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REPRODUÇÃO HUMANA E SEU MECANISMO ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL MASCULINO Sistema Genital Masculino ou Aparelho Reprodutor Masculino É o sistema responsável pela produção dos gametas masculinos, denominados espermatozóides e também por sua transferência, juntamente com o esperma, para o sistema genital feminino durante o ato sexual ou cópula. É também responsável pela produção e secreção dos hormônios sexuais masculinos. O sistema genital masculino é formado por estruturas internas e externas. Estruturas Internas: Testículos, Epidídimos, Ductos Deferentes, Próstata, Vesículas Seminais ou Glândulas Seminais e Bulbo-Uretrais. Estruturas Externas: Pênis, Uretra e Escroto (Bolsa Escrotal). Sistema Reprodutor Masculino Estruturas Internas Testículos: O testículo é uma glândula par, do tamanho de azeitonas grandes, localizada no interior da bolsa escrotal. É responsável pela produção dos gametas masculinos (espermatozóides) e também pela produção de testosterona, que é o hormônio sexual masculino. Epidídimo: São estruturas com formato de vírgulas, localizado no interior de cada um dos testículos, e é responsável pela maturação e armazenamento dos espermatozóides. Além disso, faz o transporte dos espermatozóides até o ducto deferente, através de movimentos peristálticos (contração muscular). Ductos Deferentes: São estruturas semelhantes a um cordão que sai do epidídimo, nos testículos, vão até à parte posterior da próstata e se fundem com a uretra, onde formam os canais ejaculadores. São responsáveis pelo transporte dos espermatozóides até o ducto ejaculatório e também pela reabsorção do espermatozóide não expelido. Próstata: É uma glândula única que se localiza próxima à uretra masculina, abaixo da bexiga com o tamanho de, aproximadamente, uma bola de golfe e sua função é produzir um líquido que aumenta a mobilidade dos espermatozóides, denominado líquido prostático e que ao se juntar com o produzido pela vesícula seminal, o líquido seminal, forma o sêmen. Vesícula Seminal ou Glândula Seminal: São glândulas responsáveis pela produção de secreção em forma de líquido viscoso que protege os espermatozóides, neutralizando a acidez da uretra e da vagina. Além disso, tem a função de alimentar os espermatozóides e facilitar a sua deslocação. Esse líquido é denominado líquido seminal e é formado por substâncias alimentares como a glicose (frutose), além de fosfatos, nitrogênio não protéico, cloretos e outros. Glândula Bulbo-uretral ou Glândula de Coowper: São duas pequenas glândulas situadas por baixo da próstata, no segmento bulbar da uretra. São responsáveis por segregar um líquido antes da ejaculação, com a função de limpar a uretra e neutralizar resíduos de urina. Esse líquido é emitido durante o ato sexual, pouco antes da ejaculação e pode conter espermatozóides vivos. Estruturas Externas Pênis: É o órgão erétil de cópula masculino e considerado como o principal órgão do aparelho sexual masculino, e além de servir de canal para ejaculação, é através deste órgão que a urina também é expelida. Possui de 10 a 18 cm quando ereto. Anatomicamente, o pênis é dividido em três partes: cabeça, corpo e raiz. A glande e o prepúcio fazem parte da cabeça; o corpo é o prolongamento fálico; a raiz é a parte do pênis que está inserida dentro do corpo do homem. É formado internamente, por três tipos de corpos cilíndricos constituídos por tecidos eréteis: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a uretra), sendo este conjunto envolvido por pele. Dois desses corpos cilíndricos, os denominados corpos cavernosos do pênis, localizam-se na parte dorsal deste órgão. O terceiro é encontrado ventralmente, e recebe o nome de corpo cavernoso da uretra ou corpo esponjoso e envolve a uretra. Na sua extremidade distal ele se dilata, formando a glande do pênis. Na extremidade do pênis encontra-se a glande - cabeça do pênis, onde podemos visualizar a abertura da uretra. A pele que a envolve é denominada prepúcio e é uma dobra retrátil, que contém tecido conjuntivo com músculo liso em seu interior e glândulas sebáceas presentes na dobra interna. http://www.todabiologia.com/dicionario/urina.htm Processo da Ereção: A ereção é um processo que acontece quando o pênis se torna firme e dilatado e seu mecanismo depende de uma complexa interação psicológica, neurológica, vascular e endócrina. Uma ereção peniana acontece quando as duas estruturas tubulares que correm o comprimento do pênis, os corpos cavernosos se tornam cheios de sangue. O corpo esponjoso pode também ser preenchido de sangue, mas comparativamente menos que os corpos cavernosos. A ereção peniana pode ser resultado de qualquer um de vários estímulos fisiológicos, geralmente ocorre a partir da estimulação sexual, mas também pode acontecer em momentos em que a bexiga urinária está cheia ou espontaneamente durante o decorrer do dia ou noite. Uretra: É o canal condutor que possui dupla função no organismo masculino, fazendo parte so sitema genital e urinário, pois conduz expele o sêmen durante a ejaculação, também tem a função de transportar a urina desde a bexiga até o meio externo. O seu funcionamento é regulado por um pequeno músculo que impede a saída dos dois líquidos ao mesmo tempo. Escroto ou Bolsa Escrotal: O escroto é uma espécie de bolsa ou saco de pele fina, suspensa na raiz do pênis, na qual se encontram os testículos É um que rodeia e. Sua função é proteger os testículos e contê-los fora da cavidade corporal, cuja temperatura é superior à ótima para a manutenção dos espermatozóides, ou seja, uma temperatura ligeiramente inferior à temperatura do corpo. Outros Componentes do Sistema Reprodutor Masculino Espermatozóides: São as células reprodutoras masculinas, que contêm os genes do homem e são formadas nos testículos, maturadas no epidídimo onde desenvolvem cauda e flagelo, cuja função é sua locomoção até o óvulo e armazenadas nas vesículas seminais. O espermatozóide maduro é formado por uma cabeça, um corpo intermédio e uma cauda. Durante a relação sexual, os espermatozóides são transportados com o líquido chamado sêmen ou esperma. Testosterona: É o hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e pelos caracteres sexuais secundários como: mudanças típicas da adolescência como voz grave e crescimento de pelos no rosto e no corpo, além de ser responsável pelo desejo sexual. Sêmen: Líquido esbranquiçado, também denominado esperma, que contém as células reprodutoras masculinas ou espermatozóides e é produzido nos testículos, epidídimos, próstata e glândulas seminais e bulbo-uretrais e armazenado nos canais deferentes. O volume médio de sêmen ejaculado é 3 ml, sendo que cada m contém de 50 a 150 milhões de espermatozóides. ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO Sistema Genital Feminino ou Aparelho Reprodutor Feminino É o sistema responsável pela produção dos gametas sexuais femininos, denominados óvulos, secretar hormônios, receber o espermatozóide durante o ato sexual ou cópula, oferecer condições para fertilização do óvulo, implantação do blastocisto e o desenvolvimento do feto e parto. É também responsável pela nutrição do bebê com o leite secretado pelas glândulas mamárias. O sistema genital feminino é formado por estruturas internas e externas. Estruturas Internas: Ovários, Tubas Uterinas, Útero e Vagina. Estruturas Externas: Pudendo Feminino ou Vulva, que compreende o Monte Púbico, Clitóris, Pequenos Lábios, Grandes Lábios, Vestíbulo da Vagina, Bulbos do Vestíbulo e Glândulas Vestibulares ou Glândulas de Bartholin. Estruturas Internas Ovários: São em número de dois e localizam-se na cavidade pélvica entre a bexiga e o reto, na escavaçãoreto-uterina e tem por funções a produção de óvulos e também hormônios (estrógenos e progesterona), que por sua vez controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero nos mecanismos de implantação do óvulo fecundado e início do desenvolvimento do embrião. Os ovários possuem uma forma oval e aplanada, semelhante à de uma amêndoa. Cada ovário apresenta duas partes: uma interna e outra externa. Na parte externa chamada de córtex abriga uma grande quantidade de folículos de tamanhos diferentes, onde se encontram os óvulos imaturos chamados de folículos primários, que completam seu desenvolvimento durante a ovulação.,. A cada ciclo menstrual, em processo que começa na adolescência um folículo é desenvolvido e uma grande quantidade de estrógeno começa a ser secretada, sendo o folículo denominado Folículo de Graaf. Tubas Uterinas: Também conhecidas como Trompas de Falópio, são as estruturas responsáveis pelo transporte dos óvulos do ovário para a cavidade do útero. Localizam-se na borda superior do ligamento largo do útero, localizando-se entre a bexiga e o reto. Nas tubas uterinas há o óstio uterino da tuba, que é uma abertura na extremidade medial da tuba que se comunica com a cavidade uterina e o óstio abdominal da tuba que é uma abertura na extremidade lateral da tuba que se comunica com a cavidade peritonial para captação do óvulo liberado pelo ovário. As tubas uterinas são subdivididas em quatro partes: http://www.todabiologia.com/dicionario/progesterona.htm Uterina: na parede do útero; Istmo: parte estreita sucessiva a parte uterina; Ampola: parte pouco mais dilatada, onde geralmente ocorre a fecundação; Infundíbulo: estrutura em forma de funil, onde há o óstio abdominal da tuba. Possui também as fímbrias (franjas irregulares) que auxiliam na captação do óvulo. Útero: É o maior órgão que compõe o sistema reprodutor feminino e é responsável por alojar o embrião e permitir seu desenvolvimento até seu nascimento e está localizado entre a bexiga e o reto. Esse órgão apresenta a forma de pêra invertida, mas pode ter sua forma variada, assim como o tamanho, posição e a estrutura e tem as seguintes subdivisões: Fundo do útero: região acima dos óstios das tubas uterinas; Corpo do útero: região que se comunica de cada lado com as tubas uterinas através dos óstios das tubas uterinas; Istmo: região estreita e curta, inferior ao corpo do útero; Cérvix ou cólo do útero: região que faz projeção na vagina comunicando-se com ela através do óstio do útero. O útero apresenta três camadas: Endométrio ou interna: região que é preparada para a implantação do óvulo fecundado, sendo assim, sofre modificações com a fase do ciclo menstrual, uterino ou na gravidez; Miométrio ou média: camada constituída por fibras musculares lisas; é também a camada mais espessa, sendo responsável pelas contrações (devido ao músculo liso); Perimétrio ou externa: constituída pelo peritônio, envolvendo externamente o útero. Vagina: É o órgão feminino da cópula, pois recebe o pênis durante o ato sexual, liga o útero ao exterior do corpo, além disso, é uma via para a menstruação e também permite a passagem do feto no parto. A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos, ou seja, comunica-se superiormente com a cavidade uterina através do óstio do útero e inferiormente abre-se no vestíbulo da vagina através do óstio da vagina, o que possibilita sua comunicação com o meio externo. O canal do parto é composto pela vagina e pela cavidade uterina. Esse canal possibilita a passagem do feto no momento do nascimento. Nas mulheres virgens, o óstio da vagina é parcialmente fechado pelo hímen, que é uma membrana circular pouco espessa de tecido conjuntivo, forrada por mucosa interna e externamente, além de possuir pequena vascularização. O hímen é quase sempre perfurado no centro e sua abertura é em forma de meia-lua, ou outras formas diversas. As carúnculas himenais são os restos de fragmentos após a ruptura do hímen. http://www.todabiologia.com/anatomia/sistema_reprodutor_feminino.htm Estruturas Externas Monte Púbico ou Monte do Púbis: É uma elevação mediana, localizada anteriormente à sínfise púbica e há principalmente em sua composição, tecido adiposo. Após a puberdade apresenta pêlos espessos que dispõem-se de forma característica. Lábios Maiores ou Grandes Lábios: São estruturas alongadas sob a forma de duas pregas cutâneas, com uma fenda delimitada por elas, denominada rima do pudendo. Após a puberdade, externamente, apresentam-se cobertos por pêlos e com bastante pigmentação e as faces internas dos lábios maiores são lisas e sem pêlos. Lábios Menores ou Pequenos Lábios: São duas pregas cutâneas pequenas, localizadas medialmente aos lábios maiores e se fundem na região mais anterior, recoberto por pele lisa, úmida e vermelha. O espaço entre essas pequenas pregas chama-se vestíbulo da vagina. Que se constitui das seguintes estruturas: Óstio externo da uretra; Óstio da vagina; Orifícios dos ductos das glândulas vestibulares. Glândulas Vestibulares Maiores: São em número de duas, dispostas profundamente, abrindo seus ductos nas proximidades do vestíbulo da vagina. Sua função é secretar um muco durante a relação sexual para lubrificar a porção inferior da vagina. Glândulas Vestibulares Menores: As glândulas vestibulares menores apresentam-se em número variável e seus ductos desembocam na região do vestíbulo da vagina. Sua função também é produzir secreção no início da cópula para que as estruturas tornem-se úmidas e propícias à relação sexual. Clitóris: É uma estrutura composta por tecido erétil e dilata-se como resultado do ingurgitamento sangüíneo. Apresentam duas extremidades fixadas ao ísquio e ao púbis, os ramos do clitóris. O clitóris possui várias terminações nervosas, tornando-o muito sensível e responsável pela sensação de prazer durante a excitação sexual. Bulbo do vestíbulo: É outra estrutura erétil e é composto por duas massas de tecido erétil, alongadas e dispostas como uma ferradura ao redor do óstio da vagina, porém, não são visíveis, pois são recobertas pelos músculos bulbo-esponjosos. Quando essa estrutura está preenchida por sangue, dilata-se gerando maior contato entre o pênis e o orifício da vagina. Mamas: As mamas são consideradas anexos da pele, mas têm importantes relações funcionais com os órgãos da reprodução e seus hormônios. São órgãos formados por tipos de tecido glandular e gorduroso e localizam-se ventralmente aos músculos peitoral maior, serrátil anterior e oblíquo externo, entre as camadas superficial e profunda da tela subcutânea. São formadas externamente pelo mamilo e aréola. Suas glândulas mamárias são formadas por 15 a 20 lobos e começam a se desenvolver na adolescência, pela ação dos hormônios femininos e também por essa ação, durante o ciclo menstrual eles podem aumentar de volume e tornam-se mais sensíveis, alguns dias antes da menstruação. Durante a gravidez, eles crescem, preparando-se para produzir leite (que ocorre após o parto). FISIOLOGIA HORMONAL DO SISTEMA REPRODUTIVO O controle hormonal ocorre em duas fases: Ciclo Ovariano Fase folicular: Inicia o desenvolvimento dos folículos (um atinge a maturação) Fase da Ovulação: Liberação do ovócito II Fase luteinizante: Formação e desenvolvimento do corpo amarelo Ciclo Ovariano Ciclo Menstrual Fase menstrual: Dura cerca de 5 dias e resulta da ruptura dos vasos e descamação do endométrio Fase proliferativa: Ocorre reconstituição do endométrio e dos vasos sanguíneos Fase secretora: A parede uterina atinge o máximo de espessura, preparando o útero para receber o embrião Ciclo Menstrual Hormônios EnvolvidosHIPOTÁLAMO Gn RF (Fator de Liberação da Gonatropina) Hipófise FSH LH Mas... O que é a hipófise? É uma glândula do tamanho de uma ervilha, localizada na base do cérebro logo atrás dos olhos. Ela produz vários outros hormônios que estimulam o crescimento, a contração do útero, o volume da urina e controla o funcionamento de outras glândulas endócrinas como a tireóide , os ovários e os testículos. Hormônios Envolvidos OVÁRIOS ESTROGÊNIO PROGESTERONA Do nascimento até a puberdade a secreção de estrogênio é pequena, porém a partir da puberdade nota-se um acentuado aumento na sua secreção devido à estimulação por hormônios da hipófise. Veja como ocorreu sua PUBERDADE Ocorreu com o aumento da produção de GnRH, ou seja, do aumento do nível de FSH e LH (hormônios), pois a hipófise das meninas, como a dos meninos, não secreta praticamente nenhum hormônio gonadotrópico (GnRH) até à idade de 10 a 14 anos. Entretanto, por essa época, começa a secretar esses hormônios. No inicio, secreta principalmente o hormônio foliculo-estimulante (FSH), que inicia a vida sexual na menina em crescimento; mais tarde, secreta o hormônio luteinizante (LH), que auxilia na ovulação do ciclo menstrual. Na fase menstrual - 1º dia do ciclo endométrio bem desenvolvido, espesso e vascularizado começa a descamar menstruação. Baixa produção de estrogênio e progesterona no sangue Ocorre a fase proliferativa: liberação do FSH e desenvolvimento dos folículos primários (com ovócitos I) no ovário. No útero, com o aumento do estrogênio ocorre o espessamento do endométrio A seguir, a hipófise eleva o nível de LH que leva ao crescimento do folículo. Na fase de término de maturação o folículo se denomina Folículo de Graaf, que cresce e o ovócito I se diferencia em ovócito II. Após o folículo se rompe e libera o ovócito II Entre o 10 e 15 dia, o LH atinge seu limite máximo e ocorre a ovulação Após a ovulação, o folículo que se rompeu se transforma no corpo lúteo ou amarelo, elevando a secreção de estrógeno e progesterona e com isso diminuindo a produção de FSH e LH – denominado fase Secretora O aumento da progesterona e do estrogênio aumentam a espessura do endométrio e preparam para a fecundação Se não houver fecundação diminui o LH e o corpo lúteo se atrofia e se transforma numa cicatriz no ovário, denominada corpo branco ou corpo albicans. Com isso diminui a produção de progesterona e estrogênio e ocorre a menstruação Se houver fecundação, o óvulo fecundado passa a produzir outro hormônio, a gonadotrofina coriônica que mantém o corpo lúteo em funcionamento e também a manutenção da produção de progesterona a fim de garantir a permanência do endométrio e inibir a menstruação Folículos Amadurecimento de um folículo OvulaçãoCorpo Lúteo Ovário Óvulo O ciclo Ovariano 1º dia 14º dia28º dia Resumindo Fisiologia do Sistema Hormonal A vida reprodutiva feminina se inicia com a Menarca (11 a 13 anos) e termina com a Menopausa (45 a 50 anos) O Ciclo Menstrual inicia no 1 dia da menstruação e termina no dia que antecede a menstruação seguinte Os hormônios envolvidos na vida reprodutiva são: FSH: hormônio folículo estimulante (Hipófise) LH: hormônio luteinizante (Hipófise) Estrogênio (Ovário) Progesterona (Ovário, principalmente corpo lúteo) O hormônio da gestação é o HCG: Gonadotrofina Coriônica Humana- produzido pelo zigoto Funções Hormonais: FSH: Crescimento e maturação do folículo ovariano; Produção de estrogênio pelo folículo LH: Ovulação; produção de progesterona e estrogênio pelo corpo lúteo Progesterona: Proliferação do endométrio e transformação deste para secretor; desenvolvimento das glândulas mamárias; ação relaxante sobre a musculatura uterina; alteração do muco cervical Estrogênio: Características secundárias femininas; crescimento e maturação dos órgãos reprodutores femininos e das mamas; proliferação do endométrio; mobilidade da tuba uterina; seu pico induz ao aumento do LH; crescimento do útero na gestação. HCG: mantém o corpo lúteo viável. Por que ocorre a menstruação? A menstruação ocorre devido à ação dos hormônios ovarianos, estrógenos e progesterona, sobre o endométrio. Esses hormônios produzem a multiplicação das células do endométrio, fazendo com que ele cresça e se torne mais espesso. Tudo isso para receber o óvulo fecundado. Quando a fecundação no acontece ou o óvulo fecundado não consegue se fixar no endométrio, esse processo é interrompido. A produção de hormônios cai abaixo de determinada quantidade e o endométrio (agora maior) começa a se descamar do útero. Este tecido é eliminado, junto com pequena quantidade de sangue, pela vagina: é o sangramento menstrual. Cólicas menstruais !? Normalmente a cólica menstrual, é um problema ginecológico que afeta cerca de 50% das mulheres na idade fértil, ou seja, na idade em que as mulheres ainda estão menstruando, está relacionada com a liberação de uma substância chamada prostaglandina e essa substância é liberada na camada interna do útero durante o sangramento menstrual. Essa substância faz com que o útero se contraia provocando a contração dos vasos e ocasionando a dor. FECUNDAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO O início desenvolvimento humano acontece com a fertilização, através de processos complexos e uma sequência coordenada e precisa de eventos. Iniciam na fusão dos gametas feminino e masculino que formam o zigoto (primórdio humano), após o blastocisto e o novo indivíduo. O evento do desenvolvimento é uma cascata de eventos que envolve uma ordem cronológica e fatores locais e sistêmicos. Nas 8 primeiras semanas acontece a formação de todos os principais órgãos e sistemas do novo indivíduo. As anormalidades comuns nessa etapa do processo: problemas com a fertilização, problemas com a implantação, abortamentos. anomalias congênitas. Termos e definições: Zigoto: óvulo fertilizado (primórdio humano) Clivagem: série de divisões mitóticas do zigoto que originam os blastômeros Mórula: grupo compacto de 12 ou mais blastômeros Blastocisto: embrião com cavidade cheia de líquido Embrião: ser humano nos primeiros estágios de desenvolvimento. Período embrionário estende-se até o final da 8ª semana e é marcado pelo desenvolvimento das principais estruturas Concepto: embrião e suas membranas (placenta, âmnio e córion) Feto: sucede o embrião – da 9ª semana até o nascimento. Há diferenciação e crescimento. A fertilização ou fecundação tem início no pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (LH), quando ao término desse processo (24 – 36hs após pico LH) o ovócito está pronto para ser fertilizado. Fecundação é a união do ovócito com o espermatozóide, formando o ovo ou zigoto, ou seja, é o encontro dos gametas masculino e feminino, que possuíam 23 cromossomos cada, resultando na fusão do material genético paterno e materno, ou seja, um indivíduo com 46 cromossomos. Ocorre na tuba uterina (na região ampular) poucas horas após a ovulação, pois o óvulo sobrevive em torno de 24h e o espermatozóide 48h, resultando na formação pronúcleo masculino e feminino. A fecundação ocorre com ovócitos maduros e espermatozóides normais resultando na formação do zigoto (embrião unicelular de 46 cromossomos) da seguinte forma: 1. Passagemdo espermatozóide pelas células da corona radiata 2. Penetração da zona pelúcida 3. Reação da zona (bloqueio de polispermia) 4. Fusão das membranas plasmáticas dos gametas 5. Término da maturação do oócito 6. Formação dos pronúcleos masculino e feminino 7. Fusão dos pronúcleos (singamia): formação do zigoto Fases do Desenvolvimento Humano As fases do o desenvolvimento humano são: mórula, blástula, gástrula, nêurula e organogênese. Mórula: grupo de células agregadas. Lembra uma amora; Blástula: esfera oca onde a camada de células denominada blastoderma envolve a blastocela (cavidade). Gástrula: forma o arquêntero e os folhetos embrionároios, a mesoderme, endoderme e ectoderme. Nêurula: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior; Organogênese: formação dos órgãos. Os objetivos da fertilização são: Estimular o término da maturação e ativação do ovócito, restaurar o número diplóide de cromossomos da espécie humana, permitir diversidade através da mistura de cromossomos maternos e paternos, determinar o sexo cromossômico do embrião. O processo que conecta fisicamente o embrião à mãe é a implantação do ovo no endométrio ou nidação e ocorre torno de 7 dias após a fecundação. Inicialmente acontece de maneira superficial e posteriormente com invasão do endométrio, formando-se a conexão com a circulação materna. A maior parte do desenvolvimento humano acontece entre a 4ª a 8ª semana do desenvolvimento embrionário (8ª a 10ª semana de amenorréia) e ocorre o estabelecimento das principais estruturas internas e externas do indivíduo. Após a 8ª semana, adquire a forma humana. É um período crítico, pois a exposição a agentes tóxicos (teratógenos) pode resultar em graus variados de anomalias congênitas Resumo fases desenvolvimento humano Fase pré-embrionária: abrange as três primeiras semanas após a fecundação. O local onde o embrião adere é na parte superior do útero, na parede anterior ou posterior. Fase embrionária: da 4ª a 8ª semana após a fecundação, neste período ocorre a formação dos órgãos. Na 8ª semana o embrião já apresenta um aspecto facial mais nítido, membros superiores alongaram-se e dobram ao nível dos cotovelos, os dedos estão bem desenvolvidos e o corpo está coberto por uma pele fina. Apresenta movimentos ocasionais. Os genitais externos já começaram a se diferenciar, mas ainda não é possível determinar o sexo. Todos os órgãos internos e externos essenciais estão presentes. Ao final dessa fase o embrião pesa em torno de 5 gramas. Fase fetal: inicia na 9ª semana e termina com o nascimento, por volta da 40ª semana. Nesse período ocorre, principalmente, o crescimento e a maturação dos tecidos. Os vários órgãos e tecidos do feto não crescem em ritmo idêntico, mas alcançam ao mesmo tempo, o mesmo grau de maturidade. O índice de crescimento intra-uterino é variável, mas pode ter por base a tabela: Mês Centímetros Gramas 2º 07 04 4º 16 120 6º 32 700 8º 45 2200 9º 50 3300 ORGANISMO FETAL Aparelho Cardiovascular: o sangue começa a circular no final da 3ª semana de vida. A freqüência cardíaca fetal é de 120 a 160bpm e pode ser auscultada em torno da 12ª semana. Aparelho Respiratório: na 4ª semana aparece a indicação do seu desenvolvimento. Na 23ª a 24ª semana as células alveolares começam a produzir uma substância chamada surfactante, que é necessária para uma boa expansão do pulmão. Na 26ª semana os alvéolos e a vascularização pulmonar podem estar suficientemente desenvolvidos para permitir a troca de gases e, portanto, a sobrevida de um recém-nascido prematuro. Aparelho Gastrointestinal: o tubo digestivo começa a sua formação durante a 4ª semana de vida fetal. Durante a 24ª semana o reflexo de sucção está bem desenvolvido. Nesta semana já pode deglutir o líquido amniótico, que é reabsorvido no trato gastrointestinal. Iniciada a deglutição, o intestino começa a se encher de mecônio, que é um material fetal composto de lanugem, vernix caseosa, muco, secreções digestivas, células descamadas e pigmentos biliares. Normalmente, o intestino não se esvazia antes do nascimento. Do 3º ao 6º o fígado é o principal órgão hematopoiético. Aparelho Urinário: Nos primeiros meses, os rins fetais produzem uma grande quantidade de urina e continuam durante toda a vida fetal. Aparelho Reprodutor: o sexo é determinado pelo tipo de espermatozóide que fecunda o óvulo. Da 13º a 16º semana os órgãos reprodutores internos e os genitais externos apresentam definitivamente o sexo. Aparelho Músculo-Esquelético: da 13º a 16º semana os músculos esqueléticos tornam-se ativos e da 17ª a 20ª semana a mãe já começa a perceber os movimentos fetais. O crescimento e a maturação dos ossos continuam até a idade adulta. Sistema Nervoso: é um dos primeiros sistemas orgânicos que aparece no embrião. No entanto, com exceção do aparelho reprodutor é o último a madurecer. Derivados da pele: a lanugem, o cabelo e a vernix caseosa surgem a partir da 17ª semana. ANEXOS DO EMBRIÃO E DO FETO Os anexos embrionários se originam no ovo ou zigoto e são estruturas derivadas dos folhetos germinativos e que, com o desenvolvimento do embrião, atrofiam-se ou são expelidos por ocasião do nascimento. No entanto, são fundamentais para a manutenção da integridade do embrião, garantindo o seu desenvolvimento. Se dividem em: membranas, líquido amniótico, placenta e cordão umbilical. MEMBRANAS Envolve o feto, sendo chamada de âmnio a mais interna e cório a mais externa. Rompem-se espontaneamente ou artificialmente durante o trabalho de parto. Formam uma bolsa contendo líquido amniótico e tem por função e o cório contribui para a fixação do embrião na parede uterina. PLACENTA É o anexo resultando da fusão do alantocório (córion frondoso) com a mucosa uterina. Tem por função nutrir o embrião, promover as trocas gasosas e eliminar excretas. Além disso, tem função hormonal, uma vez que produz gonadotrofina coriônica e progesterona, hormônios fundamentais para a gestação. A superfície interna ou fetal é lisa e brilhante, de cor azulada, e o cordão umbilical está preso em sua parte central. A superfície materna é rica em vasos sanguíneos e é dividia em lobos, chamados cotilédones. Apresentam-se de cor vermelha. A placenta é descolada da parede uterina após o nascimento. CORDÃO UMBILICAL Anexo exclusivo dos mamíferos que permita a comunicação entre o embrião e a placenta. É um longo cordão contendo vasos sangüíneos (uma veia e duas artérias) e é preenchido por um material gelatinoso denominado de gelatina de Wharton. As artérias conduzem o sangue do feto para a placenta onde deixam os produtos degradados. A veia conduz o sangue oxigenado e sustento alimentar da placenta para o feto. MODIFICAÇÕES NO ORGANISMO MATERNO DURANTE A AGESTAÇÃO Durante a gestação, a gonadotrofina coriônica humana, produzida pelo trofoblástico, a progesterona e o estrogênio continuam sendo produzidos, principalmente pela placenta e são os responsáveis pela manutenção da gestação, desencadeando várias alterações fisiológicas, que levam a alguns distúrbios e desconfortos. CORPO UTERINO: Peso aumenta 20 vezes Fica até 6 vezes maior Tecido conjuntivo e elástico aumentam mais de 20 vezes Suprimento sanguíneo cresce de 20 a 40 vezes Amenorréia Adquire a forma oval No terceiro mês de gestação, sai da pelve e cresce em direção cefálica, apresenta as contrações de Braxton Hicks Sinal de Hegar (amolecimento do istmo) Sinal de Piskacek (assimetria uterina) Hipertrofia das células musculares (de 17 a 40 vezes) COLO UTERINO: Aumenta a vascularização (coloração azulada) Edemacia Tecido conjuntivo aumenta e fica frouxo Sinal de Goodell (amolecimento da cérvice) Hipertrofia e hiperplasia das glândulas cervicais (tampão mucoso) TUBAS UTERINAS Aumenta a vascularização Tornam-se mais longas e volumosas pelo maior afluxosanguíneo. OVÁRIOS: Aumenta a vascularização Não ocorre ovulação Presença do corpo lúteo nos primeiros três meses de gestação VAGINA: Espessamento da mucosa Tecido conjuntivo mais frouxo Hipertrofia das células musculares lisas Aumento das secreções pH mais ácido VULVA: Edemacia Sinal de Chadwick (coloração azulada em colo, vagina e vulva) Varizes vulvares PERÍNEO: Aumenta a vascularização Tecidos conjuntivos mais frouxos Hipertrofia da pele e músculos MAMAS: Aumento de tamanho Vipses (estrias de 2 tipos) Rede de Haller (dilatação das veias superficiais) Sensação de dor e formigamento Sinal de Hunter (aréolas mais pigmentadas) Tubérculos de Montgomery (pequenas elevações) Secreção de colostro (quarto mês) ABDOMEM Forma globosa (gravídico) Cicatriz umbilical mais plana Vipses e Linha Nigra TIREÓIDE Aumento de vascularização Hiperplasia Maior produção de t3 e t4 (como reserva) SISTEMA RESPIRATÓRIO Elevação do diafragma (4cm) Uso dos músculos torácicos Aumento da circunferência torácica (5 a 7 cm) Respiração torácica Alteração na voz Taquipnéia (aumento volume corrente e volume minuto) SISTEMA CARDIOVASCULAR Aumento do coração Coração desloca-se para cima e esquerda FC aumenta (10 a 15 bpm) Aumento débito cardíaco (50% com 32 semanas) Aumento dos fatores de coagulação (VIII, IX, X) Menor retorno venoso nos MMII Maior volume intravascular (40% sangue) Produção de até 30% a mais de eritrócitos pela medula óssea Aumento dos leucócitos (de 6 a 12 mil e 25 mil no parto) Aumento no fibrinogênio Menor resistência vascular sistêmica Alteração na PA no primeiro trimestre: diminui de 5 a 10 mmHg, segundo trimestre: pode diminuir, terceiro trimestre: mantém os valores pré-gestacionais SISTEMA URINÁRIO Diminuição do tônus muscular Hidronefrose e hidroureter (predispondo a infecções) Aumento da água corporal (7 litros) Maior fluxo sanguíneo renal (30 a 50%) com maior filtração renal Polaciúria Obs: ITU+Prostaglandinas=TPP SISTEMA MUSCULOESQUELETICO Relaxamento articulações sacro ilíacas, sacrococcigeanas e pélvicas (horm. Relaxina) Diástase dos músculos retos abdominais (terceiro trimestre) Relaxamento da musculatura lisa de quase todo o corpo Desvio do centro de gravidade Curvatura lombo sacra acentua-se Andar anserino SISTEMA GASTROINTESTINAL Sialorréia Aumento da vascularização das gengivas Gengivorragia Maior número de cáries Diminuição de tônus e mobilidade gástricos Refluxo do conteúdo gástrico Estômago empurrado para cima Menor motilidade intestinal Maior absorção de água-constipação Esvaziamento mais lento da vesícula biliar (predispõe a cálculos biliares) SISTEMA TEGUMENTAR Vipses recentes e antigas Linha nigra e cloasma gravídico Angiomas vermelho claro (aranhas vasculares) Aumento da produção das glândulas sebáceas e sudoríparas Pele mais quente Aumento do crescimento dos pelos (que cai menos) SISTEMA NEUROLÓGICO Câimbras (falta de cálcio) Sensação de dormência e picadas (pela compressão dos nervos pelos tecidos edemaciados) DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ Baseia-se na avaliação de sinais e sintomas que são verificados através da anamnese, inspeção, palpação, toque, ausculta, exames laboratoriais e ultra-sonografia. Os sinais e sintomas são classificados em: presuntivos, de probabilidade e de certeza. Sinais e sintomas presuntivos: Amenorréia Alteração nas mamas Náusea e vômitos Polaciúria Fadiga/sonolência Percepção dos movimentos fetais pela mãe Sialorréia Surgimento de tubérculos na aréola Sinais e sintomas de probabilidade Aumento do abdome Aumento uterino Sinal de Hegar (amolecimento do útero) Sinal de Goodell Contração de Braxton-Hicks Palpação dos contornos fetais Teste de gravidez Sinais e sintomas de certeza Ausculta de BCF perceptível pela USG após 10 semanas e pelo Doppler após12 semanas Percepção dos movimentos fetais após 20 semanas, por outra pessoa que não a mãe Visualização dos contornos fetais: perceptível pela USG após 06 semanas Visualização dos contornos fetais: perceptível pelo RX após 18 semanas ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL O diagnóstico de gravidez baseia-se na história clínica, no exame físico e nos testes laboratoriais. Frente a uma amenorréia ou atraso menstrual, deve-se, antes de tudo, suspeitar da possibilidade de uma gestação. Na prática, para as mulheres que procuram os serviços com atraso menstrual que não ultrapassa 16 semanas, a confirmação do diagnóstico da gravidez pode ser feita pelo profissional de saúde da unidade básica, por meio de um teste imunológico para gravidez (TIG), de acordo com os procedimentos especificados no fluxograma a seguir. A consulta deve ser realizada imediatamente para não se perder a oportunidade da captação precoce. Se o TIG for negativo, deve ser agendada consulta para o planejamento familiar, principalmente para a paciente adolescente. Objetivos da assistência pré-natal: Identificar, tratar ou controlar patologias; Prevenir complicações na gestação ou parto; Assegurar boa saúde materna; Reduzir os índices de morbidade e mortalidade materna e fetal; Preparar o casal para o exercício da paternidade. Após a confirmação da gravidez em consulta, médica ou de enfermagem, dá-se início ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SISPRENATAL. As condutas e os achados diagnósticos sempre devem ser anotados na ficha perinatal e no cartão da gestante. Nesse momento, a gestante deverá receber as orientações necessárias referentes ao acompanhamento pré-natal – seqüência de consultas, visitas domiciliares e reuniões educativas. Deverão ser fornecidos: O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do SISPRENATAL, o hospital de referência para o parto e as orientações sobre este; O calendário de vacinas e suas orientações; A solicitação dos exames de rotina; As orientações sobre a participação nas atividades educativas – reuniões e visitas domiciliares. É importante enfatizar que uma informação essencial que deve constar explicitamente no cartão da gestante é o nome do hospital de referência para o parto ou intercorrências durante a gestação. Para implementar as atividades do controle pré-natal, é necessário identificar os riscos a que cada gestante está exposta. Isso permitirá a orientação e os encaminhamentos adequados em cada momento da gravidez. É indispensável que esta avaliação do risco seja permanente, ou seja, aconteça em toda consulta. A caracterização de uma situação de risco não implica necessariamente referência da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco. As situações que envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) e/ou fatores preveníveis que demandem intervenções mais complexas devem ser necessariamente referenciadas, podendo, contudo retornar ao nível primário, quando se considerar a situação resolvida e/ou a intervenção já realizada. De qualquer maneira, a unidade básica de saúde deve continuar responsável pelo seguimento da gestante encaminhada a um nível de maior complexidade no sistema. FATORES DE RISCO PARA GRAVIDEZ ATUAL 1. Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: Idade menor que 15 e maior que 35 anos; Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se tratando de adolescente; Situação conjugal insegura; Baixa escolaridade (menor que cinco anos de estudo regular); Condições ambientais desfavoráveis; Altura menor que 1,45m; Peso menor que 45kg e maior que 75kg; Dependência dedrogas lícitas ou ilícitas. 2. História reprodutiva anterior: Morte perinatal explicada ou inexplicada; Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; Abortamento habitual; Esterilidade/infertilidade; Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; Nuliparidade e multiparidade; Síndromes hemorrágicas; Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; Cirurgia uterina anterior; Macrossomia fetal. 3. Intercorrências clínicas crônicas: Cardiopatias; Pneumopatias; Nefropatias; Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); Hemopatias; Hipertensão arterial moderada ou grave e/ou em uso de anti-hipertensivo; Epilepsia; Infecção urinária; Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras DST); Doenças auto-imunes (lupus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras). 4. Doença obstétrica na gravidez atual: Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; Ganho ponderal inadequado; Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; Amniorrexe prematura; Hemorragias da gestação; Isoimunização; Óbito fetal. ATENÇÃO PRÉ NATAL 1ª CONSULTA Na primeira consulta de pré-natal deve ser realizada anamnese, abordando aspectos epidemiológicos, além dos antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos e a situação da gravidez atual. O exame físico deverá ser completo, constando avaliação de cabeça e pescoço, tórax, abdômen, membros e inspeção de pele e mucosas, seguido por exame ginecológico e obstétrico. Nas consultas seguintes, a anamnese deverá ser sucinta, abordando aspectos do bem-estar materno e fetal. Inicialmente, deverão ser ouvidas dúvidas e ansiedades da mulher, além de perguntas sobre alimentação, hábito intestinal e urinário, movimentação fetal e interrogatório sobre a presença de corrimentos ou outras perdas vaginais. As anotações deverão ser realizadas tanto no prontuário da unidade, quanto no cartão da gestante. Em cada consulta, deve-se reavaliar o risco obstétrico e perinatal. ROTEIRO DA PRIMEIRA CONSULTA I. História clínica (observar cartão da gestante) Identificação: Nome; Número do SISPRENATAL; Idade; Cor; Naturalidade; Procedência; Endereço atual; Unidade de referência. Dados socioeconômicos; Grau de instrução; Profissão/ocupação; Estado civil/união; Número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho doméstico); Renda familiar; Pessoas da família com renda; Condições de moradia (tipo, nº de cômodos); Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo); Distância da residência até a unidade de saúde. Antecedentes familiares: Hipertensão arterial; Diabetes mellitus; Doenças congênitas; Gemelaridade; Câncer de mama e/ou do colo uterino; Hanseníase; Tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de parentesco); Doença de Chagas; Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV. Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial crônica; Cardiopatias, inclusive doença de Chagas; Diabetes mellitus; Doenças renais crônicas; Anemias; Distúrbios nutricionais (desnutrição, sobrepeso, obesidade); Epilepsia; Doenças da tireóide e outras endocrinopatias; Malária; Viroses (rubéola, hepatite); Alergias; Hanseníase, tuberculose ou outras doenças infecciosas; Portadora de infecção pelo HIV (em uso de retrovirais? quais?); Infecção do trato urinário; Doenças neurológicas e psiquiátricas; Cirurgia (tipo e data); Transfusões de sangue. Antecedentes ginecológicos: Ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade); Uso de métodos anticoncepcionais prévios (quais, por quanto tempo e motivo do abandono); Infertilidade e esterilidade (tratamento); Doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive pelo parceiro); Doença inflamatória pélvica; Cirurgias ginecológicas (idade e motivo); Mamas (alteração e tratamento); Última colpocitologia oncótica (papanicolau ou “preventivo”, data e resultado). Sexualidade: Início da atividade sexual (idade da primeira relação); Dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual); Prática sexual nesta gestação ou em gestações anteriores; Número de parceiros da gestante e de seu parceiro, em época recente ou pregressa; Uso de preservativos masculino ou feminino (uso correto? uso habitual?). Antecedentes obstétricos: Número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola hidatiforme); Número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos, fórceps, cesáreas – indicações); Número de abortamentos (espontâneos, provocados, causados por DST, complicados por infecções, curetagem pós-abortamento); Número de filhos vivos; Idade na primeira gestação; Intervalo entre as gestações (em meses); Isoimunização Rh; Número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de gestação), pós- termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação); Número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2.500g) e com mais de 4.000g; Mortes neonatais precoces: até sete dias de vida (número e motivo dos óbitos); Mortes neonatais tardias: entre sete e 28 dias de vida (número e motivo dos óbitos); Natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que ocorreu); Recém-nascidos com icterícia, transfusão, hipoglicemia, exsangüineotransfusões; Intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar); Complicações nos puerpérios (descrever); História de aleitamentos anteriores (duração e motivo do desmame). Gestação atual: Data do primeiro dia/mês/ano da última menstruação – DUM (anotar certeza ou dúvida); Peso prévio e altura; Sinais e sintomas na gestação em curso; Hábitos alimentares; Medicamentos usados na gestação; Internação durante esta gestação; Hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e drogas ilícitas; Ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente nocivos, estresse); Aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo parceiro e pela família, principalmente se for adolescente. II. Exame físico Geral: Determinação do peso e da altura; Medida da pressão arterial (técnica no item 8.3); Inspeção da pele e das mucosas; Palpação da tireóide e de todo o pescoço, região cervical e axilar (pesquisa de nódulos ou outras anormalidades); Ausculta cardiopulmonar; Determinação da freqüência cardíaca; Exame do abdômen; Exame dos membros inferiores; Pesquisa de edema (face, tronco, membros). Específico (gineco-obstétrico): Exame de mamas (realizar orientações para o aleitamento materno em diferentes momentos educativos, principalmente se for adolescente. Nos casos em que a amamentação estiver contra-indicada – portadoras de HIV/HTLV –, orientar a mulher quanto à inibição da lactação (mecânica e/ou química) e para a aquisição da fórmula infantil); Palpação obstétrica e identificação da situação e apresentação fetal; Medida da altura uterina; Ausculta dos batimentos cardíacos fetais; Inspeção dos genitais externos; Exame especular: a) Inspeção das paredes vaginais; b) Inspeção do conteúdo vaginal; c) Inspeção do colo uterino; d) Coleta de material para exame colpocitológico (preventivo de câncer), se houver indicação, e para a pesquisa de infecções. III. Exames complementares Na primeira consulta solicitar: Dosagem de hemoglobina e hematócrito (Hb/Ht) repetir próximo à 30ª semana ; Grupo sangüíneo e fator Rh; Sorologia para sífilis (VDRL): repetir próximo à 30ª semana; Glicemiaem jejum: repetir próximo à 30ª semana; Exame sumário de urina (Tipo I) e Urinocultura: repetir próxima à 30ª semana; Sorologia anti-HIV, com o consentimento da mulher após o “aconselhamento pré- teste” -repetir próxima à 30ª semana; Sorologia para hepatite B (HBsAg), repetir próximo à 30ª semana; Sorologia para toxoplasmose, repetir próximo à 30ª semana. Outros exames podem ser acrescidos a esta rotina mínima: protoparasitológico, colpocitologia oncótica (papanicolau), bacterioscopia da secreção vaginal, sorologia para rubéola; ultra-sonografia obstétrica. INVESTIGAÇÃO HIV/AIDS O diagnóstico da infecção pelo HIV, no período pré-concepcional ou no início da gestação, possibilita melhor controle da infecção materna e melhores resultados na profilaxia da transmissão vertical desse vírus. Por esse motivo, este teste deve ser oferecido, com aconselhamento pré e pós-teste, para todas as gestantes, na primeira consulta do pré- natal, independentemente de sua aparente situação de risco para o HIV. Condutas: Cálculo da idade gestacional e data provável do parto; Avaliação nutricional; Fornecimento de informações necessárias e respostas às indagações da mulher ou da família; Orientação sobre sinais de riscos e assistência em cada caso; Referência para atendimento odontológico; Encaminhamento para imunização antitetânica (vacina dupla viral), quando a gestante não estiver imunizada; Referência para serviços especializados na mesma unidade ou unidade de maior complexidade, quando indicado (mesmo com referência para serviço especializado, a mulher deverá continuar sendo acompanhada, conjuntamente, na unidade básica); Referência para atendimento odontológico. ROTEIRO DAS CONSULTAS SUBSEQÜENTES Revisão da ficha pré-natal; Anamnese atual sucinta; Verificação do calendário de vacinação. Controles maternos: Cálculo e anotação da idade gestacional; Determinação do peso para avaliação do índice de massa corporal (IMC). Anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do estado nutricional; Medida da pressão arterial (observar a aferição da PA com técnica adequada); Palpação obstétrica e medida da altura uterina. Anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal; Pesquisa de edema; Verificação dos resultados dos testes para sífilis (VDRL e confirmatório, sempre que possível) e, no caso de resultado positivo, o esquema terapêutico utilizado (na gestante e em seu parceiro), além do resultado dos exames (VDRL) realizados mensalmente para o controle de cura; Avaliação dos outros resultados de exames laboratoriais. II. Controles fetais: Ausculta dos batimentos cardíacos; Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher e/ou detectados no exame obstétrico. III. Condutas: Interpretação dos dados de anamnese, do exame obstétrico e dos exames laboratoriais com solicitação de outros, se necessários; Tratamento de alterações encontradas, ou encaminhamento, se necessário; Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (60mg de ferro elementar/dia) e ácido fólico (5mg/dia); Orientação alimentar; Acompanhamento das condutas adotadas em serviços clínicos especializados (a mulher referenciada ao serviço especializado deverá continuar sendo acompanhada pela equipe da atenção básica); Realização de ações e práticas educativas individuais e em grupos (os grupos educativos para adolescentes devem ser exclusivos dessa faixa etária, abordando temas de interesse do grupo. Recomenda-se dividir os grupos em faixas de 10-14 anos e de 15-19 anos, para obtenção de melhores resultados); Agendamento de consultas subseqüentes. 6.3 CALENDÁRIO DAS CONSULTAS O calendário de atendimento pré-natal deve ser programado em função dos períodos gestacionais que determinam maior risco materno e perinatal. Deve ser iniciado precocemente (primeiro trimestre) e deve ser regular e completo (garantindo-se que todas as avaliações propostas sejam realizadas e preenchendo-se o cartão da gestante e a ficha de pré-natal). O acompanhamento da mulher, no ciclo grávido- puerperal se encerra após o 42º dia de puerpério, período em que deverá ter sido realizada a consulta de puerpério. O PHPN estabelece que o número mínimo de consultas de pré-natal deverá ser de seis consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre e uma consulta de puerpério. A maior freqüência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal. Portanto, as consultas deverão obedecer a um calendário mínimo: até 30 semanas de gestação, uma vez ao mês; de 31 a 37 semanas, as consultas serão a cada 15 dias; de 38 a 40 semanas, as consultas serão uma vez por semana e de 40 a 42 semanas, as consultas serão 2 vezes por semana. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário que a equipe de saúde realize correta e uniformemente os procedimentos técnicos durante o exame clínico e obstétrico. Do contrário, ocorrerão diferenças significativas, prejudicando a comparação e a interpretação dos dados. Cabe aos profissionais de formação universitária promover a capacitação dos demais membros da equipe, visando a garantir que todos os dados colhidos sejam fidedignos. É importante ressaltar, no contexto da qualidade de atenção e da proteção biológica, a necessidade da lavagem das mãos do examinador, antes e após o atendimento à gestante e, especialmente, na eventualidade da realização de procedimentos. MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) E DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP) CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL Objetivo: estimar o tempo de gravidez/a idade do feto. Os métodos para esta estimativa dependem da data da última menstruação (DUM), que corresponde ao primeiro dia de sangramento do último período menstrual referido pela mulher. I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de certeza, É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais: Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas); Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar o número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual. II.Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês em que ela ocorreu: Se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceder, então, à utilização de um dos métodos acima descritos. III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos: Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a idade gestacional e a data provável do parto serão, inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal, além da informação sobre a data de início dos movimentos fetais, habitualmente ocorrendo entre 16 e 20 semanas. Podem-se utilizar a altura uterina mais o toque vaginal, considerando os seguintes parâmetros: Até a sexta semana não ocorre alteração do tamanho uterino; Na oitava semana o útero corresponde ao dobro do tamanho normal; Na décima semana o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual; Na 12ª semana enche a pelve de modo que é palpável na sínfise púbica; Na 16ª semana o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbicae a cicatriz umbilical; Na 20ª semana o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz umbilical; A partir da 20ª semana existe relação direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina. Porém, esse parâmetro torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional. Quando não for possível determinar a idade gestacional clinicamente, solicitar o mais precocemente o exame de ultra-sonografia obstétrica. CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO Objetivo: estimar o período provável para o nascimento. Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas a partir da DUM), mediante a utilização de calendário; Com o disco (gestograma), colocar a seta sobre o dia e mês correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto; Uma outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses ao mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a março) – Regra de Näegele. Exemplos: Data da última menstruação: 13/9/01 Data provável do parto: 20/6/02 (13+7=20 / 9-3=6) Data da última menstruação: 27/1/01 Data provável do parto: 3/11/02 (27+7=34 / 34-31=3 / 1+9+1=11) OBSERVAÇOES: Se a DUM for nos meses de janeiro a março, somar 9 ao mês (invés de subtrair 3). Nos casos em que o número de dias encontrado for maior do que o número de dias do mês, passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo do mês. TÉCNICAS OBSTÉTRICAS Palpação Obstétrica e medida da Altura Uterina Objetivos: Extremo valor e obrigatório; Identificar o crescimento fetal; Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre a altura uterina e a idade gestacional; Identificar situação, posição e apresentação fetal; Paciente decúbito dorsal A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina: deve iniciar-se pela delimitação do fundo uterino bem como de todo o contorno da superfície(esse procedimento reduz o risco de erro da medida da altura uterina). A identificação da situação e da apresentação fetal é feita por meio da palpação obstétrica, procurando identificar os pólos cefálico e pélvico e o dorso fetal, facilmente identificados a partir do terceiro trimestre. Pode-se, ainda, estimar a quantidade de líquido amniótico. Manobras de palpação (Manobra de Leopold): 1º Tempo: Delimitação do fundo uterino 2º Tempo: Palpação do dorso fetal e pequenas partes 3º Tempo: Exploração da mobilidade do pólo cefálico 4º Tempo: Exploração das escavas (cavidade). Posições do Feto: Situação: Longitudinal ou Transversa Apresentação: Córmica (transversa), Cefálica ou Pélvica. Posição: Relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo materno. (Posição esquerda ou direita) Medida da Altura Uterina Objetivo: Estimar o crescimento fetal, correlacionando-se a medida da altura uterina com o número de semanas de gestação. Técnica de medida da AU Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino; Fixar a extremidade inicial (0 cm) da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica, passando-a entre os dedos indicador e médio. Anotar a medida, em centímetros, na ficha e no cartão, e marcar o ponto na curva da altura uterina. Ausculta dos BCF Objetivo: Constatar presença, o ritmo, a freqüência e a normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Obs: Freqüência cardíaca fetal normal é entre 120 e 160 bpm. Ausculta dos (BCF) com estetoscópio de Pinard: Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdômen descoberto; Identificar o dorso fetal; Segurar o estetoscópio de Pinard pelo tubo; Encostar o pavilhão da orelha na outra extremidade do estetoscópio; Fazer, com a cabeça, leve pressão sobre o estetoscópio e só então retirar a mão que segura o tubo; Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal; Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos são os do feto; Contar os batimentos cardíacos fetais por um minuto, observando sua freqüência e ritmo; Avaliar resultados da ausculta dos BCF e registrar os BCF na ficha perinatal e no cartão da gestante; Verificação da presença de edema Objetivo: Detectar precocemente a ocorrência de edema patológico. Nos MMII: • Posicionar a gestante em decúbito dorsal ou sentada, sem meias; • Pressionar a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na perna, no nível do seu terço médio, face anterior (região pré-tibial). Na região sacra: • Posicionar a gestante em decúbito lateral ou sentada; • Pressionar a pele, por alguns segundos, na região sacra, com o dedo polegar. Na face e em membros superiores: • Identificar a presença de edema pela inspeção. Verificação da presença de edema Edema ausente (-) Acompanhar a gestante seguindo o calendário de rotina Apenas edema de tornozelo sem hipertensão ou aumento súbito de peso (+) Verificar se o edema está relacionado: – à postura – ao fim do dia – ao aumento da temperatura – ao tipo de calçado Edema limitado aos membros inferiores, porém na presença de hipertensão ou ganho de peso aumentado e/ou de proteinúria + (urina I): (++) Orientar repouso em decúbito lateral esquerdo; • Verificar a presença de sinais/sintomas de pré-eclâmpsia grave e interrogar sobre os movimentos fetais; • Marcar retorno em sete dias, na ausência de sintomas; • Deve ser avaliada e acompanhada pelo médico da unidade; • Encaminhar para serviço de alto risco Edema generalizado (face, tronco e membros), ou que já se manifesta ao acordar acompanhado ou não de hipertensão ou risco aumento súbito de peso: (+++) • Gestante de risco em virtude de suspeita de pré-eclâmpsia ou outras intercorrências; • Deve ser avaliada pelo médico da unidade e encaminhada para serviço de alto Edema unilateral de MMII, com dor e/ou sinais flogísticos. Suspeita de processos trombóticos (tromboflebites, TVP). Deve ser avaliada pelo médico da unidade e encaminhada para serviço de alto risco. Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional Objetivo: Avaliar e acompanhar o estado nutricional da gestante e o ganho de peso durante a gestação para: * Identificar, a partir de diagnóstico oportuno, as gestantes em risco nutricional (baixo peso, sobrepeso ou obesidade) no início da gestação; Detectar as gestantes com ganho de peso baixo ou excessivo para a idade gestacional; * Realizar orientação adequada para cada caso, visando à promoção do estado nutricional materno, condições para o parto e peso do recém-nascido. Calculo do índice de massa corporal (IMC) Calcule o IMC por meio da fórmula: IMC = PESO (kg) Altura 2 (m) Controle da Pressão Arterial (PA) Objetivo: Detectar precocemente estados hipertensivos. Conceitua-se hipertensão arterial na gestação: A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão sistólica iguais ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica. O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15 mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), é utilizado como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos; A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única oportunidade ou aferição. DISTÓCIA A distócia ou parto difícil pode ser causada por fatores mecânicos, funcionais ou ambos. DistóciaMecânica Vício obstétrico Tumores que obstruem o canal do parto Apresentações anômalas (ombro, face, nádega) Falta de rotação da cabeça fetal Malformação fetal Macrossomia fetal Distócia funcional É uma anormalidade nas contrações uterinas. Pode ser: Hipotônica e Hipertônica. Pode ocorrer no início da 1ª fase do trabalho de parto (inércia primária), ou posteriormente, prolongando a 2ª fase (inércia secundária). Fatores predisponentes Anomalias uterinas; Má posição fetal; Hiperdistensão do útero por polidrâmnio; Gravidez múltipla, etc; Multiparidade; Pós datismo; Rigidez cervical. Complicações da Distócia Trauma ou morte fetal; Infecção intra-uterina; Fadiga materna; Outros Conduta de Enfermagem Identificar a distócia e tomar providências até a chegada do médico. As complicações do parto exigem do enfermeiro habilidade em avaliar, observar e tomar medidas rápidas e eficazes; A observação, o registro e a intercomunicação profissional facilitam o processo de tomar decisões adequadas; As medidas de apoio físico e emocional ajudam à parturiente e seus familiares a compreender e enfrentar as intercorrências do parto, que frequentemente o tornam prolongado e difícil; Manter o médico informado de quaisquer alterações no estado da paciente ou evolução do trabalho de parto; Assegurar à parturiente que ela está recebendo assistência médica e de enfermagem adequada e que as condutas específicas serão tomadas no devido tempo; Dar explicações à parturiente sobre o plano terapêutico; Controlar rigorosamente a vitalidade fetal; Usar de todos os meios disponíveis para promover o conforto, a comodidade e o relaxamento da parturiente, como: mudança de decúbito, troca das roupas de cama, banho de chuveiro, de leito ou compressas refrescantes, diálogo, exercícios respiratórios e de relaxamento para poupar as energias, ambiente tranqüilo, etc. O enfermeiro executa o parto sem distócia. O parto distócico é de competência médica. Distócia funcional hipotônica Na distócia funcional hipotônica, o miométrio é hipotônico, geralmente ocorre na 2ª fase do trabalho de parto. Conduta de Enfermagem Dar informações esclarecedoras e tranqüilizadoras. Estabelecer cateterismo venoso. Administrar soroterapia para manter o equilíbrio eletrolítico. Iniciar a indução do parto (ocitocina em soro glicosado, conforme prescrição médica) Prestar assistência contínua Observar freqüência, duração e intensidade das contrações. Registrar os dados no prontuário. Distócia funcional hipertônica O miométrio apresenta um estado de tensão maior que o normal, levando a contrações ineficazes para a dilatação cervical. Conduta de Enfermagem Estabelecer cateterismo venoso Administrar líquidos para manter o equilíbrio eletrolítico. Administrar sedativos, quando prescrito. Controlar a presença de contrações normais. Registrar os dados no prontuário Distócia mecânica - Conduta de Enfermagem Realizar pelvimetria interna e/ou Reavaliar a pelve através da pelvimetria pela radiografia para excluir fatores que predisponham à distócia mecânica. Diagnosticada a distócia mecânica, estabelecer cateterismo venoso e administrar soroterapia para manter o equilíbrio hidroeletrolítico. Preparar a parturiente para cesárea, se esta for indicada. Estar alerta para a possibilidade de sofrimento fetal. ROTURA UTERINA Fatores Predisponentes Tensão excessiva do miométrio. Rotura de cicatriz de uma cesárea ou histerotomia prévia. Parto prolongado ou difícil. Aplicação de fórcipe antes da dilatação cervical completa. Dosagem excessiva de ocitocina. Pressão manual excessiva aplicada no fundo uterino durante o parto (Manobra de Kristeller). Manifestações clínicas Rotura completa Dor abdominal súbita e intensa; Sensibilidade abdominal; Contratilidade ausente; Batimentos cardiofetais ausentes; Sangramento intra-abdominal e às vezes vaginal; Feto facilmente palpável; Sinais de choque: taquicardia, palidez, pele fria e pegajosa, dispnéia. Rotura incompleta Desenvolve durante o período de algumas horas Dor abdominal durante as contrações; Sangramento vaginal discreto; O colo não dilata apesar das contrações; Taquicardia e palidez. Profilaxia Identificação da posição fetal Avaliação correta da bacia materna Só induzir o parto com uma indicação precisa Conduta médica e de enfermagem Preparar a paciente para histerectomia imediatamente Em alguns casos de rotura (geralmente incompleta), é possível apenas realizar sutura Estabelecer cateterismo venoso com cateter calibroso imediatamente Administrar soroterapia para evitar choque hipovolêmico Requisitar tipagem sanguínea, fator Rh e prova cruzada Providenciar sangue para transfusão Fazer uma hemostasia completa rapidamente Considerar a laqueadura das artérias hipogástricas antes de iniciar a histerectomia Administrar antibioticoterapia para evitar peritonite. Providenciar apoio psicológico. O prognóstico é grave para o feto: geralmente morre de asfixia antes da cesárea ou sofre lesão permanente à hipóxia. Patologias Comuns na Gestação HIV HIV - sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Tem por característica o período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças e as células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O HIV altera o DNA dessa célula e faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Transmissão: relações sexuais desprotegidas, transfusão sanguínea, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez, parto e a amamentação. Aids Aids: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. (Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a Aids). Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas. Sistema Imunológico O sistema imunológico é a defesa do organismo contra os ataques de bactérias, vírus e outros micróbios. É uma barreira muito complexa, composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções. Entre as células de defesa estão os linfócitos T CD4+, principais alvos do HIV. São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os micro-organismos estranhos que entram no corpo humano. O HIV liga-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco perdendo a capacidade de responder adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem Aids. Janela Imunológica Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da Aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema imunológico do organismo em resposta ao HIV eos exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus. O período de identificação do contágio pelo vírus depende do tipo de exame (quanto à sensibilidade e especificidade) e da reação do organismo do indivíduo. Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV. Porém, existem casos em que esse tempo é maior. O teste de 120 dias serve apenas para detectar os casos raros de soroconversão – quando há mudança no resultado. Característica da doença Primeira fase, chamada de infecção aguda, ocorre a incubação do HIV. Esse período varia de 3 a 6 semanas. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. O organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Fase assintomática pode durar muitos anos e é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, caracterizando o estágio mais avançado da doença. Complicações: hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Exames Sorologia para HIV 1 e HIV2 por imunofluorescência: Elisa e Westernblot. Os exames existentes no Brasil para diagnosticar a infecção pelo HIV buscam anticorpos anti-HIV nas amostras de sangue. Apesar de sua eficácia, podem apresentar resultados falsopositivos em alguns casos. Fatores que interferem no resultado dos exames: Vacina contra influenza A H1N1; Artrite reumatóide; Doenças autoimunes (lupus eritematoso sistêmico, doenças do tecido conectivo e esclerodermia); Terapia com interferon em pacientes hemodialisados; Síndrome de Stevens-Johnson; Infecção viral aguda; Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho); Tumores malignos; Outras retroviroses; Múltiplas transfusões de sangue; Outros exames: Dosagem de CD4 e CD8 Dosagem de Carga Viral Exames de rotina No atendimento inicial, são solicitados os seguintes exames: sangue (hemograma completo), fezes, urina, testes para hepatite B e C, tuberculose, sífilis, dosagem de açúcar e gorduras (glicemia, colesterol e triglicerídeos), avaliação do funcionamento do fígado e rins, além de raios-X do tórax. Doenças Oportunistas As infecções oportunistas são doenças que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico, que cuida da defesa do organismo. Em pessoas com Aids, o estágio mais avançado da doença, essas infecções muitas vezes são graves e podem ser fatais, pois o sistema imunológico do indivíduo pode estar danificado pelo HIV. São infecções oportunistas, entre outras: Infecções recorrentes ocasionadas por fungos (na pele, boca e garganta); Diarréia crônica há mais de 30 dias, com perda de peso; Pneumonia; Tuberculose disseminada; Neurotoxoplasmose; Neurocriptococose; Citomegalovirose; Pneumocistose. Medicamentos Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel. Atualmente, existem 19 medicamentos divididos em cinco tipos. Classes de medicamentos antirretrovirais Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir. Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina. Inibidores de Protease – atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV. São eles: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir. Inibidores de fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida. Inibidores da Integrase – bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir. Vacinas Avaliar eficácia e imunidade (se baixa, não devem receber vacinas compostas por bactérias ou vírus vivos). Orientações para adultos Vacina contra a bactéria causadora da pneumonia (pneumococo): a resposta é melhor na fase em que as células CD4+ estão acima de 350/mm3. Vacina contra hepatite B: deve ser tomada somente quando indicada pelo médico. Indicações para: usuários de drogas injetáveis, homossexuais sexualmente ativos, prostitutas, homens e mulheres com atividade sexual e doenças sexualmente transmissíveis ou mais de um parceiro sexual nos últimos seis meses e pessoas que vivem na mesma casa ou tiveram contato sexual com portadores da hepatite B. Vacina contra a bactéria causadora da meningite (Haemophilus influenzae tipo b): a resposta é mais eficiente nos estádios precoces da infecção pelo HIV. Vacina contra tétano-difteria: a recomendação geral é de uma dose de reforço a cada 10 anos. Vacina inativada contra o vírus causador da poliomielite: é preferível à vacina oral, no soropositivo e seus comunicantes próximos. Vacina contra a gripe A H1N1 (gripe suína): deve ser tomada somente quando indicada pelo médico. Orientações para crianças As crianças menores de um ano, com suspeita de infecção pelo HIV ou com diagnóstico definitivo de infecção pelo HIV devem seguir orientação médica especializada. HIV em Gestantes Primeira Consulta: Exames de rotina do Pré-natal CD4 e Carga Viral Perfil Lipídico e Provas de função renal Hemograma e Enzimas hepáticas com intervalo de 15 a 60 dias 24 a 28 Semanas: Repetir exames, com exceção de TS e Rh, Reação de Mantoux (PPD), Bacterioscopia de secreção vaginal, Pesquisa de clamídia e gonococo, Citologia oncótica 34 Semanas: Carga Viral para definir via de parto Parto em soropositivas O tipo de parto mais indicado para evitar a infecção do bebê pelo HIV vai depender, principalmente, do estado de saúde da mãe. Para gestantes soropositivas com carga viral maior ou igual a 1000 cópias/ml ou desconhecida após 34 semanas de gestação, o mais indicado é a cesariana eletiva, aquela realizada antes do início do trabalho de parto, sem rompimento da bolsa. Em casos de gestantes que chegam à maternidade em trabalho de parto e que não fizeram tratamento durante a gravidez, a escolha do tipo de parto deve levar em consideração a fase e o tempo previsto para os procedimentos de cada um, assim como a probabilidade de complicações. Cuidados durante o parto Toda gestante soropositiva deve receber o AZT na veia do início do trabalho de parto até o nascimento do bebê. Para as gestantes com indicação de cesariana, o consumo de AZT deve ser de 3 horas antes da cirurgia até o nascimento Durante a gestação, trabalho de parto e parto, devem ser evitados o recolhimento do sangue do cordão umbilical e de líquido amniótico. No parto normal, deve-se evitar corte cirúrgico feito entre a vagina e o ânus (períneo) e o trabalho de parto deve ser monitorado usando gráfico de acompanhamento da evolução (partograma), evitando toques vaginais repetidos. Recomendações pós-parto Após o nascimento, a mãe
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