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Trabalho de FP A contribuição na educação de John Dewey

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Índice
Introdução	4
A contribuição na educação de John Dewey	5
Estratégias progressivas de John Dewey no ensino-aprendizagem	8
Considerações Finais	10
A Educação Democrática em Dewey	11
Conclusão	15
Bibliografia	16
Introdução
No século XIX e XX a burguesia regia o sistema educacional norte-americano, cujos métodos utilizados se limitavam em técnicas de memorização e na transferência do conhecimento.
John Dewey ao se inserir neste contexto revolucionou o sistema educacional da época. Propondo novas técnicas pedagógicas que conduziram significativas modificações no modelo educacional vigente no país. Essas técnicas foram fundamentadas no pensamento liberal surgindo assim uma nova filosofia, conhecida como a Escola Nova ou Escola Progressista, representando no cenário educacional do país uma opção, ou mesmo como uma oposição ao ensino tradicional em vigor até então. Assim, esta nova política partia do princípio de que a escola deveria actuar como um instrumento para a edificação da sociedade através da valorização das qualidades pessoais de cada indivíduo.
O teórico defendia que a educação deveria ser fator de humanização e transformação social, como ele mesmo afirma que:
Somente quando a física, a química, a biologia, a medicina, contribuem para a descoberta dos sofrimentos humanos, reais e concretos, bem como para aperfeiçoar os planos destinados a remediá-los e a melhorar a condição humana, tais ciências se fazem morais: passam a constituir parte integrante do aparelhamento da pesquisa ou ciência moral. Esta perde então seu peculiar sabor didáctico e pedante, seu tom ultramoralístico e exortativo. (apud CUNHA, 2001, p. 89)
Mediante a nova proposta de Dewey, que causou impacto na estrutura educacional da época, surgiu a necessidade de se aprofundar o estudo nesta teoria e será verificada a aplicabilidade da teoria deweyana no actual sistema educativo.
A contribuição na educação de John Dewey
O filósofo e pedagogo John Dewey, nascido em 1859 em Burlington, uma pequena cidade agrícola do estado americano de Vermont, segundo Ramalho (2003)
“Na escola, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa. Ainda criança, via sua mãe confiar aos filhos pequenas tarefas para despertar o senso de responsabilidade”.
Estudou na Universidade de Vermont, onde sua formação foi fortemente influenciada pela teoria da evolução, percebendo, na interacção homem e meio ambiente, a relação psicológica e epistemológica, denominada teoria do conhecimento.
Durante sua formação académica sofreu fortes influências filosóficas do realismo escocês. Nos dois anos seguintes a sua formatura, Dewey dedicou-se à docência em escolas de ensino médio ensinando latim, álgebra e ciência. Foi neste período que se consolidou a ideia de que deveria trabalhar com filosofia.
Afirmando esse seu interesse, Dewey enviou um ensaio filosófico para W.T. Harris, que era editor do Journal of Speculative Philosophy. A aceitação do ensaio por Harris, especialista conceituado, o levou a aprofundar os seus estudos e a matricular-se no programa de pós-graduação em filosofia na Universidade John Hopkins.
Na Universidade John Hopkins o teórico conheceu duas personalidades referenciais para o delineamento de seu futuro profissional. Um deles foi o psicólogo experimental norte-americano, G. Stanley Hall, com o qual, Dewey percebeu a importância da aplicação da metodologia científica nos estudos em ciências humanas. Já com George Sylvester Morris, ele entrou em sintonia com as obras de Hegel, visualizando o modelo orgânico de natureza concebido pelo idealismo alemão. A convergência destes dois pontos de vista rendeu a Dewey produções científicas, além de formalizar parte de seu pensamento científico.
Em 1884, concluiu a tese de doutorado sobre a psicologia de Emmanuel Kant. Nos dez anos seguintes leccionou na Universidade de Michigan e Minnesota, período em que produziu suas primeiras obras, sendo: Psychology em 1887 e Novos ensaios de Leibniz acerca da compreensão humana em 1888.
Na Universidade Colômbia, Dewey ganhou novos subsídios importantes para a sua produção científica. Por ser uma universidade tradicional, já haviam por ali passado, vários dos grandes pensadores norte-americanos, ambiente então, favorável ao desenvolvimento do pensamento filosófico.
Em Colômbia ele produziu vários artigos sobre a teoria do conhecimento e a metafísica, sendo os livros, “A influência de Darwin na filosofia e outros ensaios sobre o pensamento contemporâneo” (1910) e “Ensaios em lógica experimental” (1916), uma selecção destes.
Ainda, trabalhando na mesma universidade, ele produziu outras importantes obras: a primeira em 1910 que aplicava a Teoria do Conhecimento a Educação denominada: Como nós Pensamos e a outra que foi considerada a sua maior contribuição à pedagogia, se referia a Democracia e Educação.
Dewey foi além da teorização em educação, ele também se identificou, e muito contribuiu pelas causas sociais, como a luta pelo voto feminino e pela criação de sindicatos de professores. Como fervoroso defensor da democracia, ainda chegou a criar uma universidade-exílio para acolher os estudantes perseguidos em países com regime totalitário, por este fato ele chegou a ser confundido como comunista, mas estas acusações logo foram retiradas. Esta postura social adoptada o tornou muito conhecido publicamente como analista de temas contemporâneos.
Nos dez últimos anos antes de sua aposentadoria sua produção bibliográfica em grande parte, foi baseada nas palestras para as quais era convidado. Desta produção se destacam: a Reconstrução e Filosofia, publicada em 1920; a Natureza Humana e Conduta, de 1922; a Experiência e Natureza, de 1925; e Em busca de Certezas, que data de 1929.
Aposentou-se em 1930, mas continuou activo publicamente com a participação em eventos internacionais. Após sua aposentadoria ainda publicou diversas obras que dentre elas se destacam: Arte como experiência, em 1934; Liberdade e Cultura, e a Teoria da Validação, ambas em 1939. Faleceu em Junho de 1952, deixando sem dúvida, um imenso legado como um dos mais importantes intelectuais norte-americanos do século XX. Seu grande diferencial dos demais filósofos da época, é que estes se sentiram atraídos pelos grandes ditadores, enquanto este, primou pelos valores e virtudes individuais.
Para se poder compreender a concepção da Educação em Dewey, deve-se partir da ideia de que a Educação é um fenómeno criado pela e para a sociedade. Dewey, sendo um educador, o seu pensamento teve muita influência na "Escola Nova".
Para Dewey, a Educação e, em especial, a escola possui uma função de coordenar a vida mental de cada indivíduo nas diversas influências dentro do meio social onde o indivíduo vive. Por isso, em Dewey, a Educação ainda que seja uma função social, é uma necessidade de vida, onde a vida é renovada através da transmissão de um conhecimento de um indivíduo ao outro e isto diferencia o homem dos seres inanimados, assim, afirma Dewey que "a mais notável distinção entre os seres vivos e inanimados é que os primeiros se conservam pela renovação. Ao receber uma pancada, a pedra opõe resistência. Se a resistência for maior do que a força da pancada, ela, exteriormente, não apresentará mudança; no caso contrário se partirá em fragmentos menores que ela" Dewey (1959, p.1).
Assim, a Educação em Dewey é um "processo pelo qual uma cultura é transmitida de geração para geração, acontecendo por meio da comunicação de hábitos, actividades, pensamentos e sentimentos dos membros mais velhos da cultura aos mais novos" Ozmon; Craver (2004: 151). E é por este facto que, a Educação não se deverá limitar ao ensino escolar e formal, mas também como fazendo parte da própria vida.
Tudo o que se deve estudar na escola, as matérias preconizadas para tal, deveriam tomar em conta a vida social de cada indivíduo, de tomar em conta também as vivências e o quotidiano de cada indivíduo, e, neste caso, os planos deveriam ser feitossegundo as necessidades do aluno.
Esta ideia de deixar que o indivíduo se eduque sozinho foi posteriormente criticada. Pitombo citado por Ozmon; Craver (2004), afirma que acreditar que a criança se eduque sozinha sem o professor, é o mesmo que dizer que ela educa-se naturalmente, crescendo espontaneamente, como se fosse uma planta, mas isto surge como uma má interpretação, porque Dewey pensava nos métodos do ensino que eram autoritários, onde tudo dependia do professor.
Face a esta realidade, Dewey faz uma viragem de pensamento, afirmando deveras que o aluno deve ser educado em conformidade com as necessidades sociais, bem como sob tutela de alguém com uma certa experiência, de modo que na sociedade não existam desníveis de educação e não se encontrem indivíduos à margem da sociedade. Portanto, a educação deve servir para a emancipação e para a transformação social e não virada para o indivíduo.
A coisa principal que se nota no processo de Educação para Dewey é a relação que se estabelece entre a imaturidade da criança e a experiência amadurecida do adulto. Neste processo educacional, Dewey faz uma comparação entre o modelo da Educação Tradicional e a Educação da Escola Nova ou Progressiva. Mostra Dewey que a Educação Tradicional, já que pressupõe o mundo da criança como incerto, vago, deve, através de estudos e lições (ensino), substituir a superficialidade desse mundo.
O aluno só precisa receber e aceitar somente o que é exposto, tomando uma atitude de docilidade e submissão, porém, a Educação da Escola Nova ou Progressista centra todo o processo educativo na criança, para o seu crescimento e que isto determinará a quantidade e a qualidade do que deve ser ensinado e aprendido e que, este ensinado e aprendido é feito consoante a sua situação concreta, em função do que a criança quer aprender e também de acordo com os seus pré-requisitos.
Estratégias progressivas de John Dewey no ensino-aprendizagem
O filósofo americano John Dewey do último decénio do século XIX ao terceiro decénio do século XX ganhou espaço no campo da teoria socioeducativa por meio de movimentos como a Escola Nova e o movimento activista. Inseriu uma tendência pedagógica liberal progressista que surgiu mediante "razões de recomposição da hegemonia da burguesia" como resposta ao ensino tradicional que valorizava o ensino humanista, no qual a inteiração professor-aluno não visava a qualquer relação com o quotidiano do estudante ou com a realidade social.
Para o autor, desenvolver uma nova filosofia de educação não é tão simples, pois exige do educador a renúncia de técnicas, tradições e costumes. No entanto, como afirma M. V. da Cunha, Dewey prevê que a educação é campo fértil para a filosofia por fornecer o espaço de investigação que esta necessita para testar suas hipóteses sobre o homem, mais precisamente sobre o homem em colectividade. Vem daí a concepção deweyana de que a filosofia pode ser vista como a “teoria geral da educação”, se esta for entendida como “processo de formar atitudes fundamentais, de natureza intelectual e sentimental, perante a natureza e os outros homens”. (2001, p.89)
Nesta visão educativa, ele propõe ainda, que a aprendizagem seja instigada através de problemas ou situações que procuram de uma forma intencional gerar dúvidas, desequilíbrios ou perturbações intelectuais. O método "dos problemas" valoriza experiências concretas e problematizadoras, com forte motivação prática e estímulo cognitivo para possibilitar escolhas e soluções criativas. Que neste caso leva o aluno a uma aprendizagem significativa, pois o mesmo utiliza diferentes processos mentais (capacidade de levantar hipóteses, comparar, analisar, interpretar, avaliar), de desenvolver a capacidade de assumir responsabilidade por sua formação.
A problematização requer do professor uma mudança de postura para o exercício de um trabalho reflexivo com o aluno, exigindo a disponibilidade do professor de pesquisar, de acompanhar e colaborar no aprendizado crítico do estudante, o que frequentemente coloca o professor diante de situações imprevistas, novas e desconhecidas, exigindo que professores e alunos compartilhem de fato o processo de construção e não apenas o de reconstrução e reelaboração do conhecimento.
Além do mais Dewey destacava no processo de ensino aprendizagem que o conhecimento se torna significativo quando é adquirido através da vivência. Pois tanto professores como alunos possuem experiências próprias e que devem ser aproveitadas no quotidiano escolar. Dessa maneira além dos conteúdos formais o aluno teria a disposição algo concreta para apreender. E através das experiências compartilhadas no ambiente escolar, a aprendizagem e a produção do conhecimento seriam colectivas. Pois quando se vivencia e experimenta a aprendizagem se torna educativa e um ato de constante reconstrução.
Esse processo de mudança da educação traz inúmeros desafios, entre os quais, romperem com estruturas cristalizadas e modelos do ensino tradicional e formar profissionais na educação com competências que lhes permitam recuperar a dimensão essencial de oferecer uma aprendizagem significativa. Para que este processo de mudança inicie, é necessário que o professor esteja consciente desta responsabilidade e busque inovações pedagógicas adaptando-as a realidade do mesmo. É necessário também, que o educador utilize das condições físicas e sociais para extrair tudo de proveito saudável e válido, para que as possibilidades de ruptura ocorram inerentes ao processo de ensino aprendizagem.
Considerações Finais
Através desta pesquisa bibliográfica permitiu-se descobrir o motivo pelo qual foi criada a teoria de John Dewey e em que contexto educacional o mesmo se encontrava. Ele se opôs ao sistema tradicional de ensino da época que era regida pela burguesia. Pois o mesmo não concordava com os métodos educacionais que eram neste período utilizados, que se limitava à transmissão de informações conceituais e de técnicas de memorização.
Desde então, Dewey desenvolveu sua teoria baseada em um pensamento liberal, e centrada na experiência onde o mesmo trouxe inúmeras contribuições para o sistema educacional actual. Pois a pedagogia deweyana era extremamente atenta aos problemas sociais da época, principalmente no que se referiam as instâncias de promoção humana. Para Dewey a educação deveria ser adequada a uma democracia moderna. E com isso as escolas formariam as novas gerações para uma sociedade democrática, considerada por ele como a mais elevada forma de organização humana, uma vez que leva os cidadãos a agir livremente de forma consciente.
A educação progressiva está no crescimento constante da vida, na medida em que o conteúdo da experiência vai sendo aumentado, assim como o controle que podemos exercer sobre ela. É importante que o educador descubra os verdadeiros interesses do aluno, para apoiar-se nesses interesses, pois para ele, o esforço e a disciplina, são produtos do interesse e somente com base nesses interesses a experiência adquiriria um verdadeiro valor educativo.
Dewey destaca as actividades manuais, já que as mesmas apresentam situações problemas concretas para serem resolvidas. E além do mais desenvolve o espírito de se trabalhar em equipa, pois através da divisão das tarefas entre os participantes, se estimula a cooperação e consequentemente se desenvolve um espírito social. Para Dewey a iniciativa e a independência levam à autonomia que na realidade são virtudes de uma sociedade realmente democrática, ao contrário do ensino tradicional que valoriza e preza pela obediência.
A Educação, para ele, é uma necessidade social, em os indivíduos precisam ser educados para se assegurar a continuidade social, transmitindo suas crenças, ideias e conhecimentos.
Dewey acredita que a escola tem uma função democratizadora de igualar as oportunidades estendendo aos indivíduos seus direitos. Além de ter uma educação voltada aos reais interesses dos alunos, valorizando e promovendo a aprendizagem do mesmo atravésda experiência vivenciada no quotidiano e na curiosidade natural. Mas para que isso se torne realidade nas actuais instituições educacionais faz se necessários repensar sobre os métodos educacionais utilizados pelos professores em sala de aula e na formação dos mesmos, pois é inegável a necessidade de uma formação reflexiva desses profissionais principalmente no que se refere às metodologias adoptadas. Vale ressaltar também que a formação de professores deve ser voltada para as experiências significativas uma vez que somente tais experiências têm valor educativo. Se dispuser a aprender sempre, a compartilhar experiências, buscar técnicas que sejam adequadas a realidade do aluno essa não é atitude de um mero professor, mas sim de um educador. 
A Educação Democrática em Dewey
Para Dewey concretizar o ideal democrático da sociedade, recorreu à Educação como um fenómeno de extrema importância, capaz de proporcionar um espaço democrático para as diferentes classes sociais e através de uma metodologia fundamentada no interesse e na experiência do indivíduo, garantir a perpetuação dos valores liberais básicos, como a liberdade, a solidariedade e a igualdade de oportunidades.
Dewey foi um dos maiores defensores da democracia, na segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, por ter afirmado que é possível conceber uma sociedade melhor, quando esta pautar pela democracia, que é a única forma digna da vida humana e não se pode pensar na democracia sem se pensar na Educação.
Dewey, ao falar da democracia relativa à Educação, afirma que uma sociedade "deve procurar fazer que as oportunidades intelectuais sejam acessíveis a todos os indivíduos, com iguais facilidades para os mesmos (...) assim, a democracia é mais do que uma forma do governo, é uma forma de vida associada, de experiência conjunta e mutuamente comunicada" Dewey (1959, p. 93s).
Para Dewey, a Educação Democrática é aquela onde a igualdade de oportunidades é um elemento fundamental, isto é, todos os indivíduos presentes no processo de ensino e aprendizagem devem ter a mesma oportunidade de ensino e que não deverá haver diferenças de classes, cada aluno deve-se enriquecer com as experiências dos outros, entrando numa relação de inter-ajuda.
Assim, uma Educação sem essa igualdade de oportunidades baseia-se nos privilégios e, neste caso, não é democrática. A Educação, para Dewey, é um processo de vida onde se faz uma experiência, e, ao mesmo tempo, um processo social onde representa não a vida futura, mas a presente e real para a criança. Portanto, a Educação, "é um processo de reconstrução e reorganização de experiências, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido e com isso nos habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras" Dewey(1959, p. 8).
A Educação Democrática comporta uma dimensão de formar o homem para valores republicanos e democráticos e a formação para a tomada de decisões em todos os níveis. Para se compreender a Educação Democrática em Dewey é indispensável: a formação intelectual e a informação, isto é, desenvolver a capacidade de conhecer em vista a poder escolher. Portanto, para se poder formar o cidadão é preciso informá-lo das vastas áreas de conhecimento, através da literatura e das artes, em geral; a educação moral também é essencial, aquela ligada a uma didáctica de valores que não se podem aprender apenas intelectualmente, como também através da consciência ética, que é formada tanto de sentimentos quanto da razão; por fim, é imprescindível a Educação do comportamento, no sentido de enraizar hábitos de tolerância diante do diferente, bem como o aprendizado da cooperação activa e da subordinação do interesse pessoal ou grupal ao interesse geral, ao bem comum.
A Educação Democrática consiste em formar os cidadãos para poderem viver os grandes valores democráticos que abarcam as liberdades civis, os direitos sociais e os da solidariedade planetária. Também consiste na formação em poder participar na vida pública, tanto como cidadão comum ou como governante.
Para Dewey, a escola é o principal local onde deverá ser desenvolvida a Educação Democrática, embora sofra actualmente a concorrência de outras instituições, é o caso dos meios de comunicação social, igrejas, cinemas, etc.
A Educação tem como finalidade, em Dewey, propiciar à criança condições para que resolva por si própria os seus problemas, e não os tradicionais ideais de formar a criança de acordo com modelos prévios, ou mesmo orientá-la para um porvir. Assim, tomando o conceito de experiência como factor central de seus pressupostos, chega-se à conclusão de que a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas sim a própria vida.
Para Dewey, o ensino e a aprendizagem baseiam-se numa compreensão de que o saber é constituído por conhecimentos e vivências que se entrelaçam de forma dinâmica, distante da previsibilidade das ideias anteriores. Deste modo, os alunos e professor detentores de experiências próprias, são aproveitadas no processo. O professor, neste caso, tem uma visão sintética que é mais abrangente e clara acerca dos conteúdos, e os alunos uma visão sincrética que é confusa e não muito clara daquilo que aprende, o que torna a experiência um ponto central na formação de conhecimentos, mais do que os conteúdos formais. De acordo com estes factos, isto levará a uma aprendizagem essencialmente colectiva, assim como é colectiva a produção de conhecimentos.
Com estes aspectos e postos em prática, o processo de ensino e aprendizagem irá avante e, portanto, os alunos e o professor se enriquecerão e haverá, neste caso, a interacção escolar de poder aprender e também de poder ensinar, mas tudo isto centrado no professor como orientador deste processo de ensino e aprendizagem.
Portanto, uma sociedade assente em princípios democráticos, permitirá uma escola que privilegie uma relação de liberdade individual compatível com as liberdades colectivas. Neste caso, só a existência de debates de ideias e de interesses, a vivência positiva de conflitos, estes assentes em princípios democráticos, estimulará a reestruturação das leis e regras que construirão uma escola coerente nos objectivos explícitos e implícitos Leite (2001, p. 50).
3. Influência da Teoria de John Dewey na Educação Moçambicana
Dewey surge numa época em que o sistema educacional se centrava nas técnicas de memorização e na transferência de conhecimentos a modo de Ensino Tradicional e ele propõe a Educação da Escola Nova ou Progressista, que partia do princípio de que a escola deveria actuar como um instrumento para a edificação da sociedade através da valorização das qualidades pessoais de cada indivíduo.
Dewey referencia que o uso da problematização no ensino-aprendizagem, é de suma importância para que ocorra o conhecimento significativo, uma vez que a aprendizagem ocorreria mediante as experiências anteriores vivenciadas pelo aluno, onde ele não só desenvolveria a técnica como também o intelecto e a moralidade em vista ao seu desenvolvimento integral. E é isto o que a política educativa moçambicana pretende com a concepção do currículo (2002), que o aluno não seja um receptor passivo dum conhecimento já elaborado, mas sim que este participe activamente no seu precesso de ensino, que o ensino seja concebido em função deste e das suas condições concretas, por isso, há necessidade de se conhecer bem e melhor o aluno que está em nossa frente, de modo que este seja capaz de conciliar o conhecimento teórico com o prático.
É nesta vertente que Dewey revoluciona a Educação do seu tempo, criando um novo modelo de ensino. O movimento da Escola Nova em Moçambique pode ser considerado como ter iniciado principalmente na Época pós colonial, com o intuito de eliminar o Ensino Tradicional que propunha como meta educacional a formação do homem ao nível teórico, e com o nascimento do movimento da Escola Nova em Moçambique preconceituado por Samora Machel, com a política da formação do Homem Novo após a independência, era necessário encontrar princípios práticos da solidariedadebem como uma cooperação e integração social dos indivíduos. Para tal, era preciso uma introdução às novas formas de educação em que o aluno é o actor principal do Processo de Ensino e Aprendizagem.
É verdade que nem tudo o que a pedagogia tradicional ensinou é passível de se deitar fora, isto é, há alguns aspectos positivos que poderemos dela aprender. É o caso da íntima ligação da educação com as realidades quotidianas da vida, quer dizer, ela desenvolve-se segundo os moldes da vida da comunidade.
A Educação Tradicional era também polivalente, posto que o que se ensinava não era tão fragmentado como o é hoje, e, todavia, era coerente. Através duma história poder-se-ia ensinar as características dos animais (zoologia), os comportamentos dos homens (psicologia), a moral, etc. Com isto, quer-se evidenciar o aspecto de que a criança era ensinada ao mesmo tempo a levar à prática o que aprendia, é o caso da caça, colheita, etc.
Conclusão
Esta pesquisa bibliográfica permitiu-nos averiguar o motivo pelo qual foi criada a teoria de John Dewey e em que contexto educacional o mesmo se encontrava.
Ele se opôs ao sistema tradicional de ensino da época que era regida pela burguesia. Pois o mesmo não concordava com os métodos educacionais que eram neste período utilizados. Que se limitava a transmissão de informações conceituais e de técnicas de memorização.
Portanto, Dewey desenvolveu sua teoria baseada em um pensamento liberal, onde o mesmo trouxe inúmeras contribuições para o sistema educacional atual, é o caso da Concepção do Novum Curriculum em Moçambique. A teoria da Escola Nova trouxe através da problematização novas técnicas para que ocorresse na educação uma aprendizagem significativa, ou seja, de forma integral. Onde o aluno desenvolveria tanto a parte conceitual como a técnica, através de experiências vivenciadas em seu quotidiano.
A partir deste pressuposto, Dewey desenvolve uma teoria educacional que influi indirectamente no Sistema Nacional da Educação em Moçambique, na medida em que em Moçambique, antes da Independência, tínhamos um ensino que não estava concebido em função do aluno, mas sim em função do professor. Alcançada a Independência, o país pauta por uma Educação que visa formar o homem novo. Isto não teve bons resultados e em 1983, concebe-se o Sistema Nacional da Educação em vista a formar o futuro homem moçambicano. Por isso, com esta mudança de currículo, podemos encontrar patente, uma influência indirecta do pensamento da Escola Nova de Dewey que isto se repercutiu na concepção do currículo de 1992 e a sua posterior mudança para o novo currículo de 2002 em função de se aliar a teoria e a prática.
Bibliografia
CUNHA, Marcus Vinicius da. John Dewey e o pensamento educacional brasileiro: a centralidade da noção de movimento. Revista Brasileira de Educação. n. 17. São Paulo, Mai/Jun/Jul/Ago, 2001.
MACHADO, João Luís Almeida. Coluna de olho na história. Planeta Educação. www.planetaeducacao.com.br. Acesso em 08/12/06 às 18:48
RAMALHO, Priscila. As idéias deste americano ainda são um ideal a alcançar em muitas salas de aula do mundo. Nova Escola On-line (grandes pensadores). Ed. 159. Jan/Fev 2003. http://novaescola.abril.com.br. Acesso em
CASTIANO, José P. Educar para quê: as transformações no Sistema da Educação em Moçambique. Maputo: Imprensa Universitária, 2005.
MARQUES, Ramiro. A Arte de Ensinar: dos Clássicos aos Modelos Pedagógicos Contemporâneos. Porto: Plátano, 1998.
MANACORDA, Mário Alighiero. História da Educação: da Antiguidade aos Nossos Dias. 12 ed. Brasil: Cortez, 2006.
MAZULA, Brazão. Educação, Cultura e Ideologia em Moçambique. Maputo: Afrontamento, 1995.
MUCAVELE, Simão. Melhoriada Eficácia da reforma e desenvolvimento Curricular: um guia para os planificadores do currículo. Maputo: INDE, 1998.
NGOENHA, Severino Elias. Estatuto e Axiologia da Educação. Maputo: Livraria Universitária, 2000.
OZMON, Howard A.; CRAVER, Samuel M. Fundamentos Filosóficos da Educação. 6 ed. S. Paulo: Artmed, 2004.
(http://www.hottopos.com/notand2/educacao_para_a_democracia.htm); 09/04/2010.
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