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AULA 03 - DESENVOLVIMENTO DO PLANO BÁSICO AMBIENTAL PARTE II

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47
Capítulo 3
Desenvolvimento 
do Plano Básico 
Ambiental – parte II
A elaboração e a execução adequadas do Plano Básico Ambiental 
contribuem no desenvolvimento sustentável, ao garantir o controle dos 
impactos negativos e implementar melhorias que destacam seus im-
pactos positivos. Três condições-chave são consideradas para esse su-
cesso: a elaboração cuidadosa dos programas, orientada para atenuar 
os impactos negativos significativos, reduzir as lacunas de conheci-
mento e detectar os impactos reais do empreendimento; a participação 
de atores sociais nessa elaboração – partes interessadas que serão 
envolvidas nos compromissos a serem assumidos pelo empreendedor, 
como parcerias institucionais, demandas por recursos humanos, mate-
riais e organizacionais; e a adequada implementação dos programas, 
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aterial para uso exclusivo de aluno m
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 curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
com prazos compatíveis ao cronograma do empreendimento e com 
indicadores mensuráveis do andamento e do alcance dos objetivos de-
finidos (SÁNCHEZ, 2013).
Neste capítulo, serão abordadas essas condições-chave para o su-
cesso do PBA, questões que devem ser consideradas desde sua ela-
boração. Será destacada a importância do estabelecimento das metas 
a serem alcançadas na execução das atividades dos programas e de 
cronogramas de execução alinhados às atividades.
Trata-se, em seguida, das responsabilidades sobre a execução, os 
monitoramentos e a fiscalização. É certo que o empreendedor deve ga-
rantir financeiramente a execução dos programas, mas sua execução, 
seja das atividades pontuais, seja dos monitoramentos, é feita majo-
ritariamente por empresas de consultoria especializadas nas variadas 
temáticas. A fiscalização está sob responsabilidade dos órgãos licen-
ciadores e de fiscalização ambiental das três esferas de poder.
Há outra forma, contudo, de fiscalizar o controle dos impactos, com 
a execução adequada das medidas de mitigação: a participação da 
sociedade. Diversos atores têm interesses distintos no processo, e, no 
subcapítulo específico, serão analisados os grupos de interesse e as 
formas de participação.
O último item deste capítulo detalha os programas de comunicação 
e de educação ambiental, demandados na maioria dos PBAs. Com a 
função específica de disseminar as informações sobre as atividades de-
senvolvidas e fomentar a participação dos diversos grupos sociais na 
região do empreendimento, devem fortalecer o conhecimento, atuando 
de modo que esses grupos estejam mais aptos para participar dos pro-
cessos de tomada de decisão, sejam elas relacionadas ao empreen-
dimento, sejam relacionadas aos demais processos de participação 
social.
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 Editora Senac São Paulo.
1 Metas e cronogramas para execução dos 
planos e programas 
Os objetivos de cada programa ambiental são definidos de acordo 
com os componentes ambientais impactados, buscando sempre a com-
patibilização das atividades do empreendimento com a proteção ao meio 
ambiente, no que diz respeito ao componente em tela. Ou seja, cada 
programa buscará minimizar os impactos negativos previstos sobre os 
elementos ambientais nos quais foca, bem como potencializar efeitos 
positivos, sendo este o objetivo mais amplo da implementação de PBA. 
Objetivos específicos também devem ser definidos para cada programa.
Contudo, para que os objetivos sejam alcançados, devem ser traça-
das metas. Metas são tarefas específicas orientadas pelos objetivos, 
ou seja, são os passos a serem dados para atingi-los. Essas atividades 
devem ser relevantes, mensuráveis por meio de indicadores e ter prazos 
definidos. Assim como em qualquer planejamento de atividades, os pro-
gramas ambientais devem ter suas metas estipuladas.
Por exemplo, um programa de monitoramento de recursos pesquei-
ros pode ter como objetivo detectar alterações na disponibilidade e di-
versidade de pescados em função de possíveis alterações na qualidade 
da água, tratando dos componentes “fauna aquática” e “comunidade 
pesqueira”. Para isso, precisará definir metas, como realizar as amos-
tragens periódicas de fauna aquática nos mesmos locais e concomi-
tantemente às coletas para análise da qualidade da água, acompanhar 
atividades dos pescadores locais uma vez por mês durante o período 
em que poderão haver alterações na qualidade da água, entre outras.
A definição de metas é fundamental para o sucesso dos programas, 
direcionando o planejamento e a execução das ações rumo à mitiga-
ção dos impactos negativos e à potencialização dos impactos positi-
vos. Além disso, as metas possibilitam definir como serão medidos o 
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
andamento e a eficácia das ações, para reorientá-las, caso não estejam 
caminhando para o que se almeja. Portanto, são as metas que ajudarão 
a definir os indicadores que devem ser acompanhados na verificação da 
eficácia dos programas.
A determinação do momento, duração, periodicidade e prazo para 
realizar as atividades previstas nos programas que compõem o PBA 
também tem grande relevância para seu êxito. Conforme mencionado, 
as metas devem ter prazos compatíveis ao cronograma do empreendi-
mento. Logo, cada programa ambiental deve planificar seu cronograma 
detalhado das atividades a serem executadas.
Esse cronograma deve estar relacionado ao cronograma do projeto 
de engenharia, para que as atividades mitigadoras estejam vinculadas 
às atividades geradoras dos impactos. Um cronograma das ações am-
bientais alinhado ao cronograma do empreendimento também auxilia 
na garantia da adequada implementação dos programas ambientais, 
permitindo a previsão dos momentos dos investimentos de recursos 
humanos e materiais necessários, a coordenação com os tempos das 
instituições parceiras e outras partes envolvidas.
Um calendário detalhado das atividades envolvidas nos programas 
ambientais também possibilita o acompanhamento de seu andamen-
to e a mensuração de sua eficácia a partir da avaliação dos indica-
dores ambientais estipulados para verificar se as metas estão sendo 
conquistadas.
A figura 1 apresenta um exemplo de cronograma de execução de 
um programa que é relacionado ao processo de implantação de um 
empreendimento, destacando as etapas-chave, que, no cronograma, 
são destacadas por setas indicando “início das obras”, “desvio do rio” e 
“enchimento do reservatório”.
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Figura 1 – Exemplo de cronograma do Programa de Educação Ambiental
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20 M21 M22 M23 M24
Contato com as prefeituras e 
ins tuições de ensino
Planejamento e elaboração dos 
materiais 
Desenvolvimento das a vidades 
junto aos trabalhadores
Desenvolvimento das a vidades nas 
escolas
Desenvolvimento das a vidades nas 
comunidades
Envio de relatórios para o órgão 
ambiental
CANTU ENERGÉTICA S.A
Cronograma do programa de educação ambiental
Relatórios de acompanhamento
Fase pré-
construção
Fase Rio 
(construção)
Ano 1
ATIVIDADES
Ano 2
Início das obras Desvio do rio
Enchimento do reservatório
Fonte: Cantu Energética S/A; Soma Consultoria Ambiental (2012).
2 Responsabilidades sobre execução, 
monitoramento e fiscalização 
A execução das ações do PBA em geral está a cargo de técnicos 
especializados. Deve-se observar, entretanto, a necessária instituciona-
lização das ações, para que resistam a eventuais trocas dos profissio-
nais envolvidos. Isso quer dizer que, ainda que haja a contratação de 
consultoria especializada para a elaboração e execução de programas 
e projetos, a responsabilidade é do empreendedor, sendo importante a 
internalização do PBA nos vários setores da empresa. Há necessidade 
de atividades de treinamento e capacitação dos funcionários (diretos ou 
terceirizados) envolvidos nas obras, para se garantir o êxito das ações 
dos programas. No âmbito do licenciamento ambiental, mesmo que se-
jam contratadas empreiteiras, a responsabilidade é do empreendedor. 
É relevante uma equipe capacitada/treinada para a compreensão das 
questões ambientais e incorporação destas nas rotinas e controles ope-
racionais e gerenciais da própria atividade.
O monitoramento ambiental é necessário para o acompanhamento 
das características do ambiente e verificação de possíveis alterações 
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
(melhorias ou degradações) em decorrência de impactos do empreen-
dimento, de acordo com parâmetros estabelecidos. Sánchez (2013, 
p. 411) alerta que:
O monitoramento ambiental do projeto não deve ser confundido 
com o controle geral de qualidade do meio ambiente, feito por 
órgãos governamentais; deve ser concebido em função dos im-
pactos identificados e previstos, de modo que possa ser capaz de 
distinguir as mudanças induzidas pelo empreendimento daquelas 
ocasionadas por outras ações ou por causas naturais.
O monitoramento é executado por técnicos especializados, mas os 
gestores do empreendimento devem estar envolvidos para que estejam 
preparados para alguma ação imediata a fim de sanar algum impac-
to que tenha sido detectado durante o monitoramento ou mesmo para 
mudanças no processo de produção.
Uma das principais funções do monitoramento ambiental é contro-
lar o desempenho ambiental do empreendimento, e para isso ele 
só faz sentido se suscitar ações de controle. Caso o monitoramen-
to detecte algum problema, o empreendedor deve ser capaz de 
adotar medidas corretivas dentro de prazos razoáveis. (SÁNCHEZ, 
2013, p. 412)
O PBA é uma condicionante do processo de licenciamento. Ou seja, 
a emissão de determinada licença (LP, LI ou LO) está vinculada à obriga-
ção, pelo empreendedor, de execução das condicionantes definidas. É 
previsto na licença que o empreendedor informará ao órgão licenciador, 
regularmente e por meio de relatórios, o andamento das atividades pre-
vistas no PBA. O órgão ambiental tem o poder de cancelar a licença emi-
tida caso a fiscalização ambiental constate falsidade nas informações 
prestadas ou se houve alteração no projeto, sem a devida anuência do 
órgão. Cabe ressaltar que, ainda que a atribuição de fiscalização seja do 
órgão licenciador, a cobrança sobre a execução do PBA pode ser feita 
por qualquer interessado, uma vez que a mitigação/compensação dos 
impactos é uma obrigação do empreendedor, mas o direito a um am-
biente equilibrado é de todos.
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3 Participação dos interessados
O envolvimento dos interessados em um determinado projeto – 
também conhecidos como stakeholders1 – no processo de licencia-
mento ambiental pode representar, ou não, a validação social do empre-
endimento em determinada localidade. As partes interessadas podem 
ser grupos específicos, as comunidades afetadas diretamente pelo em-
preendimento ou mesmo pessoas que possam ter influência positiva ou 
negativa no licenciamento ou na operação do empreendimento. 
A identificação dos principais agentes do processo tem início nos 
estudos ambientais para o licenciamento. É comum, nesse momento, 
arrolar toda a gama de organizações, como associações comunitárias, 
sindicatos, entidades ambientalistas, associações profissionais, univer-
sidades, órgãos públicos, entre outras, que possam ter relação direta ou 
indireta com o empreendimento, seja por sua localização nas áreas que 
sofrerão algum impacto, seja pelo interesse no tema. Agentes financia-
dores, como bancos de desenvolvimento e agências multilaterais, estão 
atentos à aceitação do projeto pelas populações afetadas. O Ministério 
Público Federal e os Ministérios Públicos estaduais são partes interes-
sadas de suma importância, e sua relação com o PBA será tratada em 
capítulo próprio.
IMPORTANTE 
Para garantir a participação dos povos indígenas e das comunidades 
quilombolas no processo de licenciamento e, principalmente, na elabo-
ração do PBA, a Portaria Interministerial no 60/2015 indica os procedi-
mentos necessários, trazendo os requisitos mínimos que devem conter 
1 De origem inglesa, o termo é comumente utilizado nos meios organizacionais no Brasil para indicar o 
público estratégico relacionado a determinado empreendimento.
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
os estudos e as ações necessárias para construção do PBA em conjun-
to com as comunidades.
 
Quanto maior forem os impactos ambientais e os riscos à comu-
nidade, maior a possibilidade de ocorrência de conflitos em relação à 
instalação de um empreendimento, o que indica a necessidade de parti-
cipação dos stakeholders desde o início do processo. Segundo Sánchez 
(2013, p. 423):
Representantes de grupos de interesse, como organizações não 
governamentais, associações de moradores e associações comer-
ciais, podem preocupar-se em conhecer um estudo ambiental, so-
bretudo quando se trata de um projeto polêmico, que possa afetar 
determinados bens ou interesses ou que modifique substancial-
mente o status quo de uma região ou de um local.
O autor destaca que, além da leitura pelos próprios interessados, 
especialistas das instituições locais ou de universidades podem ser 
convidados pelos grupos de interesse a contribuir na análise técnica do 
estudo e avalizar ou demandar novas medidas mitigatórias aos impac-
tos identificados. A participação no processo de elaboração do Plano 
Básico Ambiental pode, assim, contribuir para incrementar as propostas 
originais da equipe técnica a partir da vivência local e do conhecimento 
daqueles que se debruçam sobre a temática.
A elaboração do PBA pode serconsiderada um procedimento contí-
nuo de negociação entre as partes interessadas. Seu conteúdo reflete 
os compromissos do empreendedor com os parceiros institucionais, os 
órgãos públicos, as organizações não governamentais e as comunida-
des locais (KAKINAMI, 2010).
A partir da identificação dos interessados em geral é necessário 
qualificá-los, de acordo com sua situação estratégica em relação ao 
empreendimento. É importante considerar as opiniões e preferências 
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daqueles que conviverão diretamente com os resultados da decisão a 
ser tomada. O mapeamento das partes interessadas, conforme diagra-
ma apresentado na figura 2, consiste no agrupamento das instituições 
ou pessoas de acordo com a similaridade do interesse e constitui-se em 
ferramenta estratégica para as ações do projeto.
Figura 2 – Diagrama de mapeamento de partes interessadas
Alto
Grau de
influência
Grau de interesse
Baixo
Baixo Alto
Atender às suas 
necessidades
Engajar e consultar 
sobre sua área de 
interesse 
Ator-chave
Engajar e consultar 
regularmente
Monitorar (mínimo 
esforço) 
Divulgar informação 
geral 
Mostrar consideração 
Manter informado
Fonte: Sánchez (2013).
A combinação de alto grau de interesse com alto grau de influên-
cia indica o ator-chave do processo; é recomendável que este partici-
pe mais ativamente do processo de construção do PBA, engajado na 
execução dos programas e das ações de mitigação dos impactos do 
empreendimento, bem como em seu monitoramento.
O direito à participação em processos decisórios tem respaldo em 
inúmeros instrumentos, tratados e convenções internacionais dos 
quais o Brasil é signatário. O processo de redemocratização no país, a 
Constituição Federal de 1988 e, em grande parte, a legislação ambiental 
legitimaram a expressão popular e garantiram a participação em inúme-
ros fóruns consultivos e deliberativos.
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
Sánchez (2013, p. 470) destaca que a expressão dos pontos de vista 
dos cidadãos:
[...] pode dar-se de forma autônoma, por meio de manifestações 
públicas, passeatas, atos públicos, abaixo-assinados, campanhas 
de mídia e outras ações, ou na forma de manifestação sob convite, 
na qual as opiniões dos cidadãos são expostas, registradas e deba-
tidas segundo certas regras previamente estabelecidas.
A participação dos interessados nos processos de licenciamento é 
prevista em vários instrumentos legais. A Resolução Conama nO 1/1986 
indica que o material deve ter “linguagem acessível” e que outros órgãos 
públicos podem se manifestar. A Resolução Conama nO 237/1997 abor-
da diretamente a participação mais ampla, garantindo a publicidade 
do EIA/RIMA, observando a possibilidade de realização de audiências 
públicas.
Muitos estados da federação têm regulamentação sobre o tema. No 
estado de São Paulo, a Deliberação Consema Normativa 01/2011 esta-
belece os procedimentos para a realização das audiências (GOVERNO 
DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011). Embora possa ser realizada na eta-
pa de definição do termo de referência, é mais comum que ocorra no 
momento da análise do EIA/RIMA. Há previsão legal quanto às institui-
ções habilitadas a solicitar a realização de uma audiência pública, sen-
do mais comum a iniciativa partir de organizações não governamentais, 
Ministério Público ou o próprio órgão licenciador (KAKINAMI, 2010).
Como práticas que pretendem dar legitimidade ao processo deci-
sório e facilitar a implementação das decisões, podem ser destaca-
das duas perspectivas distintas e complementares da participação: a 
oitiva dos interessados e o engajamento das partes interessadas pelo 
empreendedor. A primeira tem um caráter mais geral de dar conheci-
mento sobre o empreendimento e suas consequências a espectado-
res que poderão, também oralmente, falar sobre o assunto, emitindo 
suas opiniões ou, às vezes por escrito, apresentar sugestões. Vincula-se 
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principalmente às audiências públicas em seu formato regulamentado. 
A segunda tem um esforço mais direcionado aos grupos de maior in-
teresse e perpassam todo o processo de licenciamento, bem como a 
operação do empreendimento, havendo vários espaços e técnicas para 
a obtenção de resultados positivos e efetivos.
As audiências públicas são objetos de inúmeras críticas, sobretudo 
em relação a uma pretensa garantia de participação. O déficit de conhe-
cimento sobre as questões ambientais, a deficiência no processo prévio 
de informação e a linguagem técnica comprometem a participação das 
comunidades. Zhouri (2008, apud DUARTE; FERREIRA; SÁNCHEZ, 2016, 
p. 1079) afirma que as audiências públicas se caracterizam “tão somen-
te como uma formalização do processo de licenciamento ambiental, 
um jogo de cena de procedimentos democráticos e participativos” e que 
indagações da população não são respondidas, não havendo retorno à 
população das decisões decorrentes das audiências. A autora considera, 
ainda, que inexistem mecanismos institucionais que garantam a interna-
lização das demandas e do conhecimento das comunidades na caracte-
rização dos impactos socioambientais de um empreendimento.
PARA SABER MAIS 
O licenciamento ambiental é o objeto mais frequente de audiências pú-
blicas realizadas no âmbito do governo federal, segundo o mapeamento 
realizado a partir do Sistema de Informações Gerenciais e de Planeja-
mento (Sigplan). A publicação “Potencial de efetividade das audiências 
públicas do governo federal” (BRASIL, 2013), disponível no portal do 
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), busca compreender 
os fatores que influenciam o potencial de efetividade das audiências e 
fornecer subsídios para seu aperfeiçoamento. As hidrelétricas de Santo 
Antônio e Jirau (Rondônia) e Belo Monte (Pará) foram escolhidas para 
análise devido à grande repercussão nacional e internacional desses 
empreendimentos, por seus grandes impactos socioambientais e inte-
resses econômicos envolvidos.
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Audiência pública não é, contudo, a única forma de expressão da 
comunidade afetada por um empreendimento. O quadro 1 apresenta 
diferentes modalidades de participação pública e suas potenciais con-
sequências para os PBAs.
Quadro 1 – Possibilidades de participação dos grupos de interesse
INSTRUMENTO DE 
PARTICIPAÇÃO CARACTERÍSTICA CONTRIBUIÇÃO PARA O PBA
Audiência pública 
formal
Em caso de EIA/RIMA. 
Regulamentação formal. 
Apresentação do empreendimento 
e suas consequências. Não há 
votação. A decisão é do órgão 
licenciador.
Questionamentos do público 
sobre impactos e sugestões 
de medidas mitigadoras e 
compensatórias. 
Conselhos de Meio 
Ambiente (estaduaise municipais)
Possuem representação de 
vários setores da sociedade 
(público, produtivo, universitário, 
comunitário). Podem atuar no 
processo de licenciamento, 
dependendo da regulamentação.
Questionamentos acerca 
das medidas mitigadoras e 
compensatórias. Pressão 
para inclusão de demandas da 
sociedade.
Consulta pública do 
empreendedor
Iniciativa do empreendedor. Não há 
obrigação legal. Apresentação do 
empreendimento e estabelecimento 
de relação com a comunidade.
Incorporação de valores, 
preocupações e perspectivas da 
comunidade.
Reunião pública
Iniciativa do empreendedor. 
Delimitação de temas específicos 
relacionados aos estudos 
ambientais, ocorre antes mesmo 
dos estudos ambientais.
Identificação de grupos de 
interesse em temas específicos. 
Ampliação de visões na 
definição das ações.
Diagnóstico 
participativo
Conhecimento da realidade local 
a partir da percepção dos próprios 
interessados, com metodologias de 
participação específicas.
Qualifica as demandas dos 
grupos de interesse.
Consulta a 
lideranças e 
cidadãos comuns
Instrumento de base para os 
estudos ambientais.
Ampliação de visões na 
definição das ações. 
Articulação para a execução.
(cont.)
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INSTRUMENTO DE 
PARTICIPAÇÃO CARACTERÍSTICA CONTRIBUIÇÃO PARA O PBA
Pesquisa de opinião 
ou survey
Instrumento de base para os 
estudos ambientais.
Indicação de valores, 
preocupações e perspectivas 
da comunidade a serem 
incorporadas nas ações do PBA. 
Fórum participativo
Formado com grupos de interesse 
diretamente ligados aos impactos 
e às medidas de mitigação. Atua na 
implementação do PBA.
Planejamento e monitoramento 
da execução do PBA.
Conselho gestor 
ou comissão de 
acompanhamento
Formado por representantes de 
instituições e/ou organizações, 
atua na implementação do PBA.
Espaço político de negociação 
com os diretamente 
interessados. Monitoramento 
do PBA.
Duarte, Ferreira e Sánchez (2016, p. 1090) recomendam que: 
[...] quanto maior a probabilidade de haver conflito decorrente da 
instalação ou ampliação de um empreendimento, mais importante 
é que o diálogo ocorra desde o início do processo, para que os pon-
tos de vista das partes interessadas sejam considerados e possam 
influenciar as várias decisões tomadas ao longo da concepção de 
um projeto de engenharia e nas opções por medidas de minimiza-
ção, mitigação ou compensação.
4 Planos ou programas de comunicação 
social e educação ambiental
Conforme apresentado no subcapítulo anterior, a participação no 
processo de licenciamento constitui-se em direito fundamental da so-
ciedade e, quanto mais um empreendimento atender aos parâmetros 
definidos para a conservação dos recursos naturais e a minimização 
de impactos ao ambiente, maior será sua contribuição ao desenvolvi-
mento local e regional. O compartilhamento com a sociedade de in-
formações sobre o projeto e suas consequências, disponibilizadas de 
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
maneira adequada aos setores interessados, fortalece o conhecimen-
to e aumenta a compreensão sobre o assunto, qualificando a partici-
pação dos grupos de interesse.
A interação entre o empreendimento e a sociedade deve ser 
compreendida como uma via de mão dupla, onde circulam, em uma 
direção, as informações de interesse da sociedade e, na outra mão, os 
anseios, as preocupações e as demandas da população em relação ao 
empreendimento. Informar sobre as caraterísticas do empreendimento, 
seus impactos positivos e negativos, os riscos e as oportunidades, além 
de ser obrigação do empreendedor, pode ser estratégico para o sucesso 
da empreitada.
No âmbito do PBA, são dois os programas que têm a função priori-
tária de estabelecer a relação com o público interessado: os de comuni-
cação e os de educação ambiental. Também são os que têm interface 
com todos os outros programas tidos como condicionantes para a 
emissão das licenças ambientais. Quanto maior for o empreendimento 
e sua capacidade de geração de impactos, maior deverá ser o esforço 
para a elaboração e execução desses dois programas.
Fernandes (2014) aponta que o plano de comunicação é mais que 
um plano de informação e deve corresponder às seguintes etapas: 
I. Diagnóstico sobre o empreendimento e todo o ambiente de seu 
entorno.
II. Planejamento das estratégias e ações.
III. Gestão estratégica da comunicação em todas as etapas.
A estratégia de comunicação deve ser, então, anterior ao próprio 
licenciamento. Fernandes (2014), após analisar os planos de comuni-
cação de 37 EIAs/RIMAs de empreendimentos de vários segmentos 
e tipologias licenciados pela Companhia Ambiental do Estado de São 
Paulo (Cetesb) no período de 1987 a 2011, propõe uma estrutura de 
plano de comunicação, apresentada no quadro 2.
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Quadro 2 – Estrutura de um plano de comunicação
ITEM CARACTERÍSTICAS 
Diagnóstico 
inicial
Acontece ao longo da fase de planejamento do empreendimento e objetiva: subsidiar 
a elaboração de medidas mitigadoras e compensatórias com informações vindas da 
sociedade e subsidiar o empreendedor com informações estratégicas anteriores à 
realização de audiências públicas.
Justificativa
O plano como estratégia para garantir o bom andamento do processo de 
licenciamento; as razões pelas quais o plano é relevante; os critérios de escolha das 
estratégias.
Objetivos
Os objetivos (quantitativos e/ou qualitativos) devem auxiliar a tomada de decisão 
e melhorar a eficiência do projeto. Devem atender às questões levantadas no 
diagnóstico.
Estratégias
Definição dos eixos de comunicação, da mensagem, da linguagem, da combinação 
de diferentes meios. Alcance aos públicos de interesse com o menor nível de ruído.
Metodologia
Definição de procedimentos para se atingir os públicos, em sua diversidade. Dentre 
os métodos: comunicação interativa, comunicação dirigida e comunicação de 
massa.
Públicos de 
interesse
Aqueles que são impactados direta ou indiretamente. A correta identificação dos 
públicos permitirá a escolha da mensagem adequada.
Planos de 
ações
São vinculados ao planejamento tático e operacional. São mais pontuais, simples e 
concretos.
Recursos
Identificação dos recursos humanos, materiais e financeiros para cada fase do 
projeto, inclusive o diagnóstico inicial. 
Cronograma
Organização das ações em consonância com os prazos de obtenção das licenças 
ambientais.
Resultados
Vinculam-se aos objetivos do plano e às metas dos planos de ação. Deve haver 
acompanhamento periódico de seu alcance.
Avaliação 
dos 
resultados
Avaliar a eficácia (ações realizadas eram as que deveriam ser implementadas), a 
eficiência (as ações foram realizadas de forma adequada) e a efetividade (objetivos 
e metas previstas foram alcançados). 
Fonte: adaptado de Fernandes (2014).
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Com relação aos programas de educação ambiental, a Instrução 
Normativa no 2/2012 (IBAMA, 2012), que tem como referência a Lei no 
9.795/1999 (BRASIL, 1999) e o Decreto no 4.281/2002 (BRASIL, 2002) 
que a regulamenta, estabelece as bases técnicas para as propostas 
de medidas mitigadoras ou compensatórias em cumprimento às con-
dicionantes das licenças ambientais na esfera federal, orientando sua 
elaboração, implementação, monitoramento e avaliação. A regulamen-
tação é considerada um marco, pois estabelece procedimentos base-
ados em alguns princípios fundamentais no debate sobre educação 
ambiental no Brasil e no mundo, como o uso de metodologias participa-
tivas na elaboração, execução e monitoramento dos programas. Busca, 
com isso, envolver a comunidade presente nas áreas de influência do 
empreendimento e gerar conhecimentos e articulações que contribuam 
para o fortalecimento desse grupo nos processos decisórios. O 
Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) (BRASIL, 2014) 
reforça as diretrizes para a educação ambiental previstas na Instrução 
Normativa no 2/2012.
O programa, conforme previsto na instrução normativa, deve ter dois 
componentes, o Programa de Educação Ambiental (PEA), para o públi-
co externo, e o Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores 
(PEAT), para os trabalhadores do empreendimento. Ambos – PEA e 
PEAT – podem conter vários projetos. Definições como abrangência e 
prazo de execução estão a cargo do órgão licenciador e consideram 
tipologia e características do empreendimento.
Alguns estados da federação e municípios possuem suas próprias 
regulamentações, tendo como base a mesma legislação federal, e 
podem publicar termo de referência a ser observado na construção 
do programa. A Prefeitura de Salvador, por exemplo, indica um roteiro 
para a apresentação do programa de educação ambiental quando este 
é condicionante de licença ambiental contendo: identificação, equipe 
técnica responsável, introdução, objetivos (gerais e específicos), me-
tas, metodologia, indicadores, avaliação/monitoramento e cronograma 
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de execução (PREFEITURA DE SALVADOR, 2015). O mesmo roteiro é 
utilizado para o PEA da comunidade do entorno. Porém, nesse caso, 
o termo de referência especifica etapas metodológicas bem definidas, 
destacando o caráter participativo tanto do diagnóstico que embasa o 
programa ou projeto quanto de sua execução e monitoramento.
Considerações finais
Os programas ambientais do processo de licenciamento baseiam-se 
em situações potenciais de impactos, e, portanto, o desempenho am-
biental do empreendimento depende do planejamento das ações para 
assegurar a proteção ambiental (SÁNCHEZ, 2013). O planejamento das 
ações de minimização e mitigação dos impactos ambientais obedece a 
alguns aspectos conceituais, normativos e metodológicos.
Neste capítulo, abordamos alguns elementos do planejamento que 
são cruciais para o sucesso do PBA. A formulação das metas adequa-
das aos objetivos que se pretende alcançar em cada um dos programas 
ou projetos contribui para o andamento da execução das condicionan-
tes do licenciamento, à medida que pavimenta o caminho a ser per-
corrido com cada atividade definida no plano. Também é essencial que 
essas metas estejam associadas ao cronograma de execução do proje-
to de engenharia, comportando elementos importantes do processo de 
implantação do empreendimento. 
Recentemente, alguns empreendimentos têm tido o licenciamento 
ambiental questionado em razão, sobretudo, de graves acidentes que 
têm provocado danos ambientais e perdas humanas. São fartas as notí-
cias sobre o grave desastre ambiental em Mariana (MG), ocorrido em no-
vembro de 2015, e a contaminação dos cursos d’água em Barcarena (PA), 
ocorrida em fevereiro de 2018. Em ambos os casos, pode-se identificar ao 
menos três aspectos do processo de licenciamento que estão ensejando 
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debates e ações judiciais: a responsabilidade do empreendedor, a respon-
sabilidade do órgão licenciador e as atribuições de fiscalização.
A participação social no processo de licenciamento, ainda que cres-
cente, é incipiente no país. Cada vez mais os diversos atores sociais 
estão se dando conta da importância de sua participação na definição 
e no acompanhamento das obrigações devidas à sociedade pelos em-
preendimentos em decorrência dos compromissos definidos na emis-
são das licenças ambientais. Também aos empreendedores é impor-
tante o estabelecimento do processo participativo desde o início das 
etapas de planejamento do empreendimento. Movimentos sociais têm 
se mobilizado por não concordarem com as medidas identificadas para 
a minimização ou mitigação dos impactos em muitos casos de licencia-
mento. Isso pode provocar o atraso das licenças e, em alguns casos, o 
cancelamento do empreendimento.
Dois programas do PBA são estratégicos para contornar os conflitos 
que podem inviabilizar o empreendimento: o de comunicação e o de edu-
cação ambiental, pois contribuem para a aproximação e para a qualifica-
ção da participação social. Neste ponto, esses programas são fundamen-
tais para os empreendimentos obterem a licença social para operar. 
Referências
BRASIL. Decreto no 4.281, de 25 de junho de 2002. Regulamenta a Lei no 9.795, 
de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, 
e dá outras providências. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/2002/d4281.htm>. Acesso em: 25 jun. 2018.
______. Educação ambiental: por um Brasil sustentável. ProNEA, marcos legais 
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______. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambien-
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1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9795.htm>. 
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______. Resolução Conama no 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre crité-
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______. Resolução Conama no 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre 
licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; lista-
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Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. 1997. Disponível em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>. Acesso em: 
4 maio 2018.
______. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. 
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Plano Básico Ambiental e monitoramento
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