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Aula 03 Infraestrutura e Equipamentos Urbanos em Projetos de Loteamento

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Infraestrutura e 
equipamentos urbanos em 
projetos de loteamentos
Áreas públicas, infraestrutura e equipamentos urbanos
A complexidade da cidade e sua constante expansão requerem dos profissionais que lidam com 
o projeto de parcelamento do solo uma intensa atividade para o equacionamento das demandas exis-
tentes de serviços e infraestrutura necessários para a existência das atividades humanas. As atividades 
econômicas, de lazer e de trabalho necessitam de infraestrutura complexa e serviços que devem ser 
providos. Para o projeto de parcelamento do solo é necessário que o projetista esteja atento ao dimen-
sionamento das áreas destinadas a serviços de uso público, áreas verdes e áreas de proteção ambiental. 
A Lei Federal 6.766 de 19 de dezembro de 1979 regulamenta a prática do parcelamento do solo no Brasil 
e prescreve que o total de áreas públicas (sistema viário, áreas verdes e áreas institucionais) não deve ser 
inferior a 35% da área da gleba e que o espaço resultante do parcelamento seja dotado da infraestrutura 
necessária à população. Zmitrowicz e De Angelis (1997, p. 2) assim se referem ao conceito de infraestru-
tura urbana sob os mais diversos pontos de vista.
Infraestrutura urbana pode ser conceituada como um sistema técnico de equipamentos e serviços necessários 
ao desenvolvimento das funções urbanas, podendo essas funções serem vistas sob o aspecto social, econômico e 
institucional. Sob o aspecto social, a infraestrutura urbana visa promover adequadas condições de moradia, trabalho, 
saúde, educação, lazer e segurança. No que se refere ao aspecto econômico, a infraestrutura urbana deve propiciar o 
desenvolvimento das atividades produtivas, isto é, a produção e comercialização de bens e serviços. E sob o aspecto 
institucional, entende-se que a infraestrutura urbana deva propiciar os meios necessários ao desenvolvimento das ati-
vidades político-administrativas, entre os quais se inclui a gerência da própria cidade.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
40 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Dessa forma pode-se concluir que a infraestrutura urbana deve ser encarada como um condicio-
nante importantíssimo para o desenvolvimento econômico e humano de uma sociedade. 
Mascaró (1987) refere-se às redes de infraestrutura como tão antigas quanto as cidades. A primeira 
dessas redes a surgir foi a malha viária urbana, formada por ruas e espaços públicos. As pistas de 
rolamento e calçadas dessas malhas evoluíram em seus tipos de pavimentos e larguras até se alcançar as 
atuais conformações, que têm o automóvel como padrão preponderante. Os pavimentos tiveram uma 
grande evolução desde as estradas romanas pavimentadas com pedra. As redes sanitárias também se 
mostram bastante antigas, tendo-se notícias da existência delas, com grande qualidade de engenharia, 
na Roma Antiga e em Jerusalém.
O abastecimento de água, no entanto, traz também a preocupação com a eliminação das águas 
servidas, que se não forem eliminadas de forma satisfatória podem levar à proliferação de doenças. Os 
romanos também foram pioneiros na instalação de redes de eliminação de esgotos, embora outros 
povos também tenham mostrado avanços nessa direção. Contudo, a retomada das preocupações com 
as redes sanitárias somente aconteceu a partir do século XV na Europa.
Para Mascaró (1987), as redes de energia elétrica apareceram no fim do século XIX, inicialmente 
para iluminar o centro das cidades em substituição às redes a gás e depois como tração para os bon-
des em substituição aos cavalos que os puxavam. A rede de eletricidade, após sua inserção, obteve 
um grande desenvolvimento. As redes de gás e energia elétrica possibilitaram intensas mudanças nas 
cidades no período industrial, moldando-as para o formato hoje conhecido. 
O advento de novas tecnologias de comunicações levou à criação de novas redes, como telefonia, 
televisão e transmissão de dados, as quais trouxeram novas transformações ao espaço urbano e torna-
ram-se imprescindíveis para a sociedade e, como tal, devem ser providas aos habitantes. 
O planejamento, a concepção, a implantação e a gestão de sistemas técnicos, segundo Zmitrowicz 
e De Angelis (1997), cabe à engenharia urbana. Para os autores, a denominação sistema técnico possui 
dois significados: o primeiro como rede de suporte, ou seja, uma dimensão física, e o segundo como 
rede de serviços. Procura-se integrar, no conceito de sistema técnico, sua função dentro do meio urbano, 
o serviço prestado à população e seus equipamentos e rede física. Pode-se entender a cidade como 
um conjunto de subsistemas urbanos, definido por meio dos seus subsistemas técnico-setoriais, tendo 
como exemplo o subsistema de infraestrutura urbana, composto, por sua vez, por outros subsistemas, 
que podem ser classificados da seguinte forma:
Subsistema viário;::::
Subsistema de drenagem pluvial;::::
Subsistema de abastecimento de água;::::
Subsistema de esgotos sanitários;::::
Subsistema energético;::::
Subsistema de comunicações.::::
Redes de drenagem de água pluvial e pavimentação
A drenagem pluvial tem por objetivo escoar as águas provenientes das chuvas nas cidades por 
meio dos pavimentos das ruas, sobre telhados e outras áreas e conduzi-las através de redes para corpos 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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41|Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
d’água ou bacias de contenção, de forma a evitar inundações e possibilitar um tráfego confortável e 
seguro de pessoas e veículos. Inicialmente essas águas escoavam livremente sobre os pavimentos e se 
encaminhavam naturalmente aos cursos d’água, sem uma condução por redes. O aumento da comple-
xidade das cidades levou ao advento de redes tubulares ou galerias subterrâneas. 
Segundo Mascaró (1987), o subsistema de drenagem de águas pluviais é composto de duas partes. 
A primeira é constituída por ruas pavimentadas, suas guias e sarjetas e a segunda, pelas redes de 
tubulações e seus sistemas de captação e acessórios (bocas de lobo – onde as águas escoadas 
superficialmente adentram; poços de visita – inspeção; e caixas de ligação) (figura 1). O desenho do sistema 
viário influencia muito as redes de drenagem de águas pluviais, seja pela declividade das vias, seja pelo 
traçado planimétrico. A figura 2 mostra as alternativas de uma rede de drenagem de águas pluviais em 
vias curvas, onde se faz necessária a angulação dos segmentos em que se insere um poço de visita.
Figura 1 – Esquema de um trecho de rede de drenagem de águas pluviais e acessórios.
boca de lobo condutor poço de visita
caixa de ligação
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4)
Figura 2 – Configuração de redes coletoras de 
águas pluviais e poços de visita em vias conforme 
a curvatura.
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4)
PV1 PV2
PV1 PV2
PV2
PV1 PV3
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42 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Os elementos que compõem o subsistema de drenagem das águas pluviais são assim definidos 
por Zmitrowicz e De Angelis (1997):
Meios-fios ou guias:::: – são elementos utilizados entre o passeio e o leito da via, dispostos parale- 
lamente ao eixo da rua, construídos geralmente de pedra ou concreto pré-moldado e que for-
mam um conjunto com as sarjetas. É recomendável que possuam uma altura aproximada de 
15cm em relação ao nível superior da sarjeta. Uma altura maior dificultaria a abertura das portas 
dos automóveis, e uma altura menor diminuiria a capacidade de conduzir as águas nas vias.
Sarjeta:::: – são faixas do leito viário, situadas junto ao meio-fio, executadas geralmente em 
concreto moldado in loco ou pré-moldado. Formam, com o meio-fio, canais triangulares, cuja 
finalidade é receber e dirigir as águas pluviais para o sistema de captação. 
Sarjetões:::: (figura 3a-2) – sãocalhas, geralmente construídas do mesmo material das sarjetas, 
em forma de “V”, que dirigem o fluxo de águas perpendiculares. Um dos pontos críticos desse 
sistema ocorre nos cruzamentos de ruas, onde o acúmulo de água pode atrapalhar o tráfego.
Figura 3 – ( a ) Comportamento das águas pluviais em sarjetas (1) e sarjetões (2) e ( b ) Comportamento das 
águas pluviais em sarjetas e bocas de lobo.
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4)
2
1
a b
Bocas de lobo:::: (figura 4) – são caixas de captação das águas colocadas ao longo das sarje-
tas, com a finalidade de captar as águas pluviais em escoamento superficial e conduzi-las ao 
interior das galerias. Normalmente são localizadas nos cruzamentos das vias antes da faixa de 
pedestres, ou em pontos intermediários, quando a capacidade do conjunto meio-fio versus 
sarjeta fica esgotado (figura 3b).
Figura 4 – Tipos de bocas de lobo.
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4)
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43|Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Galerias:::: (figura 5b) – são canalizações destinadas a receber as águas pluviais captadas na 
superfície e encaminhá-las ao seu destino final. São localizadas em valas executadas geral-
mente no eixo das ruas, com recobrimento mínimo de 1m. São, em geral, pré-moldadas em 
concreto, com diâmetros variando entre 400 e 1 500mm.
Poços de visita:::: (figura 5a) – são elementos que possibilitam o acesso às canalizações, para 
limpeza e inspeção. São necessários quando há mudança de direção, alteração na declividade, 
junções ou mudança de diâmetro das redes. As paredes dos poços de visita são feitas, geral-
mente, de tijolos ou concreto, o fundo, em concreto e a tampa, em ferro fundido.
Figura 5 – Cortes ilustrativos de ( a ) poços de visita e ( b ) redes ou galerias.
a
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4)
b
Os sistemas de drenagem de águas pluviais, embora setorialmente possam ser bem planejados 
e executados, sua eficiência depende de um conjunto de fatores que envolvem os volumes das 
precipitações atmosféricas e a forma de intervenção do homem na natureza para ser realmente 
eficiente. O parcelamento do solo deve considerar essas variáveis de forma absolutamente primordial 
para o projeto com o intuito de evitar sérias consequências que têm afligido as populações das cidades, 
em decorrência de inundações. 
A pavimentação do sistema viário possui grande importância, tanto para a drenagem das águas 
pluviais quanto para a paisagem da cidade e a mobilidade dos habitantes. São diversos os materiais 
utilizados para a pavimentação de ruas e passeios públicos, destacando-se entre eles os tratamentos 
primários, os pavimentos rígidos e os pavimentos flexíveis. 
Embora não seja comum a exigência legal de pavimentação de todas as vias de um loteamento, 
esta contribui sobremaneira para agregar valor ao lote a ser vendido ou à unidade habitacional. 
A escolha do tipo de pavimentação, no entanto, deverá atentar para o caráter funcional das vias, ao 
caráter técnico dos materiais e ao caráter econômico-social do loteamento. Os pavimentos flexíveis 
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44 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
ou asfálticos – revestidos com materiais asfálticos ou betuminosos – são comumente utilizados no 
Brasil, mas podem não ser necessariamente a solução mais econômica e tecnicamente viável em todos 
os casos. O tratamento superficial simples – em que a camada de revestimento do pavimento recebe 
a aplicação de ligante betuminoso, é coberta por uma camada de agregado mineral e submetida à 
compressão – pode ser uma alternativa bastante viável para diversos tipos de loteamentos. Dependendo 
das características do loteamento e do local em que se insere, se constituem boas opções os pavimentos 
semiflexíveis – asfálticos com base de solo-cimento ou pavimento com blocos intertravados – e 
os pavimentos rígidos – constituídos de concreto de cimento Portland (revestimento e base), que 
necessitam apenas de sub-base e são moldados no local. Os pavimentos intertravados são mais porosos 
que os asfálticos, por isso possuem uma maior permeabilidade para as águas de chuva.
Flexíveis (asfálticos)
Camada asfáltica (2,5 a 5,0cm)
Sub-base de solo-cimento
Subleito compactado
Base (macadame ou brita)
Semiflexíveis (pavimento com blocos intertravados)
Paralelepípedo ou blocos
i = 3% a 4%
Sub-base de solo-cimento
Base (areia)
Rígidos (Concreto) 
Concreto
i = 3% a 4%
Sub-base de solo-cimento
Figura 6 – Tipos mais comuns de pavimentos utilizados no sistema viário de vias urbanas.
O sistema viário possui uma importante função de constituir-se no suporte para várias redes de 
infraestrutura. Vários problemas têm surgido nas cidades brasileiras devido à falta de planejamento 
da instalação dos vários tipos de redes (energia, gás, telefone, esgoto, águas pluviais, água potável 
etc.) e acessórios (caixas de inspeção, bocas de lobo, poços de visita etc.) em vias urbanas sem o de-
vido cuidado. Um planejamento para posicionamento (figura 7) e um cadastro eficiente desses sub-
sistemas evita riscos para os trabalhadores durante a manutenção e facilita a ampliação dos serviços, 
além de outras vantagens. 
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45|Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Figura 7 – Exemplo de planejamento para posicionamento de redes nas vias urbanas.
Passeio + L rua/2
0,56
1,30
1,85
2,70
2,50
3,30
Cabos de tensão
Cabos telefônicos
Gás
Água pluvial
Água potável
Esgoto
(M
A
SC
A
RÓ
, 1
99
4.
 A
da
pt
ad
o.
)
Abastecimento de água, redes de esgoto e coleta de lixo
O abastecimento de água tem uma considerável relevância para uma comunidade, uma vez que 
a saúde depende intrinsecamente dele. As alternativas para abastecimento de água em loteamentos 
podem ser resumidas à exploração de águas subterrâneas por meio de poços individuais ou coletivos 
(figura 8) ou advindas das redes de distribuição mantidas pelas concessionárias do sistema público. A 
exploração das águas de subsolo deve ser vista com muito cuidado devido aos problemas advindos da 
contaminação do lençol freático em face da presença de esgotos. Os custos dos poços individuais e a 
sua manutenção muitas vezes inviabilizam tal escolha, apontando para a alternativa do poço coletivo.
Figura 8 – Abastecimento de água através de poços individuais ( a ) e poço coletivo ( b ).
(M
O
RE
TT
I, 
19
86
)
a b
A viabilidade da utilização de poços depende muito do tamanho dos lotes, sendo mais comum 
a sua utilização em loteamentos na área rural. Mesmo nesses casos essa utilização deve ser cercada de 
cuidados e devidamente autorizada pelos órgãos responsáveis pela gestão das águas. 
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46 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Após sua utilização, a água anteriormente potável se deteriora, denominando-se águas 
servidas, e torna-se um agente de contaminação. Deve-se, então, buscar o seu imediato afastamento, 
tomando-se o cuidado de diminuir o máximo possível sua carga de poluição para o meio ambiente 
(PUPPI, 1981). A grande geração de resíduos líquidos e o seu destino têm levado a sociedade a se 
preocupar com a poluição dos cursos d’água. Várias alternativas têm sido utilizadas com o objetivo 
de reduzir a carga poluidora dos resíduos, destacando-se as estações de tratamento implantadas por 
empresas e pelo poder público. Contudo, algumas soluções mais simples, por meio de deposição 
no solo, como as fossas sépticas e os sumidouros, podem ser utilizadas, desde que observados 
os devidos critérios técnicos que levam em consideração o nível da água no solo, problemas de 
estabilidade em aterros e a área do terreno. Tal como no abastecimentode água, a deposição dos 
resíduos pode lançar mão de estratégias individuais ou coletivas. Essas opções estão ligadas a razões 
econômicas. 
As redes de esgotos sanitários são bastante utilizadas, principalmente em áreas urbanas, e são 
compostas, segundo Zmitrowicz e De Angelis (1997), por canalizações de diversos diâmetros e funções, 
entre as quais se destacam, por ordem crescente de vazão e de sequência de escoamento:
Ligações prediais:::: – objetivam estabelecer a comunicação entre a instalação predial de esgotos 
de um edifício e o sistema público correspondente.
Estações elevatórias:::: – destinam-se ao bombeamento de esgotos para vencer desníveis e onde 
não é possível escoar por gravidade. São indispensáveis em cidades ou áreas com pequena 
declividade. Essas estações exigem despesas de operação e manutenção permanentes e 
possuem custo inicial elevado. 
Coletores secundários:::: – coletam os esgotos das ligações prediais.
Coletores principais:::: – recebem as contribuições dos coletores secundários.
Coletor tronco:::: – coletor principal que conduz o efluente dos coletores de determinada bacia 
de drenagem para um interceptor ou para o emissário.
Interceptores:::: – recebem o fluxo dos coletores principais ou secundários, desviando-o para o 
emissário, que conduz o esgoto ao seu destino final (estação de tratamento ou curso d’água).
O traçado das vias e a utilização adequada da topografia local têm uma relação importante 
com o desempenho das redes de esgotos sanitários. Algumas vezes as cotas dos terrenos e a cota 
da via onde a rede passa não permitem que o esgoto escoe por gravidade, criando conflitos entre 
os moradores dos terrenos de cota inferior que precisam permitir a passagem da rede de esgotos 
(figura 9). 
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47|Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Figura 9 – Posicionamento dos lotes na quadra e inconve-
niências das redes de esgoto sanitário.
(M
O
RE
TT
I,1
98
6)
Como ilustrado na figura 9, torna-se fundamental que o projeto seja elaborado buscando inserir 
um grande número de variáveis desde suas primeiras fases. A definição do traçado do sistema viário, 
quadras e lotes terá bastante influência nas redes que serão alocadas. 
Além das questões ligadas ao provimento da infraestrutura necessária ao desenvolvimento 
econômico e humano de uma comunidade, o parcelamento do solo também deve ser um instrumento 
consciente para a expansão urbana de forma ordenada. Um dos impactos do processo de urbanização 
iniciado com o parcelamento do solo é a geração de resíduos sólidos (lixo). Esses resíduos, caso não 
tenham uma gestão coerente, irão degradar o ambiente. O parcelamento do solo deverá dar atenção 
especial aos impactos do lixo produzido, seja orgânico ou inorgânico, desde a fase de implantação do 
loteamento até as futuras implantações de unidades habitacionais, zelando para que o projeto do par-
celamento crie condições para uma gestão conjunta dos resíduos sólidos entre população e agentes 
públicos. A maior parte do volume de resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas é destinada aos 
lixões e aterros sanitários, contudo têm crescido as críticas aos aterros devido à grande quantidade de 
lixo, comprometendo sua vida útil. A coleta seletiva e a reciclagem são algumas das alternativas para 
aumentar a vida útil dos aterros e diminuir os impactos sobre o meio ambiente. 
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48 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
Subsistema energético e de comunicações
Os subsistemas energético e de comunicações foram grandes propulsores para a melhoria das 
condições da vida nas cidades. 
O subsistema energético compreende a energia elétrica e o gás, que se tornaram fontes extre- 
mamente utilizadas e das quais a cidade não pode prescindir. O emprego dessas fontes está em vários 
lugares da cidade. A energia elétrica é empregada na iluminação pública e na movimentação de 
motores, enquanto o gás está presente na produção de calor como: cozinhar, esquentar água, aquecer 
ambientes (MASCARÓ, 1987).
O subsistema de comunicações é compreendido pelo conjunto de redes telefônicas, televisão a 
cabo e transmissão de dados e transformou-se, em poucos anos, em uma condição vital para o progresso 
das cidades que possuem tais redes.
As conexões são feitas por condutores metálicos e, mais recentemente, de fibras óticas, cabos 
terrestres ou submarinos e satélites. As redes de infraestrutura que compõem esse subsistema (cabea- 
mento e fios) seguem especificações similares aos do sistema energético; os satélites fazem parte da 
engenharia aeroespacial (ZMITROWICZ; DE ANGELIS,1997) .
Em um processo de parcelamento do solo deve-se atentar para a existência dessas redes na gleba 
que se irá parcelar, o que levará o loteador a deixar faixas “non aedificandi” junto a elas. 
Texto complementar
Breve histórico sobre infraestrutura urbana
(ZMITROWICZ; DE ANGELIS NETO, 1997, p. 2-5)
A existência das redes de infraestrutura nas cidades é tão antiga quanto estas, uma vez que 
forma parte indissolúvel delas. Obviamente, a primeira rede a aparecer é a rede viária, onde se 
percebe a evolução do perfil dos calçamentos desde as antigas vias romanas até o surgimento do 
automóvel, quando se produz a maior evolução dos tipos de pavimentos. A seguir, aparecem as 
redes sanitárias, das quais existem excelentes exemplos em Jerusalém e Roma Antiga e, finalmente, 
as redes energéticas, em fins do século XIX (MASCARÓ, 1987).
Em matéria de redes sanitárias, um exemplo interessante de ser analisado é Roma, que contava 
com um excelente sistema de abastecimento de água (existente também na maioria das cidades 
do Império). A água, que traziam desde longe, era conduzida para grandes depósitos que, de um 
lado serviam para armazenamento e, de outro, para depuração (ainda que parcial) por decantação, 
razão pela qual esses grandes depósitos devem ser vistos como um antecedente histórico de nos-
sas atuais plantas potabilizadoras de água (às vezes de desenho menos criterioso que o dos roma-
nos). Na época do apogeu imperial romano, havia mais de 50km de grandes aquedutos e 350km de 
canalizações d’água na cidade de Roma. 
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49|Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
As canalizações principais, geralmente em alvenaria de pedra, levavam água até depósitos abo-
badados de alvenaria conhecidos como “castelos de água” que, em número de 250, espalhavam-se 
pela cidade. Desses depósitos saía uma série de tubos de latão, aos quais se soldavam tubulações de 
chumbo que levavam a água sob pressão (por ação da gravidade) para palácios, fontes, residências 
etc. Ou seja, uma verdadeira rede d’água potável que daria inveja a muitas cidades “modernas” de 
hoje. A água era cobrada do usuário na proporção do diâmetro do tubo que o abastecia. Possuía 
Roma: 19 aquedutos que forneciam 1 000 000m³/dia à cidade, esgotos dinâmicos e ruas pavimentadas 
para atender cerca de 1 000 000 de habitantes (FERRARI, 1991).
Povos de outras latitudes também se preocuparam com esse serviço público. Os germanos, 
por exemplo, utilizaram a madeira (pela sua abundância local) para fazer tubulações de água e abas-
tecer assim suas cidades. A adaptação de cada uma das redes de serviços às disponibilidades locais 
de materiais e mão de obra é uma restrição econômica que hoje nem sempre é levada em conside-
ração. No século XIX, a máquina a vapor passa a permitir o transporte de grandes cargas a grandes 
distâncias e, assim como se internacionalizou a tecnologia de edificação, se internacionalizou tam-
bém a tecnologia das redes urbanas. A relativa liberalização das restrições de materiais locais tem 
seus aspectos positivos, mas apresenta também fortesaspectos negativos: por exemplo, os pavi-
mentos das ruas se internacionalizaram nos seus materiais, desenho e tecnologia, perdendo-se 
algumas vezes, porém, interessantes e econômicas soluções locais. O asfalto se difunde de Paris, 
Londres e Nova York, até Rio, Brasília e São Paulo, independentemente de disponibilidades (é um 
derivado de petróleo) e de climas (a cor escura o leva a absorver o calor do sol), e passa a ser quase 
a única solução para pavimentos urbanos, pelo “status” de modernidade que confere à maioria das 
cidades do mundo (MASCARÓ, 1987).
O abastecimento de água trouxe a preocupação pela eliminação dos líquidos residuais, e há 
indícios de que egípcios, babilônios, assírios e fenícios tinham redes de esgoto; mas a primeira rede 
claramente organizada que se conhece é a de Roma, composta de uma série de ramais que se uniam 
até formar uma coletora mestra, que, com um desenho relativamente similar ao dos aquedutos levava 
para longe da cidade as águas servidas. Na Europa aparece a primeira legislação regulamentando 
os esgotos em Londres, em 1531, posterior à primeira lei sanitária urbana da Inglaterra, de 1338, 
aprovada por um parlamento reunido em Cambridge (MUMFORD, 1982). Em 1835, na Alemanha 
(depois da peste da cólera), se constituem comissões para debater, estudar e estabelecer normas 
para os esgotos das cidades alemãs. As galerias de esgotos de Paris são famosas pelo seu desenho 
e dimensões. Na Inglaterra aparece, em 1876, a primeira legislação contra a poluição causada por 
esgotos lançados nos rios e outros corpos d’água.
Nesses três exemplos (esgotos, água potável e pavimentação) as inovações de engenharia 
conhecidas em cidades e regiões mais antigas foram convertidas em grandes formas coletivas, 
servindo às massas urbanas. Mas, como frequentemente acontece nas aplicações da engenharia, os 
benefícios físicos não se estendiam a todos os espaços urbanos: os grandes esgotos de Roma não 
eram ligados às privadas acima do primeiro andar (MUMFORD, 1982).
As redes de energia nas cidades são posteriores; a primeira a aparecer foi a de gás. A primeira 
companhia de distribuição de gás, como serviço público, foi criada na Inglaterra, em 1812, para 
atender à cidade de Londres. Nos Estados Unidos foram feitas tentativas em Massachusets, Rhode 
Island e Filadélfia em 1815. O gás distribuído na época era fabricado a partir da destilação do carvão; 
o objetivo foi primeiro a iluminação pública e logo a residencial. Por volta de 1840 aparecem os 
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50 | Infraestrutura e equipamentos urbanos em projetos de loteamentos
primeiros fogões a gás. Em 1821, em Fredonia (Nova Iork), foi perfurado o primeiro poço de gás natural, 
e pouco depois começava sua distribuição na cidade. As tubulações de distribuição de gás inicialmente 
eram de madeira. O gasoduto que levava o gás para Rochester, Estado de Nova Iork, era de pinho branco 
e media 40km de comprimento, mas os vazamentos eram tão grandes que a linha foi abandonada em 
poucos anos. Em 1834 foi construída em Nova Jersey a primeira fábrica de tubos de ferro fundido e, em 
1891, feita a primeira tubulação em aço, mais eficiente e econômica, para levar gás a Chicago.
No Brasil, o gás foi introduzido inicialmente em São Paulo. Na década de 1860, todas as ruas 
do bairro da atual Praça da Sé eram iluminadas a noite por duzentos lampiões. A empresa original-
mente criada pelo empresário Afonso Milliet foi transferida posteriormente para uma companhia 
inglesa. Paralelamente à conclusão da ampliação da Casa das Retortas, no ano de 1889, o governo 
prosseguia estimulando o uso do gás canalizado na província. Em 1897, a Companhia de Gás foi 
isenta de pagamento de impostos estadual e municipal e a ela foi conferido o poder de desapro-
priação para fins de utilidade pública. Quatro anos antes, foi baixada uma lei permitindo que os 
combustores instalados em postes públicos fossem colocados nas paredes das construções parti-
culares sempre que tal medida beneficiasse o trânsito do sistema de transporte, constituído na sua 
maioria por cavalos e carroças. Para a ocasião, eram medidas de grande alcance que chegaram a 
provocar sérias polêmicas, especialmente entre os políticos. Em 1936, foram desativados os últimos 
lampiões a gás em São Paulo. A partir daí o uso do gás ficou restrito à produção de calor. Mesmo 
assim seu consumo se manteve em expansão permanente. Por mais de um século (1871-1974) foi 
utilizado gás de carvão mineral. Em 1972 começou a ser utilizado gás produzido a partir do petróleo, 
hoje substituído por gás natural, trazido de jazidas por meio de canalizações.
Em fins do século XIX aparecem as redes de energia elétrica, primeiro para iluminar o centro 
das cidades (entrando em colisão com a rede de gás) e logo depois para substituir os cavalos que 
puxavam os bondes. A partir de sua introdução, a rede de eletricidade experimentou um grande 
desenvolvimento. São essas duas redes (eletricidade e gás) que permitem que as cidades mudem 
de função e passem de centros administrativos ou de intercâmbio a centros de produção. São as 
duas redes do período industrial (MASCARÓ, 1987). 
Talvez nos próximos anos, com o advento da era de informática, as redes telefônicas e de 
televisão a cabo se tornem as mais importantes. Como fiel reflexo de nossas estruturas culturais e 
produtivas, as redes vêm acompanhando as mudanças, razão pela qual uma cuidadosa programação 
sobre sua implantação e possibilidade de expansão (ou extinção) deve ser feita quando se planeja a 
organização do espaço e do solo urbano. 
Atividades
1. Qual é a importância da infraestrutura para o desenvolvimento da cidade e da sociedade?
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br

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