoria e códigos (SH/NCM/NALADI);
 Peso bruto e líquido;
 Dimensão e cubagem dos volumes;
 Valor do frete.
Outros casos:
 CTR - Conhecimento Transporte Rodoviário.
 CTF - Conhecimento Transporte Ferroviário.
 Ambos devem conter: remetente, destinatário, especificações do produto, quantidade,
peso e valor.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Ou seja: os conhecimentos devem conter dados como:
 Importador e exportador;
 Porto ou aeroporto de embarque;
 Porto ou aeroporto de destino;
 Destinatário final e local de entrega;
 Navio, transportador e viagem;
 Descrição da mercadoria;
 Tipo de movimentação da carga;
 Dados do container (marítimo)
 Outros documentos como as faturas devem acompanhar a mercadoria e a operação.
 Fatura Pro Forma ou Pro Forma Invoice.
 Fatura Comercial ou Commercial Invoice.
A Fatura Pro Forma ou Pro Forma Invoice é o starter do negócio, contém os elementos
da transação para emissão da fatura comercial.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Fatura Pro Forma ou Pro Forma Invoice deve conter:
 Nome do vendedor e respectivo endereço;
 Nome do comprador e respectivo endereço;
 Descrição da mercadoria (quantidade, peso, moeda, preço unitário, valor total);
 Modo de pagamento;
 Data prevista e local de entrega;
 Data de validade da proposta;
 Assinatura do vendedor;
 Menção de eventuais descontos;
 Indicação de “Este documento não serve de fatura”.
Outros documentos como as faturas devem acompanhar a mercadoria e a operação.
 Fatura Comercial ou Commercial Invoice.
 Documento emitido para formalizar a transferência de propriedade da mercadoria.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Fatura Comercial ou Commercial Invoice deve conter:
 Razão social, endereço completo, telefone, contato e CNPJ do exportador;
 Importador - Nome da empresa, endereço completo, telefone, contato e nº de registro do
importador;
 Exportador - Nome da empresa, endereço completo, telefone, contato e nº de registro;
 Número da fatura comercial;
 Data da emissão;
 Condição de pagamento;
 Local de embarque na origem e local de desembarque no destino;
 Modal de transporte;
 País de origem ou destino;
 Quantidade e espécie de volumes;
 Descrição da mercadoria, sendo o mais claro possível e havendo tradução para o inglês
ou espanhol, dependendo o país de destino;
 Cubagem;
 Peso líquido, assim considerando o peso sem qualquer tipo de embalagem;
 Peso bruto;
 Valor unitário e total de cada item descrito na fatura;
 Frete e demais despesas, se houver (de acordo com o Incoterm escolhido);
 Moeda;
 Incoterm.
Veja mais sobre a fatura comercial no link:
http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/
topicos-1/despacho-de-importacao/documentos-instrutivos-do-despacho/fatura-comercial
Algumas exportações necessitam estar acompanhadas do chamado Certificado de
Origem. Trata-se de um documento através do qual o exportador comprova a origem do
bem e, como consequência, pode ter acesso a alguns benefícios tarifários. Alguns países
desenvolvidos concedem tarifas mais baixas para produtos vindos de países em
desenvolvimento. A prova da origem do item é o certificado de origem.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Controle Aduaneiro
Normalmente é emitido pelas Federações das Indústrias como Federação das Indústrias
do Estado do Paraná (FIEP), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP),
FIRJAN ou FIEES.
Veja mais em:
http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-exterior/regimes-de-origem/215-certificado-
de-origem/1907-cdo-emissao-de-certificados-de-origem-preferenciais
Seja na chegada ao país ou na saída com destino ao exterior há o controle da Receita
Federal e a parametrização.
A parametrização é o envio da carga, pelo SISCOMEX, a um dos três canais de
conferência.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Os canais são:
 Verde
 Amarelo (Importação) ou Laranja (Exportação)
 Vermelho
E o que isso significa?
 Verde – a carga será liberada automaticamente;
 Amarelo (Importação) ou Laranja (Exportação) – haverá fiscalização dos documentos
da transação feita por um auditor da RFB;
 Vermelho – será feita a verificação dos documentos e da carga feita por um auditor da
RFB.
Existem outras duas possibilidades de canal de parametrização:
 Canal cinza: um auditor da RFB verificará a carga, os documentos e os dados da
empresa. É o chamado procedimento especial de controle aduaneiro, e ocorre quando
há indícios de fraude.
 Operador Econômico Autorizado (OEA): “parceiro estratégico da Receita Federal
que, após ter comprovado o cumprimento dos requisitos e critérios do Programa OEA,
será certificado como um operador de baixo risco, confiável e, por conseguinte, gozará
dos benefícios oferecidos pela Aduana Brasileira, relacionados à maior agilidade e
previsibilidade de suas cargas nos fluxos do comércio internacional”.
Fonte: https://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/oea
E para que tudo isso? Para o desembaraço aduaneiro.
O desembaraço aduaneiro é o ato final da conferência, pelo qual se autoriza o embarque
da mercadoria para o exterior ou sua entrada no país (via aérea ou marítima) ou a sua
transposição de fronteira (via rodoviária ou ferroviária), para produtos destinados ao exterior
ou dele provenientes.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
SPED: Sistema Público de Escrituração Digital
LEIS ADUANEIRAS
Anteriormente vimos que, dentre as várias fontes da legislação aduaneira está a
Constituição Federal, o Código Tributário Nacional e o Regulamento Aduaneiro;
Mas, todas as mais de 3.600 leis estão apenas aí?
Não!
Os órgãos e autarquias do governo produzem normas e portarias, às quais devemos
sempre estar atentos.
Onde encontrar outras normas e leis?
No Portal Siscomex:
Fonte: http://www.siscomex.gov.br/legislacao/
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
No Aprendendo a Exportar:
Fonte: http://www.aprendendoaexportar.gov.br/index.php/guia-de-comercio-exterior-e-investimento
No Invest & Export Brasil:
Fonte: http://www.investexportbrasil.gov.br/consulte-legislacao
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
OUTROS TÓPICOS RELEVANTES
Licença de Importação
De acordo com a Receita Federal, o Controle Administrativo nas importações atualmente
é realizado por meio da Licença de Importação (LI) sujeita a anuência de órgãos
governamentais.
O sistema administrativo das importações brasileiras compreende as seguintes
modalidades:
 Importações dispensadas de Licenciamento;
 Importações sujeitas a Licenciamento Automático; e
 Importações sujeitas a Licenciamento não Automático.
Entretanto, em alguns casos, a importação de mercadoria pode estar sujeita, de acordo
com a legislação específica, ao licenciamento, que pode ocorrer de forma automática ou
não automática.
O pedido de licença de importação deverá ser registrado no Siscomex pelo importador
ou seu representante legal, ou ainda, por agentes credenciados.
Fonte: http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/
procedimentos-preliminares/licenciamento-da-importacao
Licença dispensada
 São artigos mais ligeiros para importar. As importações protegidas pelos regimes
aduaneiros especiais estão dispensadas de licenciamento, mesmo tendo tratamento
administrativo para a mercadoria.
Licença automática
 É feita após o embarque do produto no exterior,porém, antes do despacho aduaneiro
de importação. O deferimento de aprovação será efetuado sem restrição da data de
embarque.
Licença não automática
 São itens que o governo mantém sob controle mais rígido de qualidade. Mais comumente
essa licença é concedida a itens que necessitam da certificação concedida pelo
INMETRO, DECEX, IBAMA, ANVISA, entre outros.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Para mais informações, consulte a Portaria 23 da SECEX disponível em: http://
www.mdic.gov.br/comercio-exterior/legislacao/862-portaria-secex-consolidada
Declaração Única de Exportação (DU-E)
 O Registro de Exportação (RE) foi substituído em 1º de outubro de 2018 pela Declaração
Única de Exportação (DU-E).
 É o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que
caracterizam a operação de exportação de uma mercadoria e definem o seu
enquadramento.
 Pode ser alterado em qualquer momento antes de se iniciar o procedimento do despacho
aduaneiro.
 Seu prazo de validade para início do despacho aduaneiro de exportação das mercadorias
é de 60 (sessenta) dias contados da data do seu deferimento.
Veja mais nos manuais do Siscomex: http://www.siscomex.gov.br/informacoes/manuais/
Exportação em Consignação
Muitas vezes, buscado conquistar clientes, alguns exportadores enviam produtos em
consignação;
Ocorre quando o fornecedor disponibiliza ao potencial comprador uma quantidade de
mercadoria para acerto posterior.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
“Muitos exportadores utilizam-se da exportação em consignação com o objetivo de
promover o seu produto no exterior, selando parcerias com empresas, representantes ou
distribuidoras interessadas em manter em seu estoque uma certa quantidade de produtos
a serem vendidos, e somente no momento da venda é que fazem todo o trâmite de
importação, e por consequência o exportador faz a venda formal”.
Fonte: http://www.efficienza.com.br/exportacao-em-consignacao-como-usar-ela-em-favor-da-empresa/
O exportador providenciará o envio ao exterior do produto sem cobertura cambial, emitirá
uma nota fiscal e utilizará o enquadramento 80802 na DU-E (Declaração Única de
Exportação), código este que é exclusivo para este tipo de operação e que também poderá
ser combinado com outro enquadramento.
Fonte: http://www.efficienza.com.br/exportacao-em-consignacao-o-que-deve-ser-feito-
para-regularizar-a-exportacao/
Quando a mercadoria for vendida, total ou parcialmente, o exportador deverá regularizar
a operação perante a Receita Federal do Brasil (RFB), emitindo uma nova nota fiscal de
venda para a operação de exportação, assim como os documentos que comprovam a
mesma. Neste caso, será emitida uma DU-E informando a venda.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Fonte: http://www.efficienza.com.br/exportacao-em-consignacao-o-que-deve-ser-feito-
para-regularizar-a-exportacao/
RESUMO FINAL
O Direito Aduaneiro é um ramo do Direito que estuda e normatiza as regras para as
operações de Comércio Exterior. Todo o território nacional é território aduaneiro, dividido
em zonas primárias e secundárias. O Controle Aduaneiro, realizado pela RFB tem por objetivo
conferir as mercadorias, seus documentos e efetuar a tributação. O SISCOMEX direciona
as cargas para algum dos canais de parametrização. Após a parametrização ocorre o
chamado desembaraço aduaneiro.
MODALIDADES DE PAGAMENTO NO COMÉRCIO EXTERIOR
PAGAMENTOS INTERNACIONAIS
Como pagar e receber?
Nós, enquanto consumidores, temos um código de defesa que nos auxilia quando
pagamos uma coisa e não recebemos.
E internacionalmente?
Escolher corretamente uma das modalidades de pagamento na exportação é peça-
chave no sucesso uma negociação internacional;
É preciso também que seja negociada uma modalidade de pagamento que ofereça o
mínimo de risco ao negócio.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 Seleção da forma ideal:
 Valores da transação comercial,
 Grau de confiança entre as partes envolvidas;
 Poder de barganha de cada um dos envolvidos.
Para efeitos comerciais, não são remetidos ou recebidos moedas estrangeiras em
espécies, mas apenas a troca de moeda escritural entre os bancos, através de débitos e
créditos em contas de depósito.
Pagamento Antecipado
A modalidade de pagamento mais atraente e segura para o exportador é a Antecipada.
Entende por Pagamento Antecipado quando o valor pactuado, seja integral ou parcialmente,
é enviado ao exportador antes do embarque da mercadoria. Informações relevantes sobre
a operação são detalhadas em uma fatura proforma e/ou um contrato comercial assinado
previamente.
Porém, não se pode dizer a mesma coisa para o importador. Todo o risco da operação,
principalmente o comercial e o possível atraso pelo embarque, é transferido a ele.
Adicionalmente, o comprador precisará desembolsar recursos, para pagar pelas
mercadorias, podendo comprometer seu fluxo de caixa.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Qual a vantagem para o importador?
O pagamento antecipado é utilizado nas transações em que o exportador necessita de
recursos para produção ou garantia de preços de matéria prima, ou entre empresas do
mesmo grupo ou com larga tradição comercial entre ambas. Ou ainda, quando há um forte
poder de barganha por parte do exportador, em que essa é a única modalidade aceita.
Como funciona:
 Emissão de proforma com a forma combinada de pagamento;
 Importador se dirige até um banco no seu país e efetua uma remessa financeira ao
exportador, de acordo com a fatura proforma;
 O exportador recebe esses recursos e dá início a operação de fechamento do câmbio.
 Em seguida, com a carga pronta, providencia os trâmites aduaneiros de exportação e
embarca a mercadoria;
 Após o embarque, emite todos os documentos de exportação e remete diretamente ao
importador, através de um serviço postal internacional;
 Com a carga embarcada, o importador recebe os documentos e faz o acompanhamento
da chegada ao local combinado;
 Quando a carga chega ao destino, de posse dos documentos originais, o importador
providencia o desembaraço aduaneiro e retira a mercadoria.
Remessa sem Saque
 “Oposta ao pagamento antecipado”
 Acontece quanto o exportador, depois de embarcar a mercadoria, remete todo o conjunto
de documentos originais, tais como fatura comercial, conhecimento de embarque,
certificado de origem, entre outros, diretamente ao importador sem a intermediação de
qualquer agente bancário.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 O exportador só recebe quando tudo chega ao importador, inclusive os documentos
originais;
Quem usaria algo assim?
Por se tratar de uma operação que não oferece qualquer garantia de recebimento para
o exportador, é comum que esta operação aconteça entre empresas do mesmo grupo ou
quando o importador possui larga tradição comercial com o exportador.
Como funciona:
 Fatura proforma é emitida, contendo a forma de pagamento remessa direta;
 Com a carga pronta, o exportador providencia os trâmites aduaneiros de exportação e
embarca a mercadoria;
 Após o embarque, emite todos os documentos de exportação e remete diretamente ao
importador, através de um serviço postal internacional;
 Com a carga embarcada, o importador recebe os documentos e faz o acompanhamento
da chegada ao local combinado;
 Quando a carga chega ao destino, de posse dos documentos originais, o importador
providencia o desembaraço aduaneiro e retira a mercadoria;
 No prazo estipulado, o importador se dirige até um banco no seu país e efetua a remessa
financeira ao exportador, de acordo com a fatura comercial;
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 O exportador será comunicado pelo seu banco que há um valor em seu favor, e que
deverá promover uma operação de câmbio.
Cobrança Documentária
Operação internacional caracterizada pelo manuseio, conferência, remessa e entrega
dos documentos de exportação, conduzida por intermédio das instituições bancárias
intervenientes.
O banco trabalha como gestor dostrâmites documentais entre o exportador e o
importador, que começa logo após o importador concordar com o negócio e o exportador
providenciar o embarca da carga.
Depois de embarcado, são emitidos a fatura comercial, conhecimento de embarque,
packing list, certificado de origem e outros documentos exigidos e entregues ao banco do
exportador. Este banco, após conferência inicial, remete para o seu interveniente bancário
no país do importador.
Nas operações a prazo, após o recebimento dessa documentação, esse banco do país
do comprador informa ao importador que há documentos disponíveis, e para tal deverá ser
feito o reconhecimento da dívida, mediante a assinatura do Saque.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
Após esses procedimentos, a documentação é liberada ao interessado e os trâmites
aduaneiros no país de destino já poderão ser iniciados.
Já para àquelas operações de pagamento à vista, o importador é convocado para efetuar
o pagamento estipulado na fatura comercial, e retirar a documentação original. Uma vez
efetuado, o banco remete o dinheiro ao exportador e a operação financeira internacional é
concluída.
Como ponto forte, uma cobrança documentária pode ser feitas com instituições
financeiras que ofereçam estrutura internacional de grande porte e que podem trabalhar
para o exportador até que as cobranças sejam pagas incluindo mensagens periódicas ao
banco interveniente (cobrador), fornecendo feedback constante e com escritórios localizados
estrategicamente em diversos países trazendo segurança e agilidade a operação.
Possui riscos?
O exportador não tem garantias reais de que irá receber por aquilo que já embarcou,
pois existe a possibilidade de o importador não comparecer para reconhecer a dívida ou
para efetuar o pagamento.
Mesmo que ele venha efetuar esse pagamento, poderá incorrer atrasos, comprometendo
a lucratividade da operação ou pondo em risco a qualidade do produto que espera para ser
liberado no porto de destino.
Carta de Crédito (Letter of Credit – L/C)
 Forma mais segura para ambas as partes;
 Alternativa para o exportador que não quer assumir os riscos comerciais de uma operação.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 Consiste em uma garantia oferecida por um banco no exterior (banco emitente), que a
pedido do importador (que faz o pedido), assume a obrigação de efetuar o pagamento
ao exportador (beneficiário) relativo a operação de exportação, no vencimento, mediante
a apresentação da documentação solicitada ao banco do exportador (banco negociador),
e a comprovação de que todos os termos e condições foram rigorosamente cumpridos.
 São termos e condições na carta de crédito, entre outras coisas, o valor do crédito, o
prazo de validade da carga, do embarque e do destino, o beneficiário, a discriminação,
permissão ou não de transbordo ou embarques parciais, e o mais importante, a relação
de documentos exigidos.
Partes:
 Beneficiário (Beneficiary): É o exportador, aquele que se beneficiará do crédito emitido.
 Tomador (Applicant): É o importador, que após a negociação comercial com o
exportador, solicita a abertura desse documento junto ao seu banco.
 Banco Emissor (Issuing Bank): é o banco do importador que a seu pedido emite a
carta do crédito, exigindo garantias.
 Banco Avisador (Advising Bank): É o banco que avisa, ou seja, aquele que contata o
beneficiário (exportador) por solicitação do banco emissor.
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ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR
 Fase 01 – Abertura do Crédito. Depois dos contatos iniciais, o importador solicita ao
seu banco a abertura de uma carta de crédito em favor do exportador;
 Fase 02 – O banco do importador emite a L/C e comunica ao banco avisador ou banco
no país do exportador da existência desse crédito;
 Fase 03 – Esse banco precisa comunicar ao exportador da existência de um crédito em
seu favor e que é preciso dar o aceite;
 Fase 04 – O exportador recebe cópia desse crédito documentário e faz uma análise
minuciosa dos termos nele apresentados. Após essa análise, ele comunica o aceite, ou
então solicita emenda (alteração de algum item na carta de crédito);
 Fase 05 – Caso não haja a necessidade de emenda, o processo entra na fase logística,
ou seja, de preparação e embarque;
 Fase 06 – Com a L/C aceita, o exportador inicia os trâmites de preparação e embarque.
É preciso ficar atento a todos os termos existentes na carta de crédito, principalmente
nos prazos de validade da carta, de embarque, de apresentação dos documentos junto
ao banco negociador;
 Fase 07 – Uma vez embarcada, o exportador emitirá todos os documentos exigidos e
apresentará junto ao banco negociador em seu país. Esse banco o examina, e se estiver
em ordem, remeterá ao banco emitente para posterior pagamento.
RESUMO FINAL
No Comércio Exterior, moedas em espécie não são enviadas fisicamente. Adotam-se
meios eletrônicos de pagamento e transferência. No Pagamento Antecipado o valor
pactuado, seja integral ou parcialmente, é enviado ao exportador antes do embarque da
mercadoria. Na Remessa Direta, o exportador só recebe quando tudo chega ao importador,
inclusive os documentos originais. A Cobrança Documentária é caracterizada pelo manuseio,
conferência, remessa e entrega dos documentos de exportação, conduzida por intermédio
das instituições bancárias intervenientes. A Carta de Crédito consiste em uma garantia
oferecida por um banco no exterior (banco emitente) que a pedido do importador (que faz o
pedido), assume a obrigação de efetuar o pagamento ao exportador.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional
e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Diário
Oficial da União. Brasília/DF, 25 out. 1966.
__________. Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a administração
das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de
comércio exterior. Diário Oficial da União. Brasília/DF, 5 fev. 2009.
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2001.
KEEDI, Samir. Logística de Transporte Internacional: veículo prático de competitividade.
São Paulo: Aduaneiras, 2007.
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Internacionais. Curitiba: Intersaberes, 2016.
RECEITA FEDERAL. Disponível em: <http://receita.economia.gov.br/>.
RECEITA FEDERAL. Instrução Normativa RFB nº 1.158, de 24 de maio de 2011. Altera a
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aduaneiro de importação. Receita Federal do Brasil. Brasília/DF, 24 mai. 2011.
SISTEMA HARMONIZADO. CAMEX - Câmara de Comércio Exterior, Publicado em 2015.
Disponível em: <http://camex.gov.br/legislacao/interna/id/921>.
THORSTENSEN, Vera. A OMC - Organização Mundial do Comércio e as negociações sobre
investimentos e concorrência. Revista Brasileira de Política Internacional, n. 41, v. 1, p.
57-89, 1998.
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SITES CONSULTADOS:
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* www.qualncm.com.br
* http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/
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* http://simuladordepreco.mdic.gov.br/
* https://receita.economia.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/tipi-tabela-
de-incidencia-do-imposto-sobre-produtos-industrializados
* https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/onde-atuamos/exportacao/como-funciona-
apoio-exportacao
* https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/empresas/produtos-e-servicos/comercio-exterior/
compras-do-exterior/financiamento-a-importacao-(finimp)-repasse#/* http://www.apexbrasil.com.br/incentivos-federais
* https://idlexpress.com.br/download/Taxa-Siscomex.pdf
* http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6759.htm
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origem/1907-cdo-emissao-de-certificados-de-origem-preferenciais
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