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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
CURSO MEGE 
 
Site para cadastro: www.mege.com.br 
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 (Tim) 
Telefone fixo: (99) 932143200 
Fanpage: /cursomege 
Instagram: @cursomege 
Material: 131º Simulado Mege (TJ-CE) 
 
 
 
 
 
 
 
. 
131º Simulado Mege TJ-CE 
(Gabarito Comentado) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
SUMÁRIO 
Bloco I ............................................................................................................................................ 4 
Direito Civil ....................................................................................................................... 4 
Direito Processual Civil .................................................................................................. 31 
Direito do Consumidor ................................................................................................... 44 
Direito da Criança e do Adolescente ............................................................................. 51 
Bloco II ......................................................................................................................................... 55 
Direito Penal ................................................................................................................... 55 
Direito Processual Penal ................................................................................................ 83 
Direito Constitucional .................................................................................................... 99 
Direito Eleitoral ............................................................................................................ 111 
Bloco III ...................................................................................................................................... 116 
Direito Empresarial ...................................................................................................... 116 
Direito Tributário ......................................................................................................... 140 
Direito Ambiental ......................................................................................................... 178 
Direito Administrativo ................................................................................................. 189 
Organização Judiciária do Estado do Ceará ................................................................ 196 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
BLOCO I 
DIREITO CIVIL 
 
1. A respeito da Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro, assinale a opção correta: 
(A) A vigência da lei, salvo disposição expressa em sentido contrário, coincide necessariamente 
com a data da sua publicação no diário oficial. 
(B) Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia noventa 
dias depois de oficialmente publicada. 
(C) Quando a norma autodeclarar o seu prazo de “vacatio legis” deverá fazê-lo em dias, não em 
meses ou anos. 
(D) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção 
somente de erro formal, o prazo da “vacatio legis” inicia-se na data da publicação original. 
(E) As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
LETRA A: ERRADA – Art. 1º, Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro (DL nº 4657/42): 
“Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois 
de oficialmente publicada. 
LETRA B: ERRADA – Art. 1º, §1º, Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro (DL nº 4657/42): 
 § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três 
meses depois de oficialmente publicada. 
LETRA C: CORRETA – Art. 8º, LC nº 95/98: 
“Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável 
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua 
publicação" para as leis de pequena repercussão. 
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-
se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia 
subsequente à sua consumação integral. 
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor 
após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial.” (grifo nosso). 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 LETRA D: ERRADA – Art. 1º, §3º, Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro (DL nº 4657/42): 
“§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o 
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.” 
LETRA E: ERRADA – Art. 1º, §4º, Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro (DL nº 4657/42): 
“§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.” 
 
2. Acerca das disposições referente às pessoas, com fundamento nos dispositivos legais, na 
doutrina e no entendimento jurisprudencial pátrio, marque a alternativa correta: 
(A) A perda do feto em razão de acidente de trânsito não gera aos genitores direito ao recebimento 
do seguro obrigatório (DPVAT), pois o Código Civil condiciona a aquisição da personalidade jurídica 
ao nascimento com vida. 
(B) A capacidade de fato está presente em todos os seres humanos. Contudo, nem todos possuem 
capacidade de direito, que se traduz pela possibilidade de, pessoalmente, praticar, exercer os atos 
da vida civil. 
(C) O casamento é uma das formas de emancipação judicial. 
(D) A emancipação voluntária é aquela que se dá pela concessão de ambos os responsáveis, ou de 
um deles na falta de outro, mediante instrumento público, independentemente da homologação 
judicial, a menos que tenha, no mínimo, 16 anos completos. 
(E) A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão provisória. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
LETRA A: INCORRETA – A jurisprudência do STJ é contrária ao disposto na assertiva. Os genitores 
possuem direito a indenização do DPVAT. Sobre o tema, vide RECURSO ESPECIAL Nº 1.415.727 - SC 
(2013/0360491-3), relator LUIS FELIPE SALOMÃO, julgado em 04 de setembro de 2014: 
RELATOR: MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO 
RECORRENTE: GRACIANE MULLER SELBMANN 
ADVOGADO: JULIANE GONZAGA SCOPEL E OUTRO(S) 
RECORRIDO: SEGURADORA LÍDER DOS CONSÓRCIOS DE SEGURO DPVAT S/A 
ADVOGADOS: JAIME OLIVEIRA PENTEADO E OUTRO(S) PAULO ROBERTO ANGHINONI GABRIELA 
FAGUNDES GONÇALVES FABIO OLIVEIRA SANTOS ANA LUCIA MATEUS 
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EMENTA 
DIREITO CIVIL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. ABORTO. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO 
OBRIGATÓRIO. DPVAT. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. ENQUADRAMENTO JURÍDICO DO NASCITURO. 
ART. 2º DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. EXEGESE SISTEMÁTICA. ORDENAMENTO JURÍDICO QUE ACENTUA 
A CONDIÇÃO DE PESSOA DO NASCITURO. VIDA INTRAUTERINA. PERECIMENTO. INDENIZAÇÃO 
DEVIDA. ART. 3º, INCISO I, DA LEI N. 6.194/1974. INCIDÊNCIA. 
1. A despeito da literalidade do art.2º do Código Civil – que condiciona a aquisição de personalidade 
jurídica ao nascimento –, o ordenamento jurídico pátrio aponta sinais de que não há essa indissolúvel 
vinculação entre o nascimento com vida e o conceito de pessoa, de personalidade jurídica e de 
titularização de direitos, como pode aparentar a leitura mais simplificada da lei. 2. Entre outros, 
registram-se como indicativos de que o direito brasileiro confere ao nascituro a condição de pessoa, 
titular de direitos: exegese sistemática dos arts. 1º, 2º, 6º e 45, caput, do Código Civil; direito do 
nascituro de receber doação, herança e de ser curatelado (arts. 542, 1.779 e 1.798 do Código Civil); 
a especial proteção conferida à gestante, assegurando-se-lhe atendimento pré-natal (art. 8º do ECA, 
o qual, ao fim e ao cabo, visa a garantir o direito à vida e à saúde do nascituro); alimentos gravídicos 
, cuja titularidade é, na verdade, do nascituro e não da mãe (Lei n. 11.804/2008); no direito penal a 
condição de pessoa viva do nascituro – embora não nascida – é afirmada sem a menor cerimônia, 
pois o crime de aborto (arts. 124 a 127 do CP) sempre esteve alocado no título referente a "crimes 
contra a pessoa" e especificamente no capítulo "dos crimes contra a vida" – tutela da vida humana 
em formação, a chamada vida intrauterina (MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal, 
volume II. 25 ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 62-63; NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito 
penal. 8 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 658). 3. As teorias mais restritivas dos direitos 
do nascituro – natalista e da personalidade condicional – fincam raízes na ordem jurídica superada 
pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil de 2002. O paradigma no qual foram edificadas 
transitava, essencialmente, dentro da órbita dos direitos patrimoniais. Porém, atualmente isso não 
mais se sustenta. Reconhecem-se, corriqueiramente, amplos catálogos de direitos não patrimoniais 
ou de bens imateriais da pessoa – como a honra, o nome, imagem, integridade moral e psíquica, 
entre outros. 4. Ademais, hoje, mesmo que se adote qualquer das outras duas teorias restritivas, há 
de se reconhecer a titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida 
é o mais importante. Garantir ao nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos condicionados 
ao nascimento, só faz sentido se lhe for garantido também o direito de nascer, o direito à vida, que 
é direito pressuposto a todos os demais. 5. Portanto, é procedente o pedido de indenização referente 
ao seguro DPVAT, com base no que dispõe o art. 3º da Lei n. 6.194/1974. Se o preceito legal garante 
indenização por morte, o aborto causado pelo acidente subsume-se à perfeição ao comando 
normativo, haja vista que outra coisa não ocorreu, senão a morte do nascituro, ou o perecimento de 
uma vida intrauterina. 6. Recurso especial provido. 
ACÓRDÃO 
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros 
da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar provimento ao recurso 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Araújo (Presidente), Maria 
Isabel Gallotti e Antonio Carlos Ferreira votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, 
justificadamente, o Sr. Ministro Marco Buzzi. 
(https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=391
38375&num_registro=201303604913&data=20140929&tipo=5&formato=PDF) 
LETRA B: INCORRETA – Conforme lições extraídas da Sinopse de Direito Civil, parte Geral, autores 
Luciano Figueiredo e Roberto Figueiredo, editora Juspodivm, 6ª edição, pag. 141, temos: 
“A capacidade de direito está presente em todos os seres humanos. Contudo, nem todos possuem 
capacidade de fato, que se traduz pela possibilidade de, pessoalmente, praticar, exercer os atos da 
vida civil. 
Traduz um poder de autodeterminação e de discernimento, reunindo capacidades físicas e psíquicas 
de compreender as consequências de seus atos. É o discernimento, a capacidade de distinguir os 
lícitos dos ilícitos, direcionando sua vida de acordo com seus interesses.” 
LETRA C: INCORRETA. Trata-se de emancipação legal e não judicial, conforme redação do art. 5º, 
parágrafo único, II, do Código Civil: 
“Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
II - pelo casamento.” 
LETRA D: CORRETA. Art. 5º, parágrafo único, I do Código Civil: 
“Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática 
de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
LETRA E: INCORRETA. Art. 6º, Código Civil. 
“Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, 
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.” 
 
3. A propósito do direito das obrigações, assinale a opção incorreta. 
(A) Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
(B) Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir 
e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for 
indivisível. 
(C) O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba. 
(D) O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento 
favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar 
em relação a qualquer deles. 
(E) Convertendo-se a prestação em perdas e danos, extingue-se a solidariedade. 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
LETRA A: CORRETA - Art. 268, Código Civil: 
“Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar.” 
LETRA B: CORRETA. Art. 270, Código Civil: 
“Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a 
exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação 
for indivisível.” 
LETRA C: CORRETA. Art. 272, Código Civil. 
“Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba.” 
LETRA D: CORRETA. Art. 274, Código Civil: 
“Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o 
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de 
invocar em relação a qualquer deles. “ 
LETRA E: INCORRETA. Art. 271, Código Civil. A solidariedade é uma garantia, portanto ela persiste. 
“Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade.” 
 
4. Em 2010, Pedro, com 71 anos de idade, passou a viver em união estável Daniela. No ano de 2015, 
ele ganhou um prêmio da loteria federal no valor de 1 milhão de reais. Logo depois de ganhar o 
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prêmio, Pedro decidiu terminar o relacionamento com Daniela. Com isso, ela ajuizou uma ação 
requerendo o reconhecimento e dissolução de união estável,pedindo pensão alimentícia e partilha 
de bens, dentre eles o prêmio da loteria. Ao prolatar a sentença o juiz deverá: 
(A) Julgar parcialmente procedente o pedido de Daniela, concedendo o reconhecimento e 
dissolução da união estável, bem como o direito a pensão alimentícia, porém não haverá partilha 
de bens, pois Pedro possuía mais de 70 anos de idade quando do início do relacionamento e a 
relação deve ser regida pela separação obrigatória dos bens. 
(B) Julgar parcialmente procedente o pedido de Daniela, concedendo somente o reconhecimento 
e dissolução da união estável, porém excluindo o direito a pensão alimentícia e partilha de bens, 
pois Pedro possuía mais de 70 anos de idade quando do início do relacionamento. 
(C) Julgar parcialmente procedente o pedido de Daniela, concedendo o reconhecimento e 
dissolução da união estável, com o direito a pensão alimentícia e partilha de bens que foram 
adquiridos pelo esforço comum do casal, excluído o prêmio da loteria, pois adquirido por fato 
eventual. 
(D) Julgar totalmente procedente o pedido de Daniela, reconhecendo a existência e dissolução da 
união estável, bem como o direito a pensão alimentícia e partilha de bens, inclusive o prêmio da 
loteria, que é considerado um bem comum, que ingressa no patrimônio do casal, 
independentemente da aferição do esforço de cada um. 
(E) Julgar improcedente o pedido de Daniela, pois como Pedro possuía mais de 70 anos, a união 
estável não é válida. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
LETRA A, B, C e E: INCORRETAS. 
LETRA D: CORRETA. Sobre o tema, vide decisão da 4ª Turma do STJ, no REsp 1.689.152-SC, Rel. Min. 
Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Informativo 616, STJ) e comentários abaixo, extraídos 
do site Dizer o Direito: 
“Se a pessoa inicia uma união estável possuindo mais de 70 anos, o regime patrimonial que irá regular 
essa relação é o da separação obrigatória de bens (art. 1.641, II, do CC). Apesar disso, se, durante 
essa relação, um dos companheiros ganhar na loteria, o valor do prêmio integra a massa de bens 
comuns do casal (art. 1.660, II, do CC), de forma que pertence a ambos. Assim, havendo dissolução 
da união estável, o valor desse prêmio deverá ser partilhado igualmente entre os consortes. Em suma, 
o prêmio de loteria, recebido por ex-companheiro septuagenário durante a relação de união estável, 
deve ser objeto de meação entre o casal em caso de dissolução do relacionamento. STJ. 4ª Turma. 
REsp 1.689.152-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/10/2017 (Info 616). 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 Imagine a seguinte situação hipotética: Em 2012, João, 70 anos de idade, passou a viver em união 
estável com Carla. Em 2015, João ganhou R$ 2 milhões na MegaSena. Alguns dias depois, João decidiu 
terminar o relacionamento. Em razão disso, Carla ajuizou ação de reconhecimento e dissolução de 
união estável pedindo o pagamento de pensão alimentícia e a partilha dos bens, dentre os quais o 
prêmio da loteria. João alegou que não tinha que dividir o patrimônio considerando que, quando a 
união estável teve início, ele possuía mais de 70 anos de idade, de forma que o regime patrimonial 
que regulou a relação dos dois foi o regime legal da separação obrigatória de bens, previsto no art. 
1.641, II, do Código Civil: 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: II – da pessoa maior de 70 
(setenta) anos; 
Ao maior de 70 anos é imposto o regime de separação obrigatória de bens. O objetivo do legislador 
foi o de proteger o idoso e seus herdeiros de casamentos realizados por interesse estritamente 
econômico. Trata-se de “prudência legislativa em favor das pessoas e de suas famílias, considerando 
a idade dos nubentes. É de lembrar que, conforme os anos passam, a idade avançada acarreta 
maiores carências afetivas e, portanto, maiores riscos corre aquele que tem mais de setenta anos de 
sujeitar-se a um casamento em que o outro nubente tenha em vista somente vantagens financeiras, 
ou seja, em que os atrativos matrimoniais sejam pautados em fortuna e não no afeto” (MONTEIRO, 
Washington de Barros. Curso de direito civil: direito de família. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 295). 
 Essa regra do art. 1.641, II, do CC fala em “casamento”. É possível estendê-la também para a união 
estável? SIM. O STJ possui alguns julgados afirmando que essa regra específica do casamento deve 
ser estendida à união estável. Nesse sentido: STJ. 4ª Turma. REsp 646.259/RS, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, julgado em 22/06/2010. 
Havendo dissolução de união estável regida pelo regime da separação obrigatória de bens (art. 1.641, 
II, do CC), como deve ser feita a partilha dos bens? Deverão ser partilhados apenas os bens adquiridos 
onerosamente na constância da união estável, e desde que comprovado o esforço comum na sua 
aquisição (STJ. 2ª Seção. EREsp 1171820/PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 26/08/2015). Desse 
modo, em nosso exemplo, Carla terá direito à meação dos bens adquiridos durante a união estável, 
desde que comprovado o esforço comum. 
 E quanto ao prêmio da loteria, ela terá direito? SIM. Segundo o Código Civil, a loteria ingressa na 
comunhão sob a rubrica de “bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho 
ou despesa anterior”. Veja: 
Art. 1.660. Entram na comunhão: (...) II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso 
de trabalho ou despesa anterior; 
 “Os bens adquiridos por fato eventual, ou seja, a título gratuito e não esperado, também integram a 
massa de bens comuns, mesmo não havendo o consórcio de esforço comum dos nubentes para tal 
aquisição, sendo, neste caso, responsável o fator sorte.” (TEPEDINO, Gustavo. Código civil 
interpretado conforme a Constituição da República. Vol. IV, Rio de Janeiro: Renovar, 2014, p. 306) 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
 “O inciso II trata dos bens adquiridos por fato eventual. Nesse caso, não se leva em consideração se 
houve concurso de trabalho ou despesa anterior de qualquer cônjuge. São exemplos os bens havidos 
por aluvião (art. 1.250), por descoberta (art. 1.233), os tesouros (art. 1.264), a aposta e a loteria”. 
(SILVA, Regina Beatriz Tavares da. Código Civil Comentado. 6ª ed., São Paulo: Saraiva. p. 1.810). 
 Mas João era maior de 70 anos... Mesmo assim, o prêmio da loteria irá ser objeto de partilha? SIM. 
O STJ apontou quatro razões: 1) Trata-se de bem comum, que ingressa no patrimônio do casal, 
independentemente da aferição do esforço de cada um, pouco importando se houve ou não despesa 
do outro consorte. A própria redação do dispositivo afirma, expressamente, que “os bens adquiridos 
por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior”, são comuns. 
 2) Foi o próprio legislador quem estabeleceu a referida comunicabilidade. 
 3) A comunicabilidade é a regra, que admite exceções, a depender do regime de bens, sendo que 
aquele de separação legal do septuagenário é diverso do regime de separação convencional, tendo 
recebido mitigação reconhecida pela jurisprudência do STF e do STJ, sendo, em verdade, uma mescla 
de regimes. 
 4) A partilha dos referidos ganhos com a loteria não ofende o objetivo da lei, já que o prêmio foi 
ganho durante a relação, não havendo falar em matrimônio (união estável) realizado por interesse. 
A pessoa não sabia que ele iria ganhar o prêmio. 
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço 
por conta do comprador.” 
(Disponível em: http://www.dizerodireito.com.br/2018/02/informativo-comentado-616-stj.html). 
 
5. À luz da jurisprudência do STJ, assinale a opção correta a respeito dos alimentos: 
(A) O Ministério Público somente tem legitimidade ativa para ajuizar açãode alimentos em 
proveito de criança ou adolescente nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
(B) O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de 
criança ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de 
o menor se encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente, ou de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da 
Defensoria Pública na comarca. 
(C) O Ministério Público somente tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em 
proveito de criança ou adolescente se os pais não estiverem exercendo o poder familiar. 
(D) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e solidária, somente se 
configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
(E) O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade é automática e 
independe de decisão judicial. 
 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
LETRA A: INCORRETA. Súmula, 594, STJ: 
“O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança 
ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se 
encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou 
de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na 
comarca.” 
LETRA B: CORRETA. Súmula, 594, STJ: 
“O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança 
ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se 
encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou 
de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na 
comarca.” 
Sobre o tema, vide comentários extraído do site Dizer o Direito: 
O Ministério Público pode ajuizar ação de alimentos em favor de criança ou adolescente? SIM. O 
Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou 
adolescente. Nesse caso, o MP atua como substituto processual, ou seja, ele irá propor a ação em 
nome próprio defendendo direito alheio (da criança/adolescente). Vale ressaltar que o Ministério 
Público tem legitimidade ativa para ajuizar a ação de alimentos ainda que em proveito de uma única 
criança. Ficará assim na petição inicial: “MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO XX, por intermédio do 
Promotor de Justiça que ao final subscreve, vem ajuizar a presente AÇÃO DE ALIMENTOS em favor da 
criança XXX, contra FULANO DE TAL (...)” Quais são os fundamentos para que se reconheça a 
legitimidade ativa do MP na ação de alimentos em favor das crianças e adolescentes? Fundamentos 
constitucionais 
• O direito das crianças e adolescentes aos alimentos pode ser classificado como sendo um interesse 
individual indisponível, o que se insere nas atribuições do MP, conforme previsto no art. 127 da CF/88. 
• É dever não apenas da família, como também da sociedade e do Estado, assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, entre outros (art. 227). Fundamento 
legal 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
• Compete ao Ministério Público promover e acompanhar as ações de alimentos em favor de crianças 
e adolescentes (art. 201, III, do ECA). O Ministério Público pode ajuizar ação de alimentos em favor 
de criança ou adolescente mesmo que na localidade exista Defensoria Pública instalada e 
funcionando? SIM. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em 
proveito de criança ou adolescente independentemente de existir ou não Defensoria Pública no local. 
Isso porque as atuações dos órgãos não se confundem, não sendo idênticas. 
Ação de alimentos proposta pelo MP Ação de alimentos proposta pela Defensoria Na ação de 
alimentos, o MP atua como substituto processual, pleiteando, em nome próprio, o direito do infante 
aos alimentos. Para isso, em tese, o Parquet não precisa que a mãe ou o responsável pela criança ou 
adolescente procure o órgão em busca de assistência. O MP pode atuar de ofício. Aliás, na maioria 
das vezes o MP atua quando há a omissão dos pais ou responsáveis na satisfação dos direitos mínimos 
da criança e do adolescente, notadamente o direito à alimentação. Na ação de alimentos, a 
Defensoria Pública atua como representante processual, pleiteando, em nome da criança ou do 
adolescente, o seu direito aos alimentos. Para tanto, a Defensoria só pode ajuizar a ação de alimentos 
se for provocada pelos responsáveis pela criança ou adolescente. Existia uma posição sustentando 
que o MP somente poderia ajuizar ação de alimentos se a mãe da criança ou do adolescente não 
estivesse exercendo o poder familiar, uma vez que, em caso contrário, ela deveria tomar essa 
providência. Essa posição prevaleceu? NÃO. O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar 
ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente, independentemente do exercício do poder 
familiar dos pais. Em suma, a mãe e o pai podem estar no pleno exercício do poder familiar e mesmo 
assim a ação ser proposta pelo Parquet. Existia uma posição sustentando que o MP somente poderia 
ajuizar ação de alimentos se ficasse caracterizado que a criança ou o adolescente estivesse em 
situação de risco (art. 98 do ECA). Essa posição prevaleceu? NÃO. O Ministério Público tem 
legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente mesmo que 
a criança ou adolescente não se encontre nas situações de risco descritas no art. 98 do ECA. Vigora 
em nosso ordenamento a doutrina da proteção integral da criança e do adolescente. Como 
decorrência lógica dessa doutrina, o ECA adota, em seu art. 100, parágrafo único, VI, o princípio da 
intervenção precoce, segundo o qual a atuação do Estado na proteção do infante deve ocorrer antes 
que o infante caia no que o antigo Código de Menores chamava de situação irregular, como nas 
hipóteses de maus-tratos, violação extrema de direitos por parte dos país e demais familiares. 
(Disponível em: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/11/sc3bamula-594-stj.pdf) 
LETRA C: INCORRETA. Súmula, 594, STJ: 
“O Ministério Público tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança 
ou adolescente independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se 
encontrar nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou 
de quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na 
comarca.” 
LETRA D: INCORRETA. Súmula 596, STJ: 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
“Súmula 596-STJ: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente 
se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.” (STJ. 2ª 
Seção. Aprovada em 08/10/2017). 
LETRA E: INCORRETA. Súmula 358, STJ: 
“O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão 
judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.". 
 
6. Júlia celebrou contrato de promessa de compra e venda com uma incorporadora imobiliária para 
aquisição de um apartamento. Júlia comprometeu-se a pagar 120 parcelas de R$ 2.500,00 (dois mil 
e quinhentos reais) e,em troca, receberia um apartamento. No início do contrato, Júlia foi obrigada 
a pagar R$ 50 mil a título de arras. No contrato, havia uma cláusula penal compensatória prevendo 
que, em caso de inadimplemento por parte de Júlia, a incorporadora poderia reter 10% das 
prestações que foram pagas por ela. Após pagar 40 parcelas, Júlia passou por dificuldades 
financeiras e deixou de pagá-las. Assinale a alternativa correta, considerando o caso apresentado 
e a legislação a respeito: 
(A) A incorporadora deverá ajuizar ação de cobrança em face de Júlia, porém descontando o valor 
de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pagos a título de arras. 
(B) A incorporadora deverá ajuizar ação de rescisão contratual em face de Júlia, retendo o valor de 
10% das prestações pagas e mais o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil) pago no início da relação 
contratual, a título de arras. 
(C) A incorporadora deverá ajuizar ação de rescisão contratual em face de Júlia, devendo optar 
entre reter o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil) pago no início da relação contratual a título de arras 
ou o valor de 10% das prestações pagas. 
(D) As arras penitenciais são previstas no contrato com o objetivo de reforçar e incentivar as partes 
a cumprirem a obrigação combinada. 
(E) As arras confirmatórias são previstas no contrato com o objetivo de permitir que as partes 
possam desistir da obrigação combinada caso queiram e, se isso ocorrer, o valor já funcionará como 
sendo as perdas e danos. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
LETRA A e B: INCORRETAS. Vide comentários do julgado abaixo colacionado que explica 
detalhadamente a ação a ser ajuizada pela incorporadora 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
LETRA C: CORRETA. Conforme decisão da 3ª Turma do STJ, no Resp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613), Júlia perderá apenas as arras, mas não será obrigada a 
pagar também a cláusula penal compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com 
a imposição da cláusula penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a 
incorporadora autorizada a apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula penal. 
Sobre o tema, vide comentário extraídos do site Dizer o Direito: 
“Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula 
penal compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. 
Ex: João celebrou contrato de promessa de compra e venda com uma incorporadora imobiliária para 
aquisição de um apartamento. João comprometeu-se a pagar 80 parcelas de R$ 3 mil e, em troca, 
receberia um apartamento. No início do contrato, João foi obrigado a pagar R$ 20 mil a título de 
arras. No contrato, havia uma cláusula penal compensatória prevendo que, em caso de 
inadimplemento por parte de João, a incorporadora poderia reter 10% das prestações que foram 
pagas por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória. Suponhamos que, após pagar 30 parcelas, 
João tenha parado de pagar as prestações. Neste caso, João perderá apenas as arras, mas não será 
obrigado a pagar também a cláusula penal compensatória. Não é possível a cumulação da perda das 
arras com a imposição da cláusula penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica 
a incorporadora autorizada a apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula penal. 
(STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613). 
CLÁUSULA PENAL 
Conceito Cláusula penal é... 
- uma cláusula do contrato 
- ou um contrato acessório ao principal 
- em que se estipula, previamente, o valor da indenização que deverá ser paga 
- pela parte contratante que não cumprir, culposamente, a obrigação. 
A cláusula penal também pode ser chamada de multa convencional, multa contratual ou pena 
convencional. 
Natureza jurídica da cláusula penal 
Trata-se de uma obrigação acessória, referente a uma obrigação principal. Pode estar inserida dentro 
do contrato (como uma cláusula) ou prevista em instrumento separado. Finalidades da cláusula penal 
A cláusula penal possui duas finalidades. 
• Função ressarcitória: serve de indenização para o credor no caso de inadimplemento culposo do 
devedor. Ressalte-se que, para o recebimento da cláusula penal, o credor não precisa comprovar 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
qualquer prejuízo. Desse modo, a cláusula penal serve para evitar as dificuldades que o credor teria 
no momento de provar o valor do prejuízo sofrido com a inadimplência do contrato. 
• Função coercitiva ou compulsória (meio de coerção): intimida o devedor a cumprir a obrigação, 
considerando que este já sabe que, se for inadimplente, terá que pagar a multa convencional. Espécies 
de cláusula penal MORATÓRIA (compulsória): COMPENSATÓRIA (compensar o inadimplemento) 
Estipulada para desestimular o devedor a incorrer em mora ou para evitar que deixe de cumprir 
determinada cláusula especial da obrigação principal. É a cominação contratual de uma multa para 
o caso de mora. Estipulada para servir como indenização no caso de total inadimplemento da 
obrigação principal (inadimplemento absoluto). Funciona como punição pelo retardamento no 
cumprimento da obrigação ou pelo inadimplemento de determinada cláusula. Funciona como uma 
prefixação das perdas e danos, ou seja, representa um valor previamente estipulado pelas partes a 
título de indenização pela inexecução contratual. 
Ex.1: em uma promessa de compra e venda de um apartamento, é estipulada multa para o caso de 
atraso na entrega. 
Ex.2: multa para o caso do produtor de soja fornecer uma safra de qualidade inferior ao tipo “X”. Ex.: 
em um contrato para que um cantor faça um show no réveillon, é estipulada uma multa de R$ 100 
mil caso ele não se apresente. A cláusula penal moratória é cumulativa, ou seja, o credor poderá exigir 
o cumprimento da obrigação principal mais o valor da cláusula penal (poderá exigir a substituição da 
soja inferior e ainda o valor da cláusula penal). A cláusula penal compensatória não é cumulativa. 
Assim, haverá uma alternativa para o credor: exigir o cumprimento da obrigação principal ou apenas 
o valor da cláusula penal. 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de 
outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, 
juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, 
esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Multa moratória = obrigação principal + 
multa compensatória = obrigação principal ou multa 
ARRAS 
O que são as "arras"? 
Quando duas pessoas celebram um contrato, é possível que elas combinem que uma delas irá pagar 
à outra um valor em dinheiro (ou em outro bem fungível) como forma de: 1) demonstrar que irá 
cumprir a obrigação no momento em que chegar o dia do vencimento; ou 2) como uma espécie de 
valor que será perdido caso ela queira desistir do negócio. Para Sílvio Rodrigues, as arras “constituem 
a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, por ocasião da conclusão 
do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste; ou 
ainda, excepcionalmente, com o propósito de assegurar, para cada um dos contratantes, o direito de 
arrependimento” (Direito Civil. Vol. 2, 30ª ed, São Paulo: Saraiva. 2002, p. 279). 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as arras serão devolvidas para a parte que as havia 
dado. Poderão também ser utilizadas comoparte do pagamento. É o que diz o Código Civil: Art. 417. 
Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro 
bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação 
devida, se do mesmo gênero da principal. As arras só existem em contratos bilaterais (obrigações 
para ambas as partes) que tenham por objetivo transferir o domínio (propriedade) de alguma coisa. 
As arras possuem natureza jurídica de contrato acessório. 
Finalidades das arras 
A Min. Nancy Andrighi identifica que as arras têm por finalidades: 
a) firmar a presunção de acordo final, tornando obrigatório o ajuste (caráter confirmatório); 
b) servir de princípio de pagamento (se forem do mesmo gênero da obrigação principal); 
c) prefixar o montante das perdas e danos devidos pelo descumprimento do contrato ou pelo exercício 
do direito de arrependimento, se expressamente estipulado pelas partes (caráter indenizatório). 
Espécies de arras 
A partir do conceito acima dado, é possível identificar duas espécies diferentes de arras e a diferença 
principal entre elas está no objetivo de cada uma: Confirmatórias (arts. 418 e 419) Penitenciais (art. 
420). 
 São previstas no contrato com o objetivo de reforçar, incentivar que as partes cumpram a obrigação 
combinada. 
São previstas no contrato com o objetivo de permitir que as partes possam desistir da obrigação 
combinada caso queiram e, se isso ocorrer, o valor das arras penitenciais já funcionará como sendo 
as perdas e danos. A regra são as arras confirmatórias. 
Assim, no silêncio do contrato, as arras são confirmatórias. Ocorre quando o contrato estipula arras, 
mas também prevê o direito de arrependimento. Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, 
as arras serão devolvidas para a parte que as havia dado. Poderão também ser utilizadas como parte 
do pagamento. Se as partes cumprirem as obrigações contratuais, as arras serão devolvidas para a 
parte que as havia dado. Poderão também ser utilizadas como parte do pagamento. 
• Se a parte que deu as arras não executar (cumprir) o contrato: a outra parte (inocente) poderá reter 
as arras, ou seja, ficar com elas para si. 
• Se a parte que deu as arras decidir não cumprir o contrato (exercer seu direito de arrependimento): 
ela perderá as arras dadas. 
• Se a parte que recebeu as arras não executar o contrato: a outra parte (inocente) poderá exigir a 
devolução das arras mais o equivalente*. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
• Se a parte que recebeu as arras decidir não cumprir o contrato (exercer seu direito de 
arrependimento): deverá devolver as arras mais o equivalente*. Além das arras, a parte inocente 
poderá pedir: 
• indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; 
• a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. 
As arras penitenciais têm função unicamente indenizatória. Isso significa que a parte inocente ficará 
apenas com o valor das arras (e do equivalente) e NÃO terá direito a indenização suplementar. Nesse 
sentido: Súmula 412-STF: No compromisso de compra e venda com cláusula de arrependimento, a 
devolução do sinal, por quem o deu, ou a sua restituição em dobro, por quem o recebeu, exclui 
indenização maior, a título de perdas e danos, salvo os juros moratórios e os encargos do processo. 
* Equivalente: significa o valor equivalente das arras que haviam sido dadas. 
Ex: Mário deu R$ 500 de arras a Paulo; este não cumpriu o contrato; significa que ele terá que devolver 
as arras recebidas (R$ 500) mais o equivalente (R$ 500), totalizando R$ 1000. Obs: esta devolução 
deverá ocorrer com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros 
e honorários de advogado. Exemplo de arras confirmatórias João está se mudando e combina de 
comprar o carro de Gabriel, que custa R$ 100 mil; o comprador pede para receber o veículo e pagar 
o preço só daqui a três meses, quando irá passar a morar na cidade; o vendedor não queria aceitar 
porque existem outros interessados no veículo e ele desejava vender logo; depois de muita insistência, 
ele acabou concordando, mas impôs uma exigência, qual seja, a de que João pagasse R$ 10 mil 
adiantados, como "sinal"; Gabriel explicou que este valor serviria como uma demonstração de que 
João teria intenção de cumprir o contrato e que não iria desistir; o vendedor explicou, ainda, que, 
quando o comprador pagasse o preço (R$ 100 mil), ele iria devolver o cheque com o "sinal" de R$ 10 
mil. Este "sinal" é chamado, juridicamente, de "arras". 
Exemplo de arras penitenciais 
Antônio comprometeu-se a vender seu apartamento para Ricardo. No contrato, havia uma cláusula 
prevendo que o promitente-comprador deveria dar um sinal de R$ 10 mil reais, valor este que foi 
pago. Vale ressaltar que o contrato estipulou que as partes tinham direito de desistir do negócio 
(direito de arrependimento). Antes que a primeira prestação fosse paga, Ricardo resolveu não mais 
comprar o imóvel. Isso significa que ele irá perder o sinal (arras) que pagou. Em outras palavras, não 
terá direito de pedir de volta essa quantia. Da mesma forma, Antônio não poderá exigir nenhum outro 
valor de Ricardo, ainda que tenha tido outros prejuízos decorrentes da desistência. 
CUMULAÇÃO DAS ARRAS COM CLÁUSULA PENAL 
Imagine a seguinte situação hipotética: João celebrou contrato de promessa de compra e venda com 
uma incorporadora imobiliária para aquisição de um apartamento. João comprometeu-se a pagar 80 
parcelas de R$ 3 mil e, em troca, receberia um apartamento. No início do contrato, João foi obrigado 
a pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, havia uma cláusula penal prevendo que, em caso de 
inadimplemento por parte de João, a incorporadora poderia reter 10% das prestações que foram 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
pagas por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória. Suponhamos que, após pagar 30 parcelas, 
João tenha parado de pagar as prestações 
Neste caso, ele perderá as arras e também os 10% a título de cláusula penal compensatória? É 
possível a cumulação da perda das arras com a imposição da cláusula penal compensatória? 
NÃO. Na hipótese de inadimplemento, as arras funcionam como uma espécie de cláusula penal 
compensatória, representando o valor previamente estimado pelas partes para indenizar a parte não 
culpada pela inexecução do contrato. A perda das arras, na hipótese, representa o efeito da resolução 
imputável e culposa. Assim, as arras, a princípio, têm a função de indicar que a obrigação será 
cumprida. No entanto, ocorrendo a inexecução contratual elas passam a ter função de cláusula penal. 
Tanto nas arras confirmatórias como nas arras penitenciais, se a parte que deu as arras não executar 
o contrato, a outra parte (inocente) poderá reter as arras, ou seja, ficar com elas para si. Dessa forma, 
o que se conclui é que, na hipótese de inadimplemento do contrato, as arras apresentam natureza 
indenizatória, desempenhando papel semelhante ao da cláusula penal compensatória. Logo, se as 
arras cumprem a mesma função da cláusula penal compensatória, não é possível que a parte inocente 
exija da parte culpada tanto as arras como a cláusula penal compensatória. Isso seria bis in idem 
(dupla condenação a mesmo título), o que é vedado pelo Direito. 
Qual das duas deverá, então, prevalecer: as arras ou a cláusula penal? Se previstas cumulativamente 
para o inadimplemento contratual, entende-se que deve incidir exclusivamente a pena de perda das 
arras, ou a sua devolução mais o equivalente, a depender da parte a quem se imputa a inexecução 
contratual. Isso porque o art. 419 do CC afirma queas arras valem como "taxa mínima" de 
indenização pela inexecução do contrato. Assim, em nosso exemplo, como quem praticou a 
inexecução contratual foi quem deu as arras (João), ele perderá as arras. Em suma: Na hipótese de 
inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula penal 
compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. 
(STJ. 3ª Turma. REsp 1.617.652-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613). 
LETRA D INCORRETA. 
O conceito de arras penitenciais está previsto no art. 420, do Código Civil. A assertiva trouxe o 
conceito de arras confirmatórias previsto nos art. 418 e 419, do mesmo diploma: 
“Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as 
arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em 
benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos 
não haverá direito a indenização suplementar.” 
LETRA E INCORRETA. 
O conceito de arras confirmatórias está previsto nos arts. 418 e 419, do Código Civil. A assertiva 
trouxe o conceito de arras penitenciais previsto no art. 420, do mesmo diploma legal. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
“Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, 
retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por 
desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices 
oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as 
arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as 
perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.” 
 
7. Mel é filha de Marcos e Maria que são divorciados. Maria matriculou sua filha em uma escolar 
particular e assinou sozinha o contrato de prestação de serviços educacionais, comprometendo-se 
as pagar as mensalidades. O ano terminou e Maria ficou devendo o pagamento de 5 mensalidades. 
Maria renegociou o débito com a escola e assinou um termo de confissão de dívida e, em troca, o 
colégio aceitou receber apenas 4 parcelas. Ocorre que, passado o prazo, essas 4 prestações 
também não foram pagas, razão pela qual a escola ingressou com execução de título executivo 
extrajudicial contra Maria. No curso da execução, não foram localizados bens penhoráveis da 
executada. Diante disso, a exequente requereu que a execução fosse redirecionada contra Marcos. 
Considerando a jurisprudência dos Tribunais Superiores é correto afirmar que o juiz deverá: 
(A) Negar o pedido, visto que o contrato e o termo de confissão de dívida não foram assinados por 
Marcos, que nem sequer constava nesses instrumentos. 
(B) Negar o pedido, visto que o poder familiar é exercido exclusivamente pela mãe, que foi quem 
assinou o contrato e a confissão de dívida 
(C) Negar o pedido, pois se pretendesse executar também o pai da criança, a escola deveria ter 
exigido a assinatura dele no contrato e o termo de confissão de dívida. 
(D) Conceder o pedido, visto que a execução de título extrajudicial por inadimplemento de 
mensalidades escolares de filhos do casal pode ser redirecionada ao outro consorte, ainda que não 
esteja nominado nos instrumentos contratuais que deram origem à dívida. 
(E) Nenhuma das alternativas anteriores estão corretas. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
LETRAS A, B, C e E: INCORRETAS. 
LETRA D: CORRETA. 
Para responder a questão, o aluno deve ter conhecimento da jurisprudência recente do STJ. Muito 
importante ressaltar a necessidade de o candidato a concurso público estar sempre atualizado com 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
a jurisprudência dos Tribunais Superiores que são muito exigidas nas provas atuais, especialmente 
na banca Cespe/Cebraspe. 
Sobre o tema vide comentários extraídos do site Dizer o Direito, Resp. 1.472.316-SP, relator Paulo de 
Tarso Sanseverino, 3ª Turma, julgado em 05/12/16, informativo 618, STJ: 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
Lucas é filho de João e Maria. Maria matriculou Lucas em uma escola particular e, para tanto, teve 
que assinar um contrato de prestação de serviços educacionais, comprometendo-se as pagar as 
mensalidades. O ano terminou e Maria ficou devendo o pagamento de 5 mensalidades. A escola 
chamou a mãe de Lucas para renegociar o débito, tendo ela assinado um termo de confissão de dívida 
e, em troca, o colégio aceitou receber apenas 4 parcelas. Ocorre que, passado o prazo, essas 4 
prestações também não foram pagas, razão pela qual a escola ingressou com execução de título 
executivo extrajudicial contra Maria. No curso da execução, não foram localizados bens penhoráveis 
da executada. Diante disso, a escola (exequente) requereu que a execução fosse redirecionada contra 
João. O juiz negou o pedido afirmando que o contrato e o termo de confissão de dívida não foram 
assinados por João, que nem sequer constava nesses instrumentos. 
A questão chegou até o STJ. O pedido formulado pela escola (exequente) pode ser acolhido pelo STJ? 
SIM. 
A execução de título extrajudicial por inadimplemento de mensalidades escolares de filhos do casal 
pode ser redirecionada a outra consorte, ainda que não esteja nominado nos instrumentos 
contratuais que derem origem à dívida. 
(STJ, 3ª Turma, Resp. 1.472.316-SP, rel. Min, Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 05/12/2017 – 
informativo 618). 
Legitimidade passiva ordinária para a execução 
A legitimidade passiva ordinária para a execução é daquele que estiver nominado no título executivo. 
Assim, em regra, somente deve figurar na execução aquele que consta no título executivo. Vale 
ressaltar, no entanto, que aqueles que se obrigam, por força da lei ou do contrato, solidariamente à 
satisfação de determinadas obrigações, apesar de não nominados no título, possuem legitimidade 
passiva extraordinária para a execução. 
 
Solidariedade do casal por dívidas contraídas para a administração do lar e para as necessidades da 
família 
O Código Civil reconheceu a solidariedade entre os cônjuges em relação a determinadas dívidas, 
mesmo quando contraídas por apenas um dos consortes. É o que está disposto nos arts. 1.643 e 1.644: 
Art. 1.643. Podem os cônjuges, independentemente de autorização um do outro: 
I - comprar, ainda a crédito, as coisas necessárias à economia doméstica; 
II - obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição dessas coisas possa exigir. 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos 
os cônjuges. 
 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
Nos arts. 1.643 e 1644 do Código Civil, o legislador reconheceu que, pelas obrigações contraídas para 
a manutenção da economia doméstica, e, assim, notadamente, em proveito da entidade familiar, o 
casal responderá solidariamente, podendo-se postular a excussão dos bens do legitimado ordinário e 
do coobrigado, extraordinariamente legitimado. 
 
Quando o art. 1.643 estabelece que existe solidariedade entre os cônjuges quanto às dívidas 
contraídas para fazer frente à economia doméstica, deve-se entender isso de forma ampla. Assim, 
estão abrangidas na locução "economia doméstica" as obrigações assumidas para a administração 
do lar e para a satisfação das necessidades da família, o que inclui despesas 
alimentares, educacionais, culturais, de lazer, de habitação etc. 
Logo, as despesas contraídas por um dos cônjuges para custear a educação do filho comum também 
podem ser enquadradasnos arts. 1.643, I e 1.644 do CC. 
 
A obrigação relativa à manutenção dos filhos no ensino regular é, sem dúvida alguma, de ambos os 
pais, o que é evidenciado pelo art. 55 do ECA: 
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular 
de ensino. 
 
Desse modo, deve-se entender que a dívida que surge de um contrato de prestação de serviços 
educacionais aos filhos é uma dívida comum do casal, havendo solidariedade entre eles. 
 
Há essa solidariedade mesmo havendo somente o nome de um dos cônjuges no contrato? 
SIM. Em se tratando de dívida contraída em benefício da família e no cumprimento do dever de ambos 
os pais matricularem os seus filhos no ensino regular, não importa que apenas o nome de um dos 
cônjuges esteja no contrato ou na confissão de dívida. Isso porque, conforme já vimos, o Código Civil 
prevê que existe, neste caso, uma solidariedade do casal. 
 
Poder familiar implica dever de sustento e educação dos filhos 
Os pais, detentores do poder familiar, têm o dever de garantir o sustento e a educação dos filhos, 
compreendendo, aí, a manutenção do infante em ensino regular, pelo que deverão, solidariamente, 
responder pelas mensalidades da escola em que matriculado o filho. 
 
E se os pais estiverem separados/divorciados? Suponhamos que João não mais estivesse casado (ou 
nunca tivesse sido casado) com Maria, ainda assim teria legitimidade para figurar na execução? 
SIM. Por força do poder familiar. Os pais, detentores do poder familiar, têm o dever de garantir o 
sustento e a educação dos filhos, compreendendo, aí, a manutenção do infante em ensino regular, 
pelo que deverão, solidariamente, responder pelas mensalidades da escola em que matriculado o 
filho. 
A obrigação relativa à manutenção dos filhos no ensino regular é, sem dúvida alguma, de ambos os 
pais, o que é evidenciado pelos arts. 21, 22 e 55 do ECA: 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do 
que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, 
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. 
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes 
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. 
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades 
compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de 
transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos 
nesta Lei. 
(...) 
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular 
de ensino. 
 
No mesmo sentido é o Código Civil: 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
(...) 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
 
Assim, como já dito, ambos os pais têm o dever de garantir o sustento e a educação dos filhos, 
compreendendo, aí, também a manutenção do infante em ensino regular (art. 55 do ECA), pelo que 
deverão, solidariamente, responder pelas mensalidades da escola em que matriculado o filho. 
Conforme pontua o Min. Paulo de Tarso Sanseverino: 
“Essa mútua responsabilidade, própria das dívidas contraídas por apenas um dos pais para o sustento 
do filho, não deixa de estar presente pelo fato de a dívida ter sido contraída posteriormente à 
separação/divórcio, pois é no poder familiar que ela encontra sua gênese.” 
(Disponível em: http://www.dizerodireito.com.br/2018/03/mesmo-que-o-contrato-com-
escola.html#more) 
 
8. No que se refere ao contrato de compra e venda do Direito Civil, analise as assertivas e 
assinale a opção correta. 
I) São elementos do contrato de compra e venda: coisa, preço e consentimento. 
II) É nula a venda de ascendente a descendente. 
III) É anulável o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das 
partes a fixação do preço. 
IV) É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de 
objetiva determinação. 
V) Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte 
a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e 
oitenta dias, sob pena de decadência. 
(A) Estão corretos os itens I, IV e V. 
(B) Estão corretos os itens I, II e V. 
(C) Estão corretos os itens II, IV e V. 
(D) Estão correto os itens I, III e IV. 
(E) Estão corretos os itens I, II e IV. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
ITEM I: CORRETO. Conforme sinopse de Direito Civil, Contratos, 1ª Edição, volume 13, 2015, editora 
Juspodivm, pag. 369: 
“É pacífico na doutrina que a compra e venda é composta por três elementos básicos ou essenciais, 
quais sejam, consensus, res e pretium, vale dizer, o consentimento das partes, a coisa e o preço. 
Em outras palavras: sem a presença simultânea e cumulativa, permita-se a redundância, dos 
elementos consentimento, coisa e preço não se terá compra e venda em hipótese alguma (...)” 
ITEM II: INCORRETO. Art. 496, Código Civil: 
“Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o 
cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.” 
ITEM III: INCORRETO. Art. 489, Código Civil. 
“Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das 
partes a fixação do preço.” 
ITEM IV: CORRETO. Art. 487, Código Civil. 
“Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis 
de objetiva determinação.” 
ITEM V: CORRETO. Art. 504, Código Civil: 
“Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro 
consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, 
depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e 
oitenta dias, sob pena de decadência.” 
 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
9. Considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, acerca do tema responsabilidade 
civil, analise os itens e assinale a alternativa correta: 
I) Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, 
aplica-se o CDC. 
II) Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, 
aplica-se a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal. 
III) A limitação indenizatória prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal abrange apenas 
a reparação por danos materiais, não se aplicando para indenizações por danos morais. 
IV) O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo 
internacional é 5 anos. 
V) O prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo 
internacional é 2 anos. 
(A) Estão corretos os itens I, IV e V. 
(B) Estão corretos os itens II, III e V. 
(C) Estão corretos os itens II, IV e V. 
(D) Estão correto os itens I, III e IV. 
(E) Estão corretos os itens I, II e IV. 
 
RESPOSTA: B 
COMENTÁRIOS 
ITEM I: INCORRETO. Sobre o tema vide informativo 866, STF: 
“Em caso de extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, 
aplica-se o CDC ou a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal? 
As Convenções internacionais.Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os 
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, 
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de 
Defesa do Consumidor. Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e 
terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados 
pela União, atendido o princípio da reciprocidade. “ 
(STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
Imagine a seguinte situação hipotética: Letícia passou sua lua de mel em Paris. Ela voltou da França 
em um voo direto que pousou em Natal (RN). A viagem dos sonhos acabou se transformando em um 
pesadelo ao final. Isso porque a mala de Letícia foi extraviada pela companhia aérea que 
simplesmente perdeu a bagagem; Além do transtorno, Letícia sofreu um enorme prejuízo econômico. 
Na mala havia duas bolsas de grife francesa e cinco vestidos da última coleção. Diante disso, Letícia 
ajuizou ação de indenização contra a “Air Paris” pedindo o pagamento de R$ 100 mil a título de danos 
materiais. Contestação: tese da indenização tarifada (Convenção de Varsóvia) O valor de todos os 
produtos que estavam na mala de Letícia foi de R$ 100 mil, sendo esta a quantia cobrada por ela da 
“Air Paris”. Na contestação, contudo, a companhia aérea alegou que, no transporte internacional, 
deve vigorar os limites de indenização impostos pela "Convenção de Varsóvia". A Convenção de 
Varsóvia é um tratado internacional, assinado pelo Brasil em 1929 e promulgado por meio do Decreto 
nº 20.704/31. Posteriormente ela foi alterada pelo Protocolo Adicional 4, assinado na cidade 
canadense de Montreal em 1975 (ratificado e promulgado pelo Decreto 2.861/1998). Daí falarmos 
em Convenções de Varsóvia e de Montreal. Essas Convenções estipulam valores máximos que o 
transportador poderá ser obrigado a pagar em caso de responsabilidade civil decorrente de 
transporte aéreo internacional. Dessa forma, tais Convenções adotam o princípio da indenizabilidade 
restrita ou tarifada. Em caso de extravio de bagagens, por exemplo, a Convenção determina que o 
transportador somente poderá ser obrigado a pagar uma quantia máxima de cerca de R$ 4.500,00. 
Assim, em vez de receber R$ 100 mil Letícia teria que se contentar com o limite máximo de indenização 
(por volta de R$ 4.500,00). 
Conflito entre dois diplomas 
No presente caso, temos um conflito entre dois diplomas legais: 
• O CDC, que garante ao consumidor o princípio da reparação integral do dano; 
• As Convenções de Varsóvia e de Montreal, que determinam a indenização tarifada em caso de 
transporte internacional. 
Assim, a antinomia ocorre entre o art. 14 do CDC, que impõe ao fornecedor do serviço o dever de 
reparar os danos causados, e o art. 22 da Convenção de Varsóvia, que fixa limite máximo para o valor 
devido pelo transportador, a título de reparação. Qual dos dois diplomas irá prevalecer? Em caso de 
extravio de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo consumidor, aplica-se o CDC 
ou a indenização tarifada prevista nas Convenções de Varsóvia e de Montreal? 
As Convenções internacionais. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os 
tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, 
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de 
Defesa do Consumidor. 
 STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). 
Por que prevalece as Convenções? 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
Porque a Constituição Federal de 1988 determinou que, em matéria de transporte internacional, 
deveriam ser aplicadas as normas previstas em tratados internacionais. 
Veja: Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, 
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido 
o princípio da reciprocidade. Assim, em virtude dessa previsão expressa quanto ao transporte 
internacional, deve-se afastar o Código de Defesa do Consumidor e aplicar o regramento do tratado 
internacional. Critérios para resolver esta antinomia A Convenção de Varsóvia, enquanto tratado 
internacional comum, possui natureza de lei ordinária e, portanto, está no mesmo nível hierárquico 
que o CDC. Logo, não há diferença de hierarquia entre os diplomas normativos. Diante disso, a solução 
do conflito envolve a análise dos critérios cronológico e da especialidade. Em relação ao critério 
cronológico, os acordos internacionais referidos são mais recentes que o CDC. Isso porque, apesar de 
o Decreto 20.704 ter sido publicado em 1931, ele sofreu sucessivas modificações posteriores ao CDC. 
Além disso, a Convenção de Varsóvia – e os regramentos internacionais que a modificaram – são 
normas especiais em relação ao CDC, pois disciplinam modalidade especial de contrato, qual seja, o 
contrato de transporte aéreo internacional de passageiros. Três importantes observações: 1) as 
Convenções de Varsóvia e de Montreal regulam apenas o transporte internacional (art. 178 da CF/88). 
Em caso de transporte nacional, aplica-se o CDC; 2) a limitação indenizatória prevista nas Convenções 
de Varsóvia e de Montreal abrange apenas a reparação por danos materiais, não se aplicando para 
indenizações por danos morais. 
(Disponível em: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/07/info-866-stf.pdf) 
ITEM II: CORRETO. Vide julgado acima colacionado. 
ITEM III: CORRETO. Vide julgado acima colacionado. 
ITEM IV: INCORRETO. Sobre o tema vide informativo 866, STF: 
“Qual é o prazo prescricional da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo 
doméstico? 5 anos, segundo entendimento do STJ, aplicando-se o CDC. Qual é o prazo prescricional 
da ação de responsabilidade civil no caso de acidente aéreo em voo internacional? 2 anos, com base 
no art. 29 da Convenção de Varsóvia. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas 
e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de 
passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao 
Código de Defesa do Consumidor. STF. Plenário. RE 636331/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes e ARE 
766618/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/05/2017 (repercussão geral) (Info 866). 
(Disponível em: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2017/07/info-866-stf.pdf) 
ITEM V: CORRETO. Vide julgado acima. 
 
10. Acerca dos direitos reais é correto afirmar que a hipoteca extingue-se, exceto: 
(A) pelo perecimento da coisa. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
(B) pela renúncia do credor. 
(C) pela extinção da obrigação principal. 
(D) confundindo-se na mesma pessoa as qualidades do credor e de dono da coisa. 
(E) pela arrematação ou adjudicação. 
 
RESPOSTA: D 
COMENTÁRIOS 
LETRA “A” – CORRETA: Art. 1.499, II, do Código Civil. 
“Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: 
II - pelo perecimento da coisa.” 
LETRA “B” – CORRETA: Art. 1.499, IV, do Código Civil. 
“Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: 
IV - pela renúncia do credor.” 
LETRA “C” – CORRETA: Art. 1.499, I, do Código Civil. 
“Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: 
I - pela extinção da obrigação principal; 
LETRA “D” – INCORRETA: Art.1.436, IV do CódigoCivil. Refere-se a extinção do penhor e não da 
hipoteca. 
“Art. 1.436. Extingue-se o penhor: 
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono da coisa.” 
LETRA E – CORRETA: Art. 1.499, VI, do Código Civil: 
“Art. 1.499. A hipoteca extingue-se: 
VI - pela arrematação ou adjudicação.” 
 
11. Quanto a relação de parentesco no Código Civil é incorreto afirmar: 
(A) O Código Civil veda o reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento por meio de 
testamento. 
(B) O parentesco por afinidade não tem limite na linha reta. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
(C) O filho maior não pode ser reconhecido sem que exare o seu consentimento. 
(D) A ação negatória de paternidade é imprescritível. 
(E) O parentesco pode ser natural, civil e por afinidade. 
 
RESPOSTA: A 
COMENTÁRIOS 
LETRA “A” – INCORRETA. Art. 1.609, III, Código Civil: 
“Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito: 
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado.” 
LETRA “B” – CORRETA. Art. 1.595, Código Civil: 
“Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge 
ou companheiro. 
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.” 
LETRA “C” – CORRETA. Art. 1.614, Código Civil. 
“Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode 
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.” 
LETRA “D” – CORRETA. Art. 1.601, Código Civil 
“Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, 
sendo tal ação imprescritível.” 
LETRA “E” – CORRETA. Art. 1.593 e 1.595, Código Civil: 
“Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.” 
 
12. Com base na Lei de Locações nº 8.245/91 e doutrina sobre o tema, assinale a opção correta. 
(A) Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, 
construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado 
pelo pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo indeterminado, prevalecerão 
as condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais 
previstas nesta Lei. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
(B) Não poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante 
o prazo de vigência do contrato de locação. 
(C) Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a 
cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a 
receber até o termo final da locação. 
(D) O contrato “built to suit” não tem previsão legal, portanto a maioria da doutrina aduz que sua 
natureza jurídica é de um contrato atípico. 
(E) Desde que devidamente registrado o contrato de locação no registro de títulos e documentos 
da situação do imóvel, os valores relativos aos aluguéis a receber até o termo final contratado 
serão livremente negociáveis pelo locador com terceiros, na forma dos arts. 286 a 298 da Lei 
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), responsabilizando-se o locatário e eventuais 
garantidores pelo respectivo adimplemento. 
 
RESPOSTA: C 
COMENTÁRIOS 
LETRA “A” – INCORRETA. Art. 54-A, Lei nº 8.245/91. O contrato é por prazo determinado e não 
indeterminado como constou na assertiva. 
Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador procede à prévia aquisição, 
construção ou substancial reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo 
pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as 
condições livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedimentais previstas 
nesta Lei. 
LETRA “B” – INCORRETA. Art. 54-A, §1º, Lei nº 8.245/91 
“§ 1o - Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor dos aluguéis durante o 
prazo de vigência do contrato de locação. 
LETRA “C” – CORRETA. Art. 54-A, §2º, Lei nº 8.245/91: 
“§ 2o - Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, compromete-se este a 
cumprir a multa convencionada, que não excederá, porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber 
até o termo final da locação.” 
“LETRA “D” – INCORRETA. 
A Lei nº 12.744/2012, incluiu o art. 54-A, da Lei de Locações e passou a prever expressamente o 
contrato “built to suit”, portanto a natureza jurídica deixa de ser atípica e passa a ser de um contrato 
típico especial, regulamentado na Lei de Locações. 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
LETRA “E” – INCORRETA. A assertiva traz a redação do § 3º, Art. 54-A, Lei da Locações, que foi vetado. 
A justificativa para o veto foi a seguinte: "Ao exigir que o contrato seja levado ao Registro de 
Títulos e Documentos, o dispositivo cria ônus adicional, contrário à própria finalidade do projeto. 
Ademais, a supressão do dispositivo não obstrui a cessão de crédito nos termos da legislação 
vigente". 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
13. Em relação à jurisdição, marque a resposta correta: 
(A) Após a lide ser levada ao judiciário, todos deverão suportar os seus efeitos, tal como informa 
o princípio da improrrogabilidade. 
(B) O princípio da duração razoável do processo passa a fazer parte do ordenamento jurídico 
brasileiro com a Emenda Constitucional nº. 45/2004. 
(C) As normas processuais têm o caráter exclusivamente coercitivo. 
(D) A carta precatória configura exceção ao princípio da indeclinabilidade, posto tratar-se de uma 
medida na qual há pedido de colaboração de um juízo para outro competente. 
(E) Mesmo em razão de diversas instâncias, juízos, competências e áreas do direito, a jurisdição 
pode ser considerada unitária. 
 
RESPOSTA: E 
COMENTÁRIOS 
ALTERNATIVA A: INCORRETA 
Conceito referente ao princípio da inevitabilidade. A lide, uma vez levada ao judiciário, não poderá 
às partes impedir a decisão do juiz. Existindo uma decisão as partes devem cumpri-la, independente 
da satisfação das partes sobre ela. 
ALTERNATIVA B: INCORRETA 
O Paco de San José da Costa Rica, ratificado pelo Brasil em 1992 (Decreto 678/1992) já previa a 
duração razoável do processo. A EC nº 45/2204 apenas erigiu o referido princípio ao status de direito 
fundamental. 
ALTERNATIVA C: INCORRETA 
O NCPC/2002 aumento o número de disposições com caráter eminentemente dispositivo, 
fundamento na autonomia de vontade das partes, tal como a suspensão do processo, a eleição do 
foro 
ALTERNATIVA D: INCORRETA 
É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
 
A carta precatória trata de competência, em razão dos limites do exercício da jurisdição que é una, 
razão pela qual não insere-se como exceção ao princípio da indeclinabilidade. 
ALTERNATIVA E: CORRETA 
O direito brasileiro adotou o SISTEMA DE JURISDIÇÃO UNA, pelo qual o Poder Judiciário tem o 
monopólio da FUNÇÃO JURISDICIONAL, ou seja, do poder de apreciar, COM FORÇA DE COISA 
JULGADA, a lesão ou ameaça de lesão a direitos individuais e coletivos. AFASTOU, portanto, o sistema 
de dualidade de jurisdição em que, PARALELARMENTE AO PODER JUDICIÁRIO, existem órgãos do 
Contencioso Administrativo que exercem, como aquele, função jurisdicional sobre

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